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A implementação do gerenciamento integrado dos resíduos sólidos é importante e necessário nas organizações para garantir um melhor aproveitamento da matéria prima, reduzindo a geração de resíduos sólidos e seu descarte no meio ambiente.

Resíduos sólidos conforme a Lei 12305 que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), são assim definidos:

Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d‟água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010).

A Resolução nº 313, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 2002), de 29 de outubro de 2002, define resíduo sólido industrial:

É todo o resíduo que resulte de atividades industriais e que se encontre nos estados sólidos, semi-sólidos, gasoso – quando contido, e liquido – cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede publica de esgoto ou em corpos d‟água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da melhor te na leicnologia disponível. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição (BRASIL, 2002).

No que tange aos princípios previstos na PNRS, destaca-se o artigo sexto que apresenta a prevenção da geração de resíduos sólidos como o primeiro princípio:

I - a prevenção e a precaução;

II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;

III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;

IV - o desenvolvimento sustentável;

V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta; VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade;

VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;

IX - o respeito às diversidades locais e regionais;

X - o direito da sociedade à informação e ao controle social; XI - a razoabilidade e a proporcionalidade (BRASIL, 2010).

Ainda, os objetivos da PNRS são assim dispostos no artigo 7, onde a não geração de resíduos sólidos destaca-se como a primeira etapa de gerenciamento dos mesmos.

I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;

II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços;

IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais;

VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;

VII - gestão integrada de resíduos sólidos;

VIII - articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e f inanceira para a gestão integrada de resíduos sólidos;

IX - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;

X - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei nº 11.445, de 2007;

XI - prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para: a) produtos reciclados e recicláveis;

b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis;

XII - integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

XIII - estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;

XIV - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambienta l e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético;

XV - estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável (BRASIL, 2010).

Nessa direção, e considerando os princípios e objetivos na PNRS, destaca- se a aplicabilidade da metodologia P+L no processo produtivo. Cabe ressaltar que as empresas além de cumprir as normas ambientais é importante adotar a P+L implementando ações voltadas para a sustentabilidade, como decorrência terão a oportunidade de aperfeiçoar seus lucros e desempenho.

Nesse sentido Manzini e Vezzoli (2002) destacam:

[...] as empresas são atores sociais que,dentro do sitema de produção e consumo, detem os maiores recursos em termos de conhecimento, de organização e de capacidade de tomar iniciativa. Elas tem, portanto um papel central na promoção da sua transformação em direção a sustentabilidade. Mas a possibilidade que elas tem de desempenhar tal papel tem necessariamente ser confrontada com o tema da competitividade, Para as empresas, cada escolha operativa favorável ao ambiente só pode ocorrer com a condição de não prejudicar a sua competitividade (MANZINI; VEZZOLI, 2002, p. 73).

Na Figura 14 apresenta-se no nível 1 e nível 2 a minimização de resíduos e emissões. Na sua impossibilidade medidas de minimização o nível 3 apresenta a reutilização de resíduos e emissões.

Figura 14 – Escopo de atuação da metodologia Produção mais Limpa P+L

Fonte: Centro Nacional de Tecnologias Limpas (2006 apud RENSI, 2006).

Quanto a classificação dos resíduos sólidos, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2004) apresenta os mesmos conforme descrito a seguir:

a) resíduos classe I – perigosos:

São aqueles que apresentam riscos a saúde pública, provocando ou acentuando, de forma significativa, um aumento de mortalidade ou incidência de doenças ou riscos ao meio ambiente, quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma inadequada. Estes resíduos podem apresentar uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade.

b) resíduos classe II – não perigosos:

Esta classe divide-se em resíduos classe II A e classe II B. resíduos classe II A – não inertes;

a) resíduos classe II A - não inertes:

Podem ter propriedades tais como, biodegradabilidade, combustibilidade ou solubitilidade em água.

b) resíduos classe II B – inertes:

Os resíduos classe II B inerte é qualquer resíduo que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT (2004), e submetidos a um contato dinâmico conforme ABNT 2004), não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.