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2.2 A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE

2.2.1 RESGATANDO A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA UNIOESTE

No Oeste do Paraná, os investimentos na educação superior foram feitos inicialmente em fundações públicas municipais com a participação da comunidade e dos poderes públicos. A primeira instituição de educação superior do Oeste foi a FECIVEL, criada em 1972, no município de Cascavel18. Esta começou com cursos pagos pelos acadêmicos, e se empenhava em formar professores e quadros gerenciais para empresas, o que denota o vínculo utilitarista e mercadológico da educação superior.

É válido ressaltar que, na esfera político-econômica, a década de 1980 foi marcada por dois adventos, com maior destaque. Primeiro, pela prática dos empréstimos, não mais pelo discurso a favor do desenvolvimento econômico, mas a favor da negação do crescimento da miséria. Ou seja, coube ao Banco Mundial precisar os ajustes necessários aos países não desenvolvidos, como foi o caso do Brasil, para que passassem a fazer parte da globalização. Desta forma, os organismos internacionais (FMI e o Banco Mundial) interferem e controlam os países pobres, direcionando as ações a serem desenvolvidas, em diversos setores, com tratamento especial, para a educação. Como segundo advento, o processo de redemocratização do país, que hegemonicamente tinha como limite da aspiração, a oposição a um regime ditatorial, em prol do progresso nacional.

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A Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, localizada na Rua Universitária, 1619, Bairro Faculdade, do município de Cascavel – PR, é um centro de educação superior que nasce dos anseios e lutas iniciados em 1970, pela população das regiões Sudoeste e Oeste do Paraná. Desde então, atribuiu-se á universidade o compromisso de fomentar o desenvolvimento regional.

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Com as mesmas características, surgem no ano de 1979, a FACISA em Foz do Iguaçu; no ano de 1980, a FACITOL em Toledo e a FACIMAR em Marechal Candido Rondon.

A cobrança de mensalidades dos acadêmicos em 1980 já não era suficiente para suprir o aumento e diversificação da demanda pela educação superior, bem como a almejada expansão. Então, as fundações isoladas do Oeste do Paraná iniciaram uma mobilização em prol da criação de uma única universidade, porém de abrangência regional. Lideranças regionais reuniram-se em 1985 para tratar da criação de uma universidade regional. Dessa reunião constituiu-se uma caravana de lideranças que, em 1986, dirigiu-se a Brasília com um projeto que pretendia a criação de uma Universidade Federal no Oeste do Estado. Segundo Colognese:

Não logrando êxito nesta tentativa e diante da visível desvantagem da Região Oeste em relação a outras regiões do Paraná, que já sediavam universidades públicas estaduais (Londrina, Maringá e Ponta Grossa) e faculdades públicas estaduais (Paranaguá, União da Vitória, Jacarézinho, Cornélio Procópio, Arapongas, Irati e Guarapuava), as forças regionais canalizaram a sua luta para o Governo do Estado. Sensibilizado pela mobilização e pressionado pelo tratamento desigual dispensado à Região Oeste, o Governo do Estado se viu na obrigação de atender gradativamente à reivindicação. Mas a realização do objetivo de conquistar e consolidar uma universidade pública regional não foi imediata demandando intensa mobilização e espírito de luta que se estende até os dias atuais ( COLOGNESE, 2003, p. 20)

Através de insistentes lutas e mobilizações de lideranças da região, surge a Unioeste, uma universidade regional multicampi, que agregou as quatro faculdades existentes anteriormente nas cidades de Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo e Marechal Candido Rondon19. O fato de ser criada como multicampi se dá em razão de que as forças políticas da região se uniram para agregar esforços na obtenção do caráter de universidade pública e gratuita. No entanto, sabe-se que o fato de ser multicampi, mesmo reconhecido como conquista, acaba por

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Em 1987, tendo sido autorizada pela Lei Estadual nº 8.680, de 30 de dezembro de 1987, e instituída pelo Decreto nº 2352, de 27 de janeiro de 1988, a Unioeste foi transformada em fundação estadual, tendo implementação da gratuidade do ensino aos seus estudantes. Mesmo autorizada e instituída, a então Fundação Universidade Estadual do Oeste do Paraná (FUNIOESTE) ainda precisava ser reconhecida enquanto universidade pelo Ministério da Educação.

fazer com que haja uma redistribuição dos escassos recursos, o que desmobiliza as condições para o desenvolvimento mais consolidado do ensino, da pesquisa e da extensão, nas sedes. Assim, amplia-se a abrangência e diminuem-se os recursos.

Em 1989 iniciou-se a elaboração do projeto para o reconhecimento, bem como mobilizou-se a região para providenciar as condições mínimas exigidas pelo MEC, para que fossem reconhecidos os cursos. Em 16 de julho de 199120, a Unioeste foi transformada em autarquia e vinculada à Secretaria de Estado e Ciência e Tecnologia e Ensino Superior – SETI21. O processo de reconhecimento durou até 23 de dezembro de 199422, quando o Ministro da Educação assinou o reconhecimento da Unioeste. A comunidade acadêmica comemorou vibrante o fato e, a partir daí, iniciou-se um arrojado plano de expansão para a universidade, não só nesta, mas em todo território nacional, em virtude das exigências estabelecidas pelos organismos internacionais. De 1995 a 2002 foram criados mais de 20 novos cursos de graduação, bem como se ampliou o campo de atuação nas Regiões Sudoeste e Oeste do Estado23.

A partir do seu reconhecimento, a Unioeste vem passando por um processo de expansão e consolidação como universidade pública e de qualidade. Em turmas da pós- graduação, ao lado da expansão na oferta de cursos ao nível lato sensu, passariam a ser criados os primeiros programas de pós-graduação stricto sensu. Foi implantado o curso de Mestrado em Engenharia Agrícola (Cascavel); o Mestrado em Agronomia (Marechal Candido Rondon), em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (Toledo) e o Mestrado em Letras (Cascavel).

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Pela Lei Estadual nº 9663. 21

Nos termos das Leis Estaduais nº 9896, de 8 de janeiro de 1992, e nº 11066, de 10 de fevereiro de 1995. 22

Pela Portaria Ministerial nº 1784-A. 23

Em 1999, incorporou-se a FACIBEL (Faculdade Municipal de Francisco Beltrão), como o seu quinto campus, onde eram ofertados quatro cursos de graduação.Também firmou-se convênios com prefeituras municipais, implementando-se, nos municípios de Medianeira, Santa Helena e Palotina, extensões de sete cursos de graduação.

2.2.2 O PROCESSO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NA UNIOESTE –