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Foi realizada uma análise global de toda a mandíbula, sujeita às forças musculares, para o caso das cargas vertical e horizontal. No entanto, como a região de interesse é o entorno dos implantes, foram gerados diagramas de cores, específicos desta região, em cortes no sentido ântero-posterior ou meso-distal.

Gráficos lineares também foram gerados indicando a distribuição das tensões em torno de cada implante no sentido meso-distal e buco-lingual, para cada um dos sistemas estudados. Os valores das tensões estão apresentados em MPa.

Inicialmente, na forma de diagramas de cores, são apresentados os campos de deslocamento das tensões principais máxima e mínima (S1 e S3) e o campo das tensões de von Mises (VM) para a visualização global dos resultados (FIG. 14 e 15).

A mandíbula, sob ação do carregamento e das forças musculares, apresentou áreas de concentrações de tensões próximas às inserções musculares e em torno dos implantes. Na análise das tensões principais e de von Mises, verificou-se padrões muitos verificou-semelhantes entre os dois sistemas para os dois carregamentos introduzidos. Diferenças no comportamento foram observadas somente entre o carregamento vertical e o horizontal. Considerando a tensão principal máxima (S1), pode-se observar uma área de concentrações de tensões na região da fóvea pterigóidea em ambos os côndilos.

FIGURA 14 - Resultados globais - carga vertical S3

Sistema Retilíneo Sistema Angulado von Mises

S1

FIGURA 15 - Resultados globais - carga horizontal S3

Sistema Retilíneo Sistema Angulado von Mises

S1

Diagramas de cores, detalhando a região próxima aos implantes, apresentam, nas FIG. 16 e 17, em corte meso-distal, a distribuição das tensões em torno deles e nas FIG. 18 e 19, em corte horizontal, a distribuição em torno do colo dos implantes, também para os dois sistemas.

FIGURA 16 - Tensões em torno dos implantes - carga vertical von Mises

S1

Sistema Retilíneo S3 Sistema Angulado

Pode-se observar para as tensões principais e de von Mises uma distribuição bastante suave em torno de todos os implantes nos dois sistemas e uma concentração de tensões na região cervical, ocorrendo ainda picos de tensão nesta área, na região mesial e distal dos implantes mesiais e distais.

FIGURA 17 - Tensões em torno dos implantes - carga horizontal S1

von Mises

S3

Sistema Retilíneo Sistema Angulado

Para carga horizontal não foram observadas concentrações de tensão e a distribuição foi bastante regular em toda a área. No campo de tensões de von Mises, para carga vertical, pode-se observar no Sistema Retilíneo uma área de concentração em torno de todo o corpo dos implantes e uma pequena área de concentração na região disto-apical do implante retilíneo do Sistema Angulado.

FIGURA 18 - Diagramas de tensões em torno do colo. Corte horizontal. Carga vertical Von Mises

S1

S3

Sistema Retilíneo Sistema Angulado

Sob carga horizontal, foram observadas pequenas áreas de concentrações em torno do implante distal para S3 e von Mises.

FIGURA 19 - Diagramas de tensões em torno do colo. Corte horizontal. Carga horizontal

A TAB. 6 quantifica estes valores e apresenta os outros valores das tensões máximas e mínimas encontradas no colo e ápice dos implantes. Nela estão destacados os maiores valores encontrados para os três tipos de análise (VM, S1 e

Von Mises

S1

S3

Sistema Retilíneo Sistema Angulado

S3), tanto para carga horizontal quanto vertical. As TAB. 7 e 8 apresentam as tensões máximas e mínimas encontradas no corpo dos implantes em cortes no sentido meso-distal e buco-lingual respectivamente

A partir dos dados numéricos, foram criados gráficos com a distribuição das tensões em torno dos implantes, para a comparação das tensões geradas nos dois sistemas. Os pontos selecionados estão indicados na FIG.13.

Os gráficos mostram para cada sistema os resultados na região cervical, ao longo do corpo dos implantes, em cortes no sentido meso-distal e buco-lingual e na região apical, para os carregamentos vertical (FIG. 20, 21) e horizontal (FIG. 22, 23).

