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Representação por sistemas familiares e por geração

Como já foi referido no primeiro capítulo deste trabalho, dos vários modelos possíveis de organização e descrição da informação produzida por cada família, consideramos que o que melhor de adapta à organização da informação produzida por esta é o modelo sistémico que tem vindo a ser aplicado ao estudo de arquivos de família394.

da Universidade do Porto; SANTOS, Cláudia Valle – Os homens e o poder: a elite da governança e a

articulação de poderes em Montemor-o-Novo (século XVI). Lisboa: 2001. Tese de mestrado em História

Moderna apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

384 GOMES, Rita Costa – “As elites urbanas no final da Idade Média. Três pequenas cidades do interior”,

cit., p. 229-237.

385 FERREIRA, Maria da Conceição Falcão – Uma rua de elite na Guimarães medieval (1376-1520), passim; ead. – “Elementos para um estudo sociotopográfico de Guimarães na baixa Idade Média: um

espaço residencial de elite”, cit., p. 179-216.

386 Veja-se o trabalho de síntese em COSTA, Adelaide Millán da – “Elites and oligarchies in the late

medieval Portuguese urban world”, cit., p. 67-82 e o trabalho pioneiro ead. – “Vereação” e

“Vereadores”, passim.

387 BRITO, Pedro de – Patriciado urbano quinhentista…, passim; id. – “As elites locais e suas famílias no

Portugal Moderno”, cit., p. 193-206, onde o autor especifica a evolução do conceito de homem bom e cidadão.

388 SILVA, Francisco Ribeiro da – O Porto e o seu termo…, passim.

389 MONSALVO ANTÓN, José M.ª – “Gobierno municipal, poderes urbanos y toma de decisiones en los

concejos castellanos bajomedievales (consideraciones a partir de concejos salmantinos y abulenses)”. Las

sociedades urbanas en la España Medieval. Actas de la XXIX semana de Estudios medievales de Estella.

15 al 19 de julio de 2002), Pamplona: Gobierno de Navarra, 2003, p. 419.

390 BARRIO BARRIO, Juan Antonio – “La gestión pública, el bien común y la creación de redes sociales

en los municípios medievales del reino de Valencia, ss. XIII-XV”. In VILAR, Hermínia Vasconcelos; CUNHA, Mafalda Soares da; FARRICA, Fátima (coord.) – Centros periféricos de poder na Europa do

Sul (séculos XII-XVIII). Lisboa: Colibri-CIDEHUS/UE, 2013, p. 97.

391 SOLÓRZANO TELECHEA, Jesús Ángel – Santander en la Edad Media: patrimonio, parentesco y poder. Santander: Servicio de publicaciones de la Universidad de Cantabria-Ayuntamiento de

Torrelavega, 2002.

392 GUERRERO NAVARRETE, Yolanda – “Redes clientelares en las estratégias de poder urbanas.

Burgos, siglo XV”, cit., p. 147-148, 172.

393 Veja-se atrás no capítulo I a nota 86 e ainda MOLINA PUCHE, Sebastián – “Familia y elite local en la

Castilla Moderna: conceptualización y balance historiográfico”. In HERNÁNDEZ FRANCO, Juan; CUNHA, Mafalda Soares da (org.) – Sociedade, família e poder na Península Ibérica. Elementos para

uma História comparativa. Lisboa-Madrid: Colibri-CIDEHUS/UÉ-Universidade de Murcia, 2010, p. 228. 394 Nomeadamente por LEME, Margarida Maria de Carvalho Ortigão Ramos Paes – Costas com Dom: Família e Arquivo. Reconstituição e estudo do arquivo desaparecido (século XVI); passim; NÓVOA, Rita

Luís Sampaio da – O Arquivo Gama Lobo Salema..., passim; SOUSA, Maria João d’Orey de Figueiredo Cabral da Câmara Andrade e – O arquivo da Casa de Belmonte…, passim, só para citar os mais recentes.

75 O modelo, tal como propõe Armando Malheiro da Silva395, assenta num quadro orgânico-funcional decorrente da identificação de um sistema de informação com um corpo e como tal dotado de organicidade, decorrente precisamente da noção de corpo ou unidade familiar de Antigo Regime396 e que é conferida pelas gerações, articuladas na sucessão. Adiante teremos ocasião de explicitar melhor o modelo, a partir do caso concreto em estudo.

