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CAPÍTULO III – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

3.6 Resultado

Para que não fique confuso, vale salientar que o resultado obtido anteriormente na tabela 7 é referente ao cálculo do Ponto de Equilíbrio do conjunto de produtos, apenas para comprovação dos resultados obtidos na tabela 6. Já o resultado a seguir é o real, ou seja, o resultado da empresa obtido através dos dados referentes ao mês analisado.

Logo, determinados os custos variáveis dos produtos, os custos fixos e a Margem de Contribuição, é possível obter-se então o resultado, conforme tabela a seguir:

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TABELA 8 – RESULTADO

Partido Meia Lua Bicudo Ciclista Total

Vendas R$4.600,00 R$32.200,00 R$4.600,00 R$4.800,00 R$ 46.200,00 (-)Custo Variável (R$4.183,46) (R$29.437,92) (R$4.183,46) (R$5.486,92) (R$43.291,76) (=) Margem de Contribuição R$416,54 R$2.762,08 R$416,54 R$ -686,92 R$ 2.908,24 (-) Custos Fixos (R$1.130,00) (=) Resultado operacional R$ 1.778,24

Fonte: Pesquisa Direta (Out./2016).

Portanto, ao fim do mês de agosto de 2016, realizados todos os cálculos devidos, foi possível determinar que a indústria auferiu um lucro operacional de R$ 1.778,24. Um resultado positivo, porém que ainda não é um resultado bom o suficiente, tendo em vista que desse valor ainda será retirado o pró labore, por exemplo. Desse valor também deverá provir o investimento para próximas produções, como a compra de matéria prima.

Apesar do resultado positivo, foi possível identificar que a empresa está subavaliando seus custos com Mão de Obra Direta, com ênfase no boné do tipo Ciclista. O boné do tipo Ciclista, apesar de ter o dobro do custo com Mão de Obra Direta dos demais, é apenas 0,10 centavos mais caro. Ao subavaliar os custos, a empresa também acaba por formular um preço de venda inferior ao ideal, que é o caso da indústria em questão. O problema reside consideravelmente nessa má formação do preço de venda, pois se o mesmo estivesse adequado aos custos a empresa conseguiria um resultado bem melhor. Por isso, a importância de a empresa ter total conhecimento de seus custos e despesas.

Devido ao fato de a empresa ter obtido Margens de Contribuições positivas com os bonés do tipo Partido, Meia Lua e Bicudo, conseguiu “cobrir” a Margem de Contribuição negativa oferecida pelo boné do tipo Ciclista e acabou por auferir um resultado operacional positivo. No entanto, esse resultado pode ser melhorado. É preciso que a empresa reveja a formulação de seus preços de venda, principalmente o do boné do tipo Ciclista, que obteve Margem de Contribuição negativa.

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Vale salientar que este não é um sistema de custos completo, pois não foram analisados todos os tipos de bonés / chapéus que a indústria analisada fabrica, e sim os que foram encomendados para o mês de agosto/2016. No entanto, conforme entrevista realizada com o gestor, os bonés encomendados no mês em análise são os mais procurados, principalmente o boné do tipo Meia Lua. Logo, apenas com essa “amostra” da análise realizada no referido mês, notou-se o problema com a formação do preço de venda.

Ao ser questionado sobre qual de todos os bonés e chapéus que a indústria produz seria o escolhido caso fosse necessário optar por produzir apenas um dos tipos, o gestor apontou o Meia Lua, que segundo ele é o mais procurado de todos. Caso fosse produzido apenas ele, com a Margem de Contribuição unitária que está sendo oferecida pelo mesmo, seriam necessárias 5.650 unidades por mês. Isto conforme o Ponto de Equilíbrio, ou seja, produzindo 5.650 unidades deste boné a indústria ainda não estaria auferindo lucro, estaria apenas cobrindo todos os seus custos e despesas, a partir da produção/venda de 5.651 unidades é que a indústria começaria a obter lucro. No entanto isto é apenas uma hipótese, tendo em vista que a empresa trabalha por encomenda e depende também da demanda do mercado.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados fornecidos pela análise dos custos de uma empresa, bem como a Margem de Contribuição e o Ponto de Equilíbrio Contábil são determinantes para tomar uma decisão. Apesar de não ser aceito fiscal e legalmente, o Custeio Variável se torna uma ferramenta valiosa quando aplicado pela empresa para fins gerenciais, podendo também ser ajustado ao fim do período para ficar compatível com o Custeio por Absorção, que é o aceito tanto no âmbito fiscal quanto no legal no Brasil.

