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O teste de resistência à tração diametral foi realizado de acordo com a especificação número 27 da ADA para resinas restauradoras diretas (1977). Para a confecção das amostras (n = 10), uma espátula Thompson foi utilizada para inserir cada incremento de resina com 2 mm de espessura em uma matriz metálica bi- partida de PTFE cilíndrica de 6 mm de diâmetro X 3 mm de altura (Fig. 6). A matriz foi posicionada sobre uma tira de poliéster a fim de evitar o escoamento da resina. Após a inserção do material, uma nova tira de poliéster foi posicionada sobre a matriz e, a própria ponteira do aparelho fotopolimerizador era pressionada sobre o conjunto, a fim de promover uma superfície plana de resina. Após a remoção da laje, as resinas foram polimerizadas de acordo com os tempos indicados pelos fabricantes, com uma unidade de fotoativação Optilux Plus (Gnatus, Ribeirão Preto, SP, BR) com intensidade de luz monitorada, que poderia variar entre 400 e 450 mW/cm2, empregando um radiômetro (Curing Radiometer Model 100, Demetron Research Corporation, Danbury, CT) a cada cinco exposições. Todas as amostras, após a confecção, foram armazenadas em recipientes plásticos individuais pelo período de 24 h à 37°C em uma estufa para culturas (Modelo 002 CB; Fanem, Br.) aguardando a conversão de monômeros residuais (RUYTER e SVENDSEN, 1978).

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Figura 6 – Dispositivo usado para confecção dos corpos-de-prova para o teste de

resistência à tração diametral: (A) anel metálico para fixação da matriz PTFE bipartida (B) no qual é confeccionado o corpo-de-prova.

Decorrido o período de 24 h, o ensaio de resistência à tração diametral foi realizado em uma máquina de ensaio Universal EMIC DL 2000, com velocidade de carregamento de 1 mm/min (Fig. 7), até que ocorresse a fratura da amostra. A tensão máxima de fratura foi obtida em N, e convertida em MPa segundo a fórmula abaixo:

2P

Ts = _______________

π . D. T

Onde, Ts é a resistência à tração diametral, P é a força máxima obtida (N), D é o diâmetro (6 mm) e T é a espessura (3 mm).

Figura 7 – Ensaio de resistência à tração diametral: (A) corpo-de-prova; (B)

dispositivo utilizado para comprimir o corpo-de-prova.

A

B

A B

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Os resultados da resistência à tração diametral foram analisados estatisticamente através da análise de variância (ANOVA) e teste de Tukey (α = 0,01).

3 RESULTADOS

Baseados nos ensaios mecânicos, as médias, em MPa, e o desvio padrão foram determinados para os testes de resistência flexural, resistência à compressão, resistência à tração diametral e módulo flexural. As comparações das médias para tais propriedades, realizado através de Análise de Variância (ANOVA) e teste de Tukey (α=0,01), estão apresentados nas tabelas 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 e nos gráficos 1, 2 ,3 e 4.

Tabela 2 – Análise de Variância (ANOVA) das médias obtidas no teste de resistência flexural das resinas compostas testadas.

Soma dos Quadrados Gl Quadrado médio F Sig. Entre os grupos 32887,818 9 3654,202 17,850 0,001 Dentro dos grupos 18424,530 90 204,717

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Tabela 3 – Comparação entre as médias obtidas (MPa) no teste de resistência flexural após serem submetidas ao teste de Tukey (p<0,01)

Grupo Média (MPa) N Desvio Padrão

Supreme XT A2E 122,39 A 10 20,86 Supreme XT A2D 121,60 A 10 15,39 Grandio A2O 116,47 AB 10 13,24 Esthet-X A2 106,51 ABC 10 11,52 Grandio A2 103,23 ABC 10 14,32 Esthet-X A2O 93,86 BC 10 11,62 4 Seasons A2D 93,22 BC 10 14,30 Charisma A2 90,85 C 10 9,66 Charisma A2O 87,17 C 10 16,71 4 Seasons A2E 59,16 D 10 12,19

*Médias seguidas de diferentes letras diferentes, diferem entre si ao nível de significância de 1 % pelo teste de Análise de Variância (ANOVA) e Teste de Tukey.

