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Das 10 associações que inicialmente concordaram em participar no estudo, apenas 6 enviaram respostas aos questionários (1 da região Norte, 2 da região Centro e 3 da região Sul).

Do total de 200 questionários que foram enviados para as associações, foram devolvidos 109 sendo que apenas 1 foi eliminado por faltar uma página, o que significa que este estudo contou com 108 questionários, perfazendo uma taxa de resposta de aproximadamente 50%.

Neste ponto faz-se a caracterização da figura do dador de sangue começando pelos ASPETOS

SOCIODEMOGRÁFICOS e HÁBITOS DE DÁDIVA.

Relativamente à distribuição dos dadores por GÉNERO, 61% dos dadores são homens e 39% são mulheres (Gráfico 4.1).

Gráfico 4.1 - Gráfico de Barras do Género.

(n = 108: n feminino = 42, n masculino = 66)

Considerando a amostra global, a IDADE média dos dadores situa-se nos 42 anos (Gráfico 4.2). A idade mínima é de 18 anos e a máxima de 69 anos, verificando-se uma amplitude de 51 anos de idade. Dos 105 dadores, apenas se verificou que 7 dadores têm idades até aos 25 anos e 20 dadores com idades compreendidas entre os 55 e os 65 anos. O grupo etário mais frequente situa-se aproximadamente entre os 35 e os 40 anos de idade.

Gráfico 4.2 - Histograma da Idade.

(n = 105)

Analisando a IDADE EM FUNÇÃO DO GÉNERO, verifica-se que a idade média das dadoras e dos dadores situa-se nos 36 anos e nos 46 anos, respetivamente. A idade mínima das mulheres é de 18 anos enquanto que a dos homens é de 27 anos de idade. A idade máxima das dadoras é de 62 anos enquanto que a dos dadores é de 69 anos de idade. Desta amostra, fazem parte mulheres com idades muito jovens e homens que dão sangue para além dos 65 anos (idade limite estabelecida pelo DL nº 267/2007; depois dos 65 anos, os dadores podem continuar a dar sangue desde que manifestem vontade e o médico do Serviço de Sangue o autorize1). Setenta e cinco por cento das dadoras têm até 40 anos de idade enquanto 75% dos homens têm uma idade até aos 55 anos (Gráfico 4.3).

Gráfico 4.3 – Diagrama em Caixa da Idade em função do Género.

(n = 105: n feminino = 42, n masculino = 63)

Relativamente ao GRAU DE ESCOLARIDADE, os dados mostram que 80% dos dadores têm escolaridade até ao 3º ciclo (9º ano ao 12º ano) e 20% tem um grau de escolaridade superior (Gráfico 4.4).

Gráfico 4.4 - Gráfico de Barras do Grau de Escolaridade.

(n = 106)

A análise da PROFISSÃO dos dadores foi realizada tendo em consideração o setor de atividade. Os resultados são apresentados no Gráfico 4.5. Dos dadores que estão empregados, a maior percentagem exerce a sua atividade no setor terciário do qual fazem parte atividades que não produzem bens, mas prestam serviços (saúde, educação, comércio).

Gráfico 4.5 - Gráfico Circular da Profissão.

(n = 108)

Em relação à SITUAÇÃO PROFISSIONAL, é interessante verificar que 69% dos dadores estão empregados (Gráfico 4.6). Este valor pode estar relacionado com o facto de as associações de dadores organizarem colheitas em colaboração com empresas, pelo que se este questionário fosse distribuído aos dadores que dão sangue nos Serviços de Sangue, seria expectável que a percentagem de empregados fosse inferior e a de desempregados e reformados fosse superior.

O MEIO DE TRANSPORTE mais vezes assinalado pelos inquiridos como sendo aquele que utilizam para se deslocarem até ao local onde efetuam a sua dádiva de sangue é o Veículo Próprio (Gráfico 4.7).

Gráfico 4.7 - Gráfico de Barras do Meio de Transporte.