Apresentadas brevemente as famílias estudadas, passa-se a explicar como se organizou a informação a elas relativa, que por vezes atingiu uma dimensão muito vasta. A família produtora/acumuladora foi identificada como sendo um sistema de informação, as várias gerações da mesma foram identificadas com as secções desse sistema ou, como no arquivo Gama Lobo Salema, com os subsistemas de informação que o constituem397.

No caso do ALB o sistema de informação foi nomeado pela Biblioteca Nacional de Portugal como Almada e Lencastre Bastos, designação decorrente do nome de família do último proprietário e proponente da sua venda ao Estado português – João de Almada e Lencastre Bastos.

No entanto, e como referimos no capítulo II, dedicado à história custodial deste sistema de informação, o chamado arquivo Almada e Lencastre Bastos resultou da junção física no mesmo local, a partir de 1827, de dois fundos documentais distintos – o cartório dos Viscondes de Vila Nova de Souto del Rei (Almada e Melo398) e o cartório do Conde da Feira (Forjaz Pereira Coutinho) com, como pudemos demonstrar, sistemas de cotação e descrição (inventário) totalmente distintos um do outro.

Tendo em consideração este pressuposto e após análise, uma vez mais, da história custodial, concluímos que o fundo documental que prevaleceu até à extinção dos morgadios em 1863399 foi o Almada e Lencastre Melo Velho400, ou dos Viscondes de Vila Nova de Souto del Rei, uma vez que proveio por via masculina e de

395 SILVA, Armando Malheiro da – “Arquivos familiares e pessoais. Bases científicas para aplicação do

modelo sistémico e interactivo”, cit., p. 55-84; id. – “Da memória ao acesso à informação na Casa de Mateus: as bases e objectivos de um projecto sistémico”, cit., p. 305-317.

396 Veja-se a este respeito HESPANHA, António Manuel – Como os juristas viam o mundo. 1550-1750. Direitos, estados, pessoas, coisas, contratos, ações e regimes. Lisboa: ed. do autor, 2015, p. 278, 282-

284.

397 NÓVOA, Rita Luís Sampaio da – O Arquivo Gama Lobo Salema..., p. 301-302.

398 O sobrenome Bastos deve-se, como já mencionado acima e no capítulo II, ao apelido do seu último

proprietário, João Almada e Lencastre Bastos, que lhe adveio por linha paterna.

399 E para além desta, tendo-nos chegado documentação dos seus elementos até princípios do século XX.

BNP, ALB, Roma, cx. 116, n.º 191, cap. 1, doc. n. n. – Cópia de carta de Manuel de Almada a António de Oliveira Salazar, sobre a questão leiteira em Lisboa. Lisboa, abril de 1934. 6 fls. dactilografadas.

76 primogenitura – condição maioritariamente consignada ao longo dos séculos para a sucessão hereditária e também morganática401 – em detrimento do fundo documental relativo ao subsistema Pereira Forjaz Coutinho, que entrou por via de herança de Maria Joana Pereira Forjaz Coutinho, terceira Viscondessa de Vila Nova de Souto del Rei, irmã do último Conde da Feira, por falecimento deste sem sucessão geracional, como temos vindo a referir. Como também já dissemos, os dois fundos documentais foram transmitidos ao quarto Visconde de Vila Nova de Souto del Rei sem este os ter refundido num só, mantendo sistemas de arrumação e cotação diferentes. É sintomático que a análise do nome deste último titular, António José de Almada Melo Velho e Lencastre Carvalho Fonseca Castro e Camões Pereira Forjaz Coutinho Barreto de Sá Resende Magalhães, permita identificar, pelos apelidos, a totalidade dos morgadios que administrou até à data da sua morte, ocorrida em fevereiro de 1863, poucos meses antes da promulgação da lei que os veio a extinguir.

Identificado o sistema, passemos aos subsistemas. No que se refere a estes, identificámos e selecionámos para o presente estudo seis subsistemas aos quais se agregaram – por via de ramos familiares, de casamentos, por sucessões por primogenitura e masculinidade ou por nomeação – mais alguns subsistemas, constituindo subsistemas destes ou, como sugere Rita Nóvoa, subsubsistemas402.

