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4.1 Aspetos técnicos

4.1.4 Resolução de patologias de cobertura

4.1.4.1 Impermeabilização

A impermeabilização existente na cobertura do edifício encontra-se bastante degradada, verificando-se a existência de infiltrações para o interior do edifício. Uma solução urgente levou à colocação de um sistema de impermeabilização provisório com membrana betuminosa de plastómetro (APP) não protegida, com armadura de fibra de vidro, numa zona limitada da cobertura em que se verificava maior incidência de infiltrações provocando degradação acentuada no interior do edifício.

4. Medidas corretivas para as patologias encontradas

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Para reabilitação da impermeabilização torna-se necessário remover todos os pontos de argamassa que têm função de apoio para as lajetas e toda a impermeabilização que não permita uma correta aplicação do sistema impermeabilizante que será introduzido. Ao analisar a cobertura com maior atenção podemos verificar a existência de áreas com deposição de materiais, (ver figura 5.6), podendo concluir-se que nestas áreas existe empoçamento de águas pluviais devido à fraca pendente, tornando-se necessário proceder à regularização da camada de forma. Como tal, após a demolição dos apoios das lajetas e devida limpeza do suporte, procede-se à regularização da camada de forma com recurso à aplicação de argamassa de cimento e areia, ao traço de 1:3. A camada de forma deverá ficar com inclinação mínima de 1,5% nas pendentes referentes a cada tubo de queda, que se encontram distribuídos ao longo da cobertura.

Figura 4.6 - Empoçamento junto ao tubo de queda

Efetuada a regularização das pendentes e na ausência de poeiras, gorduras ou outro material que prejudique a sua aplicação, será aplicada uma emulsão betuminosa não iónica solúvel em água com massa volúmica 1,0 – 1,1 g/cm3 (primário de impregnação superficial do suporte com vista a melhorar a aderência da membrana ao suporte). Seguidamente, procede-se à aplicação do sistema de impermeabilização em esquema de tela dupla, com colocação cruzada e totalmente aderente, constituído por tela de betume modificado com polímero plastómetro (APP), massa de 3 kg/m2 com armadura de feltro de fibra de vidro com 50 g/ m2 de alta resistência e por tela de betume modificado com polímero plastómetro (APP), massa de 4 kg/m2 com armadura de poliéster com 180 g/ m2. Nas coberturas planas do edifício, as telas deverão ter acabamento em ambas as faces em polietileno e sobre o sistema impermeabilizante deverá ser aplicada uma lâmina geotêxtil de fibras sintéticas de 200 g/ m2. No caso da impermeabilização da cobertura da

39 escada de serviço, a primeira camada (tela de betume modificado com polímero plastómetro (APP), massa de 3 kg/m2 com armadura de feltro de fibra de vidro com 50 g/ m2 de alta resistência) deverá ter acabamento em ambas as faces em polietileno, a segunda camada (tela de betume modificado com polímero plastómetro (APP), massa de 4 kg/m2 com armadura de poliéster com 180 g/ m2) deverá ter acabamento interior em polietileno e granulado de xisto na face exterior.

Os trabalhos referentes ao sistema de impermeabilização serão executados por pessoal especializado, sendo prestada garantia ao Dono de Obra, referente ao comportamento da impermeabilização, com início à data da receção provisória e válida por um período mínimo de dez anos. [7] [9] [10]

DETALHES DOS REMATES

A aplicação da impermeabilização deve ser iniciada pela preparação dos cantos periféricos e pontos de escoamento ou entrada de água. Após concluídos os detalhes procede-se à impermeabilização dos panos verticais e horizontais com a aplicação das telas totalmente aderidas, garantindo uma sobreposição de 10 cm. [7]

PROCESSO DE CONCLUSÃO

Finalizados os trabalhos de impermeabilização, a cobertura deverá ser colocada à carga, isto é, as zonas de saída de água devem ser seladas e a cobertura deve ficar cheia de água por um período não inferior a 24 horas, ficando o ensaio concluído com o preenchimento da ficha de conformidade, que será assinada pelo Empreiteiro e pela Fiscalização, de forma a se poder verificar se o ensaio foi executado nas devidas condições. Esta ficha não iliba o Empreiteiro de todos os danos posteriores que possam acontecer na impermeabilização, pelo que deverá o mesmo proceder após a retirada da água da cobertura à proteção das telas, a fim de evitar a sua destruição e/ou danificação. [7]

4.1.4.2 Clarabóia

A existência de componentes degradados na clarabóia, que colocam em causa a estanquidade do edifício às águas pluviais, leva à necessidade efetuar as correções mencionadas em seguida: [7]

 Limpeza cuidada de todos os elementos de suporte, ligações, fixações e rufos de capeamento com recurso a jato de água com a pressão adequada ao trabalho a ser

4. Medidas corretivas para as patologias encontradas

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efetuado e escovagem quando a aplicação do jato de água não garanta a limpeza correta das superfícies;

 Correção dos elementos empenados e respetivas fixações e, nas situações em que os elementos se encontrem com degradação que não permita a sua reutilização, efetuar a remoção e substituição dos respetivos elementos;

 Substituição dos vidros que se encontrem fissurados ou quebrados por outros com as mesmas caraterísticas (vidro armado de dimensões 80 cm ×240 cm e 6 mm de espessura), garantindo a correta colocação e isolamento com recurso a mástique de silicone com boa trabalhabilidade, reduzida retração de secagem, boa adesão aos elementos metálicos, baixa permeabilidade, resistência à água, ao calor, aos agentes de limpeza, e aos ataques químicos e resistência ao desenvolvimento de microrganismos.

 Isolamento das ligações entre elementos com recurso a mástique de silicone de modo a evitar a infiltração de água através dos elementos metálicos.

4.1.4.3 Chapas de cobertura

As chapas que compõem a cobertura inclinada, por estarem expostas aos agentes atmosféricos, são alvo de corrosão superficial que se evidencia na face interior acessível (ver figura 3.11) e nos elementos de fixação à estrutura.

A reparação destes elementos passará pela limpeza com recurso a jato de água de alta pressão, escovagem com escova de aço e lixação quando necessário. Após a limpeza cuidada dos elementos, procede-se à sequência já referida no ponto 5.1.3. Resolução de patologias em elementos salientes, uma vez que se trata de elementos metálicos que requerem o mesmo tipo de reparação. [7]

Os elementos de fixação das chapas metálicas da cobertura inclinada que se encontrem com deterioração acentuada serão removidos e substituídos por novos elementos (parafusos auto roscantes)

4.1.4.4 Lajetas de betão

Para permitir a realização dos trabalhos na cobertura é necessário proceder à remoção das lajetas de betão existentes. O levantamento das lajetas será efetuado de forma cuidada de modo a preservar as peças que serão devidamente acondicionadas para reassentamento

41 posterior. As lajetas deterioradas que não permitam reutilização serão transportadas a vazadouro devidamente autorizado.

Após a realização dos trabalhos de impermeabilização e colocação de isolamento térmico, serão recolocadas as lajetas removidas anteriormente que não se encontrem degradadas, sendo substituídas as que se encontrem quebradas, fissuradas, não possuam textura homogénea e não sejam isentas de corpos estranhos, por novas lajetas com as mesmas dimensões das já existentes (60 cm×60 cm×4 cm).

As lajetas serão assentes de forma ensossa (sem argamassa) em apoios de PVC (ver figura

5.7), sobre o isolamento térmico, sendo cada fiada executada de forma a alinhar as juntas

com a anterior.