(n = 106)

Em média, os dadores demoram 16 minutos a chegar ao local onde dão sangue. O tempo mínimo foi de 0 minutos (há dadores que dão sangue nos seus locais de trabalho) até a valor máximo de 90 minutos (Gráfico 4.8). Verifica-se a presença de 4 outliers: 1 outlier moderado referente ao dador que preencheu o questionário nº 10 e que tem um tempo médio de deslocação de 45 minutos; 2 outliers severos referentes aos dadores que preencheram os questionários nº 3 e 56 e que demoram cerca de 1 hora; 1 outlier severo correspondente ao dador que preencheu o questionário nº 45 e que demora, em média, 90 minutos na deslocação para o local onde efetua a sua dádiva de sangue.

Mais uma vez, estes resultados podem estar relacionados com o facto de as associações de dadores organizarem sessões de colheita nos locais de trabalho dos dadores ou em localidades próximas da sua área de residência. Se o questionário fosse aplicado aos dadores que dão sangue nos Serviços de Sangue, muito provavelmente os tempos de deslocação seriam superiores.

Analisando os dados referentes à ANTIGUIDADE DO DADOR, 44% dá sangue há mais de 10 anos e apenas 6% dos dadores são de 1ª vez (Gráfico 4.9). Um aspeto muito positivo é a fidelidade destes 44% de dadores com um histórico respeitável de dádivas, o que indica um elevado nível de compromisso dos dadores para com a dádiva. Um aspeto negativo é a percentagem baixa

de dadores de 1ª vez (5,6%). A baixa percentagem de dadores de 1ª vez pode levar no futuro a uma redução do número total de dádivas porque não há renovação de dadores.

Gráfico 4.8- Diagrama em Caixa do Tempo Médio Gasto (em minutos) na Deslocação ao Local da Dádiva.

(n = 102)

Gráfico 4.9 - Gráfico de Barras da Antiguidade do Dador.

(n = 107)

Analisando a ANTIGUIDADE DO DADOR EM FUNÇÃO DO GÉNERO, verificamos que os homens dão sangue durante um maior período de tempo em comparação com as mulheres (Gráfico 4.10). Setenta e um por cento das mulheres dá sangue por um período de tempo que vai até aos 10

anos de dádiva em comparação com 42% de homens. Cinquenta e seis por cento dos homens dá sangue há mais de 10 anos em comparação com 24% de mulheres. Verificou-se um maior número de mulheres a darem sangue pela 1ª vez (10%) em comparação com os homens (3%). O interessante deste gráfico, é que os dados sugerem que daqui a uns anos a maior parte da população dadora será feminina, o que se trata de uma inversão dos tempos atuais. Isto sugere ainda que campanhas futuras a incentivar a dádiva de sangue devem ser mais dirigidas aos jovens e a adultos jovens do género masculino porque é aqui que se verificam mais desequilíbrios. Estes dados foram uma novidade.

Gráfico 4.10 - Gráfico de Barras da Antiguidade em função do Género do Dador.

(n = 107: n feminino = 41, n masculino = 66)

Em relação à FREQUÊNCIA RELATIVA DAS DÁDIVAS POR ANO, os inquiridos revelam ser dadores regulares com 77% a darem sangue 2 a 3 vezes por ano (Gráfico 4.11). São resultados muito positivos que revelam um nível elevado de compromisso dos dadores para com a dádiva de sangue. Apenas 7% dos homens dá sangue de 3 em 3 meses.

Fazendo a análise da FREQUÊNCIA RELATIVA DAS DÁDIVAS POR ANO EM FUNÇÃO DO GÉNERO, verifica-se uma maior percentagem de mulheres a darem sangue no limite máximo de dádivas por ano permitidas por lei (Gráfico 4.12). Quarenta e um por cento das mulheres dá sangue 3 vezes por ano (4 em 4 meses) enquanto que 11% dos homens dá sangue 4 vezes por ano (3 em 3 meses). Também estes dados constituíram uma surpresa, na medida em que se esperava

uma menor percentagem de mulheres a darem sangue 3 vezes por ano e maior percentagem de homens a darem sangue 4 vezes por ano.

