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REPENSANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Vinicius Oliveira Seabra Guimarães1

Introdução

O presente capítulo propõe fazer apontamentos críticos acerca do cenário educativo brasileiro, especialmente no contexto formativo dos cursos de Administração. Para tanto, desdobraremos a análise sobre as condições e fronteiras do ensino superior privado demonstrando que a área educativa tem se tornado refém do lucro e com isso perdendo parte de sua identidade enquanto prática pedagógica, o que tem impactado diretamente na prática educativa dos professores e nos processos de ensino-aprendizagem dos alunos.

No que tange a prática dos professores dos cursos de Administração faremos apontamentos acerca dos constantes discursos desassociados da realidade objetiva dos alunos/as, que por vezes constroem uma relação fantasiosa ou ideológica acerca da sociedade e do próprio mundo do trabalho no contexto da sociedade atual. Nesse sentido, propomos uma diferenciação entre a formação de funcionário e a proposta formativa dos cursos superiores da área de Administração, ou seja, é preciso questionar se o curso está formando funcionários ou administradores. Não que se tenham um bom e outro ruim, a análise que propomos não é de juízo de valores, porém é preciso questionar a prática educativa

1 Graduado em Administração (PUC Goiás), Licenciado em Pedagogia (UNIFACVEST),

Licenciado em Sociologia (UNIDERP), Pós-Graduado em Gestão Escolar (UGF), Mestre e Doutorando em Educação (PUC Goiás). Atualmente é professor no UNICEUG, professor e coordendador do Curso de Administração da FAP.

que está em vigor, pois no Curso de Administração espera-se que formem administradores, como o próprio nome do curso propõe.

No mesmo caminho, ainda propomos no capítulo avaliar a construção do alunato de cursos superiores no Brasil, especialmente do Curso de Administração. Ou seja, é preciso ponderar sobre o que os alunos esperam e como eles esperam no que tange a prática educativa e formativa. Ao que parece a relação com a Faculdade/Universidade é mais utilitarista do que educativa o que tem favorecido a infantilização dos alunos, sendo que a representação estética disso é o possível surgimento do aluno- cliente, aceito hoje com relativa naturalidade acrítica.

Sobre ser professor (em IES privada)

A globalização é uma das marcas da sociedade do século XXI (SANTOS, 2001). Por conseguinte, as informações estão em constante mudança e os padrões sempre se transformando. O ensino superior privado no Brasil não está imune a essa ‘verdade’ dos tempos pós-modernos. Portanto, torna imperativo que os professores estejam sempre em constante aperfeiçoamento para que sejam capazes de responder eficazmente as questões do tempo presente. A formação e profissionalização dos docentes têm que ocupar primazia nas discussões acadêmicas, caso contrário o ensino superior privado brasileiro transmitirá uma mensagem descompassada das novas releituras mundiais e será impotente para transformar a realidade sócio-profissional esperada pelos alunos e alunas dos Cursos Superiores.

O presente século tem sido marcado pelas constantes mudanças e pela avalanche de informações disponíveis para a sociedade (BAUMAN, 2008; 2011), o que tem tornado as relações, e o próprio conhecimento, ‘líquidos’ e voláteis. Para tanto, torna- se indispensável que os professores do ensino superior acompanhem essa mudança na forma do saber e estejam aptos a interagir com a mutação do mundo do trabalho e seus possíveis diálogos com o mundo do conhecimento. A docência superior

necessita de profissionais da educação que estejam sempre em constante aprendizagem para que possam ser capazes de responder as questões desse tempo. Ser professor não pode ser resumido a uma parcela de tempo que se passa em sala de aula, pelo contrário, carece de uma dedicação de vida e uma busca insaciável pelo conhecimento e por respostas. Por isso, ser professor é estar sempre em condição de alunato. Nesse viés, a presença ou não da formação continuada de professores será fator determinante de sucesso ou de fracasso das Instituições de Ensino Superior, em especial da rede privada, a qual nos atentaremos mais especificamente nesse capítulo.

