Os reservatórios de armazenamento e controle de cheias podem ser fechados, abertos, de superfície ou enterrados, dependendo da área disponível, da localização e também da legislação vigente, conforme Nakazone, (2005), podem ser definidos quanto a concepção são definidos como:
a) Armazenamento: Promovem a redução do pico das enchentes, armazenando temporariamente as águas, sem necessariamente reduzir o escoamento superficial;
b) Infiltração: Reduzem os volumes escoados utilizando dispositivos que facilitam sua infiltração no solo e promovem a recarga do lençol freático.
Quanto a armazenagem podem ser definidos como:
a) Retenção: Quando o escoamento superficial é armazenado por longos períodos, pode possuir finalidades de abastecimento de água para fins não potáveis, infiltração local, melhoramento paisagísticos, etc;
b) Detenção: Quando o armazenamento acontece em curtos períodos, usualmente menor que 24 horas, com a vazão de saída menor que a vazão de entrada, e o volume da saída igual ao volume de entrada, quando vazio pode ser utilizado para fins recreacionais;
c) Condução: Quando o armazenamento é feito de forma transitória, no próprio sistema de drenagem, com a utilização de seções mais amplas e baixas velocidades.
Segundo Filho et. al. (2014), os armazenamentos por condução minimizam o açoreamento e erosão, reduzem a velocidade de escoamento, através de dispositivos para tal finalidade, pode-se observar alguns exemplos nas figuras 6 e 7, esses dispositivos podem também, melhorar a qualidade da água, desde que haja a devida manutenção, e também criam oportunidade de recarga de aquíferos.
Além de seu uso principal com a finalidade de amortecimento de cheias e permitem a criação de espaços de recreação e lazer como na figuras 7, 8 e 9. Estas medidas também incentivam a recuperação, revitalização e reintegração da sociedade com os rios, de acordo com as figura 7, 8, 9 e 10.
Figura 6: Foto de dispositivo redutor de velocidade
Fonte: Filho et. al. (2014).
Figura 7: Foto de espaços de recreação e lazer criados às margens do rio
Fonte: Filho et. al. (2014).
Figura 8: Revitalização e integração de um rio
Figura 9: Foto de espaços de recreação e lazer em Santiago do Chile
Fonte: Souza (2011).
Figura 10: Revitalização de rio
Fonte: FCTH (V1, 2012).
Reservatórios de detenção subterrâneos, são definidos por Canholi (2005), como áreas normalmente secas, mas pensadas pra receber o deflúvio apenas durante e após as chuvas. O tempo de detenção é relacionado com os picos máximos de vazão requeridos a jusante e os volumes armazenados.
Segundo IBGE (Brasil, 2013), reservatório de detenção ou de amortecimento de cheias é uma “Estrutura que acumula temporariamente as águas pluviais com a função de amortecer as vazões de cheias e reduzir os riscos de inundações a jusante.” Com “O objetivo principal do dispositivo de armazenamento é a retenção do escoamento, para posterior liberação do volume. Entre eles estão bacias de detenção, retenção nos lotes e microdrenagem de forma linear.” (FCTH, V1, 2012).
As figuras 11 e 12, mostram exemplos de “[...] reservatórios de detenção, popularmente conhecidos como “piscinões”, são estruturas de acumulação temporária das águas de chuva, que contribuem para a redução das inundações urbanas.” (PORTLAND, 2013), no qual a figura 11 retrata um reservatório fechado, e a figura 12 um reservatório aberto, com múltiplos usos, o qual pode ser utilizado para recreação e lazer quando não estiver em uso.
Figura 11: Desenho em corte de reservatórios de detenção subterrâneo
Fonte: Desenho esquemático elaborado por FCTH. Adaptado de Manual de Drenagem Urbana da Região Metropolitana de Curitiba - PR apud PORTLAND, (2013).
Figura 12: Desenho de reservatórios de detenção aberto
Fonte: Canholi, (2005).
De acordo com Righetto et al., (2009), “A introdução de reservatórios de detenção tem sido uma solução de grande sucesso na região metropolitana de São Paulo e em muitas cidades de médio e de grande porte.” Como se pode observar em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Tóquio, dentre outras.
Tucci e Bertoni (2003), anunciam uma solução integrada: “O ideal é buscar conciliar a coleta e tratamento do esgotamento sanitário somado a retenção e tratamento do escoamento pluvial dentro de uma visão integrada”.
Os reservatórios são comumente classificados de acordo com a sua posição em relação ao curso do rio, são denominados em série (in line) e em paralelo (off line), geralmente a escolha do modelo à ser adotado está diretamente ligado com o espaço físico disponível. Muitas vezes nos centros urbanos, essa falta de espaço torna-se um obstáculo difícil de transpor- se, campos de futebol, praças, áreas grandes e abertas, geralmente são o caminho encontrado, definindo o modelo à ser adotado. (PORTLAND, 2013 e CANHOLI, 2005).
Os reservatórios de detenção além de efetuar o controle dos alagamentos e das inundações, podem ser utilizados para o armazenamento de água, entretanto no brasil essa medida tem dificuldade de aplicação devido a carga de poluentes lançadas nos rios e nas águas de deflúvio.
2.8.1 Reservatório em série (in line):
Os reservatórios em série se caracterizam por estarem muito próximos ou na linha principal do sistema de drenagem, implantados sobre ou ao longo do curso d’água. Como ilustra a figura 13. Tem por característica a reposição dos escoamentos de forma atenuada e retardada, ao sistema de drenagem. Sua aplicação é usual em regiões periféricas, cabeceiras de bacias ou bacias pouco urbanizadas.
Figura 13: Desenho esquemático de reservatório em série
Fonte: FCTH. Adaptado de Manual de Drenagem Urbana De Curitiba apud PORTLAND, (2013).
2.8.2 Reservatório em paralelo (off line):
Os reservatórios em paralelo são caraterizados por receberem volumes de água desviados da rede de drenagem principal, “armazenar volumes maiores, uma vez que o fundo do reservatório pode ser mais profundo que o leito do córrego. Neste caso, comumente há a necessidade de utilização de bombas para o esvaziamento do reservatório”. (PORTLAND, 2013). Logo após o pico de vazão devolvem as águas ao sistema de drenagem. (CANHOLI, 2005). São comumente aplicados em regiões densamente urbanizadas de uma bacia, muitas vezes afastados do curso d’água, como mostra a figura 14.
Figura 14: Desenho esquemático de reservatório em paralelo
Fonte: FCTH. Adaptado de Manual de Drenagem Urbana De Curitiba apud PORTLAND, (2013).
Dependendo da situação, da disponibilidade de espaço para alocação, e da finalidade da obra, se pode aplicar os dois modelos simultaneamente, em série e em paralelo. Sendo um reservatório em série para reter os volumes iniciais do deflúvio, por normalmente conterem a maior carga poluidora. E um reservatório em paralelo para a utilização dessa água. (CANHOLI, 2005).
3 MATERIAIS E MÉTODO