Gráfico 4.11 - Gráfico de Barras do Número Médio de Dádivas de Sangue por Ano.

(n = 101)

 

Sob o ponto de vista sociodemográfico e hábitos de dádiva, podemos caracterizar os dadores de sangue desta amostra como sendo do género masculino, com 42 anos de idade, 3º ciclo de escolaridade, a exercer funções no setor terciário e com vínculo laboral. Utiliza veículo próprio para se deslocar até ao local onde efetua a sua dádiva de sangue. Em média, não demora muito tempo na deslocação. Tem um histórico que ultrapassa os 10 anos de dádiva e é um dador regular, na medida em que dá sangue 2 a 3 vezes por ano. Dadoras com idades muito jovens e dadores com idades para além dos 65 anos. Os homens dão sangue por um período de tempo mais longo em comparação com as mulheres. Há mais dadoras de 1ª vez que dadores. A análise à tendência do dador evidencia que o dador tipo está a mudar podendo em breve ser do género feminino e mais jovem.

De seguida, são apresentados os dados relativos à MOTIVAÇÃO E AOS SENTIMENTOS

ASSOCIADOS À DÁDIVA DE SANGUE.

O MOTIVO assinalado num maior número de vezes que leva os dadores a dar sangue é a “Solidariedade” (85%), seguido da “Responsabilidade Social” (41%) e do “Sentir-se Melhor Consigo Mesmo” (35%) (Gráfico 4.13). Embora não esteja nos 3 primeiros lugares, a “Isenção das Taxas Moderadoras no Centro de Saúde” foi assinalado por 34% dos inquiridos. Na opção “Outro”, 1 dador referiu o seguinte: gosto de saber que posso com um gesto tão simples, salvar vidas.

Os motivos que constam no Estatuto do Dador de Sangue e que se constituem como Direitos do Dador foram pouco valorizados pelos dadores (94% não assinalou a opção “Ausência das minhas atividades profissionais a fim de dar sangue, pelo tempo considerado necessário, sem quaisquer perdas de direitos ou regalias do trabalhador dador”, 91% não assinalou a opção do “Seguro do dador” e 91% dos inquiridos não considerou o “Acesso gratuito ao estacionamento dos estabelecimentos do SNS aquando da dádiva de sangue” como fatores de motivação para a dádiva de sangue). Esta situação pode estar relacionada com a população-alvo deste estudo. Regra geral, as associações de dadores de sangue tendem a organizar as sessões de colheita nos locais de trabalho ou em locais e horários mais adequados para a vida dos dadores, consequentemente os aspetos do estacionamento e da falta ao trabalho podem não ser valorizados. A questão do “Seguro do dador” é importante, mas curiosamente foi pouco valorizada pelos dadores talvez por a maioria dar sangue sem nunca ter experimentado uma reação adversa ou por ser um direito que não está ainda implementado, apesar de estar contemplado na lei anterior. É expectável que esta questão adquira outra importância nos dadores que se deslocam até aos Serviços de Sangue para efetuarem a sua dádiva.

Gráfico 4.13 - Gráfico de Barras para os Motivos para a Dádiva de Sangue.

(n = 108)

Fazendo a análise do MOTIVO PARA A DÁDIVA DE SANGUE EM FUNÇÃO DO GÉNERO, verifica-se que a “Solidariedade” está de igual modo associada ao género (Gráfico 4.14). A destacar o motivo da “Responsabilidade Social” mais vezes assinalado pelas dadoras (21%), enquanto que o motivo da “Isenção das Taxas Moderadoras no Centro de Saúde” foi assinalado pelos homens (15%) num número de vezes superior.