Os subsistemas são os Valadares, Ribeiro, Magalhães, Carvalho, Cunha e Barreto, tendo associados a eles outros subsubsistemas e a estes subsubsubsistemas pelas razões acima mencionadas.

Para cada uma destas famílias e para cada um dos seus elementos foi elaborada uma ficha prosopográfica obedecendo aos seguintes elementos: data de existência (física ou atividade); dados biográficos e genealógicos, relações estabelecidas, documentação produzida. Estas fichas obedecem, no limite, aos campos de descrição de ficheiros de um registo de autoridade arquivística preconizados pelo Conselho Internacional de Arquivos e que são disponibilizados na base de dados final do trabalho403. A estas fichas prosopográficas/ficheiros de autoridade, foram associados os

401 HESPANHA, António Manuel – Como os juristas viam o mundo…, p. 445-447; ROSA, Maria de

Lurdes – O morgadio em Portugal…, p. 102-107.

402 NÓVOA, Rita Luís Sampaio da – O Arquivo Gama Lobo Salema..., p. 301.

403 Utilizando o software AtoM, como descrito no capítulo V desta dissertação e disponibilizada no

servidor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa em

77 documentos por si produzidos enquanto casal, ou no desempenho de alguma atividade social ou profissional e bibliografia, como verificaremos adiante no capítulo V.

Para melhor distinção entre uns subsistemas e outros, até porque havia remissivas de um subsistema para outro404, os subsistemas foram numerados de I a VI sendo os seus subsubsistemas, por sua vez, ordenados alfabeticamente e numerados de 01 a “n”, como por exemplo: Subsistema II – Ribeiro; subsubsistema II.01 – Dinis; subsubsistema II.02 – Pinto; subsubsistema II.03 – Sá e sucessivamente, como podemos ver no ponto seguinte da presente dissertação.

Quando foi necessário recorremos ao numeral romano para distinguir dois subsubsistemas com nomes semelhantes – exemplo: subsistema Magalhães I e Magalhães II.

Como já referimos acima, no que diz respeito aos subsubsistemas, foram introduzidos em cada subsistema, em função de acontecimentos específicos que causaram a entrada de novos grupos parentais e sua documentação. Exemplos claros deste procedimento encontram-se na estruturação feita aos subsistemas Valadares e Magalhães, os mais complexos deste estudo, para a qual foi necessária essa introdução.

Desde logo, pela constituição e formação das próprias famílias envolvidas. A constituição dos subsubsistemas deveu-se maioritariamente pela incorporação da documentação associada ao elemento, geralmente feminino, de uma determinada geração. Pelo casamento dos sujeitos A e B, o elemento B trouxe, na maioria das vezes, documentação produzida pela sua família – pais e irmãos, e que foi conservada pelo casal e gerações posteriores. Esta foi a via mais comum de incorporação de documentação, presente em todos os subsistemas, tendo em consideração o enquadramento social e jurídico – a tutela do marido sobre a mulher, no que diz respeito à administração dos bens do casal e, consequentemente, dos que a mulher trouxe em dote. Apenas após o falecimento do marido ou por incapacidade deste as mulheres geriam o património familiar e tomavam decisões, como pudemos observar no caso do subsistema Barreto.

Depois, uma outra forma de entrada de documentação foi causada pela nomeação, geralmente por via testamentária, de um dos elementos do casal como administrador de um vínculo instituído por parente mais ou menos afastado ou mesmo por um elemento externo à família. Por fim, uma terceira forma de entrada de

78 documentação nos sistemas de informação deu-se pela aquisição (onerosa ou não) de determinada propriedade, tendo entrado não só o documento dessa aquisição e ainda documentos antigos relacionados com o bem. Uma das vantagens deste modelo orgânico é o facto de permitir que se abram tantos subsistemas quantos necessários sem ter de reformular todo o trabalho já efetuado.

Cada um deles, subsistemas e subsubsistemas, foi dividido em secções arquivísticas, equivalendo a gerações, e cada secção em subsecções tantas quantos os produtores de informação, seguindo uma ordem cronológica405. Cada secção é, portanto, constituída por elementos de uma geração, a qual se inicia com a união de um homem e uma mulher, união que na sociedade de Antigo Regime significava casamento, e que por ela passavam a constituir um só corpo (familiar) ao qual se agregam os filhos406. Tal como na família, em que as gerações se sucedem até ao fim da mesma, assim no sistema ou subsistema de informação onde se sucedem as secções, tantas quantos os produtores de informação.

