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Relativamente à questão se tinham, ou não, computador em casa apenas um sujeito afirmou não ter. Os restantes tinham um ou mais. A média de computadores era de 2 por cada casa.

Passemos agora a apresentar os resultados relativos à questão: Qual é o principal objectivo das TIC?. Sendo esta uma questão aberta procedeu-se, num primeiro momento, ao levantamento das respostas dadas pelos estudantes. Depois deste procedimento foram analisadas as respostas com o objectivo das agrupar em categorias mais abrangentes. Estas categorias foram obtidas tendo em conta a função que lhes era atribuída pelos estudantes. As respostas dadas a esta questão foram agrupadas em 4 categorias: Categoria 1 – Função Instrumental, Categoria 2 – Função Comunicativa, Categoria 3 – Função Social e Categoria 4 – Não Função, representadas na Figura 1.

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Figura 1 – Operacionalização das categorias de respostas

Para uma melhor operacionalização de cada uma das categorias apresentadas em epígrafe passaremos, de seguida, a exemplificar cada uma delas com algumas respostas dadas pelos estudantes – Tabela 1

Categorias Exemplos de respostas

Categoria 1 – Função Instrumental Ensino em informática

Saber trabalhar com os computadores Categoria 2 – Função Comunicativa Facilitar a comunicação entre as pessoas

Se poder comunicar de formas mais rápidas Categoria 3 – Função Social Informarmo-nos da realidade que nos rodeia

Preparar para o futuro Categoria 4 – Não Função Não tem qualquer utilidade

Ocupar mais tempo do nosso horário

Tabela 1 – Exemplos de respostas por categoria

Encontradas as categorias de respostas procedeu-se à distribuição das mesmas pelas diferentes categorias. Os resultados obtidos, em termos de percentagens, encontram-se apresentados na tabela 2.

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Categorias Percentagens de respostas

Categoria 1 – Função Instrumental 63,8%

Categoria 2 – Função Comunicativa 21,3%

Categoria 3 – Função Social 11,3%

Categoria 4 – Não Função 3,7%

Tabela 2 – Percentagens de respostas por categoria

Iremos de seguida passar à questão – As TIC são uma grande ajuda para... Nesta questão eram dadas seis opções de resposta e era solicitado, que cada estudante, selecionasse as opções que mais estivessem de acordo com a sua opinião.

Os resultados das respostas dadas a esta questão encontram-se apresentados na tabela 3. Como se pode constatar, a opção com uma maior percentagem diz respeito às TIC como um meio para comunicar com os amigos.

Categorias Percentagens de respostas

Comunicar com os amigos 25,1%

Compreender a realidade que nos rodeia 20,0%

Ajudar a fazer os trabalhos de casa 18,9%

Jogar 16,0%

Conhecer novas pessoas 10,2%

Aproximar as pessoas 9,8%

Tabela 3 – As TIC são uma grande ajuda para ...

A opção que surge em 2º lugar diz respeito à utilidade das TIC para compreender a realidade que nos rodeia. Ajudar a fazer os trabalhos de casa e jogar são as opções que surgem em 3º e 4º lugar, respectivamente. Apesar da primeira opção ser a de comunicar com os amigos, a opção ‘Aproximar as pessoas’ surge em último lugar.

A Tabela 4 apresenta os resultados obtidos na distribuição destes valores tendo em conta a variável sexo.

Sexo Total

Femin. Masc. As TIC são uma

grande ajuda para…

Compreender a realidade que nos rodeia

20,4% 19,5% 20,0%

Aproximar as pessoas 8,2% 11,7% 9,8%

Ajudar a fazer os trabalhos de casa

21,1% 16,4% 18,9%

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Comunicar com os amigos 27,2% 22,7% 25,1%

Conhecer novas pessoas 8,8% 11,7% 10,2%

Total 100,0% 100,0% 100,0%

Tabela 4 – Distribuição dos resultados em função do sexo

Como podemos constatar existem variações na distribuição das percentagens pelos dois sexos. As raparigas selecionam mais a opção ‘Ajudar a fazer os trabalhos de casa’, enquanto que os rapazes optam mais pelo ‘Jogar’. São também os rapazes que dão mais enfâse às opções ‘Aproximar as pessoas’ e ‘Conhecer novas pessoas’.