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Gráfico 1 - Representação gráfica das médias (MPa) do teste de resistência flexural das resinas compostas testadas

No teste de resistência flexural de três-pontos, houve diferença estatisticamente significante entre os grupos testados (p=0,001). A menor média apresentada foi 59,16 MPa para a resina 4 Seasons A2E e maior média foi 122,39 MPa para a resina Supreme XT A2E.

Tabela 4 – Análise de Variância (ANOVA) das médias obtidas no teste de resistência à compressão das resinas compostas testadas.

Soma dos Quadrados Gl Quadrado médio F Sig. Entre os grupos 46095,876 9 5121,764 2,382 0,018 Dentro dos grupos 193498,52 90 2149,984

Total 239594,40 99

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Tabela 5 – Comparação entre as médias obtidas (MPa) no teste de resistência à compressão após serem submetidas ao teste de Anova (p>0,01)

Grupo Média (MPa) n Desvio Padrão

Grandio A2O 206,08 10 37,57 Supreme XT A2D 189,42 10 65,14 Supreme XT A2E 184,67 10 57,18 Grandio A2 181,83 10 47,77 Esthet-X A2 173,55 10 39,73 Charisma A2O 171,00 10 54,21 Esthet-X A2O 146,63 10 54,21 4 Seasons A2D 146,13 10 34,71 Charisma A2 144,92 10 29,34 4 Seasons A2E 141,04 10 27,69 ❋✞●✣❋✞❍✕●☞■❑❏▼▲✄◆ ❍ ▲ ● ❋✮❖P❋✞❍ ▲ ❖ ❋✳❖ ◆ ❍✏❋✓■ ❋✺●✓❖☞❍ ◆▼◗ ❋✞●▼❘✄❍❙❖ ❏ ❋ ◗ ■✍❍✲❚✄❚ ❋✮❖ ◆ ❍ ◆ ■ ❋ ◗ ❋ ❋✳❖▼❖✑❍✕❘ ❏ ❯ ❱❲❯ ❳ ❯❨❯ ❳ ❱❲❯ ❩❨❯❨❯ ❩✸❱❲❯ ❬❨❯❨❯ ❭❫❪✡❴✳❵ ❛❜❞❝❢❡ ❣ ❭❤❪❴ ❵ ❛❜❝ ❡ ❣✄✐ ❥✣❦❲❧ ❴✓♠ ❝ ❵ ♠ ❡ ❣♦♥ ❥ ❦ ❧ ❴ ♠ ❝ ❵ ♠ ❡ ❣♦♣ ❦☞q r ❪ ❧ s ❧ t✺✉ ❡ ❣♦♥ ❦☞q r ❪ ❧ s ❧ t ✉ ❡ ❣♦♣ ♥ ♠ ✈✇ ❧ ✈▼① t ❡ ❣ ♥ ♠ ✈ ✇ ❧ ✈ ① t ❡ ❣ ✐ ② ✇ ❴ ❪ ❜ ♠ s ❴ ❡ ❣ ② ✇ ❴ ❪ ❜ ♠ s ❴ ❡ ❣✑✐ ③④ ⑤

Gráfico 2 - Representação gráfica das médias (MPa) do teste de resistência à compressão das resinas compostas testadas.

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Para o teste de resistência à compressão, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre as resinas testadas (p=0,018). A menor média foi 141,04 MPa para a resina 4 Seasons A2E e a maior média foi 206,08 MPa para a resina Grandio A2O.

Tabela 6 – Análise de Variância (ANOVA) das médias obtidas no teste de resistência à tração diametral das resinas compostas testadas.

