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Com as vazões calculadas e o comparativo dos hidrogramas foi possível realizar o cálculo de estimativa de volume que essa chuva irá produzir e qual o volume de detenção necessário utilizando esses reservatórios de detenção para uma potencial diminuição de enchentes e alagamentos.

Através das fórmulas de McCuen (1989), utilizando dos hidrogramas pré e pós urbanização foi calculado o volume de detenção necessário que foi igual a 16.432,14 m³.

Esse é o volume necessário de detenção, que deve ser localizado na parte mais a jusante da bacia, para impedir que esse volume adicional não cause problemas futuros a jusante da cidade, onde as áreas são mais urbanizadas e que produzem mais volume de escoamento.

No cálculo do reservatório foi apenas considerado o seu volume total necessário, não limitado os tipo de reservatórios podendo-se utilizar os mais comuns como também SUDs, como lagoas, bacias de infiltração e etc.

No ponto a jusante da bacia estuda, próximo ao arroio pessegueirinho, existem várias áreas verdes de grandes extensões, como mostra a figura 26 a seguir, onde a construção desses SUDs poderiam ter um grande impacto benéfico nas áreas mais afetadas por enchentes devido a retenção desse grande volume a mais produzido durante a duração da chuva para posterior liberação diminuindo assim o volume escoado.

Como as existentes áreas verdes são grandes e não ocupadas, a execução de bacias de filtração ou lagoas de detenção são possíveis e deveriam ser até projetadas devido as futuras expansões da cidade na qual o volume de água produzido pelas chuvas será consideravelmente aumentado e os problemas futuros a jusante de enchentes e alagamentos da mesma forma aumentados.

Fazendo um simples dimensionamento considerando um reservatório enterrado com as dimensões de 50 metros de comprimento por 50 metros de largura e uma altura

de 7 metros apresenta um volume de 17500 m³, mais do que o necessário para realizar a detenção dos 16432,14 m³. Essa base de 50 metros por 50 metros ocupa uma área de 2500 m² que se equivale a 0,0433% da área total da bacia estudada.

Fonte: Autoria Própria.

Sem dúvida, a execução desses sistemas de drenagem sustentáveis terão um elevado custo inicial, mas com sua utilização os recentes aumentos da quantidade de enchentes e alagamentos que vem acontecendo na cidade poderiam ter sido evitados e assim não haveriam prejuízos financeiros e materiais para a prefeitura e para a população que mora próxima as áreas facilmente inundáveis podendo assim serem pagos ao longo do tempo.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho teve como intuito final realizar uma comparação entre volumes de água produzidos por uma chuva na cidade de Santa Rosa, pré e pós desenvolvimento urbano, e assim descobrir qual a influência que a crescente urbanização, ocorrência comum nas cidades brasileiras, teriam em relação direta na produção da vazão total de uma bacia e assim encontrar os benefícios e a influência que reservatórios de detenção, ou SUDs, teriam na diminuição total vazão da bacia hidrográfica.

Com a utilização do método racional para o cálculo da vazão produzida pela bacia a partir dos dados hidrológicos da cidade foi possível encontrar os volumes de água produzidos por precipitações antes e após a urbanização e assim realizar as comparações necessárias entre os volumes para descobrir o volume necessário para os reservatórios de detenção, ou SUDs os beneficios criados por esses SUDs.

Nessa análise pode-se perceber que um pequeno aumento das áreas impermeáveis, 14,51%, aumenta significativamente a vazão produzida pela bacia, no caso, um aumento de 47,14% da vazão pré-urbanização. Isso acontece pelo fato dos telhados, calçadas e ruas asfaltadas transformarem direto a chuva em vazão e as ruas levarem diretamente através das sarjetas o escoamento para o Arroio Pessegueirinho aumentando ainda mais sua vazão.

Com o uso de reservatórios de detenção, ou outros métodos de controle de vazão, que iriam reter esse volume de água excedente produzida pelos telhados, calçadas e ruas, deixando apenas a parcela da vazão pré-desenvolvimento escoar ao longo da duração da chuva e após seu término liberar o volume retido aos poucos, seria possível diminuir assim uma grande quantidade de enchentes e nas áreas de risco à população.

O Arroio Pessegueirinho apresenta atualmente em boa parte da área estudada riscos mais elevados de enchentes devido a ocorrência de vários alagamentos nessa área ao longo dos últimos anos, onde ocorreram grandes prejuízos para várias famílias.

Comparando as vazões de cálculo e o volume de água produzido é possivel verificar que existe uma diferença de grande de vazões e o volume excedente produzido pelas chuvas é bastante elevado podendo assim identificar que essa urbanização é um dos problemas que afetam a crescente ocorrência dessas enchentes nessa área.

Sem dúvida essa vazão excedente produzida não é a única variável que aumenta a ocorrência desses alagamentos, mas se fosse feito um planejamento e estudos mais aprofundados nessa área seria possível projetar de maneira mais precisa os Reservatórios ou SUDs, e assim diminuir o número de enchentes e alagamentos retirando essa variável do aumento da vazão.

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ANEXO A – ÁREAS DE TELHADOS, CALÇADAS E RUAS

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