Apesar de existirem diferenças elas não são estatisticamente significativas como apontam os resultados obtidos no teste de Qui-Quadrado. Consultando a tabela do Qui-Quadrado com 5 graus de liberdade e α = 0,05, a região crítica é [11,070; +∞[. Dado que o valor do teste 3,402 não pertence a esta região, aceita-se a hipótese nula das variáveis serem independentes.

Passamos de seguida a apresentar os resultados relativamente à terceira parte do nosso trabalho. O nosso questionário era composto por 31 itens e foi construído com a estrutura de uma escala de Likert. As opções de resposta eram Discordo Bastante / Discordo / Concordo / Discordo Bastante. O grau de consistência interna do questionário é de α = 0,730.

Os itens do questionário foram agrupados tendo em conta 3 das finalidades do programa da disciplina de TIC dos 9º e 10º. Passamos de seguida a apresentar os resultados obtidos em função deste agrupamento.

Promover a autonomia, a criatividade, a responsabilidade , bem como a capacidade para trabalhar em equipa na perspectiva de abertura de mudança, à diversidade cultural e o exercício de uma cidadania activa. (M.E., 2003, p.4) Perguntas Discordo Bastante % Discordo % Concordo % Concordo Bastante % As TIC são uma fonte de descoberta de outras

realidades

0,9 5,7 65,1 28,3

Com a utilização das TIC deve ser dado particular realce à diversidade cultural e linguística do outro

0,9 16,0 69,8 13,2

A utilização das TIC é uma excelente forma de estabelecer redes de conhecimento.

3,8 9,4 58,5 28,3

A utilização das TIC é a chave para uma eficiente e efectiva troca e colaboração entre as sociedades do conhecimento.

2,8 10,4 66,0 20,8

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colaborativo entre os alunos

A utilização das TIC reforça as características de um estudante independente, tornando-o mais responsável pelas suas aprendizagens.

3,8 29,2 58,5 8,5

As TIC ajudam na intercompreensão das diferentes culturas.

0,9 11,3 61,3 26,4

Tabela 5 – Resultados do questionário tendo em conta a finalidade 2

Como se pode constatar pelos resultados obtidos a maioria destes jovens está ciente das implicações das TIC para a compreensão da diversidade cultural e linguística, das formas de trabalhar em rede, assim como, do seu papel na fomentação da responsabilidade e da autonomia das estudantes.

Seguidamente segue-se a apresentação dos resultados tendo em conta uma outra finalidade do programa.

Promover o desenvolvimento de competências de utilização das tecnologias da informação e comunicação que permitam uma literacia digital generalizada, tendo em conta a igualdade de oportunidade e coesão social. (M.E., 2003, p.4) Perguntas Discordo Bastante % Discordo % Concordo % Concordo Bastante % A utilização das TIC aumenta as diferenças sociais 16,0 47,2 34,0 2,8

As raparigas são menos hábeis/competentesem utilizar as tecnologias

63,2 19,8 10,4 6,6

As TIC são uma forma de evitar a discriminação entre os estudante

14,2 38,7 40,6 6,6

As pessoas com menos cultura têm menos habilitades/competências em utilizar as TIC

19,8 38,7 36,8 4,7

As TIC são mais indicadas para os rapazes 63,2 26,4 4,7 5,7

O nível de desenvolvimento de um país pode ver- se pelo nível de utilização das TIC

3,8 31,1 52,8 12,3

A utilização das TIC pode levar à exclusão de pessoas.

7,5 47,2 35,8 9,4

As raparigas não encontram tanta utilidade na utilização das TIC.

49,1 34,0 11,3 5,7

As raparigas utilizam menos as TIC do que os rapazes

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A utilização das TIC deve garantir a igualdade de acesso à informação e ao conhecimento de todas as pessoas.