Soma dos Quadrados Gl Quadrado médio F Sig. Entre os grupos 2207,334 9 245,259 3,163 0,002 Dentro dos grupos 6978,797 90 77,542

Total 9186,131 99

Tabela 7 – Comparação entre as médias obtidas (MPa) no teste de resistência à tração diametral após serem submetidas ao teste de Tukey (p<0,01)

Grupo Média (MPa) n Desvio Padrão

Supreme XT A2E 50,26 A 10 6,66 Supreme XT A2D 48,06 AB 10 11,86 Grandio A2O 43,10 AB 10 11,25 Grandio A2 42,29 AB 10 9,37 Esthet-X A2 41,50 AB 10 6,94 4 Seasons A2D 41,36 AB 10 7,87 4 Seasons A2E 38,79 AB 10 7,31 Charisma A2 37,97 AB 10 9,74 Charisma A2O 35,65 AB 10 6,71 Esthet-X A2O 34,87 B 10 8,47

* Médias seguidas de diferentes letras diferentes, diferem entre si ao nível de significância de 1 % pelo teste de Análise de Variância (ANOVA) e Teste de Tukey.

50 ⑥❫⑦✍⑧✏⑦✍⑨ ⑥❫⑩✍⑧✝❶ ⑩✍❷✄⑧✡❸✄⑨ ⑥P❶✞⑧✏⑩✍❹ ❺✍❻✄⑧✏⑦✍❹ ⑥✑❷✄⑧✡❻✄❹ ⑥P❶✞⑧✏❺ ⑩✞⑥✑⑧✡❷✄❸ ⑩✍❸✄⑧✡⑨✄❸ ⑥P❶✞⑧✏⑦✄⑦ ❼ ❽ ❼ ❾✘❼ ❿✘❼ ➀ ❼ ➁➂❼ ➃✘❼ ➄ ❼ ➅P➆✝➇✱➈ ➉➊✳➋➍➌ ➎ ➅ ➆➇ ➈ ➉➏➊✳➋ ➌ ➎☞➐ ➑❤➒✼➓ ➇✓➔ ➋ ➈ ➔ ➌ ➎✞→ ➑❤➒✼➓ ➇✞➔ ➋ ➈ ➔ ➌ ➎✞➣ ➒✿↔ ↕ ➆ ➓ ➙ ➓ ➛✓➜ ➌ ➎ → ➒✿↔ ↕ ➆ ➓ ➙ ➓ ➛✓➜ ➌ ➎ ➣ → ➔ ➝➞ ➓ ➝✄➟ ➛ ➌ ➎ → ➔ ➝➞ ➓ ➝ ➟ ➛ ➌ ➎❤➐ ➠ ➞ ➇ ➆ ➊ ➔ ➙ ➇ ➌ ➎ ➠ ➞ ➇ ➆ ➊ ➔ ➙ ➇ ➌ ➎ ➐ ➡➢ ➤

Gráfico 3 - Representação gráfica das médias (MPa) do teste de resistência à tração diametral das resinas compostas testadas.

Para o teste de resistência à tração diametral, foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre as resinas testadas (p=0,002), sendo que a resina Filtek Supreme A2E apresentou a maior média e a resina Esthet-X A2O apresentou a menor média. Entre os outros grupos, não houve diferença estatisticamente significativa.

Tabela 8 – Análise de Variância (ANOVA) das médias obtidas para módulo flexural das resinas compostas testadas.

Soma dos Quadrados Gl Quadrado médio F Sig. Entre os grupos 770,608 9 85,623 50,120 0,001 Dentro dos grupos 153,752 90 1,708

Total 924,360 99

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Tabela 9 – Comparação entre as médias obtidas (MPa) para módulo flexural após serem submetidas ao teste de Tukey (p<0,01)

Grupo Média (MPa) n Desvio Padrão

Grandio A2O 13,30 A 10 1,83 Grandio A2 11,53 A 10 1,36 Supreme XT A2D 8,81 B 10 0,57 Supreme XT A2E 8,50 BC 10 2,02 Charisma A2O 7,11 BCD 10 1,10 Esthet-X A2 6,46 CD 10 1,39 Esthet-X A2O 6,41 CD 10 0,77 4 Seasons A2D 6,16 D 10 1,50 Charisma A2 5,52 DE 10 0,88 4 Seasons A2E 3,40 E 10 0,74

* Médias seguidas de diferentes letras diferentes, diferem entre si ao nível de significância de 1 % pelo teste de Análise de Variância (ANOVA) e Teste de Tukey.

