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SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA MAÇÔNICO

RELATOR: MINISTRO JOSÉ FRANCISCO VAZ

Fui presente:

ELIVAL SANTOS DO NASCIMENTO Subprocurador Geral do GOB

PROCESSO Nº 397/2007 - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO MAÇÔNICO DO GOB

RÉ: CONSTITUIÇÃO DO GRANDE ORIENTE DO BRASIL (INCONSTITUCIONALIDADE DO PARÁGRAFO 2º DO ARTIGO 137)

RELATOR: MINISTRO JOSÉ FRANCISCO VAZ

RELATÓRIO

ADSON DO AMARAL, CIM nº 074.682, do Oriente do Guará – DF, em seu nome e na condição única de obreiro, arguí a Inconstitucionalidade do § 2º do artigo 137, da Constituição do Grande Oriente do Brasil.

Em suas argumentções exterioriza toda sua preocupação e zelo pela Ordem. Afirma que com o citado parágrafo, verifica-se graves lesões aos Princípios Maçônicos e a origem da Sublime Instituição.

Alega também flagrante contradição concernente a sua argüição dentro da própria carta em vigor.

Por fim pediu a declaração de Inconstitucionalidade de todo o teor do § 2º, do artigo 137, da nova constituição do Grande Oriente do Brasil.

O Sapientíssimo Irmão Presidente desta Corte – Alcides Martins encaminhou os presentes autos a relatoria, cabendo a mim fazê-lo.

Em primeiro despacho determinei fosse dado vista dos autos ao Grande Procurador Geral para que procedesse a sua manifestação a respeito da presente argüição.

O Ilustre Grande Subprocurador Geral do Grande Oriente do Brasil, André Luiz Marcondes Varella, após brevíssimo relato pugnou em preliminar pelo indeferimento de plano em razão do Requerente não se constituir parte legitima para propor esta espécie de Ação. Esclarecendo, ainda, quem detem legitimidade para propor Ação Direta de Inconstitucionalidade.

Por derradeiro pugna pelo indeferimento da exordial de plano.

Em sessão de julgamento presente o Grande Procurador Geral do Grande Oriente do Brasil, - Antônio Adonel Gomes de Araújo que após relatório deste, pediu vista regimental dos autos. Requerimento deferido. Autos entregues.

Os autos foram devolvidos pelo douto Grande Procurador Geral do GOB, com REPRESENTAÇÃO a este Órgão de controle Jurisdicional, na forma do art. 103, I, “c” da Constituição Maçônica requerendo seja a mesma recebida e autuada com Capa de Rosto do Processo Nº 397/2007, pugnando pela procedência da competente Ação Direta de Inconstitucionalidade do § 2º, do art. 137 da Constituição do Grande Oriente do Brasil.

Eis o RELATÓRIO.

VOTO

O nobilíssimo Irmão Adson do Amaral que inicialmente manifestou a inconstitucionalidade do § 2º do art. 137, argüido-á. Contudo ele (Adson) não é detentor de legitimidade para propor esta espécie de Ação. Disciplinando a própria Constituição, quem pode fazê-lo. (Art. 96)

O Ministério Público encampado a Ação proposta, inicialmente, pelo Irmão Adson do Amaral, representa a esta Excelsa Corte pela Inconstitucionalidade do referido parágrafo e dá desta feita legitimação ao feito.

Os legisladores, talvez com o intuito de dar mais celebridade aos trabalhos da Constituição cometeram o descuido de colocar um segundo parágrafo muito recheado ao artigo 137 da Constituição, que conflita de maneira frontal com os PRINCIPIOS E OS POSTULADOS UNIVERSAIS DA INSTITUIÇÃO. Princípios e Postulados estes aceitos e convencionados que para iniciar nos Augustos Mistérios da Maçonaria só poderão requerer e ser iniciado pessoa do sexo masculino.

Verifica-se que da forma como está o § 2º do art. 137, da Carta Magna vigente, caracteriza sobremaneira o excesso de poder exercido pela Constituinte quanto ao concernente aos cuidados que se deve guardar quanto ao respeito aos Princípios Gerais e inobservância das limitações que são impostas a cada Assembléia Constituinte os Postulados Universais da Sublime Instituição. Todavia, tal como se encontra fere gravemente a Ordem Maçônica.

“Art. 137, Ficam mantidas e reconhecidas a Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul. A Federação Nacional de Lowtons e a Ação Paramaçônica Juvenil.

§ 1º ...

§ 2º Fica expressamente reconhecida, para fins de direito, a Ordem DeMolay e Ordem Internacional das filhas de Jó”.

Observa-se como está vigendo o supracitado parágrafo do artigo da nossa nova Carta, acima transcrito, patente está a possibilidade de pessoas do sexo feminino vir requerer suas iniciações nos augustos Ministérios da Maçonaria.

A Ordem clama que não podemos jamais nos esquecer, quer como obreiros quer como membro de Órgão de Controle Jurisdicional, que os Princípios Gerais e os Postulados Universais são pilares que sustentam a integridade maçônica e eterniza a Sublime Instituição. É obrigação de cada iniciado zelar pelo seu não enfraquecimento e conseqüentemente pela sua perpetuação.

A Maçonaria não pode e não deve perder de vista a idéia de que nossa Constituição nada mais é do que o reflexo dos Princípios Gerais e os Postulados Universais. Os constituintes deveriam ter atentado em seus entendimentos que são eles (Os Princípios Gerais e os Postulados Universais) que ditam os parâmetros do Poder Constituinte. Tendo tornado “CLÁUSULA PÉTREA”, base inarredável das demais normas jurídicas da Sublime Ordem. Daí poder falar em inconstitucionalidade de normas.

Em suma a norma atacada, inserta no § 2º do artigo 137 da Constituição do Grande Oriente do Brasil encontra eivada de vício no seu texto original atacado, conflitado, como vimos com os Princípios

Gerais e os Postulados Universais da Ordem Maçônica, por facultar a iniciação de pessoa do sexo feminino nos augustos Mistérios quebrando desta feita principio milenar da Instituição. Podendo, em razão disto produzir graves lesões aos princípios e a origem da Ordem.

Isto posto, com fulcro no art. 103, inciso I, letra “c” da Constituição do Grande Oriente do Brasil, acolho a Representação formulada pelo Grande procurador Geral do Grande Oriente do Brasil para instaurar a competente ADIN – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONLIDADE referente ao § 2º, do artigo 137, da Constituição Maçônica em vigor. Julgo parcialmente procedente a presente ADIN, para declarar a inconstitucional e sem nenhum efeito, par declarar a inconstitucional e sem nenhum efeito, desde a vigência, a expressão “para todos os fins de direito” da atual Carta Magna, por agredir os Princípios Gerais e os Postulados Universais da Sublime Ordem.

É como VOTO.

Brasília - DF, 28 de março de 2008.

Ministro JOSÉ FRANCISCO VAZ Relator