A “Sensação de Dever Cumprido” constitui-se como o SENTIMENTO que foi mais assinalado pelos dadores como estando associado à dádiva de sangue (83%) (Gráfico 4.15). Na opção “Outro”, 5 dadores referiram o seguinte: Ajudar a salvar a vida do meu irmão e de outras pessoas; Ajudar alguém que precisa; Fraqueza/tensão baixa; Nenhum sentimento em especial; Satisfação pessoal.

Gráfico 4.15 - Gráfico de Barras para os Sentimentos associados à Dádiva de Sangue.

(n = 105)

Prosseguindo com a caracterização do dador de sangue desta amostra, pode-se afirmar, sob um ponto de vista subjetivo, que o que motiva o dador é o ato de solidariedade para com o outro. A isenção das taxas moderadoras no centro de saúde constituí-se como o 4º motivo para a dádiva de sangue. O sentimento de dever cumprido experimentado pelo dador quando dá sangue está em sintonia com o motivo para a dádiva de sangue.

Depois de identificados os motivos e os sentimentos associados à dádiva de sangue, os dados que se seguem referem-se ao CONHECIMENTO QUE O DADOR TEM EM RELAÇÃO À LEGISLAÇÃO e a

PERCEÇÃO DO DADOR SOBRE O ESTATUTO DO DADOR DE SANGUE.

Relativamente à LEGISLAÇÃO, os dados indicam que os dadores estão bem informados. Sessenta e três por cento dos respondentes afirma ter conhecimento do Estatuto do Dador de Sangue (Gráfico 4.16). Trinta e quatro por cento dos inquiridos teve conhecimento da legislação atual por intermédio do questionário. A maior percentagem de dadores (65%) também refere

que conhece a legislação anterior ao Estatuto do Dador de Sangue (Gráfico 4.17). Estes resultados podem ser explicados pelo facto de as associações de dadores darem a conhecer a legislação que está em vigor, razão pela qual estes resultados não surpreendem. É expectável que se obtenham respostas diferentes nos dadores que não pertençam a associações de dadores.

Gráfico 4.16 - Gráfico Circular para o Conhecimento da Legislação Atual através do Questionário.

(n = 107)

Gráfico 4.17 - Gráfico Circular para o Conhecimento da Legislação Anterior.

(n = 106)

Os dados relativos à PERCEÇÃO DO DADOR FACE AO ESTATUTO DO DADOR DE SANGUE permitem fazer a seguinte análise:

 A maioria dos inquiridos “Concorda” com os DIREITOS DO DADOR DE SANGUE listados no referido estatuto (Gráfico 4.18). Apesar de concordarem, estes direitos não se constituem como motivos para a dádiva de sangue (ver Gráfico 4.13). As percentagens mais elevadas neste ponto correspondem às mais baixas nos motivos para a dádiva de sangue, ou seja, 91% dos dadores concorda com o “Acesso gratuito ao estacionamento do SNS aquando da dádiva

de sangue”, mas como motivo para a dádiva apenas foi considerado por 9,3% dos inquiridos; o mesmo acontece com o “Seguro do Dador” e a “Ausência das atividades profissionais sem penalizações”. Apesar de a “Isenção das Taxas Moderadoras no Centro de Saúde” ter sido o direito menos assinalado pelos dadores, embora sem diferenças significativas em relação aos outros direitos, é o 4º motivo que leva os dadores a dar sangue (34,3%).

Gráfico 4.18 - Gráfico de Barras para os Direitos do Dador de Sangue.

(n isenção das taxas moderadoras = 94, n ausência das atividades profissionais sem penalizações = 91, n seguro do dador = 92, n acesso gratuito ao estacionamento = 95)

 Quanto à IMPORTÂNCIA DOS DIREITOS DO DADOR DE SANGUE listados no referido Estatuto, a “Isenção das Taxas Moderadoras no Centro de Saúde” foi o direito eleito pelos dadores como sendo o “Mais Importante” (Gráfico 4.19). Foi o único direito que nenhum dador classificou no questionário como “Nada Importante”. Apesar de ser considerado o 4º motivo que leva os dadores a dar sangue, é o direito que assume maior importância para os dadores.