A primeira subsecção de cada secção é constituída pelos nomes do casal fundador de cada geração: quase sempre em primeiro lugar figura o nome masculino do casal e só depois o nome feminino, um ou mais, consoante os matrimónios realizados. O nome ou título pelo qual é designada é o que deriva da associação do último nome do elemento masculino ao último nome do elemento feminino, seguido da data de início da relação – a data do casamento ou pelo menos a menção da data em que seguramente se encontravam casados.

No entanto a ordem da disposição dos nomes da primeira subsecção pode ser subvertida – no caso de Inês Vasques (fundadora de um morgadio, designado por morgadio do Canidelo e administrado pela família Ribeiro) o seu nome surge em primeiro lugar por ter sido ela não só a fundadora do mesmo, como também pelo facto de ter sido ela a nomear um elemento da sua família, João Álvares Ribeiro, como seu sucessor na administração do morgadio fundado.

A segunda subsecção é constituída pelo nome do primeiro elemento da primeira subsecção e, no caso de haver um segundo matrimónio, a terceira subsecção tem o nome do segundo cônjuge. Não o existindo, a terceira subsecção e as seguintes serão designadas pelos nomes de irmãos do primeiro elemento da primeira subsecção que não

405 SILVA, Armando Malheiro da – “Arquivos familiares e pessoais. Bases científicas para aplicação do

modelo sistémico e interactivo”, cit., p. 70.

79 tenham casado e que, nesse caso, constituíram um subsubsistema familiar, associado ao subsistema.

Tendo o subsistema de informação iniciado na primeira secção com o casal fundador da família, considerado o primeiro produtor de documentação, a segunda secção será constituída pelo filho ou filha desse casal que garantiu a continuidade da família e da produção informacional da mesma. De igual modo a terceira secção será constituída pela geração seguinte, filha da anterior e assim sucessivamente, seguindo a lógica cronológica e designada pelos nomes dos constituintes.

Para diferenciar a produção documental pessoal da familiar, assim como a documentação produzida no exercício de determinado cargo ou função, foi necessário recorrer à organicidade pessoal que constitui cada fase de vida do indivíduo, como a infância, adolescência/juventude e adulto/velhice407, que foram representadas como

subdivisões da subsecção indivíduo. Desta forma, em cada subsecção foram associados os documentos produzidos pelo casal, no caso da primeira, na segunda subsecção e seguintes os produzidos apenas por um dos elementos do casal, seguindo-se depois os documentos produzidos pelos filhos solteiros, no caso da família terminar. Havendo uma segunda secção, os documentos dos filhos solteiros serão aí colocados, após os do irmão/irmã.

Associados aos nomes completos dos produtores estão as datas em que viveram, precedidas de floruit (flor.), na impossibilidade de apurar datas de nascimento e morte concretas, de modo a produzir registos de autoridade unívocos, sobretudo em casos de homonímia e de forma a que possam constituir, com vista no preenchimento dos campos de identificação da base de dados associada408, pontos de acesso normalizados. Em cada registo de autoridade constam, necessariamente e respeitando as normas da ISAAR (CPF), os elementos biográficos e genealógicos de cada um dos elementos, cargos públicos ocupados, atividades desenvolvidas.

Explique-se por fim o âmbito cronológico dos subsistemas. Considerámos como data inicial do subsistema a data grafada no primeiro documento, relacionada com o elemento da primeira secção, a fundadora, do subsistema de informação. Por limite cronológico, os critérios estabelecidos foram os seguintes: no subsistema Valadares, levámos o limite cronológico até à secção de João de Valadares Carneiro, falecido cerca

407 ROSA, Maria de Lurdes – “Arquivos de Família: para um roteiro de temas e problemas”, cit., p. 78. 408 UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Arquivística Histórica [Em linha]. Lisboa: FCSH, 2015- [Consult. 20 jul. 2019]. Disponível na WWW: <URL: http://www.arquivisticahistorica.fcsh.unl.pt/>.

80 de 1639, herdeiro e administrador de vários morgadios nomeados por parentas solteiras e com obrigatoriedade de nome (Carneiro), por herança e sucessão da família paterna (Valadares) ou administrados por esta (Machucho), embora estes últimos ainda aparentados.

