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Representação dos contatos por Estado e respectiva porcentagem da amostra e

Fonte: Diagrama elaborado pela pesquisadora.

Consideramos expressivo o número de retornos obtidos e, também, equilibrado entre os Estados, visto que as respostas se aproximaram dos 50% nos três, embora o Paraná tenha ficado um pouco abaixo dessa média, com 42,9% de adesão, e Santa Catarina acima, com 56,3%. Ao trabalharmos mais os dados, considerando apenas os retornos do questionário de forma completa, o panorama muda um pouco - os dados de PR e RS caem para 37% e SC se mantém nos 50%. Mesmo assim, trata-se de valores importantes visto que muitas pesquisas de cunho institucional, como órgãos ligados à classe audiovisual, não têm alcançado esse resultado.82

82 Em 2012, o Instituto Estadual de Cinema do RS - Iecine, realizou um mapeamento dos produtores

audiovisuais em que localizaram 198 produtoras de conteúdo audiovisual, mas somente 39 responderam à pesquisa. Disponível em: https://iecine.files.wordpress.com/2013/06/2012_relatorio1.pdf Acesso em: 31 out. 2016.

111 No questionário, elencamos questões que nos permitissem esboçar um mapa da cadeia produtiva considerando localização e formas de constituição dos produtores, para qual gênero se volta a maior parte de sua produção, em quais lugares os documentários circulam e se há um planejamento dessa circulação, e de que forma a produção é organizada.

2.4.2 Um mapa da dinâmica da produção e circulação de documentários

Os dados obtidos por meio do questionário foram processados no Sphinx e no Excel, softwares de coleta e análise de dados. Dos 58 produtores que responderam, como observado no diagrama acima, 13 são oriundos do Paraná, 24 de Santa Catarina e 21 do Rio Grande do Sul. Abaixo é possível visualizar a distribuição dos produtores conforme suas cidades de origem. São 16 cidades representadas, sendo 7 do Rio Grande do Sul, 7 de Santa Catarina e 2 do Paraná.

Gráfico 6 - Distribuição dos respondentes conforme cidades e Estado.

Fonte: gráfico elaborado pela pesquisadora.

Ainda há uma grande concentração da produção nas capitais dos Estados, de onde provêm 67% dos retornos ao questionário. Mesmo com essa concentração, ainda podemos considerar que há uma pequena descentralização nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, embora algumas regiões fiquem excluídas da representação, como a região centro-norte de SC e a região oeste e noroeste do RS.

2 11 1 1 1 1 2 13 2 1 1 15 32 1 1

112 Mapa 5 - Distribuição geográfica dos respondentes.

Fonte: gráfico elaborado pela pesquisadora.

Do total de respondentes, 69% são proprietários ou sócios da produtora/grupo de realização audiovisual, 21% são associados e os demais são freelancer, funcionário ou voluntário. A porcentagem majoritária significa que a produtora/grupo se institui como empresa privada (40), já o restante refere-se a coletivos de produção (8) e a associações sem fins lucrativos (8). Ainda, registramos uma cooperativa e uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).

113 Gráfico 7 - Perfil organizacional dos respondentes.

Fonte: gráfico elaborado pela pesquisadora.

Adentrando nas questões de produção, 72% dos realizadores têm o documentário como principal gênero produzido. Isso não exclui o filme de ficção, mas mostra um número expressivo sobre a relação com a não-ficção. Outro elemento interessante é que as obras são, na maioria, de curta-metragem (62%), seguida de média-metragem (27%). A produção de longa-metragem ainda não ocupa um espaço muito significativo nesses grupos de realizadores, apenas 10%, como se pode observar no gráfico a seguir. Não há como apontar os motivos de forma precisa, já que o questionário não contemplou esses elementos, mas as opções por metragens curtas e médias podem estar em questões como o envolvimento com o projeto, já que um longa demanda mais tempo de produção, de disponibilidade de equipe e de equipamentos; pode estar no tema, que se encaixa nesse tipo de metragem; e também pode estar na relação com a circulação, isto é, os caminhos que um curta encontra para circular são diferentes de um longa-metragem. Por exemplo, para um acesso efetivo do público a uma produção via internet, a possibilidade de que o espectador assista a um curta até o fim é muito maior do que um longa.

68% 14% 14% 2% 2% Perfil organizacional Empresa privada

Associação sem fins lucrativos

Coletivo de produção

Cooperativa

114 Gráficos 8 e 9 - À esquerda, distribuição da produção por gênero. À direita, distribuição por categoria.

Fonte: gráficos elaborados pela pesquisadora.

A média de documentários produzida anualmente trouxe variações. Do total da amostra, 21% produzem um documentário por ano enquanto 19% produzem dois e 14% dizem não possuir uma constância de produção. Isso significa que mais da metade da amostra, 54% precisamente, possui uma produção discreta. Cabe salientar que dentro desta porcentagem estão os produtores que têm como eixo produtivo a ficção, representada por pouco mais da metade, 55%. Quer dizer que, neste caso, a produção de documentários está em segundo plano, o que torna natural essa média. Ainda, acrescenta-se aqui, do total da amostra, que 3% produzem um documentário a cada dois anos.

Logo, excluindo os realizadores dedicados à ficção, a porcentagem de produção entre um e dois documentários anual cai para 30%, aproximando-se da outra parte do total da amostra que corresponde aos 28% que produzem de três a oito documentários anualmente. Isso demonstra que o potencial da produção ainda está na parcela que não é tão expressiva, isto é, a realização de um ou dois documentários por ano, talvez porque esta parcela não trabalhe dentro da perspectiva do circuito de mercado. As demais porcentagens estão distribuídas em 9% que não informaram a média, 5% que não produzem mais e 1% que produz três documentários a cada dois anos.

Outras informações coletadas nos permitem refletir a respeito dos tipos de produção, se documentário ou ficção, das categorias e das formas de circulação dessa produção. Na análise da distribuição de gêneros por Estado, há um equilíbrio entre a produção de ficção e não-ficção pelos respondentes do Paraná. Dos 13, seis produzem mais ficção e sete dos realizadores mapeados dedicam-se ao documentário. No Rio Grande do Sul, também há um certo equilíbrio, já que dos 21 respondentes, 13 voltam-se para o documentário enquanto oito

62% 28%

10%

Produção por categoria

Curta-metragem Média-metragem Longa-metragem 72,40%

27,60%

Produção por gênero

Documentário Ficção

115 dedicam-se à ficção. Já em Santa Catarina, temos a preponderância na produção de documentários sendo que de 24 respondentes, apenas dois deles voltam-se para a ficção.

Em relação à categoria, isto é, se as produções são de curta, média ou longa-metragem, a prevalência é de curta-metragem, apontada por 36 dos 58 respondentes, enquanto 16 destacam-se para a produção de média e apenas 6 em longas. No diagrama abaixo, vemos a distribuição desses números por Estado. Embora haja preponderância do curta-metragem, percebemos um equilíbrio, em Santa Catarina, entre a produção de curta e média-metragem. O longa destaca-se no Rio Grande do Sul, mas ainda assim não se trata de um dado de grande representatividade.

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