TABELA 6 - Distribuição das tensões em torno do colo e ápice dos implantes (MPa) Sistema Retilíneo Sistema Angulado

I m p l a n t e s I m p l a n t e s

1 2 3 1 2 3

colo colo colo colo colo colo

MAX MIN ápice MAX MIN ápice

MAX MIN ápice

MAX MIN ápice

MAX MIN ápice

MAX MIN ápice

VM

CV 6,304 0,418 0,432 2,957 1,401 0,446 5,766 0,220 0,782 6,108 0,312 0,474 2,951 1,253 0,483 6,173 0,327 0,634 CH 1,959 0,897 0,115 2,148 0,739 0,139 2,467 0,836 0,138 1,676 0,798 0,534 1,953 0,666 0,148 2,096 0,779 0,105

S1

CV -2,463 0,395 -0,071 -0,745 0,012 -0,089 -2,324 0,246 -0,144 -2,331 0,394 0,153 -0,914 0,032 -0,116 -1,954 0,303 -0,016 CH 1,493 -0,195 -0,001 2,397 -0,233 -0,016 2,902 -0,331 -0,001 1,366 -0,125 0,256 2,239 -0,225 0,001 -0,262 2,496 0,088

S3

CV -8,835 -0,479 -0,523 -3,940 -1,872 -0,551 -8,010 -0,277 -0,954 -8,511 -0,712 -0,353 -3,924 -1,467 -0,612 -8,319 -0,489 -0,713 CH -2,281 0,024 -0,129 -2,522 0,180 -0,159 -2,398 0,480 -0,152 -1,918 0,022 -0,360 -2,079 0,144 -0,154 -2,484 0,338 -0,027

VM - von Mises, CV - Carga Vertical, CH - Carga horizontal, S1 - Tensão principal máxima, S3 - Tensão principal mínima

Na avaliação dos gráficos lineares, pode-se observar, em torno dos implantes, para os três tipos de tensões (von Mises, S1 e S3), concentrações

TABELA 7 - Distribuição das tensões em torno do corpo dos implantes no aspecto meso-distal (MPa)

Sistema Retilíneo Sistema Angulado

I m p l a n t e s I m p l a n t e s

1 2 3 1 2 3

MAX MIN MAX MIN MAX MIN MAX MIN MAX MIN MAX MIN

VM

CV 6,220 0,208 2,825 0,183 4,627 0,158 5,979 0,290 2,901 0,187 4,850 0,123 CH 1,311 0,067 1,174 0,105 1,613 0,106 1,534 0,075 1,066 0,083 1,472 0,043 S1

CV -1,925 0,314 -0,697 0,269 -1,380 0,470 -1,860 0,648 -0,702 0,311 -1,253 0,494 CH 0,969 -0,015 0,949 -0,024 1,209 -0,015 1,554 0,064 0,859 -0,019 0,944 0,001 S3

CV -8,178 -0,210 -3,804 -0,202 -6,393 -0,159 -7,797 -0,139 -3,857 -0,219 -6,370 -0,095 CH -0,541 0,104 -0,397 0,098 -0,651 0,141 -0,469 0,318 -0,365 0,071 -0,751 0,129 VM - von Mises, CV - Carga Vertical, CH - Carga horizontal, S1 - Tensão principal máxima, S3 - Tensão principal mínima

TABELA 8 - Distribuição das tensões em torno do corpo dos implantes no aspecto buco-lingual (MPa)

Sistema Retilíneo Sistema Angulado

I m p l a n t e s I m p l a n t e s

1 2 3 1 2 3

MAX MIN MAX MIN MAX MIN MAX MIN MAX MIN MAX MIN

VM

CV 3,680 0,186 1,789 0,157 3,542 0,222 3,206 0,169 1,699 0,158 3,456 0,203 CH 1,928 0,053 2,114 0,043 2,399 0,058 1,676 0,082 1,865 0,046 2,059 0,032 S1

CV 0,713 -0,109 0,600 -0,160 0,618 -0,147 0,792 -0,198 0,597 -0,154 0,854 -0,129 CH 1,248 -0,058 2,333 -0,227 2,788 -0,065 1,219 -0,090 2,134 -0,212 2,391 -0,059 S3

CV -3,764 -0,118 -2,012 -0,104 -3,649 -0,136 -3,226 -0,031 -1,988 -0,119 -3,555 -0,018 CH -2,248 0,074 -2,507 0,113 -2,392 0,132 -1,895 0,071 -2,079 0,103 -2,140 0,124 VM - von Mises, CV - Carga Vertical, CH - Carga horizontal, S1 - Tensão principal máxima, S3 - Tensão principal mínima

maiores na área do colo de ambos os sistemas (TAB. 6), conforme já verificado nos diagramas de cores. Os valores, em ambos, foram praticamente os mesmos.

FIGURA 20 - Distribuição de tensões em torno dos implantes no sentido meso-distal. Carga vertical

Implante #3

Implante #2

Retilíneo Angulado Implante #1

As concentrações maiores foram para os implantes #1 e #3, enquanto que o implante #2 atingiu valores da metade dos outros dois para carga vertical.

