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2.2. Problemas de Corte e Empacotamento

2.2.2. Restrições práticas

Para o estudo sistematizado do problema de carregamento de contêineres invariavelmente é necessário à criação de um modelo para a minimização ou maximização de uma determinada variável do problema. Os modelos, desta forma, são responsáveis pela tradução do comportamento e das características do sistema físico real. Vale ressaltar que de acordo com o problema analisado o modelo deve incorporar mais ou menos características ou restrições para torná-lo representativo do problema em questão. Nesse sentido, Bortfeldt e Wäscher (2012) apresentam as restrições que normalmente são consideradas no transporte de mercadorias em se utilizando a contêineres, paletes, caminhões, dentre outros. Neste trabalho as restrições são classificadas em cinco categorias: as restrições relacionadas aos contêineres, que diz respeito aos objetos grandes; as restrições relacionadas a itens individuais e a um subgrupo de itens, ambas relacionadas aos itens pequenos; e as restrições que estabelecem relações entre os objetos grandes e os itens pequenos, denominadas de restrições de posicionamento; e por último as restrições relacionadas ao resultado do processo de carregamento, denominadas de retrições de carregamento.

Restrição de limite de peso do contêiner: Esta restrição levanta o questionamento a respeito do limite máximo de peso das mercadorias a serem alocadas em um contêiner. Está restrição nem sempre é aparente, mas pode se tornar de extrema importância caso sejam carregados produtos pesados. Nestes casos o peso do contêiner pode vira a ser mais crítica do que o espaço disponível.

Restrição de distribuição de peso: Para esta restrição leva-se em consideração a distribuição dos produtos dentro do container de forma que o centro de massa resultante do conjunto (contêiner + produtos) seja o desejado (normalmente deseja-se que o centro de massa corresponda à posição centro geométrico do contêiner). Cargas balanceadas reduzem o risco de movimentação das produtos durante o processo de transporte. Além disso, deve-se considerar a distribuição dos produtos no caso do transporte por caminhões onde o peso por eixo é regulamentado.

2.2.2.2. Restrições relacionadas aos itens individuais

Restrição de prioridade: Esta restrição trabalha com o fato de que alguns podem apresentar uma maior prioridade com relação aos outros. Normalmente essa prioridade esta relacionada a prazos de entrega ou até mesmo prazos de validade no caso de produtos perecíveis.

Restrição de orientação: Para esta restrição existem normalmente aquelas caixas que devem manter uma orientação fixa devido às características dos produtos que nelas estão contidas, ou devido as características de acesso para o carregamento. Normalemente, neste caso, pode-se ter até duas dimensões que devem obedecer à restrição.

Restrição de empilhamento: Esta restrição trabalha com a ideia da pressão exercida no topo de uma caixa devido ao empilhamento de produtos. Devido às próprias características estruturais da embalagem, muitas vezes deve-se especificar um máximo de peso permissível na superfície da caixa. Vale ressaltar que muita das vezes o peso por área da caixa pode não ser o parâmetro ideal nesta restrição, portanto considera-se também o peso necessário para danificar os cantos da caixa.

2.2.2.3. Restrições relacionadas a um subgrupo de itens

Restrição de carregamento completo de itens: Para esta restrição considera-se o caso em que a um conjunto de item que formam uma máquina, equipamento ou conjunto funcional, nessas situações o conjunto de itens deve ser considerado como apenas um para efeitos de carregamento.

Restrição de alocação: Esta restrição surge apenas no carregamento de múltiplos contêineres, em que um subgrupo de itens deve ser alocado em um mesmo contêiner para o caso de mesma destinação, ou também quando o cliente final deseja que seus produtos sejam entregues em um mesmo carregamento e não em carregamentos fracionários. Existem situações em que alguns tipos de produtos não podem ser transportados em conjunto a outros (por exemplo, perfumaria e alimentícios).

2.2.2.4. Restrições relacionadas ao posicionamento dos itens

Restrição de posicionamento: Nesta restrição é de interesse que o posicionamento de itens, seja ele absoluto (está ou não em determinado container) ou relativo (está proximo a quais itens), seja trabalhado. Para o caso de posicionamento absoluto considera-se, por exemplo, a situação em que objetos mássicos (de grande volume) devem ser alocados no sentido de facilitar o processo de carregamento/descarregamento. No caso de posicionamento relativo tem-se o agrupamento de itens, em situações que envolvem a separação de produtos relativos a diferentes clientes. Por último existem também as situações de múltiplos destinos das mercadorias, em que ambos os casos de posicionamento absoluto e relativo devem ser combinados.

Restrição de estabilidade: Esta restrição considera a estabilidade do padrão de empacotamento das caixas, para que haja pouco movimento relativo entre as mesmas e por consequência menos a quantidade de danos aos produtos. Pode ser dividida em estabilidade vertical, em que os produtos não devem cair e portanto o empacotamento deve lidar diretamente com a força gravitacional, e em estabilidadade horizontal, que considera o movimento relativo de caixas durante o processo de transporte.

Restrição de complexidade de empacotamento: Esta restrição considera que quanto mais complexo o padrão de empacotamento das caixas maior o esforço para a manipulação das mesmas. Uma vez que normalmente não se pode substituir a tecnologia utilizada para a alocação das caixas, o padrão de empacotamento deve se conformar à tecnologia disponível.

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