1,9 5,7 59,4 33,0

As pessoas mais velhas têm mais dificuldades na utilização das TIC

4,7 28,3 57,5 9,4

Os jovens de meios rurais têm mais dificuldades na utilização das TIC

9,4 32,1 51,9 6,6

As TIC são uma grande oportunidade para os jovens que vivem longe das cidades

0,9 11,3 63,2 24,5

As TIC são particularmente importantes para as crianças e os jovens com dificuldades

4,7 17,9 58,5 18,9

Tabela 6– Resultados do questionário tendo em conta a finalidade 4

As respostas obtidas permitem-nos verificar que, a maioria destes jovens, tem uma noção clara das implicações das TIC no que diz respeito à igualdade de oportunidades e coesão social, assim como, ao uso indiscriminado das TIC por ambos os sexos. Verifica-se, no entanto, uma posição menos positiva relativamente às pessoas mais velhas ou aos jovens que vivem foram dos centros urbanos.

Finalmente, iremos apresentar os resultados do último grupo de questões.

Fomentar a análise crítica da função e do poder das novas tecnologias de informação e comunicação. (M.E., 2003, p.4) Perguntas Discordo Bastante % Discordo % Concordo % Concordo Bastante %

Não utilizar as TIC é ficar desactualizado 10,4 25,5 37,7 26,4

As TIC são de grande utilidade n a Escola 1,9 11,3 45,3 41,5

Os professors deveriam utilizar com mais frequência as TIC

2,8 8,5 51,9 36,8

A utilização das TIC pode ser perigosa 4,7 16,0 53,8 25,5

A utilização excessiva das TIC faz com que as pessoas convivam menos.

4,7 16,0 46,2 33,0

As TIC ajudam a disseminar os conhecimentos 6,6 16,0 62,3 15,1

A utilização das TIC torna o ensino mais motivante e apelativo.

3,8 9,4 56,6 30,2

As TIC reconfiguram a forma das pessoas interagirem/comunicarem

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A utilização das TIC no ensino ajuda a aumentar a sua qualidade

6,6 10,4 56,6 26,4

A utilização das TIC facilita a apreensão de conhecimentos a estudantes que possuem diferentes estilos de aprendizagem e habilidades.

1,9 12,3 66,0 19,8

Tabela 7– Resultados do questionário tendo em conta a finalidade 5

Os resultados obtidos no conjunto destas questões permitem-nos verificar que estes jovens conseguem analisar de uma forma crítica as funções e o poder das tecnologias de informação e comunicação. São exemplo disso, as percentagens obtidas nas questões “A utilização das TIC pode ser perigosa” e também que “A utilização excessiva das TIC faz com que as pessoas convivam menos”. No entanto, estes jovens também conseguem ver o seu lado positive ao responderem afirmativamente a que “A utilização das TIC facilita a apreensão de conhecimentos a estudantes que possuem diferentes estilos de aprendizagem e habilidades” e “A utilização das TIC torna o ensino mais motivante e apelativo”, por exemplo.

3. Conclusão

Assim, no que diz respeito à primeira - Desafios Sociais, verifica-se que, estes jovens, a maioritariamente encontram nas TIC uma forma de evitar a discriminação entre os estudantes, não aumenta as diferenças sociais e não provoca a exclusão das pessoas. Pelo contrário, potencia a igualdade de acesso à informação e ao conhecimento e é uma grande oportunidade para os jovens que vivem longe das grandes cidades, apesar de, no seu entender, terem mais dificuldades na sua utilização. Este é também o caso das pessoas mais velhas. As opiniões dividem-se quanto ao facto das pessoas com menos cultura terem, ou não, menos competências em utilizar as TIC. Consideram que as TIC são particularmente importantes para as crianças e jovens com dificuldades e redefinem a forma das pessoas interagirem e comunicarem.

No que diz respeito aos aspectos ligados à cultura, consideram que as TIC ajudam à compreensão mútua das diferentes culturas permitindo dar maior ênfase à diversidade cultural e linguística do outro.

