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3. RACIOCÍNIO BASEADO EM CASOS

3.5. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA DE RBC

3.5.1. Representação dos Casos

Um caso é uma parte contextualizada de um problema que representa uma valiosa experiência de onde pode-se tirar boas lições no futuro. Um caso pode ser visto sob dois aspectos: o que ele pode ensinar e o contexto no qual ele se insere. Determinar o que é um caso, é o primeiro problema na modelagem do RBC (Weber, 1997). São os casos que contém elementos para que a solução do problema proposto seja alcançado.

Esta seção é composta por: => Modelagem dos Casos => Modelagem de Memória => Indexação

3.5.1.1.Modelagem dos Casos

Na representação dos casos há dois componentes básicos: a descrição do problema e a descrição da solução. A descrição do problema é realizada através da atribuição de características que descrevem o problema de entrada. A descrição da solução consiste em determinar quais características descrevem a solução do caso, apontando a solução do problema de entrada e informando qual o resultado da aplicação desta solução ao problema de entrada (Weber, 1996).

A base de casos consiste na coleção de casos que representam a base de conhecimento de um sistema de RBC. A memória compreende a base de casos e os mecanismos de acesso dessa base a outros módulos da arquitetura do sistema (Kolodner, 1993).

Apesar de ser um dos primeiros modelos de representação de conhecimento de IA, o modelo de memória com o uso de redes semânticas não é capaz de representar o conhecimento em sua totalidade (Slade, 1991). Como conseqüência dos esforços dos psicólogos também interessados na busca de um modelo de representação, Tulving (1983) apresentou o modelo de memória episódica. No intuito de encontrar um paradigma capaz de representar o conhecimento, os pesquisadores de IA continuavam sua busca, com os melhores resultados, em termos de raciocínio analógico, sendo alcançados pela equipe de Roger Schank em Yale. Suas pesquisas desencadearam o desenvolvimento do modelo de memória conceituai. (Schank, 1982), dos scripts e posteriormente dos “MOPS”, pacotes de organização de memória e do modelo de memória dinâmica (Schank, 1982).

Dentro do escopo de RBC, ao tratarmos de modelagem de memória existem dois aspectos que precisamos enfocar separadamente. O primeiro trata-se do tipo de filosofia de representação que um dado sistema simula, que pode ser, entre outros, memória episódica ou memória dinâmica. O segundo, utilizado quando pretende-se um enfoque de implementação (redes semânticas), a modelagem da memória trata da estrutura da organização adotada para os casos. (Weber, 1996).

3.5.1.2.1.Memória Prototípica

Um dos aspectos associados aos paradigmas em construção da memória, ou seja, da filosofia de representação da memória é a memória prototípica, que foi empregada primeiramente no sistema PROTOS desenvolvido por Porter e Bareiss (1986) para representar categorias de doenças auditivas. A memória prototípica é indicada especificamente para sistema que fazem classificação (Kolodner, 1993).

PROTOS representa uma experiência de aplicação de RBC que tem muita relevância porque ele se propõe a executar a tarefa de classificação, e esta tarefa é normalmente é

indicada para ser representada através de sistemas conexionistas. O PROTOS teve uma performance comparativamente superior, representando que o RBC é capaz de ter uma performance tão boa ou melhor que sistemas conexionistas também para tarefa de classificação.

A memória prototípica é utilizada para classificar um novo caso de entrada dentro de uma das categorias representadas na mesma. Uma das suas vantagens refere-se a um incremento na velocidade da recuperação na medida que o primeiro associa-se o novo caso a sua categoria (ou protótipo) para posteriormente procurar o caso mais similar somente entre os casos associados a este protótipo.

Ainda, a memória prototípica consiste numa representação de conhecimento especialista condizente com a forma que este conhecimento é transmitido pelos mesmos, ou seja os especialistas normalmente transmitem informações sobre o seu domínio de conhecimento de forma abstrata e genérica; mesmo que este conhecimento tenha sido adquirido através de experiências (Heinisch et al, 1997).

Dentro do projeto o qual o presente trabalho se insere, a utilização do paradigma da memória prototípica visa, inicialmente, construir uma memória capaz de abranger o subdomínio de prescrição de Atividades Físicas contemplando o conjunto essencial de categorias de prescrições.

Outra vantagem do emprego desta memória é a possibilidade da construção de uma memória que, apesar de pequena consegue abranger um subdomínio por inteiro, podendo servir como base inicial para um sistema que cresça em robustez com o próprio uso.

3.5.1.3. Indexação

A indexação de casos é feita a partir de um conjunto de características que representam um caso. A função da indexação é orientar a avaliação da similaridade dos casos da base. Segundo Watson (1997), os índices devem:

• ser prognósticos;

• endereçar os propósitos dos casos que serão usados;

• ser abstrato o bastante para permitir a ampliação dos casos da base; • ser concreto o bastante para serem reconhecidos no futuro;

Os índices representam uma interpretação da situação, a maneira como alguém pensa sobre determinada situação e a circunstância no qual ela ou ele querem lembrar o fato ( Kolodner, 1997).

Kolodner (1996) que dois aspectos devem ser enfocadas ao tratar os índices: o primeiro é definir o vocabulário e o segundo é como estes índices vão ser valorados.

O sucesso do vocabulário de índices é determinado pelo conhecimento do domínio que o especialista possui, portanto este processo pode ser considerado uma representação do conhecimento (Kolodner, 1996).

Segundo Weber (1997), o que realmente interessa na indexação é o seguinte: em função da tarefa, definir um índice, é definir sobre qual dimensão (ões) a (s) experiência (s) serão comparadas sob o enfoque do especialista.

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