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Gráfico 4 - Representação gráfica das médias (MPa) para módulo flexural das resinas compostas testadas.

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Para o teste de módulo flexural, foi observada diferença estatisticamente significante para as resinas testadas (p=0,001). A menor média, 3,4 GPa, foi apresentada pela resina 4 Seasons A2E e a maior média, 13,3 GPa para a resina Grandio A2O.

4 DISCUSSÃO

As resinas compostas foram inicialmente desenvolvidas para restaurações diretas de Classes III e V; nos anos 90, devido às modificações nos materiais, as técnicas estenderam suas aplicações para restaurações posteriores de Classes I, II e anteriores Classe IV. Em geral, uma resina composta é constituída de quatro componentes principais: matriz de polímero orgânico, carga de partículas inorgânicas, agente de união entre matriz e carga e sistema iniciador-acelerador (CRAIG e POWERS, 2002).

As diferentes composições das resinas compostas, em relação à matriz orgânica, e as diferentes quantidades e tamanho de carga inorgânica, afetam e qualificam as propriedades mecânicas destes materiais.

A nanotecnologia é a produção de materiais funcionais e estruturas na escala de 0,1 a 100 nanômetros. O intenso interesse no uso de nanomateriais advém da idéia de que eles possam ser usados para manipular a estrutura de materiais e promover melhoras significativas nas propriedades elétricas, químicas, mecânicas e ópticas. Cargas nanométricas são obtidas de forma inversa das cargas tradicionais (macropartículas, híbridas e microhíbridas), que são formadas da diminuição de partículas densas e amplas para partículas de menores tamanhos. Entretanto, este processo de moagem não permite obter partículas de tamanho menor que 100 nm. As nanopartículas são obtidas usando-se processos químicos para produção de blocos sobre uma escala molecular. Os materiais são transformados progressivamente em estruturas maiores, transformadas em partículas de tamanho nanométrico desejáveis para uma resina composta (MITRA, WU, HOLMES 2003).

A principal vantagem das resinas compostas nanoparticuladas é aliar propriedades de ótimo polimento e retenção de polimento, para a restauração de áreas em que estética é fundamental, e propriedades mecânicas desejáveis para situações de alto estresse, comparáveis às das resinas microhíbridas (DEBASTIANI E LOPES , 2005). Baseado nesta afirmação, este estudo testou a hipótese de que materiais

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nanoparticulados possuem comportamento mecânico similar às resinas microhíbridas quanto resistência à compressão, tração diametral, flexural de três-pontos e módulo flexural.

No teste de resistência à compressão, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os materiais testados (p=0,18), a um nível de confiança de 99%, sendo que as médias variaram de 141,01 MPa para 4 Seasons A2E e 206 MPa para Grandio A2O.

Mitra et al., em 2003, encontraram valores maiores para resistência à compressão, com médias variando de 376,6 MPa e 458,6 MPa. Para a resina composta Esthet-X, os autores relataram média de 422,1 MPa, enquanto no presente estudo foi encontrada média de 173,55 MPa. Para a resina Filtek Supreme Translucent e Filtek Supreme Standard, os autores relataram médias de 458,6 MPa e 426,2 MPa, respectivamente; superiores as médias encontradas neste estudo para a resina Filtek Supreme XT A2E e Filtek Supreme XT A2D, que foram de 184,67 MPa e 189,42 MPa, respectivamente, a despeito de as resina usadas nos dois trabalhos apresentarem basicamente a mesma composição de matriz e carga. Uma possível explicação para as diferenças encontradas nos estudos, pode ser devido à diferenças nos testes que foram executados, onde para o estudo de Mitra et al. (2003), foram usados corpos-de-prova de dimensões diferentes e metodologia também diferente das usadas neste estudo, podendo isto influenciar nos resultados. Entretanto, os valores do estudo de Mitra et al. (2003), conferem com os valores para a resina Filtek Supreme XT, relatados pelo fabricante (420 MPa) para cores de esmalte e dentina.

