final dos encontros por meio de um questionário. O resultado apresentou as seguintes considerações: o atendimento às expectativa foi apontado como “muito satisfeito” por 52% dos docentes e “satisfeito” para os demais; quanto aos objetivos e metodologia, também foram avaliados com “muito satisfeito” por 59% dos participantes, conforme revela a Figura 21.
Figura 21 – Avaliação dos participantes do curso Educação Ambiental utilizando o Registro do Educador. Com relação ao curso de ABP a avaliação se deu no final do curso e foi realizada por meio de questionário (Apêndice H) enviado aos participantes, e cujos resultados são descritos a seguir.
Todos os participantes do curso apontaram que a sequência dos formulários do modelo BIE, ou seja, (a) tema e justificativa, (b) habilidades chave/competências, (c) hábitos mentais, (d) padrões de conteúdo, (e) impactos do projeto, (f) questão
norteadora, (g) definição dos produtos e critérios de avaliação, (h) ferramentas de acompanhamento, (i) cronograma, e (j) processo de gerenciamento, deve ser mantida. Para 70% desses professores o modelo pode ser utilizado para projetos interdisciplinares e/ou qualquer atividade em sala de aula. As atividades contextualizadas receberam 50% de indicação para serem desenvolvidas utilizando o modelo.
Dentre os professores questionados, 85% apontaram que a proposta BIE auxiliou no planejamento e no acompanhamento dos projetos em sala de aula; para 57% dos professores, o modelo foi muito importante para definir os produtos e os critérios de avaliação. No entendimento de todos os professores, por outro lado, o método propicia condições para o desenvolvimento de competências e habilidades e, também, de acordo com 65% dos docentes, o método favorece a formação de valores e atitudes afinados com a ética e cidadania. Ainda, 29% dos professores relacionaram o modelo como uma estratégia que favorece o desenvolvimento de conceitos específicos.
Nesse sentido a proposta de ABP de acordo com o modelo BIE foi aprovada pelos professores que participaram do curso, como é possível verificar inclusive nos depoimentos que foram registrados livremente pelos participantes, como os que são reproduzidos a seguir.
“Uma nova metodologia para projetos, como o BIE, com certeza ajudou e muito no planejamento e desenvolvimento de novos trabalhos.” (Depoimento de P331)
“O trabalho com projetos interdisciplinares e mais precisamente o método BIE deve fazer parte de todo processo ensino aprendizagem, pois eles permitem que o aluno seja o protagonista na conquista do saber...” (Depoimento de P2)
“Tive a experiência de trabalhar com o método, é um acompanhamento da aprendizagem que precisa da mediação do professor. O aluno desenvolve a capacidade de tomada de decisão, conviver em grupo além de desenvolver as competências e as habilidades necessárias do componente curricular” (Depoimento de P3)
“A capacitação atendeu e superou minhas expectativas mais otimistas. Aprendi a cientificidade da metodologia de aprendizagem baseada em projetos e isso me fortaleceu enquanto professora e coordenadora de projetos. (Depoimento de P4) Embora o modelo BIE seja reconhecido como importante para gerenciar projetos, algumas necessidades também foram destacadas por esses professores ao mencionar a _____________
aplicação do método, como é possível verificar em alguns depoimentos, como os apresentados a seguiu (grifo do autor deste trabalho).
“O curso foi muito importante para o acompanhamento e prática de projetos. O método BIE fez com eu refletisse minha prática docente e revisse alguns conceitos. ...Acredito que um aperfeiçoamento fará com que o trabalho venha ser cada vez mais rico em conhecimento e levado efetivamente para fora do espaço escolar pelos alunos que prosseguirão seus estudos e ou na busca de um local de trabalho”. (Depoimento de P5)
“A avaliação apresentada é bem completa, entretanto considero que em algumas situações do dia-a-dia fica difícil aplicar este planejamento de maneira integral.” (Depoimento do P6)
“O método BIE é muito interessante no que se refere a boa documentação de um projeto, desde a sua concepção, desenvolvimento e avaliação final. Entendo, portanto, que para colocarmos tal metodologia em prática, faz-se necessário a realização de outros eventos que proporcionem o aprofundamento sobre tal.” (Depoimento P7)
Esses depoimentos vão ao encontro do resultado da avaliação da aplicação do método, segundo o qual 50% dos docentes citaram a necessidade de um acompanhamento com orientações para aplicação do método, enquanto que 43% dos professores apontaram a necessidade de mais cursos de capacitação, e 36% de mais oficinas pedagógicas. Apenas para 7% dos professores, um material descrevendo o método é suficiente para segui-lo.
Um dos aspectos do modelo mais destacado pelos participantes foi com relação à proposta de avaliação ou quanto à forma de avaliar, usando principalmente os critérios de desempenho e de qualidade para os produtos definidos para o início, meio e fim do projeto. Eles perceberam que, ao definir critérios de desempenho, é possível avaliar a articulação dos conhecimentos prévios e aplicados com as habilidades e os hábitos mentais básicos desenvolvidos durante o projeto. Os instrumentos de avaliação foram desenvolvidos baseados no modelo de rubrica que parte de critérios estabelecidos para cada aspecto do produto ou da tarefa avaliada. Alguns depoimentos fizeram menção a essa estratégia de avaliação, como os seguintes:
“Quanto ao formato da avaliação vejo como ideal e viável, pelo menos, para iniciar a proposta, haja vista a necessidade de interferência do aluno nesse processo, pois, a medida que ele participa, inclusive, nos critérios de desempenho, aguça sua criticidade e senso de responsabilidade; o que chamamos de contrato faz com que seu comprometimento aumente em relação às atividades gerais, responsabilizando- se, inclusive, pela performance de outros grupos, se a condução do projeto tiver um caráter de realização para a sala ou curso, e não só de uma atividade.” (Depoimento do P8)
“Sabendo exatamente o que vai ser cobrado dos alunos é possível direcionar mais adequadamente o trabalho.” (Depoimento do P9)
“Quanto aos critérios de avaliação se o aluno o reconhece previamente ele vai agir com mais determinação...” (Depoimento do P10)
“...tenho a destacar a rubrica atende como instrumento de controle podendo a partir do processo de ensino-aprendizagem o orientador se nortear para fazer ainda em tempo um incentivo de correção de rumos no projeto e demonstrar os riscos inerentes ao processo criativo.” (Depoimento do P10)
Os cursos, tanto sobre educação ambiental quanto sobre a estratégia de ABP propiciaram a reflexão do professor, estimulando a mudança da prática docente no tocante ao desenvolvimento e gerenciamento de projetos no contexto escolar.