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Os valores médios dos resultados dos ensaios de resistência à compressão das amostras, estimados em MPa, na idade de 28 dias, encontram-se na tabela 10.

Tabela 10 - Resultados dos ensaios de resistência à compressão para cada hora de mistura das dosagens

Resistência à Compressão (MPa) aos 28 dias Tempo

de mistura

(h)

Dosagens avaliadas durante a pesquisa

CP25-II CP25-III CP25-IV CP25-V

fcm fckest fcm fckest fcm fckest fcm fckest

1 30.27 29.89 30.50 29.27 29.02 28.40 27.50 25.73 2 26.06 24.07 28.16 27.12 27.86 25.91 25.88 25.33 3 27.27 26.49 29.82 29.67 29.28 28.08 25.47 25.32 4 25.65 24.40 31.03 30.23 30.29 29.96 27.99 25.51 5 25.89 25.35 30.14 27.48 28.94 27.57 28.53 27.74 6 26.29 23.89 29.17 26.51 29.78 29.43 29.25 27.54 7 28.41 27.10 29.76 29.39 29.23 27.32 25.54 23.13 8 24.78 22.61 30.19 28.88 28.77 26.83 11.89 11.19

fckest - resistência característica estimada

fcm – resistência média do concreto à compressão

O gráfico da evolução da resistência à compressão, para cada hora de mistura das dosagens estudadas, está representado na figura 35.

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 1 2 3 4 5 6 7 8 M ó d u lo d e E lasti ci d ad e D in âm ic o (GPa) Tempo de mistura (h)

Módulo de Elasticidade Dinâmico (GPa)

Figura 35 - Gráfico com os resultados dos ensaios de resistência à compressão para cada hora de mistura das dosagens.

Os resultados da avaliação da resistência à compressão de cada corpo de prova individualmente, bem como suas medidas (largura e comprimento), áreas superficiais, médias parciais, desvio padrão, coeficiente de variação e demais tratamentos estatísticos das amostras encontram-se no Apêndice A.

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 R e si st ê n ci a à co m p re ssão (M P a) Tempo de mistura (h)

Resistência à compressão aos 28 dias

CP25-III CP25-IV CP25-II CP25-V

5 DISCUSSÕES DOS RESULTADOS

Com o planejamento das atividades que foram realizadas durante a pesquisa, foi possível otimizar os recursos e o tempo necessário no desenvolvimento do trabalho, objetivando alcançar resultados confiáveis que possibilitaram uma boa interpretação dos dados a serem analisados, permitindo condições para representar fielmente as informações obtidas nos ensaios previstos neste trabalho.

5.1 Plasticidade e abatimento do concreto durante a mistura

Considerando que a consistência não foi corrigida com água ou aditivo durante a realização da mistura, já se esperava uma grande perda de abatimento e plasticidade do concreto durante a realização dos ensaios. A redução da consistência e da plasticidade pode ser justificada pela perda de água para o meio durante a agitação produzida pela betoneira.

Neste sentido, Erdoǧdu (2005) afirma que a mistura prolongada do concreto acelera o endurecimento e permite uma perda no abatimento e que em alguns casos pode dificultar a utilização do concreto, principalmente quando realizada em longos períodos de transporte, o que geralmente acontece com concreto pré- misturado.

Para Mehta e Monteiro (2008), pode haver perda de abatimento com o tempo quando o concreto é remisturado periodicamente ou mantido em reduzido estado de agitação, porém não representa nenhum tipo de problema sério para o lançamento e adensamento do concreto fresco se for realizado nos primeiros 90 minutos. Esta perda ocorre quando a água livre da mistura é consumida pelas reações de hidratação, por absorção nas superfícies dos produtos de hidratação e por evaporação.

Pelos resultados, pode-se observar que as dosagens CP25-III e CP25-IV apresentaram consideráveis perdas de abatimento na segunda hora após o início da pesquisa, cerca de 40% de perda no abatimento inicial. Após a terceira hora, tiveram um comportamento semelhante no abatimento a cada hora de ensaio, mantendo uma perda gradativa de abatimento até atingirem o abatimento nulo, no final das oito horas de mistura.

No decorrer dos ensaios, pode-se observar que a dosagem CP25-II foi a mistura que mais se manteve trabalhável durante o tempo de mistura, sendo que passados quase seis horas do início da mistura ainda se mostrava trabalhável, mesmo com perda de mais de 80 % de abatimento, uma justificativa para este fato se deve ao alto teor de adição de escória utilizado no cimento CP II E 32.

Devido a utilização do cimento CP V ARI de endurecimento mais rápido, a dosagem mais difícil de se trabalhar por longo período, nas condições propostas neste trabalho, foi a CP25-V. Pode-se observar que nesta dosagem, na quinta hora de mistura, houve mais de 83% de perda de abatimento, quando comparado ao abatimento inicial.

5.2 Temperaturas do concreto durante a mistura

O cimento utilizado no concreto é a única fonte geradora de calor e deve ser um dos fatores de notável importância a ser considerado durante a dosagem do mesmo, pois o calor de hidratação pode provocar o aumento da temperatura do concreto durante a mistura. Desta forma, considerando a energia liberada nas reações exotérmicas da hidratação do cimento, esperava-se um aumento da temperatura a cada tempo de mistura avaliada, principalmente após o tempo de início de pega dos cimentos utilizados. Porém, os resultados mostraram que não houve significativas alterações da temperatura do concreto durante as oito horas de mistura para nenhuma das dosagens pesquisadas. Pode-se observar que, durante a mistura, o concreto do interior da betoneira manteve-se praticamente na mesma temperatura do ambiente do laboratório e, durante as medidas realizadas,

não se notou considerável aumento de temperatura proveniente do calor de hidratação.

É importante registrar que todas as misturas foram realizadas entre 14h e 22h, o que pode justificar as oscilações das temperaturas observadas.

Neville e Brooks (2013) afirmam que a pega é causada pela hidratação dos compostos do clínquer e provoca a elevação da temperatura na pasta de cimento. O início de pega corresponde a uma rápida elevação e o fim de pega corresponde ao pico de temperatura.

Apesar de Kirca, Turanli e Erdoǧdu (2002) terem observado uma pequena elevação da temperatura do concreto em uma mistura prolongado por até quatro horas para o concreto de C25 e C30, justificada pela produção de calor nas reações exotérmicas de hidratação, como mostrado no gráfico da figura 30, não se observou variações consideráveis na temperatura do concreto a cada hora de mistura.

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