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Resultados Análises Exploratórias

PARTE II – ESTUDO EMPÍRICO

6. Apresentação dos Resultados

6.4. Resultados Análises Exploratórias

Igualmente à realização de análises de correlação entre as principais variáveis para determinar as hipóteses definidas para o estudo, procedeu-se a algumas análises exploratórias que permitiram contribuir para uma melhor pesquisa sobre algumas relações, sendo possível a concretização do último objetivo específico deste estudo. Assim, e através de Testes t-student em amostras independentes e testes não paramétricos (Kruskal-Wallis) para algumas situações, analisou-se:

Análise Exploratória 1. Relação entre as variáveis demográficas – sexo, idade, estado civil, número de filhos, habilitações académicas – relativamente às Condições de Trabalho, ao Comprometimento Organizacional, à Satisfação com as Relações Sociais, à Saúde Mental e ao Burnout.

Para dar início a esta análise investigamos possíveis diferenças entre a variável demográfica Sexo e as principais variáveis em estudo, não se tendo verificado qualquer diferença significativa entre trabalhadores do sexo Masculino ou Feminino.

Na abordagem à variável demográfica Idade, salientamos que esta foi recodificada em três grupos (1 - <30 anos; 2 – 30 a 39 anos; 3 - >40 anos) e que foram visíveis diferenças significativas. Assim investigamos, o impacto da variável idade nas principais variáveis em estudo através do teste Kruskal-Wallis, e apresentamos de seguida os resultados com significância (Tabela 14).

89 Tabela 14 - Resultados do Teste não Paramétrico de Kruskal-Wallis para as variáveis CO Total, Burnout Total, CO Calculativo e Burnout Exaustão Emocional

Variável

Observando a tabela anterior constatamos significâncias ao nível do Comprometimento Total e Calculativo e ainda do Burnout Total e de Exaustão. A maior significância encontra-se no CO Total com p=.001, sendo este mais sentido pelos trabalhadores com idade superior a 40 anos (Mean Ranks=123.49). Igualmente neste grupo de trabalhadores é mais sentido o CO ao nível da necessidade de se manter na organização (p=.038; Mean Ranks=116.77). Os trabalhadores mais novos (idade <30) são os que apresentam maior diferença na dimensão de Burnout Total (p=.019; Mean Ranks=101.79), enquanto os trabalhadores com idade entre os 30 e os 40 sentem mais o Burnout ao nível da exaustão, com p=.008 e Mean Ranks=102.44.

Os Testes t-student concretizados posteriormente realizaram-se entre os grupos de idade agrupados (1 e 2; 1 e 3; 2 e 3) para ser possível comparar médias e aferir a existência de significâncias entre as mesmas e as variáveis principais. Assim, na comparação entre as principais variáveis e o grupo 1 e 2, apenas se obtiveram valores significativos para a dimensão das Condições de Trabalho Material, sendo os trabalhadores mais novos os que mais indiciam importância às condições materiais.

Na comparação entre o grupo 1 e 3, obtiveram-se vários valores altamente significativos, nomeadamente no CO Total, Calculativo e Normativo com maior notabilidade do grupo com mais idade (igualmente como nos apresentou o teste Kruskal-Wallis para as duas primeiras dimensões referidas), obtendo-se também valores significativos na dimensão do Burnout Total e Exaustão, sendo o grupo 1 (os trabalhadores mais novos) que apresentam maior diferença. Por fim, comparamos

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ainda o grupo 2 e 3 (30 a 39 anos e >40 anos) e surgiram-nos igualmente significâncias quer ao nível do Comprometimento, quer do Burnout. Salientamos apenas os resultados mais significativos, apresentados pelo grupo 2, para a dimensão do Burnout ao nível global e da Exaustão. A análise à tabela 21 no Anexo E, comprovará a apresentação ora feita.

Quando estudada a possível influência do Estado Civil dos trabalhadores desta amostra encontram-se diferenças percebidas e significativas para os solteiros e casados na variável Condições de Trabalho ao nível Material, sendo portanto os primeiros a exibirem maior importância a esta dimensão. Na variável, Número de Filhos, recodificada em dois grupos “Sem filhos” e “Com filhos”, denotam-se diferenças na variável de Comprometimento Organizacional Total, sendo que os participantes que têm filhos a cargo demonstram valores significativamente mais positivos do que os que não têm filhos. Analisamos ainda as habilitações literárias dos trabalhadores, recodificada em “Com nível de Ensino Superior” e “Sem nível de Ensino Superior”, no entanto não se apresentaram diferenças entre estas e as principais variáveis em estudo.

Análise Exploratória 2 - Relação entre as variáveis profissionais – antiguidade e função – relativamente às Condições de Trabalho, ao Comprometimento Organizacional, à Satisfação com as Relações Sociais, à Saúde Mental e ao Burnout.

Para a segunda análise exploratória decidimos apenas explorar os resultados entre as variáveis profissionais Antiguidade e Função. Desta forma, e no que respeita à Antiguidade, dividimo-la em dois grupos, sendo o primeiro “Tempo na Empresa de 1 a 6 anos” e o segundo “Tempo na empresa de 7 a 16”, de acordo com a mediana aproximada da variável. Apresentaram-se diferenças estatisticamente significativas entre a variável acima mencionada e a Saúde Mental Total, onde percebemos que os trabalhadores que estão na empresa há menos tempo se sentem mais saudáveis mentalmente do que os mais antigos. Por outro lado, são os trabalhadores há mais tempo na empresa os que estão significativamente mais comprometidos com a organização a que pertencem.

Cumprida a análise dos dados para a variável função, recodificada para

“Chefia” e “Não Chefia”, as diferenças estatisticamente significativas, são notórias,

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para diversas variáveis principais. Com valores altamente significativos, percebemos que os trabalhadores do grupo da Chefia são os que estão mais comprometidos com a organização quer seja no seu global, quer seja nas suas subescalas. Aferindo-se desta forma que entre estes existem os três sentimentos que pertencem ao comprometimento organizacional, sendo facto que é ao nível afetivo a significância mais elevada, pelo que percebemos um elevado desejo destes se manterem a desempenhar as suas funções nesta organização.

São igualmente estes trabalhadores os que apresentam níveis de significância mais elevados no que concerne às Condições de Trabalho tanto pela escala do Controlo como do Desenvolvimento e mesmo no seu total. Os trabalhadores do grupo

“Não Chefia” apresentam correlações significativas com a dimensão de Burnout na sua escala total e na escala de Cinismo, sendo notável que estes resultados se encontram relacionados a níveis de stress sentidos no local de trabalho. No Anexo F podemos comprovar os resultados ora apresentados.

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