Para a carga horizontal, os valores do implantes #2 ficaram muito próximos dos outros das extremidades.

FIGURA 21 - Distribuição de tensões em torno dos implantes no sentido buco-lingual. Carga vertical

Implante #1

Implante #2

Implante #3

Retilíneo Angulado

Na região apical, a leitura foi feita somente em um ponto (O), não sendo obtidos valores máximos e mínimos. Foram observados para os dois sistemas valores também muito próximos, tanto para carga horizontal quanto para vertical.

FIGURA 22 - Distribuição de tensões em torno dos implantes no sentido meso-distal. Carga horizontal

Implante #1

Implante #2

Implante #3

Retilíneo Angulado

A distribuição na região do corpo no sentido meso-distal e buco-lingual para carga vertical repetiu os achados do colo. Ocorreram valores semelhantes para os dois sistemas analisados, com concentrações nos implantes das extremidades (#1 e #3) e valores reduzidos para o implante médio (#2) (TAB. 7 e 8).

FIGURA 23 - Distribuição de tensões em torno dos implantes no sentido buco-lingual. Carga horizontal

Implante #2 Implante #1

Implante #3

Retilíneo Angulado

Para carga horizontal, os valores para os dois sistemas nos três tipos de tensões foram semelhantes e tiveram uma distribuição bem próxima para os três implantes. Pequeno aumento ocorreu no implante #3 (TAB. 8).

Nos gráficos foram marcados diferentes pontos no corpo dos implantes com vistas a comparar a distribuição de tensões em torno dos implantes retilíneos e angulados. Estes pontos foram marcados, principalmente, nas variações da geometria dos implantes, i.e., nos locais onde poderia haver concentrações de tensões (FIG.13). Nos angulados avaliou-se também em torno dos ângulos externos e internos. Um dos pontos analisados era variável, pois se localizava na face interna da cortical superior ou oclusal, pois esta varia de espessura e, desta forma, o ponto acompanhava esta variação e oscilava no gráfico, coincidindo ou ultrapassando, às vezes, os pontos um e oito (FIG. 21).

Quanto à distribuição das tensões no Sistema Angulado, quando comparado com o Retilíneo, no sentido meso-distal, para carga vertical, observou-se pequena redução nos valores das tensões nos implantes #2 e #3 e pequeno aumento entre os pontos três e O do implante #1 (FIG. 20). No sentido buco-lingual, para carga horizontal, pôde-se observar um padrão de distribuição bastante semelhante nos dois sistemas, ocorrendo no Sistema Angulado um pequeno aumento das tensões no implante #1, diminuição no implante #3 e nenhuma alteração no implante #2 (FIG. 21). Meso-distalmente, para carga horizontal, apesar dos padrões terem sido muito semelhantes nos dois sistemas, ocorreu pequena redução dos valores no Sistema Angulado em torno dos implantes #2 e #3 e um pequeno aumento no implante #1 na tensão máxima (FIG. 22). Ainda para carga horizontal observou-se no sentido buco-lingual um padrão semelhante de distribuição, nos dois sistemas, com pequena diferença em torno do ápice do

implante #1 do Sistema Angulado, que apresentou um ligeiro aumento entre os pontos quatro e cinco (FIG. 23).

Dentro de cada sistema, uma pequena diferença foi observada nos primeiros e terceiros implantes, que apresentaram uma maior concentração no colo, quando comparados com os implantes centrais. As maiores concentrações, considerando a tensão de Von Mises, ocorreram para carga vertical, respectivamente nas áreas mesial e distal destes dois implantes, nos dois sistemas:

6,304 MPa no primeiro implante do Sistema Retilíneo e 6,173 MPa no terceiro implante do Sistema Angulado. Os maiores picos de tensões ocorreram para a tensão principal mínima (S3) no colo dos primeiros implantes nos dois sistemas:

-8,835 MPa no Sistema Retilíneo e -8,511 MPa no Sistema Angulado. Em todas as situações para carga horizontal e vertical, os valores encontrados nos pontos relativos aos ângulos externos e internos dos implantes angulados foram muito próximos dos outros analisados. Não ocorreram, portanto, concentrações consideráveis nestes ângulos (FIG. 20 a 23). Também não foram observadas concentrações nas reentrâncias, localizadas no corpo dos implantes, i.e., nas variações da geometria, tanto dos retilíneos quanto dos angulados. Concentrações de tensões ocorreram somente no colo. Os menores valores ocorreram ao longo do corpo e no ápice, também nas duas formas de implantes analisadas. Os resultados demonstraram a similaridade de comportamento dos dois sistemas.

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