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REQUISITOS PARA ADMISSÃO DO MEMBRO ADULTO NO MOVIMENTO

4 A RESPONSABILIDADE CIVIL DO MEMBRO ADULTO DO MOVIMENTO

4.1 REQUISITOS PARA ADMISSÃO DO MEMBRO ADULTO NO MOVIMENTO

Este capítulo visa o estudo do instituto da responsabilidade civil, presente no nosso ordenamento jurídico, analisando a sua aplicação dentro do Movimento Escoteiro no Brasil e a compatibilidade com as regras e normas utilizadas para a administração do Escotismo. Isto porque, o membro adulto voluntário possui um papel de educador no movimento, garantindo a aplicação do conceito, princípios e o propósito através de um método educacional não formal. Vislumbra-se que a sua relação direta com o membro jovem é de suma importância para o desenvolvimento pessoal, além de compreender a necessidade de vivenciar um mundo melhor e receber o conhecimento da importância do Escotismo na sociedade em geral. Contudo, desta relação também pode ocorrer situações que acarretem a responsabilidade civil e o dever de indenizar.

Con

4.1 REQUISITOS PARA ADMISSÃO DO MEMBRO ADULTO NO MOVIMENTO ESCOTEIRO

Compreende-se que, assim como toda organização, o Movimento Escoteiro possui requisitos para a admissão de membros adultos nos termos de sua política nacional. Contudo, o preenchimento dessas condições é facilmente acessível, tendo em vista que apenas busca a participação de pessoas que compreendem e identificam-se com os propósitos do Escotismo e, por fim, que decidem dedicar-se na aplicação do método através princípios dispostos.

4.1.1 A Política Nacional de Gestão de Adultos

Primeiramente, deve-se levar em consideração que a entidade União dos Escoteiros do Brasil (UEB) representa a Organização Mundial do Movimento Escoteiro neste país, com o mesmo intuito de divulgar, expandir e praticar o Escotismo e os ensinamentos deixados pelo

fundador Baden-Powell. Através das diretrizes e do modelo de administração, há requisitos que devem ser respeitados quando na admissão de membros adultos voluntários.

Destarte, o processo de gestão de adultos dentro do Movimento Escoteiro segue três etapas:

a) Captação: Esta etapa do processo compreende na seleção de pessoas adultas para a colaboração com o Escotismo. Primeiramente é realizada uma avaliação de necessidades nos Grupos Escoteiros, bem como no nível Regionais e Nacional, para que posteriormente sejam selecionados interessados nas vagas disponíveis (ESCOTEIROS DO BRASIL, 2014b, p. 07). Importante destacar que a seleção deve respeitar todos os princípios e por isso segundo Escoteiros do Brasil (2019a, p. 10) “[...] deve promover o diálogo entre as diversas gerações, garantindo que novas lideranças ocupem cargos e funções de responsabilidade, [...] promovendo a diversidade tornando assim o Movimento Escoteiro acessível a todos os seguimentos da sociedade”. Assim que o novo membro adulto sentir-se acolhido dentro do movimento, ocorre o início da integração e da aprendizagem, sendo apresentado o Escotismo em si e os seus ideais.

b) Capacitar: O enfoque desta etapa é o desempenho na formação do adulto voluntário, que de acordo com o Escoteiros do Brasil (2019a, p. 11) passará por uma “construção de conhecimentos, habilidades e atitudes”. Essa capacitação deve, portanto, seguir um sistema de aprendizagem dividido em: formação personalizada, que leva em consideração a personalidade e a competência de cada indivíduo; sistema de cursos sequenciais, tendo em vista que o Movimento Escoteiro apresenta uma grande diversidade de cursos para que o adulto procure se especializar naquele assunto de seu extremo interesse; e a formação contínua que apresenta o aperfeiçoamento de forma constante, pois todos o ser humano sempre está disposto a aprender algo que não faz parte do seu conhecimento. Ainda, considerando que o sistema de cursos sequenciais faz parte da formação do membro adulto voluntário a divisão ocorre por níveis, sendo o primeiro o nível preliminar, depois o básico e, por último, o avançado (ESCOTEIROS DO BRASIL, 2014b, p. 16-18).

c) Acompanhar: A evolução do membro adulto voluntário é o objeto desta etapa, onde durante todo o processo de formação e de atuação na prática é acompanhada, assim o escotista ou o dirigente recebe apoio necessário para o desemprenho da sua função (ESCOTEIROS DO BRASIL, 2019a, p. 14).

À vista disso, o membro adulto voluntário é o responsável por realizar a aplicação do Programa Educativo do Movimento Escoteiro. Devendo sempre ser observado se houve a

sua capacitação para tanto, não bastando o seu ingresso no movimento, e sim a apresentação do domínio e conhecimento daquilo que está disposto a aplicar nas atividades.

4.1.2 Acordo de Trabalho Voluntário

O voluntariado está definido na Lei nº 9.608/1998, sendo realizado em diversos ramos da sociedade, onde a prática de dedicar-se totalmente ao cuidado de alguns indivíduos é desempenhada por pessoas com sentimentos altruístas. Importante destacar que não há qualquer tipo de remuneração no exercício deste trabalho, e de acordo com o art. 1º da referida Lei (BRASIL, 1998) pode ser oferecido “[...] a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência à pessoa”. Há, ainda, de se considerar que o interesse neste tipo de trabalho é realmente um exercício de cidadania, pois são colocados em evidência diversos valores relacionados a ética e a moral humana.

O Escotismo é um movimento educacional, com o intuito de proporcionar atividades diversificadas às crianças e jovens e que, conforme relatado anteriormente, utiliza da dedicação de adultos voluntários na aplicação dos seus princípios. Haja vista que o método escoteiro visa a ensino não formal, deve-se levar em consideração que deverá existir uma garantia por parte do Movimento Escoteiro na execução do projeto educacional. Para tanto, os adultos voluntários que se comprometem a participar e seguir os princípios criados por Baden- Powell devem, de fato, concordar com os termos impostos pela organização. Imprescindível apontar que o acordo é realizado de forma totalmente voluntária, sendo vedado qualquer forma de participação obrigatória.

Por conseguinte, o adulto concorda e assina um compromisso com o Movimento Escoteiro, este documento é denominado de Acordo de Trabalho Voluntário (ANEXO A) e respeita todos os fundamentos estabelecidos na Lei nº 9.608/1998. Vincula o escotista ou dirigente a respeitar as obrigações recíprocas e as disciplinas necessárias para a prestação do trabalho voluntário, sendo que este não gerará vínculos empregatício (ESCOTEIROS DO BRASIL, 2014b, p. 19).

O Acordo de Trabalho Voluntário será assinado pelo escotista ou dirigente, que decidiu fazer parte do Movimento Escoteiro e aceitou a nomeação de um cargo específico, e pelo responsável da Unidade Local a qual estará vinculado. Segundo os Escoteiros do Brasil

(2014b, p. 11) o documento conterá a descrição do cargo; prazo de validade; compromissos e responsabilidades; o apoio prestado pela Unidade; os métodos de avaliação; bem como a participação de testemunhas é fundamental.