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3.2 Saneamento rural

3.2.3 Resíduos sólidos

Os resíduos sólidos contribuem de forma direta e indireta para a poluição do meio-ambiente, como também na proliferação de vetores que se alimentam desses resíduos e que por conseqüência auxiliam na disseminação de doenças prejudiciais à saúde humana. Dada essa importância, se faz necessário o destino correto dos resíduos produzidos pela população.

Lixo é o nome dado a todos os tipos de resíduos sólidos resultantes das diversas atividades humanas ou ao material considerado imprestável ou irrecuperável pelo usuário, seja papel, papelão, restos de alimentos, vidros, embalagens plásticas (OLIVEIRA, 1997, p. 49).

Segundo Oliveira (1997, p. 49), em razão das atividades humanas são produzidos diversos resíduos sólidos de origem orgânica ou inorgânica, que podem ser definidos como:

- orgânicos: materiais que se putrificam, como restos de alimentos, originários de animal ou vegetal, papel, madeira e fibras naturais.

- inorgânicos: materiais sintéticos de difícil decomposição, como vidros, metais e plásticos.

Sendo assim, se faz necessário estabelecer os tipos de tratamento aos resíduos, levando em consideração as suas origens e características para que sejam realizadas ações corretas quanto o transporte e destino final dos resíduos.

Ao realizar-se o emprego correto do acondicionamento e destino final dos resíduos, é possível manter um equilíbrio junto a população no que se refere ao saneamento. Da mesma forma com o destino correto dos esgotos, mas, para que isso seja possível, além das ações da população é imprescindível a aplicação de um sistema público eficiente, que envolve a coleta, o transporte e o destino final.

Em geral os resíduos são classificados como: resíduo domiciliar, comercial, industrial, contaminado e radioativo. Com isso, são indicados armazenamento

adequados ao tipo de material, como forma de evitar contaminação e poluição ambiental, bem como atender os aspectos sanitários junto as moradias, estabelecimentos comerciais, indústrias, vias públicas e no meio ambiente como um todo (OLIVEIRA, 1997, p. 51).

Em relação ao resíduo domiciliar, o qual tem maior enfoque no estudo desta pesquisa, são usualmente acondicionados em sacos de polietileno, ou acomodados em caixas até a coleta, no caso dos reciclados. Situações assim são bastante comuns nas áreas urbanas, tendo em vista existir serviço público de coleta, situação diferente da área rural, em que a maioria não possui esse serviço e o destino final dos resíduos, muitas vezes, é feito de forma incorreta.

Os dados apresentados pelo IBGE (PNAD, 2015), quanto ao destino dos resíduos sólidos na área rural, mostram que em todas as regiões do país há números expressivos na opção "outro destino". Compreende-se que a opção outro destino refere-se a queima, lançamento dos resíduos diretamente a céu aberto ou em rios e córregos próximos as propriedades. A Figura 8 ilustra esses dados os quais estão distribuídos por região nas áreas rurais.

Figura 8 - Destino dos resíduos sólidos nos domicílios rurais

Fonte: PNAD (2015)9

Ao se fazer uma análise na Figura 8, tem-se que 64,7% dos domicílios rurais classificam o destino dos resíduos sólidos como "outro destino", ou seja, não é feita nenhuma coleta desses resíduos. Ainda, as observações feitas pela FUNASA, baseado nos dados do IBGE (PNAD, 2015), é de que há uma discrepância no

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Disponibilizado os dados do IBGE (2015) no site da FUNASA (www.funasa.gov.br). Acessado em 09 de abril de 2017.

destino dos resíduos sólidos dos domicílios da área urbana com a área rural, pois 92,8% dos domicílios urbanos é coletado diretamente, em contrapartida, nos domicílios rurais essa coleta é somente 27,2% dos domicílios.

O processo de reciclagem do resíduo é uma das soluções para maximizar a vida útil dos aterros sanitários, o que vem sendo um dos problemas em diversos locais. Esta situação pode ser tratada de diferentes formas, mas a coleta seletiva e a separação dos resíduos, quando feita corretamente pela população e com ações e investimentos do poder público, têm por consequência eficientes resultados ambientais e à saúde humana.

Em média de 35 a 45% do que se descarta diariamente são materiais recicláveis, porém, mais de 50% são de matéria orgânica que podem ser transformados em adubo. Ainda, segundo Oliveira (1997), os rejeitos não-recicláveis representam apenas uma parte do resíduo.

A prática pela queima dos resíduos inorgânicos é bastante comum, motivada em alguns casos por questões de hábitos, falta de coleta ou de orientação aos moradores. A incineração é recomendada e também a forma mais adequada para os casos de resíduos provenientes de hospitais, clínicas veterinárias e de materiais tóxicos. Ao contrário, quanto utilizada para queima de qualquer material gera desperdício de material e poluição do ar (OLIVEIRA, 1997).

No que se refere aos resíduos sólidos é importante citar a Lei nº 12.305 (BRASIL, 2010), a qual dispõe sobre a classificação dos resíduos sólidos, categorizando-os quanto à origem e quanto à periculosidade. Quanto à origem, os resíduos sólidos podem ser classificados como: domiciliares, de limpeza urbana, sólidos urbanos, comerciais, de saneamento básico, industriais, de serviços de saúde, da construção civil, agrossilvopastoris, de serviços de transporte e de mineração.

A compostagem é outro meio utilizado para o destino final dos resíduos orgânicos. Define-se como o processo natural de decomposição biológica de materiais orgânicos e pela ação de microorganismos, não sendo necessário a adição de qualquer componente físico ou químico junto ao lixo para que esse processo ocorra (MANUAL DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS, 2001).