• Nenhum resultado encontrado

De acordo com Medeiros et al. (2000) e Ayers e Westcot (1999) o meloeiro é classificado como um planta moderadamente sensível à salinidade, onde considera-se que valores de condutividade elétrica do extrato de saturação do solo (CEes) de até 2,2 dS m-1 não afetam o rendimento da cultura, entretanto o seu rendimento cai em torno de 50% quanto a salinidade é elevada até 9,1 dS m-1, e que uma CEes de 16 dS m-1 reduz drasticamnete a produtividade a zero.

A aplicação de 4 níveis de salinidade (0,6; 1,9; 3,2; 4,5 dS m-1) em dois ciclos de cultivo do melão amarelo, var. inodorus, cv. AF646, nas condições de Mossoró – RN, afetou de forma negativa o índice de área foliar, a fitomassa seca da parte aérea, área foliar especifica e razão de área foliar da parte aérea, comprometendo o crescimento do meloeiro (PORTO FILHO et al., 2009). Ainda segundo os autores, a taxa de crescimento absoluto da parte aérea sofreu influência do nível de salinidade da água de irrigação, enquanto a taxa de crescimento relativo e a taxa de assimilação líquida da parte aérea não foram influenciadas pelos tratamentos empregados. Quando os autores avaliaram a influência da salinidade na qualidade dos frutos, somente a condutividade elétrica do suco do fruto (CEf) foi afetada, crescendo linearmente com a elevação da salinidade, enquanto a forma de aplicação da água (solução salina contínua durante todo o ciclo de produção do meloeiro ou na forma de incrementos da dose salina nas diversas fases de desenvolvimento da cultura) não afetou as variáveis firmeza de polpa, sólidos solúveis, condutividade elétrica do suco (CEf), pH e perda da massa dos frutos.

O uso de águas com baixa (0,61 dS m-1) e alta salinidade (4,78 dS m-1), utilizando diferentes estratégias de manejo da irrigação, influenciou o número de frutos total e comercial do melão pele de sapo cvs. Sancho e Medellin, onde o tratamento que empregou o uso de água de boa qualidade, fornecida por dois dias, seguida por água salina, por um dia, promoveu

a viabilização da produção comercial dos frutos de melão, reduzindo o consumo de água de boa qualidade em 33% (TERCEIRO NETO et al., 2013).

Medeiros et al. (2011a) conduziram um experimento com o intuito de avaliar a alocação de massa seca no meloeiro Pele de sapo submetido à irrigação com águas de salinidades diferentes (0,54, 1,48, 2,02, 3,03 e 3,90 dS m-1) nos diferentes estágios de seu desenvolvimento (15, 30, 45 e 60 dias após o transplantio – DAT), sendo que esses intervalos de dias correspondem respectivamente as fases de crescimento inicial, floração plena, frutificação plena e anterior ao começo da colheita, em um argissolo vermelho amarelo nas condições de Mossoró-RN. De acordo com os autores, para a cultivar Sancho, todas as variáveis de crescimento estudadas foram influenciadas pelos diferentes níveis de salinidade da água de irrigação. Os parâmetros que foram mais afetados pela salinidade da água utilizada na irrigação foram à área foliar e a massa seca dos frutos, que tiveram seus valores reduzidos, respectivamente, na ordem de 28,9% e 24,6%. O acúmulo maior de massa seca ocorreu no período compreendido entre 30 e 45 dias após o transplantio. Já para a cultivar Medellin, a salinidade influenciou de forma negativa o rendimento da cultura, apresentando um total de perdas relativas por incremento unitário de salinidade, acima de 0,54 dS m-1, de 7,5% para produtividade comercial, 7,8% para produtividade total, 8,32% para número de frutos comerciais e 8,70% para número de frutos totais, entretanto, a massa média dos frutos não foi afetada.

Maia et al. (2005), trabalhando com melão amarelo cv. AF646, observaram que houve um efeito de diluição nos teores foliares de nitrogênio e potássio e de concentração para o cálcio e magnésio. A salinidade da água de irrigação influenciou de forma negativa os teores de potássio, cálcio e magnésio no meloeiro, de forma que o nutriente mais afetado foi o K, seguido pelo Ca e por último o Mg.

Medeiros et al. (2008) avaliaram a influência da salinidade combinada com diferentes frequências de irrigação na produção e na qualidade dos frutos de dois cultivares de melão (C1: Honey Dew cultivar Orange flesh; C2: Cantaloupe híbrido Trusty) e verificaram que a cultivar de melão Trusty foi mais tolerante à salinidade que a cultivar Orange flesh. Os sólidos solúveis totais não sofreram influência da salinidade nem da frequência de irrigação, a firmeza da polpa foi influenciada apenas pela salinidade, quando esta foi associada com uma maior frequência de irrigação, e o peso médio dos frutos foi influenciado de forma positiva somente pela maior frequência de irrigação.

Silva et al. (2005) avaliando o número e a produtividade de dois híbridos de melão, Gold Mine e Trusty, irrigados com águas de diferentes condutividades elétricas (1,2; 2,5 e 4,4 dS m-1) cultivados com e sem cobertura do solo, com filme de polietileno dupla-face de cor prata, concluíram que somente o híbrido Trusty apresentou redução do número de frutos total em resposta à salinidade da água de irrigação. Não houve diferença para a produtividade de frutos comerciais em ambos os híbridos, sendo que esta diminuiu com o aumento da salinidade. Com relação à cobertura do solo, constatou-se que os dois híbridos também reagiram de forma diferente, onde o número de frutos totais e a produtividade foram maiores no híbrido Trusty com solo coberto.

Medeiros et al. (2011c) estudaram os efeitos do fornecimento de águas de irrigação com diferentes condutividades elétricas (0,54; 1,48; 2,02; 3,03; 3,9 dS m-1) na produção e qualidade do melão Amarelo híbrido Mandacaru e verificaram que o incremento do nível de salinidade da água influenciou negativamente o rendimento da cultura, sendo que a água com salinidade de 3,9 dS m-1 proporcionou perdas de produtividade na ordem de 20,31%, motivada pela redução do número de frutos por planta. Os maiores valores de firmeza de polpa e sólidos solúveis ocorreram nos níveis de salinidade 2,09 e 3,5 dS m-1, respectivamente.

No melão Cantaloupe híbrido ‘Sedna’, o incremento do nível de salinidade na água de irrigação influenciou negativamente o rendimento, em função da redução do número de frutos por planta (MEDEIROS et al., 2011b).

Documentos relacionados