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4.1 PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA

4.1.1 Resultados das entrevistas

De acordo com a entrevista realizada com a gerente do PEVV, no dia 21 de agosto de 2012, a unidade começou a ser efetivamente implementada no ano de 2002, pois sofreu um processo de revitalização e, o conteúdo presente no SNUC começou a ser implementado na UC, seguindo assim, a nova legislação. Ressalta-se que uma versão preliminar do plano de manejo foi elaborada em 2002 e a versão final foi homologada no ano de 2004.

Dessa maneira esse procedimento atende ao artigo 27, parágrafo 3º do SNUC, o qual estabelece que: “O Plano de Manejo de uma unidade de conservação deve ser elaborado no prazo de cinco anos a partir da data de sua criação.”

(BRASIL, 2000). O mesmo foi devidamente regulamentado por meio da Portaria número 37 de 17 de fevereiro de 2004 (MMA, 2004b).

Ainda de acordo com resposta contida no formulário de entrevista aplicado à gerente da UC o PEVV não possui monitoramento sistemático (sob o aspecto temporal e espacial) de sua zona de amortecimento, ou seja, as visitas realizadas em propriedades limitadas com a UC seguem um critério aleatório. Assim, o que é colocado no plano de manejo, não vem sendo cumprido, pois consta neste documento que a fiscalização da zona de amortecimento será permanente e sistemática. A zona de amortecimento do PEVV possui uma área de 41.381,54 hectares, ou seja, aproximadamente 11 vezes o tamanho da área do parque. A seleção desta área levou em consideração a bacia hidrográfica na qual a UC está inserida, ou seja, a bacia do rio Quebra-Perna (PARANÁ, 2004).

De acordo com a gestora da UC, existe um estudo de impactos ambientais relacionado às perdas econômicas provocadas pelo javali, animal exótico que ocorre na região do parque e entorno. Como no artigo 5º, inciso 13 consta que o SNUC será regido por diretrizes que:

[...] busquem proteger grandes áreas por meio de um conjunto integrado de unidades de conservação de diferentes categorias, próximas ou contíguas, e suas respectivas zonas de amortecimento e corredores ecológicos, integrando as diferentes atividades de preservação da natureza, uso sustentável dos recursos naturais e restauração e recuperação dos ecossistemas (BRASIL, 2000).

Dessa forma, torna-se difícil a execução de atividades sistemáticas de monitoramento da zona de amortecimento do PEVV, considerando o número pequeno de funcionários do mesmo em relação à área relativamente grande a ser monitorada.

Segundo a gestora, o parque não possui ocupações irregulares e sua situação fundiária está regularizada, tal como preconiza o Artigo 11, parágrafo 1º do SNUC: “O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.” (BRASIL, 2000). De acordo com a gestora da UC o mesmo possui corredores ecológicos, os quais constituem um mosaico de unidades de conservação. Consta no Artigo 11 do Decreto Federal nº 4.340 de 2002, que: “Os corredores ecológicos, reconhecidos em ato do Ministério do Meio Ambiente, integram os mosaicos para fins de sua gestão” (BRASIL, 2002). Porém, durante o aproximadamente três mil e seiscentos metros de trilhas pavimentadas, sendo elas enquadradas como trilhas do tipo guiadas com sinalização interpretativa. Ressalta-se que no âmbito do PEVV existe também a trilha conhecida como “trilha da Fortaleza”, a qual possui aproximadamente dezesseis quilômetros de extensão, e atravessa trechos com formações areníticas, formações florestais e de vegetação campeira.

Ao visitar o PEVV os visitantes têm a opção de ter seu passeio guiado, ou seja, um monitor faz o acompanhamento realizando uma descrição sobre os principais atrativos naturais da UC. Quando um número relativamente grande de visitantes estão presentes no parque, não havendo possibilidade de acompanhar todos, os monitores ficam distribuídos ao longo das trilhas com o intuito de monitorar as pessoas que por ali circulam.

Ainda de acordo com a gestora, o PEVV possui um guarda-parque, vinte e sete funcionários contratados por empresa terceirizada, sendo que os mesmos realizam funções na área de limpeza, serviços gerais e portaria. Contava com dezoito estagiários na data da aplicação do formulário de entrevista no ano de 2012,

os quais trabalhavam na recepção e acompanhamento de visitantes, bem como no monitoramento das trilhas. Os monitores são treinados no âmbito do próprio parque, em que tanto a gestora, como técnicos são convidados para promoverem a capacitação em relação ao trabalho a ser efetuado no parque.

O PEVV possui conselho consultivo, o qual foi instituído por meio da Portaria número 41 de 18 de fevereiro de 2004 (IAP, 2004a) e alterado pela Portaria número 178 de 31 de agosto de 2004 (IAP, 2004b). De acordo com a gestora, o conselho se reúne quatro vezes por ano para realização de suas reuniões. Cabe ressaltar que o Decreto Federal número 4.340 de 2002 estabelece as competências do conselho de uma unidade de conservação. São elas:

I - elaborar o seu regimento interno, no prazo de noventa dias, contados da sua instalação;

II - acompanhar a elaboração, implementação e revisão do Plano de Manejo da unidade de conservação, quando couber, garantindo o seu caráter participativo;

III - buscar a integração da unidade de conservação com as demais unidades e espaços territoriais especialmente protegidos e com o seu entorno;

IV - esforçar-se para compatibilizar os interesses dos diversos segmentos sociais relacionados com a unidade;

V - avaliar o orçamento da unidade e o relatório financeiro anual elaborado pelo órgão executor em relação aos objetivos da unidade de conservação;

VIII - manifestar-se sobre obra ou atividade potencialmente causadora de impacto na unidade de conservação, em sua zona de amortecimento, mosaicos ou corredores ecológicos; e

IX - propor diretrizes e ações para compatibilizar, integrar e otimizar a relação com a população do entorno ou do interior da unidade, conforme o caso (BRASIL, 2002).

Nesse sentido, vale destacar que, com a publicação da portaria criando o conselho consultivo, em nada contribuiu em relação ao plano de manejo, pois devido a elaboração do plano teve início no ano de 2001 (implementado em 2004), época em que o conselho ainda não era legalmente constituído.

Ressalta-se que, ainda de acordo com resposta da gestora da UC, em relação à situação fundiária, o PEVV tem sua situação fundiária regularizada.

Porém, a área alusiva a ampliação ainda não foi transformada em área pública.

De acordo com a gestora, atualmente, o PEVV conta com um programa de erradicação de espécies exóticas que vem sendo implementado por uma instituição de ensino superior privada. Nas áreas consideradas degradadas, onde haviam espécies exóticas como pinus e eucalipto, as quais vêm sendo retiradas, existe o

desenvolvimento de pesquisa para a verificação de qual a melhor técnica a ser aplicada para a recuperação dessas áreas.

O plano de manejo do PEVV estabelece uma série de programas e sub-programas de cunho ambiental, sendo que atualmente esses não vêm sendo efetivados com o intuito de contemplar os objetivos do plano de manejo do PEVV.

Em meados de 2011, o governo do estado deu início no PEVV ao projeto Parque Escola e esse projeto vem tendo continuidade, contemplando assim a questão que envolve a educação ambiental relacionada com a conservação da natureza.