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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. RESISTÊNCIA DA MADEIRA TRATADA E NÃO TRATADA

Na Tabela 5 são apresentados os valores médios observados para perda de massa e desgaste da madeira da região de alburno de

Corymbia citriodora sem tratamento preservativo e tratada com CCA, sob

ataque de cupins do gênero Nasutitermes.

TABELA 5 – VALORES MÉDIOS DE PERDA DE MASSA (%) E

DESGASTE DA MADEIRA DE Corymbia citriodora SOB A AÇÃO DO

CUPIM Nasutitermes sp.

Madeira Perda de massa (%) Nota do desgaste Coef. Variação

(%)

Não tratada 88,73 a 1.2 13,9

Tratada 4,40 b 10 9,7

*Nota atribuída de acordo com a norma ASTM D – 3345 (2008).

Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo test t (p > 0,01).

Com base nos resultados apresentados na Tabela 5, os valores médios de perda de massa na madeira de alburno não tratada, foi próxima de 90% e assim, foi susceptível ao ataque de cupins deste gênero. Durante o ensaio, observou-se que as amostras foram rapidamente atacadas e destruídas, sendo que algumas foram reduzidas a pó, sendo assim atribuída a nota de desgaste 1,2 que corresponde a “falha, havendo ruptura dos corpos de prova” (Tabela 2). Lopes et al.

(2015) avaliando a resistência da madeira de C. citriodora em ensaios de

preferência alimentar com Nasutitermes encontram valores médios de

perda de massa de 97,8%, evidenciando a baixa resistência da madeira desta espécie ao ataque de cupins.

O Tratamento preservativo com CCA foi eficiente na prevenção ao ataque de cupins. Não foram observados ataque dos cupins em nenhuma das amostras, sendo atribuída nota 10 que corresponde a

“corpos de prova sadios” (Tabela 2). O baixo valor médio de perda de massa (4,40%) representa um aumento expressivo (20x) na resistência da madeira de C. citriodora aos cupins. Araújo et al. (2012) avaliando a

resistência de C. citriodora tratada com CCA em campo, observaram que

as madeiras estavam completamente isentas de qualquer dano causado por organismos xilófagos entre eles, os cupins, após 5 anos de ensaio.

Em função dos valores médios de perda de massa e de desgaste obtidos pela madeira tratada, verifica-se que o tratamento preservativo com CCA foi capaz de conferir a madeira de C citriodora

resistência semelhante a espécies nativas como Marmeleiro preto (Croton

sonderianus Muell. Arg.), Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.), Jurema preta (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.) e louro pardo (Cordia trichotoma

Vell. ex. Steud.), madeiras com resistência elevada contra cupins (PAES

et al., 2007).

5.2. Resistência da madeira tratada e não tratada contra fungos

Ao analisar os resultados da Tabela 6, observa-se diferentes graus de ataque ocasionados pelos fungos. A madeira não tratada apresentou baixa resistência para ambos os fungos apodrecedores, enquanto a madeira tratada com CCA não apresentou sinais de deterioração, com perdas de massa inferiores a 1%, sendo altamente resistente ao ataque dos fungos.

TABELA 6 – VALORES MÉDIOS DE PERDA DE MASSA (%) E CLASSE

DE RESISTÊNCIA PARA A MADEIRA DE Corymbia citriodora SOB A

AÇÃO DOS FUNGOS T. versicolor E G. trabeum.

Fungo Tratamento Perda de

Massa (%) Coef. Variação (%) Classe de resistência* T. versicolor

Não tratada 25,37b 24,9 Moderadamen

te resistente

Tratada 0,60c 5,3 Muito

resistente

G. trabeum

Não tratada 34,92a 15,8 Moderadamen

te resistente

Tratada 0,60c 5,8 Muito

resistente *Atribuídas de acordo com a norma ASTM D – 2017 (2005).

Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo test tukey(p > 0,01).

Considerando os tipos de fungos, foi constatado diferença nos valores médios de perda de massa, o ataque do fungo G. trabeum foi significativamente maior na madeira não tratada com valor médio próximo de 35%, em relação ao T. versicolor que foi 25,3%. Silva et al. (2014) e

Carvalho et al. (2015) também observaram maiores danos ocasionados

pelo fungo G. trabeum em relação ao T. versicolor, para espécies de eucalipto. Segundo Martinez et al. (2005) o fungo G. trabeum ataca toda a

parede celular rapidamente, enquanto o fungo T. versicolor ataca

progressivamente, de forma mais seletiva.

O tratamento preservativo aumentou significativamente a resistência da madeira, tornando-a segundo a ASTM D-2017 (2005) muito resistente a fungos apodrecedores, enquanto que as madeiras não tratadas, foram classificadas como moderadamente resistentes. Bobadilha

et al. (2007) e Vivian et al. (2015) também observaram a melhora na resistência de espécies de pinus e eucaliptos sob ação de fungos após o tratamento preservativo com CCA.

Segundo Castro Silva (2007), ao aplicar o CCA a madeira, o cromo precipita grande quantidade de cobre e arsênio, e reage com a madeira, essa reação de fixação desencadeada, deixa o arsênio como agente inseticida, e o cobre como fungicida, totalmente aderidos às estruturas celulares. Vivian et al. (2015) ressaltam que tal fato, justifica o aumento da resistência da madeira ao ataque de fungos apodrecedores.

Esta susceptibilidade da madeira de alburno da espécie C. citriodora ao ataque de fungos e cupins já era esperado, visto que, para praticamente todas as espécies o alburno não é resistente, e geralmente sua vida útil é curta quando em condições favoráveis a deterioração (CLAUSEN, 2010). O maior teor de holocelulose o torna mais susceptível ao ataque de organismos xilófagos (MOYA et al., 2012), em vista disto, torna-se importante a realização de tratamento preservativo visando o aumento da resistência da madeira, possibilitando outras utilizações.

Ao comparar a deterioração por cupins e fungos, observou-se que o ataque dos cupins foi mais agressivo, isto pode estar associado a madeira de alburno apresentar menor densidade. Stallbum et al. (2017) afirma que madeiras com baixa densidade, influenciam nas habilidades dos cupins de fragmentar mecanicamente o lenho, facilitando o consumo.

Madeiras de reflorestamento como o C. citriodora em estudo, geralmente são comercializadas ainda muito jovens apenas como material energético. Conforme os resultados apresentados, o uso de tratamento químico, conferiu a madeira maior resistência aos organismos xilófagos, permitindo assim, que a madeira possa ser utilizada mesmo em situações de contato com solo e umidade, ambientes propícios a ocorrência destes agentes biológicos, como mourões, estacas, postes, dormentes e peças roliças e serradas para a construção civil.

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