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Responsabilização pela Execução dos Programas de

Apresentado o campo de aplicação do Orçamento Público, cabe agora tratar das pessoas responsáveis por gerir e executar as atividades de competência desses órgãos, normalmente chamadas, pelos autores, de agentes públicos.

Conceitualmente, agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de aíguma função estatal. Os agentes normalmente desempenham funções do órgão, distribuídas entre os cargos de que são titulares. Segundo Meirelles (1999, p. 70-75), os agentes públicos repartem-se em quatro espécies ou categorias, bem diferenciadas, a saber:

a) agentes Políticos: são os componentes do Govemo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais. Nesta categoria, encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de Municípios); os membros das Corporações Legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do Poder Judiciário (Magistrados em geral); os membros do Ministério Público (Procuradores da República e Justiça, Promotores e Curadores Públicos); os membros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselheiros); os representantes diplomáticos e demais autoridades que atuem com independência funcional no desempenho de atribuições governamentais, judiciais ou quase-judiciais, estranhas ao quadro do serviço público;

b) agentes Administrativos: são todos aqueles que se vinculam ao Estado ou às suas entidades autárquicas e fundacionais por relações profissionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico determinado pela entidade estatal a que servem. São investidos, a título de emprego e com retribuição pecuniária, em regra, por nomeação, e excepcionalmente, por contrato de trabalho ou credenciamento. Normalmente são chamados de Servidores Públicos;

c) agentes Honoríficos: são cidadãos convocados, designados ou nomeados

para prestar, transitoriamente, determinados serviços ao Estado, em razão de sua condição cívica, de sua honorabiiidade ou de sua notória capacidade profissional, mas sem qualquer vínculo empregatícío ou estatutário e,

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18 Contabilidade Pública — João Eudes Bezerra Filho ELSEVIER

normalmente, sem remuneração. Tais serviços constituem o chamado

munus público, ou serviços públicos relevantes, de que são exemplos a

função de jurado, de mesãrio eleitoral, de comissário de menores, de presidente ou membro de comissão de estudo ou de julgamento e outros dessa natureza;

d) agentes Delegados: são particulares que recebem a incumbência de

executar determinados serviços, atividades ou obras públicas e realizam- nos em nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob permanente fiscalização do delegante. Nesta categoria, encontram-se os concessionários e permissionãrios de obras e serviços públicos, os serventuários de ofícios ou cartórios não-estatizados, os leiloeiros, os tradutores e intérpretes públicos, as demais pessoas que recebem delegação para a prática de alguma atividade estatal ou serviço de interesse coletivo.

Dentre os agentes públicos supracitados, merecerão total atenção, por conta dos objetivos que se pretendem alcançar neste estudo, aqueles agentes que recebem a incumbência de gerir recursos públicos com o propósito de planejar e executar as ações de competência de cada órgão público, pois estes agentes - que serão chamados a partir deste momento de “ordenadores de despesas" - terão subsídios de aferição de suas gestões, bem como serão controlados e avaliados por agentes hierarquicamente superiores, por meio do controle interno e externo (órgãos do Poder Legislativo, Tribunais de Contas, Ministério Público) e pela própria sociedade mantenedora e receptora dos possíveis benefícios gerados.

É importante destacar que, em face do crescimento da população e demais demandas que advêm do ambiente social de um País, o Estado, em busca da continuidade da prestação de seus serviços, tende a expandir suas ações que, indubitavelmente, exigem maiores estudos e conhecimento do ambiente social, objeto de atuação de um govemo, em face do grau de complexidade que o circunda. Conexa a esta situação, surge, automaticamente, a necessidade de delegação de responsabilidade e autoridade. Processo este entendido como natural, pois, dependendo do tamanho do ente federativo (União, Estado ou Município), cujo governo deve estabelecer-se para cumprir sua missão, depreende-se que a delegação não será mais uma questão de opção; será, sim, uma condição sem a qual este govemo coloca em risco sua atuação perante a sociedade.

CAMPUS Capítulo i — Introdução ao Estudo do Orçamento Público 19

Dentro da concepção supracitada, em termos de aplicações de recursos públicos, a legislação brasileira permite a delegação de autoridade para esse fim, até a pessoa do Ordenador de Despesas, definido, pelo § Ia do art. 80 do Decreto- Lei na 200/1967, como sendo: “(...) toda e qualquer autoridade de cujos atos resultarem emissão de empenho, autorização de pagamento, suprimento ou dispêndios de recursos da União ou pela qual responda”. Ressalte-se, ainda, que a Constituição Federal do Brasil de 1988 determinou a obrigatoriedade de prestar contas, por parte dos Ordenadores de Despesas, ao estabelecer, em seu art. 70, que: “Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade pública que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responde, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.”

Responsabilização peia Execução dos Programas de Governo

Agentes Políticos □ Ordenador de

e

Agentes Administrativos

Despesas

(servidores púbiicos)

(...) toda e qualquer autoridade de cujos atos resuftarem emissão de empenho, autorização de pagamento, suprimento de fundos

ou dispêndios de recursos da União (E , D F e M ) ou peia quai responda (§ 1® do art. 80 do Decreto-Lei n9 200/1967).

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