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­ TRAJECTÓRIA DE PONTOS

4. Material e Métodos

6.7. Relação Sinal Electromiográfico Normalizado / Tempo de Voo

Com outros resultados, ou seja, com valores de correlação positivos e significativamente elevados, poderíamos estabelecer uma ordem de importância quanto à intervenção de cada um nos Take-Offs, o que não aconteceu no nosso estudo.

Ao observar a variação dos valores da actividade eléctrica normalizada dos músculos, nos Take-Offs, adivinhava-se esta fraca correlação, principalmente pelo facto de a variação do Tempo de Voo não ser de maneira nenhuma tão notória. Isto poderá apontar para que os músculos analisados tenham uma grande intervenção no equilíbrio. Provavelmente, se o ginasta fizer sempre um esforço para produzir a máxima força nos músculos durante o Take-Off (o que provavelmente resultaria num sinal electromiográfico mais amplo), perderá um pouco o controlo do equilíbrio. A explicação poderá residir no facto de, na aplicação de esforços máximos, a coordenação poder ser afectada.

7. Conclusões

Confirma-se a existência de diferenças estatisticamente significativas entre os dois tipos de série, no que respeita ao Tempo de Voo, não se verificando quando comparadas séries do mesmo tipo. Isto significa que há de facto uma influência positiva, na eficácia do Take-Off, do movimento de antepulsão dos membros superiores, tanto mais que todas as séries tipo 1 obtiveram valores médios de Tempo de Voo superiores às tipo 2. Para um ginasta ganhar altura para o início das séries, a utilização do movimento de antepulsão dos membros superiores, é de facto imprescindível. Apesar disto, o treino específico dos saltos de vela, característicos das séries tipo 2, é de vital importância, pois esta técnica de membros superiores é utilizada para todos os elementos acrobáticos com rotações, sobre o eixo transversal, superiores ou iguais a 360°. Sendo que, a partir de um determinado nível, as séries de competição dos ginastas são constituídas, na sua totalidade, por este tipo de saltos. Tecnicamente é mais fácil, em fases de iniciação, utilizar o movimento de antepulsão dos membros superiores para a realização dos movimentos técnicos com rotações, sobre o eixo transversal, superiores 270°. No entanto, como estes elementos apenas fazem parte do treino numa fase inicial da evolução do ginasta, e se constituem como uma aprendizagem para elementos técnicos mais complexos, em termos de treino, e pensando na evolução futura do ginasta, talvez seja mais benéfico conduzi-lo à utilização da técnica de membros superiores das séries tipo 2, mesmo nos elementos técnicos sem rotações transversais superiores a 270°.

O Take-Off no Trampolim, apesar de possuir um Tempo de Apoio superior aos

Take-Offs realizados em superfícies mais rígidas, está dependente do

mecanismo do Ciclo Estiramento Encurtamento. A acrescentar, mantém-se a relação Tempo de Apoio / Tempo de Voo, característica dos saltos em superfícies rígidas. A dissipação de energia durante a fase excêntrica do Take-

Off é, em média, de 25%. É assim importante o treino pliométrico nesta

duração do Take-Off e o tempo de actividade muscular, provavelmente devido à manutenção das posturas corporais, exigidas pela modalidade, nos movimentos aéreos e manutenção do equilíbrio.

Penso podermos afirmar com relativa segurança que, no Take-Off no trampolim, os músculos antagonistas estudados precedem os agonistas, na sequência de activação.

Existem Take-Offs em que os músculos atingem, e até superam, os valores obtidos nos testes máximos isométricos, por nós efectuados. No entanto, essa exigência não é de maneira nenhuma constante, dada a variação dos valores ao longo de cada uma das séries. Se pudéssemos partir do princípio que existe alguma relação entre o sinal electromiográfico e a magnitude da força, o treino da força máxima poderia ser considerado importante, pois apesar de nem sempre os ginastas, durante as séries, apresentarem valores de muito elevados de actividade eléctrica muscular, apresentam por vezes valores normalizados acima de 100%. No entanto, mesmo o treino de força máxima deverá direccionar-se para a especificidade do trampolim, efectuando com a máxima velocidade possível a fase concêntrica.

De facto não se verificou uma relação directa entre a percentagem de sinal electromiogrtáfico normalizado registado nos músculos analisados individualmente e a eficácia do Take-Off determinada pelo Tempo de Voo. Isto sugere que a acção muscular se divide entre as suas funções impulsionadora e equilibradora. Não encontrámos também qualquer relação entre o tipo de série e a magnitude do sinal electromiográfico normalizado registado em cada

músculo.

Este estudo permitiu-nos chegar a estas conclusões, na nossa opinião, importantes, não deixando de nos alertar para o facto de que, com outro tipo de metodologia associada e com uma análise mais meticulosa, intensiva e extensiva dos nossos dados, obteríamos mais e melhores resultados. Podemos

referir a análise cinemática no sentido do encontro das angulações dos membros inferiores, específicas desta modalidade. Com a ajuda de palmilhas, teríamos oportunidade de conhecer a variação da pressão ao longo do Take-

Off, elucidando-nos também acerca da magnitude absoluta das forças

envolvidas. Ainda que com a mesma tecnologia, como por exemplo a plataforma de força, mas com a utilização de mais três das mesmas, divididas pelos restantes apoios do trampolim, ser-nos-ia bem mais fácil calcular os valores absolutos das forças externas, ao longo do Take-Off.

O nosso estudo permitiu-nos entretanto obter algumas indicações no que respeita ao trabalho de força específica dos membros inferiores. Com a confirmação da influência do Ciclo Estiramento Encurtamento neste movimento, justificamos a existência do treino pliométrico na preparação dos ginastas, permitindo, para além disso, uma maior aproximação, no que respeita ao Tempo de Apoio no trampolim.

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ERRATA

- Na página 21, 3e parágrafo, 4§ linha, onde se lê "3000 N, que se traduzem

em 700 Kg." deve ler-se "3000 Hz."

- Na página 21, 39 parágrafo, 1- linha, onde se lê "impacto" deve ler-se

"contacto do ginasta com a tela"

- Na página 28, 39 parágrafo, 3§ linha, onde se lê "Série 1" deve ler-se "Série

2"

- Na página 28, 3Q parágrafo, 4- linha, onde se lê "Série 2" deve ler-se "Série

1"

- Na página 28, Figura 4, onde se lê "Série 2" deve ler-se "Série 1" - Na página 28, Figura 4, onde se lê "Série 1" deve ler-se "Série 2"

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