A maioria aponta o nível de utilização das TIC, como um factor para medir o nível de desenvolvimento de um país.

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No entanto, também encontram alguns indicadores menos positivos na utilização das TIC. A maioria considera que o seu uso pode ser perigoso e que a utilização excessiva das mesmas pode levar a uma diminuição do convívio entre as pessoas.

No que diz respeito às questões de género, maioritariamente, consideram que existe uma igualdade de competências, usos e percepções das TIC entre rapazes e raparigas.

Por último, na área da Educação, também aqui se verifica um grande consenso em termos do papel e da necessidade da utilização das TIC no processo de ensino-aprendizagem. Considerando que a utilização das mesmas ajuda a aumentar a qualidade do ensino, tornando- o mais apelativo e motivante. As mesmas promovem o trabalho colaborativo entre os estudantes e torna-os mais responsáveis pelas suas aprendizagens.

Constata-se, pois, que este grupo de jovens tem uma boa imagem do papel das TIC na sociedade, promovendo a compreensão mútua de culturas diferentes e potenciando a inclusão de pessoas com características particulares e permitindo estar atento às diferenças.

Acreditam que a integração das TIC na Educação é um factor promotor da motivação, do trabalho colaborativo entre os estudantes tornando-os mais responsáveis pelas suas aprendizagens.

Apesar de reconhecerem os aspectos positivos estão despertos para os factores menos positivos que podem surgir com a introdução das TIC nos diferentes contextos da sociedade e que se prendem com aspectos de nível relacional.

Apesar da conotação demasiado imediatista apontada por estes jovens quanto ao principal objectivo das TIC, os resultados obtidos através dos outros indicadores apontam para uma visão mais alargada quanto à utilização e função das mesmas. Ou seja, estes jovens têm uma noção da importância e do impacto que as Tecnologias da Comunicação e da Informação possuem na nossa sociedade, nomeadamente, no campo da educação, do relacional e, não menos importante, associado aos aspectos sócio-culturais. Verifica-se, pois, que o uso social das TIC tem potenciado práticas novas e modos de estar na sociedade.

Contudo, os resultados obtidos com a primeira pergunta levantam algumas questões nomeadamente, por um lado, a forma como a disciplina de TIC está a ser interpretada pelos próprios estudantes no seu currículo formal e, por outro, a utilização que fazem das TIC e a representação que fazem da sua importância. Parece existir uma aparente contradição nestes dois posicionamentos que seria importante aprofundar e entender para garantir uma mais adequada exploração em sala de aula.

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A adopção e uso de software open source numa escola do Distrito de Bragança

Adopting and using open source software in a school in the Bragança district

António Luís Ramos

Escola Básica e Secundária de Macedo de Cavaleiros toluis@sapo.pt

Manuel Meirinhos

Instituto Politécnico de Bragança – Escola Superior de Educação meirinhos@ipb.pt

Resumo

O software open source tem surgido nestes últimos anos como uma alternativa viável ao software proprietário. Muitas são as vantagens apontadas àquele tipo de software, desde as vantagens económicas, passando pelas vantagens técnicas até às vantagens sociais. Com este artigo pretende-se fazer uma radiografia para procurar saber qual o nível de penetração do software livre na Escola Básica e Secundária de Macedo de Cavaleiros, o grau de conhecimento que os professores têm sobre o open source, até que ponto este é utilizado na escola e quais as vantagens e obstáculos apontados à sua utilização. Analisou-se o software existente na escola e recorreu-se a inquérito aos professores. Através do estudo foi possível apurar que já existe algum software open source instalado nos computadores da escola. Porém, o seu uso é ainda bastante reduzido, justificado, em parte, pela pouca informação e formação que os professores têm no âmbito deste tema.

Palavras-Chave: Software open source; software livre

Abstract

The open Source software has emerged in the last years as a viable alternative to the proprietary software. There are many recognized advantages concerning that sort of software, namely economic, technical and even social ones. This article aims at analysing how much the free software is used in Básica e Secundária de Macedo de Cavaleiros School, how much teachers know about open source, how it is used in our schools, what advantages it has and what obstacles are posed to its use. We have analysed the software that there is in the school and the teachers have answered a questionnaire. Through this survey it was possible to find out that there is already some open source software installed in the school computers. Nevertheless, its use is still quite reduced, which is partly due to the lack of knowledge teachers have concerning this topic.

