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Parte I. Enquadramento Teórico

Capítulo 2. Resultados

2.2. Resultados das Análises Exploratórias

Diferenças ao nível da sintomatologia de stress pós-traumático, indicadores de

stress, suporte social em função da coabitação com o agressor.

Realizou-se o teste U de Mann-Whitney para verificar as diferenças ao nível da sintomatologia de stress pós-traumático, indicadores de stress, suporte social em função da coabitação com o agressor. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto às dimensões de stress e à perceção de suporte social. Contudo, encontraram-se resultados significativos do ponto de vista estatístico para a sub-escala reviver, isto é, existem diferenças estatisticamente significativas entre as participantes que coabitam com o agressor e as que não coabitam ao nível da sub-escala reviver (U=239.500, p=.048), o que indica que as participantes que não coabitam com os agressores apresentam mais sintomas ao nível do reviver da situação do que as participantes que coabitam com o agressor.

Diferenças ao nível dos tipos de abuso em função da coabitação com o agressor.

Realizou-se um teste U de Mann-Whitney para verificar as diferenças ao nível dos tipos de abuso em função da coabitação com o agressor. Os resultados demonstraram que apenas

60 existem diferenças estatisticamente significativas entre as participantes que coabitam com o agressor e as que não coabitam com o agressor no tipo de abuso físico sem sequelas (U=245.500, p=.043), o que indica que as participantes que coabitam com o agressor relatam sofrerem maior frequência de abuso físico sem sequelas do que as participantes que não coabitam com o agressor.

Diferenças ao nível dos tipos de abuso, sintomatologia de stress pós-traumático, indicadores de stress, suporte social e duração da vitimização em função da existência de filhos.

Realizou-se um teste U de Mann-Whitney para verificar as diferenças ao nível dos tipos de abuso, sintomatologia de stress pós-traumático, indicadores de stress, suporte social e duração da vitimização e existência de filhos. Os resultados demonstraram que não existem diferenças estatisticamente significativas entre as participantes que têm filhos e as que não têm filhos ao nível dos diferentes tipos de abuso, sintomatologia de stress pós-traumático, perda de recursos e suporte social. No entanto, verifica-se que existem diferenças significativas do ponto de vista estatístico entre as mulheres que têm filhos e as que não têm quanto à duração da vitimização (U=160, p=.015), o que indica que as participantes que têm filhos relatam ser vítimas de violência há mais tempo do que as mulheres que não têm filhos.

Relação entre a sintomatologia de stress pós-traumático, stress e suporte social.

Foi realizada uma análise de correlação de Spearman para verificar o tipo de relação existente entre a sintomatologia de stress pós-traumático, stress e suporte social. Após a análise dos resultados, verificou-se que não existe correlação estatisticamente significativa entre as variáveis totais da sintomatologia de stress pós-traumático, stress e suporte social. Contudo, encontraram-se correlações positivas estatisticamente significativas entre a sintomatologia de stress pós-traumático e as suas várias dimensões da sintomatologia de stress pós-traumático e as dimensões da perda de recursos, isto é, encontrou-se uma correlação positiva e significativa do ponto de vista estatístico entre a sintomatologia de stress pós-traumático e o stress social (r=339, p<.05), o que indica quanto maior a sintomatologia de stress pós-traumático, maior o stress social. Ainda no que diz respeito à sintomatologia de stress pós-traumático, mais concretamente ao nível da dimensão evitamento, verificou-se que esta se correlaciona de forma positiva e estatisticamente significativa com o stress social (r=454, p<.01) e o stress no tempo (r=305, p<.05), o que revela que quanto maiores os

61 sintomas de evitamento, maior o stress social e o stress no tempo. Também a dimensão ativação se correlaciona de forma positiva e estatisticamente significativa com o stress nas condições domésticas (r=290, p<.05), demonstrando que quanto maior os sintomas de ativação, maior o stress nas condições domésticas.

Relativamente à relação entre as dimensões da sintomatologia de stress pós-traumático e as dimensões do suporte social, verificou-se que existem apenas correlações estatisticamente negativas significativas. Encontrou-se uma correlação negativa estatisticamente significativa entre a sintomatologia de stress pós-traumático e a integração social (r= -332, p<.05), o que revela que quanto maior a sintomatologia de stress pós-traumático, menor a integração social, assim como se encontrou uma correlação negativa estatisticamente significativa entre a dimensão reviver e a integração social (r= -271, p<.05), o que indica que quanto maior os sintomas de reviver, menor a integração social. No que diz respeito à sintomatologia de stress pós-traumático, ao nível da dimensão evitamento, verificou-se que esta se correlaciona de forma negativa e estatisticamente significativa com o suporte social total (r= -361, p<.01), o que demonstra que quanto maior o evitamento, menor o suporte social, assim como se verificou que a dimensão evitamento também se correlaciona negativamente e estatisticamente significativa com a confiança (r= -342, p<.01), o que indica que quanto maior o evitamento, menor a confiança. Mais ainda, também existe uma correlação negativa significativa do ponto de vista estatístico entre o evitamento e a integração social (r= -327, p<.01), o que demonstra que quanto maior o evitamento, menor a integração social.

Quanto à relação entre o total dos recursos e as diferentes dimensões do suporte social, verificou-se uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre o total dos recursos e a dimensão do suporte social da integração social (r= -294, p<.05), o que mostrou que quanto maior a perda de recursos, menor a integração social. Apenas o stress social se correlaciona com o total e as dimensões do suporte social, constatando-se que todas as relações são negativas. Verificou-se que a relação deste tipo de stress se correlaciona negativamente e com significância estatística com o total do suporte social (r= -524, p<.01), indicando que quanto maior a perda de recursos sociais, menor o suporte social. Assim como se encontrou uma relação estatisticamente negativa entre este tipo de stress com a dimensão confiança (r= - 361, p<.01), o que indica que quanto maior a perda de recursos sociais, menor a perceção de relações de confiança. Também foi possível constatar, mais uma vez, que existe uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre o stress social e a integração social (r= - 402, p<.01), o que indica que quanto maior a perda de recursos sociais, menor a

62 integração social, assim como uma relação estatisticamente negativa entre este tipo de stress com a orientação (r= - 337, p<.05), o que indica que quanto maior a perda de recursos sociais, menor a orientação e uma relação negativa estatisticamente significativa entre este tipo de stress com a vinculação (r= - 335, p<.05), o que indica que quanto maior a perda de recursos sociais, menor a vinculação.

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