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Resource Utilization Groups for Home Care RUG-III/HC

Seção I – Doenças diagnosticadas

2.2.2 Resource Utilization Groups for Home Care RUG-III/HC

O RUG III/HC é um sistema de classificação de utentes, específico para os cuidados domiciliários e já descrito de forma pormenorizada no enquadramento teórico. Trata-se de um instrumento que também foi desenvolvido pelo consórcio internacional interRAI, que resulta num diagrama constituído por vários grupos, totalizando 23

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subgrupos (www.interrai.org/assets/files/Case-MixClassification/rug

iiihc_23_diagram.pdf).

Já referido e desenvolvido anteriormente, este sistema de classificação de utentes, utiliza sete grandes grupos para integrar os indivíduos. Da aplicação do MDS-HC também já apresentado anteriormente, os sujeitos vão ser integrados nos grupos, designados de Reabilitação especial; Serviços extensivos; Cuidados especiais; Complexidade clínica; Défice cognitivo; Problemas de comportamento e, finalmente, Função física reduzida.

Através de um código, desenvolvido também pelo consórcio internacional InterRAI, os sujeitos vão ser integrados nestes sete grupos de acordo com um conjunto de variáveis selecionadas, e, posteriormente, são integrados em subgrupos em função do seu desempenho nas AVD e AVDI, constituindo-se o referido diagrama com 23 subgrupos. Para a constituição dos 23 subgrupos são utilizadas quatro AVD e três AVDI.

O índex das AVD vai resultar dos scores relativos à capacidade do sujeito em quatro AVD, que são: i) a sua capacidade em deslocar-se ou mobilidade; ii) a sua capacidade para se cuidar (asseio); iii) a sua capacidade para alimentar-se; iv) e, por último, a sua capacidade nas transferências. Os resultados podem variar entre o valor quatro, que corresponde à independência dos sujeitos ou supervisão em todas as áreas, até ao valor 15 que, neste caso, corresponde à dependência total dos sujeitos também em todas as áreas (Hawes, Fries, James & Guihan, 2007).

Relativamente às AVDI, neste estudo apenas nos interessa o desempenho (e não a capacidade) dos sujeitos para a preparação das refeições, uso do telefone e preparação da medicação. Neste caso, os resultados podem variar entre o valor zero, que corresponde a sujeitos independentes e o valor três, que corresponde a sujeitos totalmente dependentes.

Quanto à escala de avaliação da performance cognitiva (CPS), todos os sujeitos que apresentam valores acima de três foram considerados como apresentando défice cognitivo. A conjugação destas variáveis vai assim dar origem aos grupos que estão hierarquizados em termos de utilização de recursos e também de custos.

______________________________________________________________________ 126 2.2.3 Cálculo dos custos

A obtenção dos custos por utentes foi calculada através da recolha do registo do tempo utilizado pelos diferentes profissionais envolvidos na prestação dos cuidados.

O registo de tempo foi realizado através do preenchimento de uma grelha semanal de registo, que incluiu a seguinte informação: identificação do utente, identificação do cuidado/tarefa(s) realizada(s), qual o profissional envolvido, a quantidade de tempo despendida e a data da prestação do cuidado/execução da tarefa (Carpenter, Perry, Chalis, Hope, 2002).

Nesta grelha foram registados diariamente todos os cuidados prestados ao sujeito e o tempo despendido pelos diferentes profissionais envolvidos, de modo a proceder ao cálculo dos custos associados.

Esta recolha de dados relativa ao tempo utilizado, foi monitorizada durante o período de 12 semanas. A definição deste prazo (12 semanas) é, segundo Poss, Hirdes, Fries, McKillop, & Chase (2008), representativa de períodos mais longos para avaliar os cuidados prestados.

Posteriormente, e para a obtenção do custo do serviço, o cálculo foi efetuado de acordo com a tabela remuneratória atual em vigor para os profissionais em início de carreira nas IPSS. Os profissionais envolvidos foram, neste caso, as prestadoras dos cuidados aos sujeitos, designadas de ajudantes de ação direta ou ajudante familiar domiciliária, dependendo da natureza jurídica da IPSS e que, para facilitação de leitura, se passam a designar de ajudantes domiciliárias. São estas profissionais que prestam os cuidados de higiene e conforto aos sujeitos, distribuem e apoiam nas refeições, procedem ao tratamento das roupas e limpeza habitacional. Realizam ainda tarefas de apoio nas atividades instrumentais da vida diária.

Relativamente aos técnicos, foram incluídos os técnicos de reabilitação e de enfermagem.

O valor calculado para as ajudantes domiciliárias foi de 4,30€/h, tendo também por base a tabela em vigor nas IPSS. Para os técnicos, o valor do custo hora foi de 7,85€/h. Incluíram-se aqui os enfermeiros e fisioterapeutas, dado serem os únicos técnicos a prestar cuidados neste estudo.

______________________________________________________________________ 127 Relativamente ao cálculo do tempo utilizado pelo cuidado informal, este foi recolhido através da aplicação do instrumento MDS-HC. O instrumento prevê um item relativo ao registo do tempo que o cuidador informal refere utilizar nos últimos três dias no apoio ou realização das AVD e AVDI.

Neste caso, o valor base utilizado para o cálculo do custo do cuidado informal foi de cerca de metade do valor pago a uma ajudante domiciliária, tal como na investigação de Poss, Hirdes, Fries, McKillop & Chase (2008), que considerou ser este o valor razoável.

A análise estatística deste estudo foi feita com recurso ao programa IBM SPSS Statistics, versão 20.

2.3 Procedimentos

Numa fase inicial, procedeu-se a uma revisão da literatura relativa ao tema em estudo. Para a concretização deste estudo, foi solicitada autorização escrita para utilização deste instrumento para fins académicos ao responsável nesta área específica dos cuidados domiciliários do consórcio internacional InterRAI Assessment System, Ph.D. Brant Fries, tendo sido assinada, entre as partes, a licença de utilização.

Numa segunda fase, procedeu-se à tradução semântica do instrumento selecionado, o InterRAI Minimum Data Set-Home Care (MDS-HC).

Na fase seguinte, foram formalizados os pedidos de autorização às Direções das instituições selecionadas, para recolha de dados junto dos utentes, assim como de acesso a toda a informação necessária, apresentando-se o projeto de intervenção e quais os objetivos do estudo, através de documento escrito.

Posteriormente, foi realizada reunião com os responsáveis dos diferentes serviços, de modo a esclarecer e especificar os objetivos do estudo, dar a conhecer o instrumento de recolha de dados, e quais os procedimentos que iriam ser adotados para essa a recolha. Importa referir que todas as instituições contactadas acederam participar no presente estudo.

Depois da versão final completa, realizou-se um teste piloto a seis utentes para verificação da adequação semântica na formulação das questões, não sendo necessário proceder a alterações significativas no instrumento.

______________________________________________________________________ 128 Como já referido, a recolha de dados foi feita pelo investigador, aplicando-se os instrumentos de recolha de dados a todos os sujeitos, cuidadores, participantes no estudo.

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