Um dos grandes problemas que faz com que os professores dos cursos de Administração no ensino superior da rede privada não desenvolverem uma cultura de formação continuada se deve a fato deles enfrentarem uma jornada de trabalho dupla, pois geralmente são empregados durante o dia e professores a noite. Com essa realidade trabalhista exaustiva (matutino, vespertino e noturno) é evidente que não há tempo para aperfeiçoamento e cursos de capacitação, além do stress inerente dessa dupla carreira. Dessa maneira, o professor tem que ser um verdadeiro malabarista e tentar conciliar as atividades de docente que incluem: o tempo de preparo de aula, a aula em si e as correção de atividades; e ainda conciliar com a rotina de outra atividade laboral, que requer realização de atividades administrativas, inovação, liderança e outras responsabilidades coletivas empresariais e Organizacionais. É visível que uma das duas áreas ficará prejudicada, e tristemente, quase sempre é o ser professor que fica relegado ao improviso – até mesmo porque, infelizmente, muitos nem reconhecem a docência como profissão.

A formação continuada dos docentes universitários da rede privada se apresenta como uma proposta distante da realidade de muitos desses profissionais da educação principalmente pela falta de incentivo financeiro para seguirem na carreira de docência. Pelo fato da educação superior privada ter se popularizado no Brasil nos últimos anos o valor das mensalidades ficaram mais acessíveis,

porém ‘do outro lado da corda’ o resultado foi similar, ou seja, a remuneração do professor também ficou baixa. Essa realidade aponta para a necessidade de se ter outras atividades profissionais para completar o orçamento familiar, inviabilizando a docência como carreira ou principal remuneração.

Outro fator que corrobora para que haja professores no ensino superior privado sem pretensões de continuar estudando e sem ambições de melhor se qualificar para o ofício de docente, é que as Instituições de Ensino Superior não fazem disto um pré- requisito para contratações. Tendo apenas uma pós-graduação lato sensu já é suficiente para ser professor por tempo indeterminado em várias instituições brasileiras. Contudo, reafirmamos que a profissionalização e a formação continuada dos professores do ensino superior privado são imprescindíveis para os que querem percorrer a jornada da docência no século XXI. Aqueles que são professores precisam entender que são, simultaneamente, alunos, isto é, precisam continuar estudando para serem professores. A profissionalização e a formação continuada dos professores irá fomentar a produção textual, científica e a pesquisa – pilares de saber em constante atualização. Nesse sentido, ser escritor, pesquisador e professor deveriam ser características inerentes a aqueles que ousam percorrer o caminho da educação.

A capacidade de escrever do professor fomentará o instinto de pesquisa e é por meio dessa investigação científica que se constrói um saber forte o suficiente para transformar pessoas e mudar opiniões, valores e atitudes. Seja pela busca de confirmação sobre um paradigma ou mesmo visando contradizer o mesmo, o campo da pesquisa se torna o palco perfeito para apalpar reflexões que por si próprio se tornam agente independentes e por conseguintes são passivos as críticas, o que é fundamental para o processo de aprendizagem. A capacidade de interação com a pesquisa e a produção científica fará com que o aluno (e/ou o professor) não apenas decore conhecimentos ou muito menos memorize alguns preceitos para o dia da prova, mas fará com que ambos envolvidos no processo aprendam e ressignifiquem os conteúdos.

Ser professor/a é ser um agente de reflexão, e para tanto, é preciso desenvolver a capacidade de sistematizar conhecimentos, correlacionar proposições de forma lógica, raciocinar criticamente, registrar coerentemente o conteúdo na forma escrita e ter maturidade de expor o produto final a outros cientistas do saber (professores e alunos), a fim de peneirar o então novo paradigma. O professor, então, não pode se contentar em ser apenas uma ‘babá’ de alunos, ou seja, simplesmente cuidando para que não façam bagunça dentro da sala de aula. Não pode se contentar em ser apenas um ‘torcedor’ que se satisfaz em estar na plateia esperando que o time (aluno/a) vença. Ser professor é incumbir-se da tarefa de fazer alunos/as se tornem pesquisadores e sujeitos pensantes, é empenhar-se para tornar os estudantes capazes de produzir reflexão. Tais postulados não seriam utópicos se os docentes tivessem para si mesmos esses patamares.