68 https://comunidade.ese.ipb.pt/ieTIC Bragança, 15 de Julho de 2011 Introdução

De forma breve, podemos dizer que o open source é todo o software que permita a sua utilização para qualquer fim, sem restrição de cópias, de acesso ao código-fonte, ao estudo do seu funcionamento, a adaptação conforme as necessidades de cada um e a possibilidade de difundir cópias a terceiros, das alterações introduzidas. Este movimento do software open source não é novo, a sua origem pode buscar-se na década de 1980. A partir daí tem adquirido uma importância crescente.

O software open source, software de código aberto ou também designado software livre, surge como alternativa ao software proprietário ou comercial. É distribuído mediante um conjunto de licenças entre as quais se destacam a GPL (General Public Licence) e a BSD (Berkeley Software Distribution).

Com apoio a vários níveis, como individual, empresarial e público, constitui actualmente directiva estratégica de um número crescente de organizações, regiões e países. A escola não pode ficar alheia a este movimento. Em consequência, terá de saber tirar proveito das potencialidades deste software, para poder acompanhar outras instituições a caminho da sociedade da informação.

O presente trabalho, enquanto estudo exploratório, pretende analisar o contexto da utilização do open source numa escola do Distrito de Bragança com o objectivo de conhecer até que ponto se rentabiliza a utilização do software open source, bem como procurar fazer uma “radiografia” dos conhecimentos que os professores possuem sobre este tipo de software, das vantagens ou barreiras que encontram para o seu uso e a opinião sobre a sua utilização. Com esta finalidade, abordaremos o contexto do software open source, fazendo uma revisão bibliográfica temática, abordando também algumas medidas governamentais que têm sido tomadas para a sua utilização nas escolas. Descrevemos o estudo em causa, apresentamos os dados e sua interpretação, para finalizar com uma conclusão.

O software Open Source

Trata-se de uma alternativa válida ao chamado software proprietário oferecendo possibilidades como o acesso ao código fonte de uma determinada aplicação, a alteração desse código para o adequar às necessidades do utilizador e, inclusive, de redistribuir o software para outros utilizadores. Sendo estas as vantagens mais conhecidas do software open source, a verdade

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é que só se pode incluir o software nesta categoria quando ele cumprir as seguintes quatro liberdades, defendidas pelas Free Software Foundation:

Liberdade 0 – Usar o software para qualquer propósito;

Liberdade 1 – Estudar o funcionamento do programa e adaptá-lo às respectivas necessidades. (Neste caso, o acesso ao código fonte é um pré-requisito)

Liberdade 2 - Redistribuir cópias, gratuitamente ou mediante um pagamento.

Liberdade 3 – Distribuir cópias das suas versões modificadas para que todos possam beneficiar com essas melhorias. (Neste caso, o acesso ao código fonte é um pré-requisito) (The Free Software Definition, 2010 – Tradução dos autores)

Aceita-se, sem grandes discussões, que o autor deste conceito de software livre foi Richard Stallman, que em 1983 arrancou com o projecto GNU com o objectivo de construir um conjunto de ferramentas livres e colocá-las à disposição dos programadores.

O conceito de software livre tem evoluído de tal forma que, à sua volta, surgiu já um movimento social que aglutina todos aqueles que, imbuídos de um espírito voluntarista, colaboram na criação de aplicações diversas em função dos interesses dos utilizadores (Alonso et al, 2010).

Estas aplicações são distribuídas de forma totalmente livre (veja-se o exemplo do MOODLE) ou, então, por empresas, ou seja, através do tradicional circuito comercial.

A expressão software livre não significa, necessariamente, grátis6. Como se pode ler no

site do Projecto GNU: Software Livre é uma questão de liberdade, não de preço. Para compreender o

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