 Segundo o referido Estatuto, o dador perde os benefícios acima referidos caso

interrrompa a dádiva de sangue sem motivo justificado e por mais de 24 meses (Gráfico

Gráfico 4.19 - Gráfico de Barras para o Grau de Importância (“Muito Importante”) em relação aos Direitos do Dador.

(n isenção das taxas moderadoras no centro de saúde = 56, n ausência das atividades profissionais sem penalizações = 1, n seguro do dador = 10, n acesso gratuito ao estacionamento do SNS = 1)

Gráfico 4.20 - Gráfico Circular para a Opinião dos Dadores sobre a Perda de Benefícios em caso de Interrupção da Dádiva de Sangue.

(n = 107)

 Cerca de metade dos dadores, considera que este Estatuto vai contribuir para o aumento

do número de dádivas de sangue (Gráfico 4.21); no entanto, 56% dos dadores considera

que os direitos deste Estatuto não os vai motivar a dar sangue com maior regularidade (Gráfico 4.22). De referir que, em média, os dadores que responderam a este questionário dão sangue com uma regularidade de 2 a 3 vezes por ano, o que é bastante considerável.

Gráfico 4.21 - Gráfico Circular para o Contributo do Estatuto do Dador de Sangue para o Aumento do Número de Dádivas de Sangue.

(n = 106)

Gráfico 4.22 - Gráfico Circular para o Contributo do Estatuto do Dador de Sangue na Motivação para a Dádiva de Sangue.

(n = 107)

Sob o ponto de vista do conhecimento da legislação associado à dádiva de sangue, pode-se caracterizar o dador desta amostra como estando bem informado. Em relação à opinião sobre o Estatuto do Dador de Sangue, os dados revelam que os dadores concordam com os direitos do dador de sangue listados no referido Estatuto, sendo a isenção das taxas moderadoras no acesso às prestações do SNS o eleito como mais importante. O dador também concorda com a perda dos seus direitos caso interrompa a dádiva sem motivo aparente e por um período superior a 2 anos. Apesar de considerar que este Estatuto vai contribuir para o aumento do número de dádivas, não motiva o dador a dar sangue com maior regularidade. Os dadores que responderam a este questionário dão sangue com regularidade (2 a 3 vezes por ano), o que pode explicar o facto de este Estatuto não funcionar como agente motivacional.

Depois de analisada a perceção do dador sobre o Estatuto do Dador de Sangue, segue-se a análise da IMPORTÂNCIA DAS TAXAS MODERADORAS NA DÁDIVA.

 Relativamente à questão O facto de ter perdido a isenção das taxas moderadoras (exceto

no centro de saúde) afeta de alguma forma a sua motivação para a dádiva de sangue? A

maior percentagem dos dadores respondeu que “Não” (Gráfico 4.23).

Os 34% de dadores cuja motivação para a dádiva de sangue ficou afetada pelo facto de terem perdido a isenção total das taxas moderadoras consideram que face aos baixos rendimentos que possuem, a isenção total das taxas é crucial; a falta de sangue implica uma despesa superior em saúde para o Estado em comparação com a isenção total; a isenção total das taxas é um incentivo para a dádiva e representa uma forma de reconhecimento pelo ato de cidadania; os dadores são saudáveis, logo só recorrem ao Hospital por motivos de força maior. Há 1 dador que apesar de pertencer ao grupo dos 64% referiu o seguinte: Respondi “Não” e mesmo assim permita-me dizer que apesar dessa medida não afetar a minha motivação, eu gostaria de ver que a minha atitude como dador seria reconhecida!

Gráfico 4.23 - Gráfico Circular da Perda da Isenção Total das Taxas Moderadoras e a Motivação para a Dádiva de Sangue.