Sobre alguns mitos no Curso de Administração

Cada professor, em sua prática acadêmica, têm suas próprias dúvidas e inquietações que persiste em atormentar as normoses aulisticas (esse um neologismo irônico se faz necessário para dimensionar a normalidade aceita em sala de aula). Uma dessas inquietações que, particularmente, me assombra é perceber que, majoritariamente, os alunos do Curso de Administração das instituições de ensino superior em que tive contato não tinham seus estudos financiados pelas empresas que trabalham. Há mais de uma década faço a mesma pergunta em sala de aula e obtenho quase sempre os mesmos resultados: ‘levante a mão quem têm seus estudos financiados pela empresa que trabalham?’, resposta: uma ou duas pessoas levantam as mãos. Daí, questiono: ‘Por que a empresa que vocês (alunos) trabalham não paga a Faculdade para vocês?’, as respostas mais comuns são: ‘o meu chefe tem medo de eu (aluno) saber mais que ele’, ou, ‘porque é uma empresa que só pensa no lucro’. Então, faço a pergunta crucial: ‘por que vocês (alunos) estão estudando?’ A resposta é quase sempre: ‘porque

quero sair da empresa que trabalho hoje para ganhar mais’. Então, creio que aí está a resposta para primeira pergunta e aponta para um descompasso enorme entre as expectativas em relação ao mundo do trabalho e a expectativa em relação a formação acadêmica dos alunos dos cursos de Administração.

A ilusão de que as empresas (cargos de chefia em especial) têm medo da academia é um mito bem difundido aos discentes e, por vezes, propagados pelos professores. Tenho dúvidas se as empresas realmente tenham medo de que os funcionários, agora alunos, aprendam para ameaçar qualquer cargo dentro da empresa, pelas seguintes razões: 1) Infelizmente, o que se aprende nos cursos de Administração quase sempre não tem muito a haver com ser administrador, mais sim com ser o ‘funcionário do mês’, o que volta mais uma vez a discussão sobre a finalidade educativa dos cursos de Administração. 2) A maioria dos alunos de Administração, na minha vivência acadêmica, nunca tiveram experiência de administrar empresas/negócios, na verdade querem um emprego fixo e com uma suposta estabilidade, por isto estudam para concurso público, não para empreender, e mais uma vez a discussão volta para o duelo entre formar administradores ou formar funcionários.

3) O trabalho, para boa parcela dos alunos, é apenas um meio para se pagar contas no fim do mês, não é um negócio, não é uma paixão, não é uma ideia, não é um ideal, é apenas trabalho, qualquer trabalho. Nesse sentido, não há possibilidade de ameaçar a hierarquia existente. 4) Um parcela considerável dos que estudam Administração, reitero que digo a partir do que vivencio nas IES, escolheram o Curso de Administração por este ser o mais genérico e quase sempre o mais barato, então, não gostam de fato da área da Administração, apenas querem ter um diploma de Curso Superior, e, infelizmente, para muitos o Curso de Administração foi o caminho escolhido para a diplomação. Por tudo isso, e por mais um bucado de outras questões, insisto, que não acredito que as empresas se omitem de financiar os estudos dos alunos/funcionários por medo do conhecimento adquirido no

Curso de Administração. De fato, o que se tem é um hiato enorme entre a realidade e a expectativa, especialmente nos cursos de Administração, principalmente entre o que esperam os alunos e os professores, como endossa Gaulejac (2007) e Padilha (2015).

Outro fato que precisa ser destacado nesse discurso é que as empresas, geralmente, não tem intenção de financiar os estudos para os alunos-funcionários, pois uma parcela considerável dos alunos não estão lá por causa de uma pretensa carreira, apenas estão lá para trabalharem. Nesse sentido, é preciso diferenciar ambos os conceitos: quando digo ‘carreira’ pressuponho uma intencionalidade, um rumo, uma direção, uma planejamento, um foco, um norte, um caminho. O que não parece ser real em muitos casos. Isto se torna notório, pois muitos trabalham dois anos como atendente no Peg Pag da esquina, um ano de call center, dois anos de caixa de supermercado, seis meses num Pet Shop, e por ai vai. Não que tais atividades sejam ruins ou tenham em si algo depreciativo e nem que não seja possível ter carreira nesses exemplos, o que estamos questionando aqui é a variabilidade e a inconstância da intenção, do caminho, do rumo, da formação, ou seja, da carreira. Isso corrobora para a percepção que para muitos o trabalho é só trabalho, não uma perspectiva de carreira.

