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RESPOSTAS SOCIAIS NO DOMÍNIO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE

CAPÍTULO III NORMATIVOS INTERNACIONAIS RATIFICADOS POR SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

3.3. RESPOSTAS SOCIAIS NO DOMÍNIO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE

Em São Tomé e Príncipe existem várias organizações da sociedade civil que prestam apoio às crianças, intervindo em situações de vulnerabilidade. A Associação para a Reinserção das Crianças Abandonadas e em Situação de Risco (ARCAR), Cáritas de São Tomé e Príncipe, Fundação da Criança e da Juventude (FCJ), Fundação Novo Futuro (FNF), Santa Casa de Misericórdia de São Tomé e Príncipe (SCM-STP) e Associação do Instituto Socioeducativo da Criança (AISEC), são as intuições que prestam apoio às crianças que necessitam de proteção.

De acordo com Elba e Diogo (2015), existem também algumas instituições públicas que atuam/intervêm no domínio da infância:

- Ministério Público;

- Ministério do Emprego e Assuntos Socais; - Direção da Proteção Social e da Solidariedade; - Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos; - Ministério da Saúde.

• CÁRITAS DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

A Cáritas de São Tomé e Príncipe, fundada a 15 de março de 1981, apresenta duas grandes missões, tendo como missão principal dar assistência social às populações carenciadas incluindo todas as idades, e aponta como missão secundária a adoção, integração familiar e encaminhamento. A mesma tem como população-alvo crianças do sexo masculino, dos 0 aos 6 anos, e de meninas com idades entre 0 e os 18 anos. Dado ao facto do protocolo existente entre a Caritas e ARCAR, os rapazes quando atingem uma idade superior aos seis anos são encaminhados para a Associação para Reinserção das Crianças Abandonadas e em Situação de Risco (Garcia, 2011).

A Caritas de São Tomé e Príncipe abriga crianças portadoras de deficiência física, crianças abandonadas, crianças que tenham sido vítimas de violência e crianças com problemas familiares e com desnutrição aguda. Também prestam apoio às crianças em termos de alimentação, educação e saúde. A organização atualmente acolhe 19 crianças sendo oito do sexo feminino e onze do sexo masculino (Garcia, 2011).

Esta organização apresenta as seguintes modalidades de intervenção: - O acolhimento de crianças;

- Organização da vida diária das crianças em acolhimento: dormida, comida, saúde e higiene, apoio escolar, atividades lúdicas e de aprendizagem informal;

- Contactos com as famílias e autoridades; - Integração familiar;

- Encaminhamentos para adoção;

- Encaminhamentos para a ARCAR (dos meninos de mais de 6 anos); - Encaminhamento para formação profissional

• ASSOCIAÇÃO DO INSTITUTO SOCIOEDUCATIVO DA CRIANÇA

A AISEC apresenta como principais atividades o apoio às crianças que estão fora do sistema educativo, com baixos níveis de rendimento escolar, principalmente aquelas que são marginalizadas pelo sistema de educação (Elba e Diogo, 2015).

• SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Caracterizada por Elba e Diogo (2015), como associação de fiéis, constituída na ordem jurídica canónica, tem como objetivo praticar a solidariedade social. A mesma tem dado um grande contributo, dando o seu apoio para o desenvolvimento e para uma rede de serviços básicos que possa satisfazer as necessidades da população santomense. Atualmente, presta apoio a 2000 pessoas (crianças, jovens e idosos).

• ASSOCIAÇÃO PARA REINSERÇÃO DAS CRIANÇAS ABANDONADAS E EM SITUAÇÃO DE RISCO

Segundo Garcia (2011), a ARCAR deu início às suas atividades em janeiro de 1992. Com atuação principal na Cidade de São Tomé, o seu trabalho abrange crianças de todo o país. A mesma apresenta como principal missão integrar e reintegrar crianças em risco na família, através do acolhimento. Apresenta como missão secundária proporcionar alfabetização, apoio escolar, orientação e formação profissional.

A ARCAR tem como população-alvo, crianças e jovens em situação de risco ou em situações de rua, tendo as mesmas idades compreendidas entre os 4 e os 17 anos, dispõe assim de um centro de acolhimento, em regime internato, com capacidade para 50 crianças do sexo masculino. Dispõe ainda de dois centros socioeducativos com capacidade para 95 crianças da comunidade de Mulundo e 65 crianças do Bairro da Liberdade (Garcia, 2011).

Apresenta as seguintes modalidades de intervenção:

- Organização da vida quotidiana no centro de acolhimento: dormida, comida, saúde e higiene;

- Apoio escolar e as atividades complementares (ATL);

- Atividades socioeducativas (educação física, visitas de estudos); - Legalização dos documentos de identificação das crianças; - Ateliês de formação (costura, bordado e culinária);

- Formação pré-profissionais; - Alfabetização;

- Ação Junto das famílias (considerada a atividade chave da organização). • FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DA JUVENTUDE

Considerada uma Instituição de Solidariedade Social sem fins lucrativos, fundada em São Tomé e Príncipe desde 2005, apresenta como seu objetivo primordial o “desenvolvimento de programas de intercâmbio educacional, pedagógico, social, cultural, ambiental e científico-tecnológico, envolvendo toda a comunidade, família e

idosos, e tendo sempre em vista a promoção social de menores e jovens carenciados física, psicológica e economicamente” (FCJ, 2011).

De acordo com Elba & Olívio Diogo (2015), a Fundação da Criança e da Juventude desenvolveu alguns projetos como:

- Projeto de Educação não Formal - Escola Aberta;

- Projeto de Dinamização e Capacitação do Grupo Juvenil de Defesa do Ambiente da FCJ - Ecoclube- Ilhas Verdes;

- Projeto de Criação do 1º Centro de Emergência Infantil com o Ministério da Saúde e dos Assuntos Socais;

- Projeto Descentralização de Segurança Alimentar em São Tomé e Príncipe – Eixo da Nutrição.

• FUNDAÇÃO NOVO FUTURO

Segundo Garcia (2011), a fundação é caracterizada como uma organização não governamental. Em junho de 2004 inaugurou o seu primeiro Lar e em 2005 alargou as suas atividades para a Região Autónoma do Príncipe, onde desenvolveu ações de formação na comunidade de Porto Real. Apresenta como missão o apoio as crianças e jovens privados de um ambiente familiar estável, concedendo-os um acolhimento capaz de lhes garantir saúde e bem-estar, afeto, educação, desenvolvimento e formação, de modo a garantir a sua autonomia e plena integração na sociedade.

A Fundação Novo Futuro apresenta como um dos seus objetivos fundamentais, gerir Lares Familiares para crianças desprotegidas e espaços de atividades de tempos livres (ATL) para as pessoas mais necessitadas. Apresenta como população-alvo, crianças órfãs, crianças abandonadas, crianças provenientes de famílias em situações de pobreza extrema, crianças de famílias com problemas sociais, crianças que provêm de famílias que vivem muito distantes da escola, crianças com problemas de integração na sociedade, devido ao seu comportamento. Atualmente, a organização acolhe 16 crianças e jovens, com idades compreendidas entre os 10 e os 19 anos, e neste momento a organização conta com um lar um Budo-Budo.

O seu objetivo passa por ajudar as crianças e os jovens em situação de exclusão de modo a promover a sua inclusão na sociedade que os rodeia, desenvolvendo atividades lúdicas e recreativas (costura, bordados, bijutaria, artesanato de coco, pintura), informação sobre alimentação e nutrição, higiene e saúde e primeiros socorros.