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4.1 O objeto

4.1.1 Reposicionamento 2014: Papel Digital O que vier

62 Em 2014, para celebrar seus 50 anos de existência, Zero Hora anuncia uma reforma editorial e gráfica. A partir do dia primeiro de maio daquele ano, o jornal apresentaria uma nova marca, logotipo e projeto gráfico. Site e aplicativos também ganhariam novos layouts. A mudança também alcançaria o conteúdo editorial da publicação: nova organização das editorias, colunas e cadernos. A editora do jornal, Marta Gleich, preparava os leitores para a transformação na Carta da Editora da edição de 27 de abril de 2014 – intitulada “O seu jornal dos próximos 50 anos”: “Daqui a quatro edições, na quinta-feira, sua Zero Hora mudará totalmente. [...] Prepare-se: vamos mudar mesmo, para atendê-lo ainda melhor.”25

No dia anterior à inauguração da reforma, 30 de abril, o leitor recebia o aviso novamente, agora na contracapa da edição impressa e também em postagens nas redes sociais do veículo: “Amanhã você vai virar uma nova página”. A reformulação do jornal quinquagésimo foi cercada por uma campanha publicitária intensiva e diversificada com o slogan “Papel. Digital. E o que vier”, acompanhada pelo lançamento do livro sobre o aniversário de 50 anos de Zero Hora e por uma programação de atividades culturais gratuitas para e com o público, realizada num espaço intitulado “Estação ZH”, durante 15 dias em um dos parques de Porto Alegre26. Uma das atividades foi o Piquenique dos 50 anos de Zero Hora, uma estratégia de aproximação com a audiência. O convite para participar do evento, publicado no Blog do Editor, anunciava:

Lá estarão nossos colunistas, jornalistas, numa grande aproximação de Zero Hora com o seu público [...] O piquenique se dará ao redor da Estação ZH, um espaço temporário do jornal no parque, que tem como objetivo levar um pedacinho de Zero Hora para perto do seu público. É mais uma maneira de dizermos “Estamos perto de você, leitor, queremos ouvi-lo, queremos que você seja parte deste jornal”. Na Estação ZH, vários shows, palestras e eventos têm sido presenteados ao público desde o dia 1º de maio, como uma forma de agradecimento aos leitores.27

A reforma gráfica transformou radicalmente a cara do jornal (em todas as plataformas) com um novo design, criado com base nas plataformas digitais, mais clean

25

ZH, 27/4/2014, p. 2

26

Ver em: http://www.gruporbs.com.br/noticias/2014/04/30/zero-hora-promove-mudancas-ao- comemorar-50-anos/. Acesso em: 28 mai 2018.

27

Ver em: http://wp.clicrbs.com.br/editor/2014/05/24/um-piquenique-com-os- leitores/?topo=13,1,1,,,13&status=encerrado. Acesso em: 28 mai 2018.

63 e arrevistado; cores e fontes tipográficas foram alteradas. Assim como o logotipo que condensou o nome do jornal para ZH ligado a um triângulo amarelo. O novo logotipo foi inspirado em ícones de objetos e símbolos que servem para localizar, focalizar e ressaltar: dobra de papel que marca uma página, seta que aponta, lanterna que ilumina, um ponto no mapa28. A simbologia da nova marca é a união de todas as plataformas, traduzindo um jornal multiplataforma, em consonância com o slogan da reformulação “Papel. Digital. O que vier.”.

Na reforma editorial, as editorias do jornal que somavam sete, foram reduzidas para quatro: Notícias, Sua Vida, Esporte e Segundo Caderno. A editoria Notícias agrega pautas sobre mundo, política, economia, geral e polícia. A editora de Notícias, Dione Kuhn, garantia: “A editoria é o pulmão do jornal. Diariamente, iremos selecionar os fatos mais importantes e tratá-los com análise, profundidade e pluralidade”29.

Já a editoria Sua Vida pauta assuntos que estão na rotina das pessoas, como comportamento, finanças pessoais, educação, saúde, família, espiritualidade, ambiente,

28

Fonte: Caderno ZH 5.0, ZH, 1/5/2014.

29

ZH, 1/5/2014, p. 3

Figura 1: Os logotipos do jornal Zero Hora antes e depois, respectivamente, da reforma de

64 mobilidade urbana e cotidiano. A proposta dessa nova editoria era refletir os debates que acontecem na rua, nas rodas de conversa, sobre temas que repercutem no dia a dia dos leitores.

O Segundo Caderno foi alterado para que funcionasse como um guia para o leitor com informações de lazer: festas, atividades para crianças, passeios e viagens curtas, além do conteúdo de cultura e entretenimento.

O caderno ZH Esportes continuou com o foco na cobertura da dupla Gre-Nal, a novidade é espaço para outros assuntos, reportagens com mais interpretação e análise e perfis de personalidade. Em relação à ZH Dominical, a repaginação se concentrou em oferecer um conteúdo mais arrevistado, com mais análise e valorizando a imagem e o design. A edição de domingo passou a ser mais densa e a corresponder ao hábito de leitura e aos interesses do leitor. É o que explicou a editora Cláudia Laitano na primeira ZH Dominical já repaginada segundo o novo projeto:

A nova edição de domingo foi concebida tendo em mente novos hábitos de leitura e focos de interesses do leitor. Pretender atender tanto quem busca uma leitura leve para o fim de semana quanto quem costuma aproveitar a folga para ler textos mais longos e aprofundados (ZH, 3/5/2014, p. 31).

Após a mudança, ZH atentou e respondeu às impressões de seu público sobre a reforma, ao longo dos primeiros 15 dias. A reação ao remodelamento do jornal foi intensa por parte dos leitores; os comentários nas notícias postadas na página no Facebook eram, em sua maioria, sobre o novo projeto e na seção Leitor na edição impressa o assunto foi dominante (GRUSZYNSKI; LIDEMANN; DE OLIVEIRA, 2014, p. 14). Na segunda edição (11/5/2014) de ZH Dominical com a reforma já implementada, é publicada ZH Presta Contas, uma seção dedicada a divulgar as alterações feitas em reposta à crítica do público. Esta seção vai reaparecer na edição de 1° de junho, informando outros pedidos de alterações atendidos durante o primeiro mês pós-reforma.

4.1.2. Reposicionamento 2015/2016: Perto para entender. Junto para