Cobb et al., em 2000, encontraram valores médios maiores para resistência à compressão que as do presente estudo, que variaram entre 236,9 MPa e 356,8 MPa. Na metodologia usada pelos autores foi realizada fotopolimerização adicional das espécimes, com tempo total de 200 segundos, uma taxa duas vezes maior que a usada neste estudo.

Pelo mesmo motivo, poderia ser explicada a diferença encontrada por St- Georges et al., que em 2003, relataram valor médio de resistência à compressão para a

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resina composta híbrida Herculite XRV, quando esta era fotoativada por fonte de luz halógena convencional, de 255,7 MPa, superior às médias encontradas no presente estudo. Os autores usaram fotoativação em ambos os lados da amostra, gerando assim, o dobro de exposição do material à luz halógena em relação ao presente estudo.

Para Cho et al., em 1999, a resistência à compressão tem significativa importância devido as restaurações substituírem amplas estruturas dentárias devendo resistir às forças mastigatórias multidirecionais, por muitos anos. Os autores relataram médias para resistência à compressão de 250 MPa para a resina Prodigy e 225 MPa para a resina Herculite XRV, as quais se aproximaram das médias obtidas neste estudo para as resinas Filtek Supreme XT A2E e A2D e Grandio A2 e A2O; porém apresentando uma ligeira diferença para as médias das demais resinas testadas no presente trabalho.

No estudo de Brandão et al., em 2005, os valores médios relatados para o teste de resistência à compressão variavam entre 222,08 MPa e 307,20 MPa, onde a média mais alta foi maior que as médias encontradas no presente estudo, mas a média para a resina compactável Prodigy Condensable foi aproximada com as médias de alguns materiais aqui testados, mesmo havendo diferenças na metodologia empregada no estudo de Brandão et al. e neste, onde o tempo de exposição à luz fotoativadora usado pelos autores citados foi de três vezes maior que a utilizada neste estudo, e os corpos- de-prova apresentavam dimensões de 4 mm X 8 mm. A mesma explicação pode ser atribuída aos valores médios (entre 242,3 MPa e 324,7 MPa) para resistência à compressão encontrados por Chung et al., em 1990.

Mota, em 2005, relatou valores médios de resistência à compressão que variavam entre 76,60 MPa e 222,33 MPa, de acordo com os resultados obtidos no presente estudo, sendo que, todos os materiais apresentaram valores maiores que a menor média obtida no estudo do autor citado. O acordo entre os resultados pode ser explicado pelo mesmo tamanho dos corpos-de-prova (6 mm X 3 mm), mesmo protocolo de fotopolimerização e mesma velocidade de carregamento da máquina de ensaio.

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Em relação aos valores apresentados pelo fabricante e as médias encontradas no presente estudo, para a resina 4 Seasons, as médias do fabricante para resistência à compressão são de 260 MPa, para qualquer cor da resina, maiores que as obtidas neste estudo, 59,16 MPa para 4 Seasons A2E e 93,22 MPa para 4 Seasons A2D. A falta de mais estudos publicados com resultados de testes mecânicos com este material, dificulta sobremaneira a obtenção de uma explicação sobre estas diferenças. Quando mais resultados de estudos independentes estiverem disponíveis, esta análise poderá ser feita de maneira mais clara, possivelmente.

Para os testes de resistência à tração diametral, as médias variaram entre 35,65 MPa e 42,29 MPa. Neste teste foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (p=0,002) entre as resinas compostas testadas, sendo que a resina Esthet-X A2O apresentou média menor que todas as demais resinas testadas e a resina Supreme XT A2E apresentou a maior média. Entre as demais resinas não houve diferença estatisticamente significativas.

A resistência à tração diametral serve como indicador da capacidade do material friável de resistir às forças laterais geradas durante a função, segundo Aguiar et al., em 2005, que relataram valores médios de 71,1 MPa para a resina Z-250 fotopolimerizada com luz halógena convencional e armazenada em água destilada por 24 h; que foi maior que as médias encontradas no presente estudo. Aguiar et al., fotopolimerizaram as amostras por 10 segundos a mais para cada incremento de resina, resultando em tempo de 50% maior que o do presente estudo.