É interessante que uma indústria possua um sistema de custos, principalmente porque o custo total de seus produtos é minuciosamente formado por cada um dos componentes existentes no processo de fabricação. O total conhecimento de seus custos gera para a indústria uma segurança na obtenção de seu lucro. Sendo possível formular seu preço de venda de forma a obter o lucro desejado sem correr maiores riscos.

Sabendo ao certo seu custo, a indústria poderá formular um preço de venda com vistas a obter uma certa Margem de Contribuição desejada, atentando também para os custos e despesas fixas. Dessa forma a indústria chegará ao resultado esperado.

Com a Margem de Contribuição foi possível determinar quanto cada produto está trazendo de “folga” entre a diferença de seu preço de venda e seu custo variável. Através dela foi possível identificar também qual produto possui maior e/ou menor margem, bem como saber se a precificação estava adequada. Existe também a Margem de Contribuição por fator limitante, que permite à empresa determinar qual produto lhe traz mais margem pelo fator de limitação existente. Dessa forma, a Margem de Contribuição se tornou extremamente útil no processo de tomada de decisão.

O Ponto de Equilíbrio Contábil, por sua vez, indicou quantas unidades produzidas e vendidas seriam necessárias para cobrir todos os custos e despesas. É bastante interessante, pois por meio dele é possível identificar a partir da produção de quantas unidades dos produtos a empresa começa a obter lucro. No entanto, no momento do Ponto de Equilíbrio Contábil a empresa não está auferindo nem lucro nem prejuízo, mas está de certa forma tendo um resultado economicamente desfavorável, pois não está tendo nenhum retorno sobre o que investiu, ou seja, obtém um prejuízo econômico. Para tanto, é ideal que se façam outras análises existentes na Contabilidade de Custos para tomada de decisão, como:

 Ponto de Equilíbrio Econômico;

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 Alavancagem Operacional;

 Margem de Segurança.

Ao fim deste estudo constatou-se a importância existente de que a indústria tenha o maior conhecimento possível de seus custos, bem como a vantagem da implantação de um sistema de custeio, principalmente para fins gerenciais, para que a mesma venha a ter um maior controle e segurança de suas operações. Caso não seja possível implantar um sistema de custeio, é interessante que a empresa possua algum tipo de controle de custos, como uma planilha de custos, por exemplo.

Com os resultados encontrados ao fim da análise, sugere-se que a empresa reveja seus preços de venda, principalmente o preço do boné do tipo Ciclista. Já que o mesmo tem o dobro do custo com Mão de Obra Direta, deve possuir também um preço de venda um tanto maior que os demais. Se a empresa não achar conveniente elevar o preço de venda deste boné, pode reconsiderar os fatores que a levam a produzir um boné que lhe oferece um mau resultado, e ver se é interessante ainda assim que continue a produzir o mesmo.

É possível também que a empresa tente reduzir seus custos, como procurar por componentes do Material Direto de seus bonés/chapéus que sejam mais em conta, porém também de boa qualidade, analisando assim o custo/benefício; procurar reduzir o consumo com energia elétrica, etc.

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REFERÊNCIAS

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______. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

COSTA, Rodrigo Simão da. Práticas de Contabilidade Gerencial. São Paulo: Editora SENAC. São Paulo, 2011.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. IUDÍCIBUS, S. de; MARION, J. C. Introdução à teoria da contabilidade. 4.ed. 2. Reimpr. São Paulo: Atlas, 2007.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade de Custos: teoria, prática, Integração com

Sistemas de Informações (ERP). 1. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015.

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