(n = 106)

 Considera a hipótese de deixar de ser dador de sangue pelo facto de ter perdido a

isenção das taxas moderadoras (exceto no centro de saúde)? A maior percentagem dos

dadores respondeu que “Não” (Gráfico 4.24). Há mais dadores que ainda não decidiram em comparação com aqueles que responderam que estão a ponderar deixar de ser dadores de sangue.

Gráfico 4.24 - Gráfico Circular da Hipótese de Deixar de ser Dador de Sangue pela Perda da Isenção Total das Taxas Moderadoras.

(n = 106)

 Para quantificar a associação existente entre as questões “a perda da isenção total das taxas moderadoras afeta a motivação para a dádiva de sangue” (questão 18) e “a hipótese de deixar de ser dador de sangue pela perda da isenção total das taxas moderadoras” (questão 19) calculou-se o coeficiente de associação Phi (Apêndice 8 - Tabela 4.1). Foram excluídos os dadores que responderam “Ainda não decidi” da questão 19, uma vez que esta opção não permite obter conclusões objetivas nesta análise, tendo sido consideradas as opções “Sim” e “Não” das questões 18 e 19. Obteve-se um valor para o coeficiente de associação Phi igual a 0,603 (valor – p < 0.0001), revelando uma associação positiva moderada entre as duas questões. Quer dizer que os dadores cuja motivação para a dádiva de sangue foi afetada pelo facto de terem perdido a isenção total das taxas moderadoras (34% - Gráfico 4.23), consideram a hipótese de deixar de ser dadores de sangue (9,3% - Gráfico 4.24) e os dadores cuja motivação para a dádiva de sangue não foi afetada pela perda da isenção total das taxas moderadoras (64% - Gráfico 4.23), não colocam a hipótese de deixar de ser dadores de Sangue (75% - Gráfico 4.24). De referir que há 14% de dadores que ainda não decidiram se vão continuar a ser dadores.

Importa verificar se existe alguma relação entre a questão das taxas moderadoras (questões 18 e 19) e a situação profissional dos dadores (questão 5), a antiguidade do dador (questão 8) e a regularidade da dádiva (questão 9). Parte-se do princípio que a importância desta questão difere consoante a situação profissional (dadores não empregados valorizam mais esta questão em comparação aos empregados). Por outro lado, é expectável que quanto maior for a antiguidade e a regularidade do dador, mais afetada estará a sua motivação para a dádiva de sangue, na medida em que a isenção total das taxas era um direito que se lhes assistia. É esperado que os dadores de 1ª vez não deem importância a esta questão, uma vez que estão a iniciar a sua “carreira” como dadores de sangue a terem a isenção apenas nos cuidados de saúde primários.

 Para quantificar a associação entre a situação profissional do dador (questão 5) e a importância das taxas moderadoras (questões 18 e 19), calculou-se o Coeficiente de Contingência (CC) (Apêndice 8 - Tabela 4.2). Não é possível verificar se existe ou não associação entre as variáveis consideradas para as categorias “Estudante” e “Doméstico” devido a número insuficiente de respondentes. Para os “Empregados” verificou-se uma associação moderada (CC = 0,566; valor-p < 0.0001) e para os “Desempregados” (CC = 0,650; valor – p = 0,003) há uma associação moderada entre as duas questões, sendo mais evidente nos “Desempregados”. Ao contrário do esperado, não se verifica associação entre as questões para o grupo dos “Reformados” (CC = 0,439; valor – p = 0,091).

 Para quantificar a associação entre a importância das taxas moderadoras (questões 18 e 19) e a antiguidade do Dador (questão 8), aplicou-se o Coeficiente de Contingência (Apêndice 8 - Tabela 4.3). Verifica-se associação moderada para todas as categorias da antiguidade (CC > 0,5; valor – p < 0,05) e a importância das taxas moderadoras. Esperava-se uma associação