Peutzfeldt et al., em 2000, relataram valores médios para resistência à tração diametral entre 64 MPa e 55 MPa, maiores que os encontrados no presente estudo, mas mais próximos do que aqueles relatados por Aguiar et al. em 2005. Os corpos-de- prova usados no presente estudo e no de Peutzfeldt et al. (2000) foram os mesmos (6 mm X 3 mm); mas a fotopolimerização feita nas duas extremidades dos corpos-de- prova utilizada pelos autores, aumenta o tempo de fotoativação em pelo menos o dobro do tempo utilizado no presente estudo. Pelo mesmo motivo, os valores médios obtidos por Cobb et al., em 2000, variaram entre 34,4 MPa e 68,4 MPa, superiores aos do

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presente estudo, mas com as menores médias encontradas pelos autores estando de acordo com os resultados do presente estudo.

Os resultados de Santos Jr. et al., em 2004, para resistência à tração diametral estão de acordo com os resultados obtidos no presente estudo, a despeito dos autores terem utilizados um tempo de fotoativação maior, obtendo valor médio para a resina Tetric Ceram de 49,64 MPa; assim como os resultados encontrados por St-Georges et al., em 2003, com média de 46,4 MPa; Cho et al., que em 1999, relataram valores médios para a resina Herculite XRV e Prodigy, de 51 MPa e 55 MPa, respectivamente; Chung et al., em 1990, que apresentaram valores médios entre 39,8 MPa e 60,6 MPa e Kelsey et al., que em 2000, relataram médias entre 40,1 MPa e 45,3 MPa, também de acordo com o presente estudo.

Mitra et al., em 2003, relataram valores médios que variaram entre 66,7 MPa e 96,6 MPa, maiores que os encontrados no presente estudo. Para a resina Esthet-X, no estudo de Mitra et al., relatou-se média de 66,7 MPa, enquanto que no presente estudo foram encontradas médias de 34,87 MPa e 41,5 MPa para a mesma resina, nas cores A2O e A2, respectivamente; da mesma forma, a resina Supreme testada nas cores Translucent e Standard, apresentou médias de 87,6 MPa e 80,7 MPa, respectivamente, no estudo de Mitra et al., enquanto que no presente estudo, as médias foram 48,06 MPa e 50,26 MPa para a resina Supreme XT, nas cores A2D e A2E, respectivamente. Mitra et al., realizaram os testes de resistência à tração diametral, seguindo a especificação n. 27 da ADA modificada, e esta modificação, a qual não está relatada no estudo, pode ser uma possível explicação para a diferença nos resultados encontrados nos estudos, haja vista as inúmeras possibilidades de modificações que podem ser realizadas dentro do mesmo teste.

Mota et al., em 2006, relataram valores médios para resistência à tração diametral que variavam entre 36,08 MPa e 49,24 MPa, de acordo com o presente estudo. A metodologia, tamanho e cores dos corpos-de-prova e velocidade de carregamento da máquina de testes foram os mesmos para ambos estudos, o que deve explicar as médias obtidas.

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Todas as resinas compostas testadas apresentaram valores médios para resistência à tração diametral maiores que os exigidos pela especificação n. 27 da ADA para resinas restauradoras diretas, que são de 24 MPa para resinas Tipo I e 34 MPa para resinas Tipo II, onde os materiais Tipo II são recomendados para uso em áreas de maior estresse funcional.

Para outro teste realizado, resistência flexural de três-pontos, as médias variaram entre 59,16 MPa e 122,39 MPa, apresentando diferença estatisticamente significativas entre as resinas compostas testadas (p=0,001), onde a resina 4 Seasons A2E apresentou o menor valor médio para o teste realizado e a resina Supreme XT A2E, o maior.

Adabo et al., em 2003, relataram médias para resistência flexural que variavam entre 56,71 MPa e 170,02 MPa, onde os autores utilizaram a mesma metodologia usada no presente estudo, somente com diferença na velocidade de carregamento da máquina de ensaio (0,75 mm/min). Apesar da média mais alta encontrada pelos autores seja maior que as aqui relatadas, as demais médias estão de acordo com o presente estudo.