Dessa forma, é perceptível que não há internacionalidade, não há carreira, apenas há trabalho, qualquer trabalho, apenas para se pagar as contas no final do mês. Então, não justifica financiar os estudos para alguém que não tem carreira. Obviamente, que isto não quer dizer que não se possa mudar de empresa ou ramo de atividade, mas sim que se permaneça no mesmo ramo de atividade, construindo uma perspectiva futura, ou seja, carreira. A questão aqui não é quanto tempo você fica numa empresa, a discussão não é acerca do turnover, mas sim quanto tempo se tem de experiência num determinado ramo de atividade e avaliar o progresso/crescimento pessoal/profissional nesse ramo. Então, nesse sentido, é possível trabalhar a vida inteira e nunca ter tido uma carreira. Alias, é provável que nunca falte trabalho, mas isso, não necessariamente, tem haver com uma carreira.

Ademais, acredito plenamente que a pessoa que vende bombons na Faculdade tem mais proximidade com os conteúdos, competências e habilidades propostas no Curso de Administração do que o gerente de uma grande empresa, pela seguinte razão: administrar é, sobretudo, ter autonomia sobre os processos, então, isto não tem haver com salário e nem com cargos hierarquizados, mas sim com a capacidade de interferir e tomar decisões nas etapas e processos. A pessoa que vende bombons tem que decidir quantos bombons vai produzir por dia, tem que prever demanda para não haver desperdício, tem que saber a preferência dos clientes para levar os sabores que agradam a estes, tem que fazer leitura de cenário para antever aos concorrentes, tem que criar a estética das embalagens, tem que analisar a forma de logística de transporte dos bombons e o sistema de armazenagem para o momento da venda, tem que ter noção de custo, precificação e marketing, entre outras esferas da Administração.

A pessoa que vende bombons na Faculdade, de fato, administra o negócio, ainda que seja informal e pequeno, mas tem muito mais de Administrador aqui do que um funcionário com autonomia limitada, ainda que em cargo de gerência/supervisão. Isso porque aquele que vende o bombom é responsável e detém autonomia para interferir em qualquer etapa do negócio, inclusive detêm o poder de decisão de não mais produzir bombons, se assim quiser. De contra partida, o gerente de uma grande empresa tem uma autonomia limitada, precisa de autorização para implementar várias mudanças, reporta a vontade da diretoria da empresa, segue instruções dos administradores (geralmente donos) do negócio, e quase sempre só tem poder de decisão na área em que é gerente, limitando a abrangência empresarial. Reitero: a questão aqui não é quem ganha mais, mais sim quem realmente é Administrador.

A partir dessas inquietações, podemos repensar que o Curso de Administração deveria ser mais provocativo e menos conformista. Isso nos leva a considerar outros apontamentos. Por exemplo: deveria ter mais disciplinas que estimulassem os alunos a arriscarem num novo empreendimento, com ou sem fins

lucrativos, privado ou público. Deveria possibilitar tomadas de decisão com consequências reais, como vender bombons. Deveria discutir mais sobre Administração do que sobre ganhos, salários ou benefícios. Deveria haver menos livros de autoajuda e mais conteúdo reflexivo prático. Deveria ter menos euforia e mais motivação. Deveria ter uma parte de prática empresarial real, ao invés da Empresa Júnior ser uma mera cerimonialista de eventos e shows dentro das Faculdades.

