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“As florestas e demais formas de vegetação existentes no território nacional

são consideradas bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação estabelece” (Lei nº 4.771, de 15/09/1965) (BRASIL, 2004d). Diante deste fato, a

retirada de produtos ou subprodutos das florestas dependerá de prévia autorização dos órgãos competentes no âmbito nacional, estadual e municipal.

A serapilheira é considerada um subproduto gerado pela floresta e, como prevê a lei, necessita de prévia autorização dos órgãos competentes para a sua retirada e a permissão vai depender da classificação das florestas.

As florestas e demais formas de vegetação nativa são classificadas em produtivas com restrição de uso e de produção (Decreto nº 33.994, de 18/09/1992)

(BRASIL, 2004c).

As florestas produtivas com restrição de uso são áreas silvestres que produzem benefícios múltiplos de interesse comum necessários à manutenção dos processos ecológicos essenciais à vida, definidas como integrantes de unidades de conservação (de uso direto e indireto), de preservação permanente e integrantes de reservas legais (Art. 2º, Decreto nº 33.994, de 18/09/1992) (BRASIL, 2004c).

As unidades de conservação integrantes do Sistema Nacional de Unidades de Conservaçaõ (SNUC) são classificadas em Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável (Art. 7°, Lei n° 9.985 de 18/07/2000) (BRASIL, 2004e).

As Unidades de Proteção Integral têm como objetivo a preservação da natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei (§ 1°, Art. 7°, Lei n° 9.985 de 18/07/2000). Elas são compostas pelas seguintes categorias de unidade de conservação: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural, e Refúgio de Vida Silvestre (§ 1°, Art. 8°, Lei n° 9.985 de 18/07/2000) (BRASIL, 2004e).

As Unidades de Uso Sustentável visam compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de seus recursos naturais (§ 2°, Art. 7°, Lei n° 9.985 de 18/07/2000) e são compostas pelas seguintes categorias de unidade de conservação: Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural (Art. 14°, Lei n° 9.985 de 18/07/2000) (BRASIL, 2004e).

A cobertura vegetal remanescente da Mata Atlântica fica sujeita à proteção estabelecida em lei (Art. 9º, Decreto nº 33.994, de 18/09/1992) (BRASIL, 2004c). A partir deste decreto era permitido o corte seletivo, segundo Plano de Manejo Florestal, de remanescentes da Mata Atlântica. Mas, a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) n° 278, de 24/05/2001, no seu artigo 1°,

que garantam a sustentabilidade da exploração e a conservação genética das populações exploráveis (BRASIL, 2004a).

As áreas de Preservação Permanente são as florestas e demais formas de vegetação natural mencionadas na Lei nº 4.771, de 15/09/1965 (BRASIL, 2004d). A Resolução do CONAMA nº 303, de 20/03/2002, considera as Áreas de Preservação Permanente e outros espaços territoriais especialmente protegidos, como instrumentos de relevante interesse ambiental, que integram o desenvolvimento sustentável, objetivo das presentes e futuras gerações. São consideradas Área de Preservação Permanente as áreas situadas (Art. 3°, Resolução do CONAMA nº 303, de 20/03/2002) (BRASIL, 2004b):

I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de

a) trinta metros, para o curso d`água com menos de dez metros de largura; b) cinqüenta metros, para o curso d`água com dez a cinqüenta metros de largura; c) cem metros, para o curso d`água com cinqüenta a duzentos metros de largura; d) duzentos metros, para o curso d`água com duzentos a seiscentos metros de largura;

e) quinhentos metros, para o curso d`água com mais de seiscentos metros de largura;

II - ao redor de nascente ou olho d`água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte;

III - ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mínima de: a) trinta metros, para os que estejam situados em áreas urbanas consolidadas; b) cem metros, para as que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d`água com até vinte hectares de superfície, cuja faixa marginal será de cinqüenta metros; IV - em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de cinqüenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado;

V - no topo de morros e montanhas, em áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a dois terços da altura mínima da elevação em relação à base; VI - nas linhas de cumeada, em área delimitada a partir da curva de nível

cumeada, fixando-se a curva de nível para cada segmento da linha de cumeada equivalente a mil metros;

VII - em encosta ou parte desta, com declividade superior a cem por cento ou quarenta e cinco graus na linha de maior declive;

VIII - nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e chapadas, a partir da linha de ruptura em faixa nunca inferior a cem metros em projeção horizontal no sentido do reverso da escarpa;

IX - nas restingas:

a) em faixa mínima de trezentos metros, medidos a partir da linha de preamar máxima;

b) em qualquer localização ou extensão, quando recoberta por vegetação com função fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues;

X - em manguezal, em toda a sua extensão; XI - em duna;

XII - em altitude superior a mil e oitocentos metros, ou, em estados que não tenham tais elevações, a critério do órgão ambiental competente;

XIII - nos locais de refúgio ou reprodução de aves migratórias;

XIV - nos locais de refúgio ou reprodução de exemplares da fauna ameaçadas de extinção que constem de lista elaborada pelo Poder Público Federal, Estadual ou Municipal;

XV - nas praias, em locais de nidificação e reprodução da fauna silvestre.

As florestas de produção são as florestas e demais formas de vegetação destinadas às necessidades sócio-econômicas, por meio de suprimento sustentado de matéria-prima de origem vegetal, excluídas as florestas produtivas com restrição de uso (Art. 15, Decreto nº 33.994, de 18/09/1992) (BRASIL, 2004c).

Se o local de retirada da serapilheira for permitido por lei, após todos procedimentos legais, o órgão competente emitirá a licença e autorização para a retirada, devendo o interessado cumprir todas as etapas previstas para o pedido de licenciamento, obedecendo às determinações dos órgãos ambientais federais, estaduais e municipais, conforme o caso.

5 MATERIAL E MÉTODOS

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