Mitra et al., em 2003, relataram valores médios para resistência flexural de três- pontos que variaram entre 136,1 MPa e 177,1 MPa, maiores que os obtidos no presente estudo. Da mesma forma, Cobb et al., em 2000, relataram valores médios maiores, entre 73,1 MPa e 180,5 MPa, ainda que, as menores médias estejam de acordo com o presente trabalho. Yap et al., em 2002, também relataram médias maiores que as obtidas no presente estudo, que variavam entre 130,07 MPa e 147,21 MPa.

Entretanto, os valores obtidos estão de acordo com Besnault et al., que em 2003, relataram valores médios de resistência flexural, quando as resinas eram fotoativadas por luz halógena, entre 54,9 MPa e 102,5 MPa, e com Manhart et al., que em 2000 relataram médias que variavam entre 81,6 MPa e 132 MPa, sendo que os autores de ambos os trabalhos utilizaram a mesma metodologia do presente estudo. Também estão de acordo com os resultados obtidos por Munksgaard, em 2002, que relatou

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valores médios de resistência flexural entre 91,8 MPa e 116,9 MPa; com Palin et al., que em 2003, relatou valores médios que variavam entre 79 MPa e 113 MPa para resistência flexural de três-pontos; e com Peutzfeldt et al., em 2000, que relataram médias de 149 MPa para resina Z 100 e 106 MPa para Charisma, respectivamente.

As médias para resistência flexural também estão de acordo com Beun et al., que em 2006, relataram valores médios entre 79 MPa e 123,4 MPa para resinas microhíbridas e nanoparticuladas. A resina Supreme e Grandio, apresentaram médias de 115 MPa e 110 MPa, respectivamente; muito aproximadas das encontradas no presente estudo. Kelsey et al., também relataram médias de acordo com o presente estudo, que variaram entre 53,6 MPa e 109,5 MPa.

Ferracane et al., em 2003, relataram valores médios de resistência flexural de três-pontos para resinas compostas fotoativadas com luz halógena e empregando a mesma metodologia do presente estudo, entre 116 MPa e 163 MPa, de acordo com os aqui relatados. A resina Esthet-X, foi testada em ambos os trabalhos e Ferracane et al., encontraram valor médio de 120 MPa, contra 106,51 MPa e 93,86 MPa para os do presente estudo para a Esthet-X A2 e A2O respectivamente. A mesma resina Esthet-X foi testado por Choi et al., em 2004, e a média encontrada pelos autores foi de 117,5 MPa, de acordo com o presente estudo.

A fotopolimerização adicional da resina composta, seja por método de ativação ou tempo, aumenta o grau de conversão do material e os valores obtidos em testes mecânicos (McCABE E KAGI, 1991; KILDAL E RUYTER, 1997; PEUTZFELDT E ASMUSSEN, 2000). Esta pode ser uma possível explicação para as diferenças encontradas nos resultados relatados no presente estudo aos de Cobb et al. (2000), St- Georges et al. (2003), Brandão et al. (2005) e Chung et al. (1990), no teste de resistência à compressão; Aguiar et al. (2005), Peutzfeldt et al. (2000) e Cobb et al. (2000), no teste de resistência à tração diametral e Cobb et al. (2000) e Yap et al. (2002), no teste de resistência flexural. Os autores citados, realizaram fotopolimerização em ambas extremidades das amostras, com exceção de Brandão et al. que fotopolimerizaram tanto as extremidades como também as faces laterais das amostras. Clinicamente, é impossível realizarmos estas modalidades de fotoativação, haja visto,

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que ao utilizarmos uma técnica incremental durante a inserção de uma resina composta, só podermos acessar com luz, o material inserido na cavidade, pelo sentido ocluso-cervical e dificilmente pelo sentido cervico-oclusal, o que torna inviável a fotoativação das duas extremidades do bloco de resina restauradora. Da mesma forma, se inviabiliza a fotoativação por luz diretamente nas faces proximais, a não ser em

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