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2 OBJETIVOS 19

4.5 Resistência ao fogo

Inicialmente, a norma estabelece os seguintes conceitos relativamente ao desenvolvimento de chamas e de fumaça:

 Estanqueidade: as chamas e os gases quentes do incêndio não podem expor os objetos e os usuários que se encontram na face oposta ao fogo;

 Isolamento térmico: o calor transmitido por radiação e condução não podem

ameaçar a segurança dos objetos e dos usuários que se encontrem na face não exposta ao fogo, não devendo a face oposta ao incêndio alcançar 140 Graus Celsius

+ Temperatura ambiente na média; ou 180 Graus Celsius + Temperatura ambiente em qualquer ponto de medida;

 Estabilidade: o elemento ou sistema submetido à ação do fogo não pode entrar em

ruína durante certo período previsto na norma ABNT NBR 14.432:2000, estando o elemento submetido à carga vertical de serviço;

 Integridade: o elemento ou sistema, submetido à ação do fogo, não pode

desintegrar. Por exemplo: paredes de vedação.

Vale ressaltar que, em relação aos critérios de resistência ao fogo, deverão ser atendidas as seguintes peculiaridades:

1) Resistência ao fogo de elementos estruturais e de compartimentação: as paredes estruturais e de geminação (paredes entre as unidades e áreas de uso comum), em edifícios de até cinco pavimentos, devem apresentar resistência ao fogo por um período mínimo de 30 minutos. Acima de cinco pavimentos devem ser atendidas as exigências da norma da ABNT NBR 14.432:2000;

2) Resistência ao fogo de sistemas de cobertura: preservação do período mínimo de 30 minutos e demais itens da ABNT NBR 14.432:2000. Em caso de unidade habitacional unifamiliar de até dois pavimentos, é necessária a resistência de 30 minutos para as paredes internas e fachadas, limitados às áreas da cozinha e ambientes fechados que abriguem gás. Nos demais ambientes, deverá ter um septo vertical entre as unidades geminadas com resistência de 30 minutos, ultrapassando a superfície superior da cobertura;

3) Resistência ao fogo de entrepisos, não englobando os seguintes aspectos: os subsolos exclusivos para o estacionamento de veículos, vestiários e instalações sanitárias; áreas técnicas sem permanência humana; pavimentos superiores destinados a áticos, casas de máquinas, barriletes, reservatórios de água e assemelhados; e pavimento superior de unidade duplex no topo da obra.

Em complemento a ABNT NBR 15.575:2013, também devem ser observadas as determinações da ABNT NBR 14.432:2000 sobre o tempo requerido de resistência

ao fogo de entrepisos (tempo mínimo de resistência ao fogo em relação ao incêndio padrão), de acordo com as tabelas abaixo:

Tabela 2-Conforme a altura das edificações (em metros):

Ocupação-uso

h≤6m 6<h≤ 12m 12< h≤ 23m 23< h≤ 30m 30< h≤ 120m h> 120m

Residencial 30min 30 min 60 min 90 min 120 min 180 min

Fonte: NBR 15.575 (2013)

Tabela 3- Conforme a profundidade do subsolo (metros): Ocupação – uso h> 10 m h≤ 10 m

Residencial 90 min 60 min

Fonte: NBR 15.575 (2013)

Vale destacar que deverá ser observado o desempenho dos elementos pára-chamas (requerida estabilidade e estanqueidade aos gases e às línguas de fogo) e dos elementos corta-fogo (requerida estabilidade, estanqueidade aos gases / línguas de fogo e isolamento térmico). Em relação a estes sistemas, é necessário apontar as peculiaridades em face das prumadas; das selagens; e das escadas, elevadores e monta-cargas.

A) Prumadas

As prumadas que atravessam os pavimentos, ou seja, de instalações elétricas, hidrossanitárias e presentes no interior dos shafts, devem ser feitas com materiais não propagantes de chamas. Porém, é válido destacar as seguintes peculiaridades:

 Prumadas enclausuradas são aquelas constantes nas instalações de serviços

(esgotos e águas pluviais). Se formadas por materiais corta-fogo e com resistência ao incêndio igual ou superior a do piso elas não precisarão ser seladas;

 Prumadas de ventilação permanentes: os dutos de ventilação dos banheiros devem ser de materiais incombustíveis corta-fogo, protegidos por materiais intumescentes, com resistência no mínimo igual a do piso, salvo em caso de tubulação de esgoto;

 Prumadas de lareiras, churrasqueiras, varandas gourmet e similares: devem ser de

materiais incombustíveis e evitar a propagação do incêndio entre os pavimentos ou no próprio pavimento onde se originam.

B) Selagem

 Selagem corta-fogo em shafts e prumadas: resistência ao fogo semelhante ao sistema de piso, considerando a altura da edificação;

 Selagem corta-fogo em tubulações de materiais poliméricos: os materiais

poliméricos de diâmetro superior a 40 mm, que passam pelo sistema de piso, devem ter selagem corta-fogo.

 Em relação ao registro corta-fogo nas tubulações de ventilação e ar condicionado, se as tubulações passarem pelo sistema de piso, deverá ter registro corta-fogo com resistência igual a do piso, acionado com a detecção automática de fumaça. Se não for possível a instalação do registro, a tubulação deverá ter resistência de no mínimo 120 minutos.

C) Peculiaridades da qualidade corta-fogo em escadas, elevadores e monta-cargas

 As escadas deverão ser enclausuradas por intermédio de paredes (no mínimo com

resistência de 120 minutos, quando a edificação não superar 120 metros; e com resistência de 180 minutos, quando a altura for maior de 120 metros);

 As portas corta-fogo localizadas em hall de acesso de escada, isento de carga de incêndio, devem ter características corta-fogo de no mínimo 60 minutos, para escada com antecâmara / duas portas empregadas; e no mínimo 90 minutos, para escada sem antecâmara / uma porta empregada;

 As portas corta-fogo, quando houver carga de incêndio no hall de acesso à escada,

 As paredes dos poços de elevadores e monta-cargas devem ter resistência corta-fogo iguais a do piso;

 Portas de andar de elevadores e monta-cargas, sem carga de incêndio, devem apresentar características pára-chamas de no mínimo 30 minutos em halls de acesso. Além disso, deve ter a resistência do piso na categoria corta-fogo.

Em complemento aos requisitos de desempenho de combate contra incêndio, é necessário ter um reservatório de água fria na parte superior da edificação, capaz de combater o incêndio (ABNT NBR 13.714:1998). Além da presença de extintores, conforme a ABNT NBR 12.693:2006.

Portanto, para alcançar o desempenho de segurança contra o incêndio na edificação, além das exigências anteriores, é essencial dificultar a inflamação generalizada e limitar a fumaça.

Logo, os materiais de revestimento, acabamento e isolamento termoacústico da face interna dos sistemas ou elementos da edificação, devem ter a reação ao fogo controlada, destacando a incombustibilidade, a limitação da propagação superficial de chamas e da geração de fumaça.

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