O administrador tem que administrar, ou seja, ter autonomia, do contrário será apenas um funcionário com status hierarquizado. Nesse sentido, o Curso de Administração não é o lugar para formação de funcionários, para esses existem outros caminhos formativos, porém o Curso de Administração existe para formar administradores. O Curso de Administração não é para aqueles que querem o lugar do chefe, como se esse fosse o alvo. O Curso de Administração não é para quem quer prestar concurso público de nível superior e encontraram na Administração um caminho apenas de titulação e diplomação, isso prejudica as intenções formativas e enfraquece o curso. O Curso de Administração não é para aqueles que sentam numa carteira e escutam adestradamente o professor para passar na disciplina, muito pelo contrário, o Curso de Administração é um convite para gente ousada, destemida, engajada e comprometida. Gente esta que não se limita ao professor ou a instituição de ensino, mas atreve-se ir além dos limites e experimentar o novo, o desconhecido – arriscar-se por completo e surpreende a sociedade/mercado ressignificando o papel das Organizações na sociedade. Logo, voltando ao mito inicial: ‘por que as empresas não financiam os estudos dos funcionários?’ Outra resposta possível seria: pois para ser funcionário não precisa ser Administrador – e vice versa.

Sobre os processos avaliativos nas IES: a temível prova O grande leviatã que assombra a mente e coração dos alunos/as é a aterrorizante ‘prova’. Termo este que ao poucos foi ganhando

novas nomenclaturas com fins a não assombrar os discentes que resumem suas jornadas acadêmicas numa lauda de questões. Daí, surgem expressões do tipo: avaliações, trabalhos avaliativos, verificação da aprendizagem, entre outras expressões para suavizar e não amedrontar os corações dos alunos/as. De fato, pouco importa os nomes pomposos que se dão, quando este dia chega não resta dúvida, o medo se personifica nas salas de aula. Nada é mais horripilante para os alunos/as que a data da prova, é como conduzir ovelhas ao matadouro. Assemelha-se ao sentimento de desespero de soldados desarmados em plena guerra bélica. Então, a pior expressão que pode ser pronunciado nos rincões acadêmicos é: ‘chegou o dia da prova!’. Isso muda tudo.

A razão para tão grande terror tem várias vertentes: medo de o professor castigar os alunos – ao que parece os alunos acreditam veementemente que castigar faça parte da índole de se ser professor. Medo de não conseguir responder ao que o professor quer – dá a impressão que o aluno não está preocupado em aprender de fato, mas sim em concordar tematicamente com o professor. Medo de não saber a matéria – reação previsível aos alunos que fazem da educação um encontro social qualquer, sem comprometimento e reflexão prática. Medo de não passar na disciplina – tristemente para uma maioria esmagadora o que interessa é passar, não necessariamente aprender, por isto a prova é tão importante e apavorante.

As provas, de qualquer gênero, são recursos que visam, essencialmente, atender as necessidades da Instituição de Ensino no quesito padronização. Com as provas os alunos estão amparados para valer-se de recursos de revisão, caso se sinta prejudicados pela correção – por esta razão, muitos alunos decoram e colocam na prova igualzinho ao que se está no livro/apostila. Com as provas os professores estão amparados documentalmente para não terem que atender as necessidades socioeducacionais de cada aluno de forma individualizada – por esta razão, usam as provas para nivelar, ou talvez, em muitos casos, excluir. Com as provas as coordenações estão amparadas a encerrar

qualquer discussão entre alunos e professores, pois afinal a prova é, acima de qualquer suspeita, um documento – por esta razão não orientam avaliações participativas, orais ou grupais, que torna subjetivo os critérios. Ao que parece a prova se tornou mais um documento de defesa preventiva do que educativa.

Acredito que a função avaliativa deva estar subordinada à função educativa, ou seja, mais importante que obtenção de notas (ou as formas de obtenção de nota) e a capacidade do aluno de aprender. Para tanto, o planejamento educacional e as ações educativas devem contemplar de forma satisfatória a interação social do aluno-aluno, aluno-professor, aluno-sociedade. Já que as relações interpessoais estão presentes em todo o ambiente educacional, sendo que o próprio aprendizado se dá pela interação entre os agentes educacionais. Por isto, o aprendizado é fruto das interfaces das vivências. Por este