No caso do subsistema Ribeiro o limite cronológico estabelecido foi a “saída” da administração do morgadio do Canidelo da família Ribeiro como dote de Antónia de Sousa pelo casamento desta com Francisco Furtado de Mendonça em 1565.

Para o subsistema Magalhães o limite cronológico foi a secção de António de Magalhães de Meneses, nomeado sucessor e depois destituído na sucessão da administração do morgadio instituído pelos seus pais, interdição devida ao desrespeito de uma das cláusulas de sucessão no mesmo, o que demonstra que a instituição e respeito pelas regras sucessórias pelos instituidores eram, efetivamente, lei a cumprir409.

Para o subsistema Carvalho determinámos como limite cronológico a secção de Luís Lopes de Carvalho, para analisar o comportamento da família marcada por várias quebras na varonia e como se comportou nessas ocasiões – o morgadio foi sendo sucessivamente transmitido de tio para sobrinho, desde a sua instituição. O mesmo podemos dizer no que se refere ao subsistema Cunha, como já atrás fizemos menção, cujo limite cronológico foi precisamente a secção de André Velho de Azevedo II.

Por fim no caso do subsistema Barreto, o mais homogéneo no que se refere à sucessão e o mais volumoso respeitante à conservação da documentação, definimos o seu limite cronológico até à secção de Fernão Nunes Barreto II, o maior produtor documental presente no ALB até ao final do século XVII.

Para a elaboração dos gráficos que representam a produção informacional do sistema e cada subsistema, assim como das secções e subsecções identificadas, estabelecemos também alguns critérios.

Em primeiro lugar o período cronológico assentou na identificação do documento mais antigo existente em todos os subsistemas analisados. Assim, foram criadas as divisões cronológicas de produção documental: anterior a 1400, 1400-1450, 1451-1500, 1501-1550, 1551-1600, 1601-1650.

No que se refere às variáveis, o eixo da variável “número de documentos” teve por mínimo o valor 0 e por máximo a unidade 100, para permitir alguma visibilidade

81 das quantidades de documentos produzidos pelos subsistemas, o que serviu para todos os subsistemas documentais, com exceção do subsistema Barreto, que ultrapassou largamente esse valor – mais de quinhentos documentos produzidos. Para as secções o mesmo eixo teve como valor máximo 20, tendo servido para a maior parte das secções e subsecções, pelo mesmo motivo de visibilidade, com as exceções nos casos de João de Valadares, João de Valadares Carneiro, Diogo Lopes de Carvalho, António de Magalhães de Meneses, todos com pouco mais de vinte documentos produzidos numa determinada tipologia documental. Apenas nos casos de Gaspar Nunes Barreto e do seu filho Fernão Nunes Barreto II esse valor foi claramente insuficiente pelo que, no último, nos levou a criar um gráfico cujo valor do referido eixo foi de 300 documentos produzidos.

Quanto ao eixo da variável “tipologias documentais”, tendo em conta tanto a sua frequência como a sua importância, considerámos as seguintes: (documentos de) compra, venda e posse de propriedade; escambo; emprazamento; doação; mercê, nomeação; testamento, partilhas, inventários (de bens); acordos, vedorias, composição; quitação, renúncias; dote, casamento; procurações; tombos, demarcações de propriedade; livros de registo, listas; instituição de morgadio (que não testamento); sentenças; justificações, certidões; confirmações, autorizações; cartas missivas. De todas as elencadas a tipologia a que mais registámos foi, em todos os subsistemas e secções, a de contratos de compra de propriedade.

Nos quadros genealógicos das famílias elencadas representámos apenas os produtores documentais, tendo marcado a cinzento alguns elementos familiares necessários para a construção e explicitação das ligações de parentesco. Essa identificação cinzenta deve-se ao facto de não termos documentação por si produzida, atribuída ou identificada no ALB. A caracteres normais estão representados os produtores e a negrito marcámos aqueles que instituíram ou foram administradores de vínculo.

82 3. Quadros de classificação dos subsistemas de informação

01 04 I - SUBSISTEMA VALADARES (1480-1653) SECÇÕES VALADARES CARNEIRO SOARES PEREIRA 02 SS I.03 - MACHUCHO I 03 SS I.01 - CARNEIRO I

NOMES GERAÇÕES SUBSISTEMAS - SS

SUBSUBSISTEMAS - SSS