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representação gráfica, realizada por uma criança, da cabeleireira que deu o

CAPÍTULO V – CONCLUSÃO

Desenho 9- representação gráfica, realizada por uma criança, da cabeleireira que deu o

participou no jogo.

Neste jogo, as crianças continuaram a dar demasiada importância aos bens materiais tal como o dinheiro (GL: Arranjei o cabelo porque tinha dinheiro para pagar.). Perante alguns comentários, concluímos que praticamente todas as crianças têm um gosto especial por ir ao cabeleireiro, mostrando-se desinibidos, concentrados e interagiram muito mais uns com os outros, talvez por estarem a transportar para a ficção o que entendem da realidade, uma vez que ao cabeleireiro nunca se vai nem se está sozinho (PO: Anda aqui que eu quero pintar-te o cabelo, agora vou cortar e depois vou secar; MA: Gostei muito de ir ao cabeleireiro. Estou bonita, pareço uma princesa; MA: Senta aqui para o D. te lavar o cabelo e eu te pintar as unhas; KC: Gostei de estar na caixa a receber o dinheiro, mas

65 depois ainda fui pôr gel no cabelo. Ficou fixe, parecido com o cabelo do meu pai; MI: Já viste os nossos penteados fixes? Sou eu, o KC e o GL, somos muito amigos mas temos penteados com gel muito diferentes. E viemos todos juntos ao cabeleireiro; CQ: gostei de pintar as unhas aos clientes, tinha muitos vernizes e de muitas cores; RR: Gosto do meu penteado feito com gel. Eu queria pôr sempre mas não tenho e a minha mãe diz que me estraga o cabelo; SR: A CQ fez muitos penteados, mas o HC não estava a trabalhar, só estava a brincar com o gel; TF: Olha a MV a fazer-me o penteado. Está a ficar bem?; DT: Eu sou a cabeleireira. Faço penteados a todos os meninos; IS: O que mais gosto de fazer aqui na cabeleireira é pintar as unhas com a cor que eu escolhi.).

ACTIVIDADE Nº 3: Jogo dramático coletivo – Ida ao supermercado

Intencionalidade educativa: Com este jogo de dramático, pretendemos encorajar a

criança a interagir com o outro, favorecendo assim a descontração, a desinibição, a expressividade, o autocontrolo, a confiança em si e nas suas capacidades.

Introdução da atividade:

O jogo dramático em que se representou uma “Ida ao supermercado” foi implementado no dia 09 de maio, integrado na planificação semanal de Prática de Ensino Supervisionada II. Para introduzir este jogo foi narrada uma pequena história sobre uma ida ao supermercado, fazendo-se acompanhar de uma pequena representação onde foi retirada do bolso uma lista de compras para induzir as crianças a construírem as suas listas para posteriormente irem ao supermercado fazer as suas compras.

Descrição do jogo dramático:

Finalizada a introdução, distribuíram-se as personagens para dar início ao jogo dramático, esta distribuição foi realizada aleatoriamente, havendo assim um caso excecional, pois achou-se pertinente colocar nas caixas registadoras, as crianças que as tinham trazido de casa, pois a maioria das crianças contribuiu com pequenas coisas, tais como, frutas, legumes, pão, peixe, carne (tudo de plástico), embalagens vazias de diversos produtos,

66 máquinas registadoras e cartazes de promoções, para que fosse possível a realização deste jogo dramático.

De seguida as crianças exploraram as diferentes personagens que lhes foram atribuídas, tais como, funcionários da padaria; funcionários da fruta; funcionários do talho; funcionários da peixaria; funcionários de caixa e as restantes crianças exerceram o papel de consumidores em que alguns eram pais, mães, filhos, outros familiares ou amigos. Os adultos responsáveis pelo grupo foram exercendo sempre um papel de uma personagem e ao mesmo tempo de mediadores.

Houve alguns constrangimentos, visto que duas das crianças fizeram um pouco de birra, pois não queriam que as restantes crianças brincassem com os objetos que estes tinham levado para o jogo.

Reflexão da atividade:

Depois de já terem realizado dois jogos dramáticos, as crianças ao longo deste jogo revelaram uma maior desinibição, autocontrolo, confiança em si e no outro. Os jogos de imitação contribuem para a criança aprender a dominar o corpo, para desenvolver a capacidade de autocontrolo e de regulação das suas atitudes impulsivas. Sabemos que nesta faixa etária, as crianças se encontram em pleno processo de desenvolvimento e como tal, vivem o seu corpo de forma muito intensa, explorando diferentes possibilidades de movimento e de expressão através da imitação.

Na fase inicial do jogo as crianças riram-se bastante, alheando-se completamente do papel que cada uma estava a interpretar, mas, progressivamente, elas próprias foram sentindo a necessidade de assimilar e cumprir as regras estabelecidas.

Uma minoria demonstrou comportamentos menos adequados, pois não queriam partilhar os brinquedos trazidos de casa, uma vez que em cada jogo foi solicitado às famílias que contribuíssem com materiais e adereços para que fosse possível a sua realização (KC: Eu não vou emprestar as minhas coisas aos outros meninos; GL: dá-me o carrinho, porque ele é meu.).

Podemos referir que todas as crianças participaram empenhadamente e que procuraram dar o seu melhor relativamente ao papel que cada uma desempenhou (DA: Tens de pagar

67 antes de levar; KC: Já comprei o que queria; MV: Quem quer vender? Oh, enganei-me. Quem quer comprar?; TF: Eu acho que vou levar isto porque é muito bom; RR: Deixa lá ver o que é que eu vou comprar; SA: Peço para vir à caixa dois; MA: dá cá que eu peso aqui a fruta; IM: Vou pagar porque já comprei muita coisa; IP: Queres peixinho? Olha que é muito bom; PO: Vou fechar a caixa para descansar um bocado; JG: Não quero ir comer. Quero brincar mais.). A realização deste jogo proporcionou a vivência de várias situações promotoras do desenvolvimento da criatividade e expressividade, da capacidade de observação, imitação, cooperação e interação.

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