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4 CONTEXTO AMBIENTAL E ANTECEDENTES

4.3 O PROJETO PORTO DIGITAL

4.3.3 Resultados Declarados

Dentre os resultados declarados pelo Núcleo de Gestão do Porto Digital, o primeiro grupo deles está vinculado ao reconhecimento que o Parque vem obtendo junto à comunidade tecnológica nacional e internacional, traduzida, dentre outras, nas seguintes conquistas: Melhor Parque Tecnológico/Habitat de Inovação no Brasil em 2007 e 2011 – Prêmio Nacional de Empreendedorismo Inovador; Maior Parque Tecnológico do país em 2005 pela ATKEARNEY; Reconhecimento por Henry Etzkowitz como referência de aplicação do modelo Triple Helix, 2009.

O segundo grupo de resultados está relacionado ao cumprimento de metas estabelecidas no contrato de gestão. Nesse sentido, o site do PD permite o download de uma série de documentos relacionados à trajetória do PD de 2002 a 2008. Os diversos Relatórios de Atividades Anuais indicam que os anos até 2003 foram de dificuldades para o mercado mundial de TIC, e para o Porto Digital. Em 2003, ainda houve a sucessão presidencial e renovação dos Governos Estaduais e repercutiu na retração das compras públicas que representam, aproximadamente, 60% do mercado nacional de TIC. Esse cenário trouxe reflexos sobre as atividades das empresas do Porto Digital, não favorecendo um crescimento significativo dos negócios.

O ano de 2003 também foi um ano de mudança conceitual de plataforma estratégica do PD que passa de uma plataforma estruturadora a uma plataforma orientada para negócios, o que repercutiu na contratação de uma nova diretoria composta por executivos do mercado.

Se os anos de 2001 e 2002 foram anos de planejamento e execução de ações voltadas a viabilizar a infra-estrutura do ambiente do PD, o de 2003 se caracteriza pela implantação de infra-estrutura voltada a consolidar e fazer crescer o ambiente de negócios do Porto Digital. Também nesse período foram realizadas ações de fortalecimento do relacionamento com organizações internacionais como o BID e UNIDO, e nacionais, como o BNDES, Sebrae, Finep e BNB.

Houve atraso no alcance de várias das metas estabelecidas, inclusive da instalação da rede de fibra ótica, que deveriam ter sido executadas nos primeiros anos de implantação do PD. Segundo Relatório de Atividades de 2003, devido à

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opção pelas empresas de telecomunicações, em virtude da situação global do mercado, de investir mais na captação de novos clientes e no fornecimento de novos serviços sobre a plataforma tecnológica já implementada, a execução dessas ações foi postergada. Assim, buscou-se acelerar o retorno do investimento, antes de expandir a rede na direção de uma universalização dos serviços básicos.

Em 2005, o Relatório de Atividades Anual indica que houve forte crescimento do faturamento das empresas e de investimentos, principalmente aqueles realizados para aumentar a produção da Pesquisa & Desenvolvimento, em função de ampliação dos negócios. Também neste ano o NGPD indica que houve internacionalização do ambiente de negócios e inovação do Porto Digital com a chegada de novos atores internacionais, assim como a ampliação das parcerias já existentes com outros atores globais, ressaltando na ocasião, a entrada do Núcleo de Gestão do Porto Digital, como a primeira comunidade latino americana a integrar, na condição de membro permanente, o Conselho de Administração do International Network of E-communtities – INEC (www.inec.nl). Continuou sendo reforçado o esforço de divulgação e posicionamento da marca “PORTO DIGITAL” no mercado de TIC, tendo sido realizadas várias ações de marketing. Essa ação terminou repercutindo em 228 (duzentas e vinte e oito) inserções positivas na mídia e nenhuma negativa, uma ampliação de 23% em relação ao ano de 2004.

Em relação ao ambiente de negócios do Porto Digital, em 2005, o NPGD indica que pouco mais de 100 instituições estavam embarcadas naquele ano e que iniciava-se um processo de concentração de esforços na busca de financiamento às pequenas e médias empresas embarcadas e na ampliação e no desenvolvimento do estoque de capital humano para atender à crescente demanda das empresas, já que ambos são fundamentais ao crescimento sustentável do Parque. O primeiro passo nas questões de financiamento foi dado no estabelecimento de uma parceria entre o C.E.S.A.R e a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco – AD- DIPER, no sentido de qualificar o Estado como parceiro estratégico da FINEP na gestão do Programa Juro Zero, sendo iniciada a sua implantação. No que se refere ao capital humano, foram mobilizados parceiros para definir estratégias de ação, inclusive a atração de Instituições de Ensino Superior - IES para o Porto Digital. Nesse ano, instalaram-se no local a Faculdade Boa Viagem e a UNIBRATEC que trabalham em parceira com as empresas.

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Um obstáculo à formação de capital humano foi a não retomada do Fundo de Capital Humano - FCH, apesar de acordado com o Conselho de Administração do Porto Digital.

Ainda em 2005, segundo relata o NGPD, apesar dos bons resultados das empresas e da estratégia de marketing do Porto Digital houve um descompasso entre a demanda de empresas querendo se instalar no local e a oferta de áreas qualificadas para instalação de empresas na Ilha do Recife.

Em 2007, as principais conquistas foram a retomada do Programa Juro Zero que logo após teve certa paralisação, em função de não liberação de recursos pela AD-DIPER; a ampliação da rede de formação de capital humano, com a incorporação da UPE, FIR, Universo, FBV, CIN (UFPE), Faculdade Maurício de Nassau, UNICAP, Faculdade Santa Maria e Senac; e a continuidade de ações iniciadas em anos anteriores, inclusive obras civis e de infra-estrutura.

A forma como estão apresentados no site do PD os Relatórios de Atividades Anuais, sem uma padronização e sem que se demonstre uma evolução dos indicadores e suas metas, gera certa confusão na interpretação do desempenho do PD. Algumas metas são acrescentadas a cada ano e outras simplesmente não são mencionadas. Observa-se que os prazos inicialmente previstos não foram cumpridos por dificuldades oriundas dos processos de liberação de recursos, tomada de decisões, de dificuldades relacionadas ao próprio território em que o Parque foi implantado e questões institucionais diversas.

O balanço de todas as ações desenvolvidas indica que, em termos de resultados gerais mais significativos, podem ser destacados: a instalação de seis imóveis empresariais (19.510 m²); de três incubadoras, com capacidade para 27 empresas; de dois institutos de inovação; de um centro de teste de software (SOFTEX); de dois centros de eventos e capacitações (auditórios e salas); de cinco laboratórios de alta tecnologia para a economia criativa (Portomídia – em implantação); de uma aceleradora de empreendimentos (em implantação); e de um centro de tecnologias para a sustentabilidade (ITgreen).

Dois importantes setores ainda se ressentem de uma ação mais contundente por parte do NGPD, a disponibilização de uma base de conhecimento

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tecnológico e de mercado; e a infra-estrutura do território do Parque, sobretudo nas questões de rede de comunicação, mobilidade e ocupação urbana.

Outros benefícios são citados pelo NGPD como transferidos às empresas embarcadas: menores custos de transação; facilidades no relacionamento entre o setor público e privado do Parque, através da estrutura de governança do Porto Digital; a visibilidade conquistada em função de participar de um ambiente de inovação altamente dinâmico, com estreito contato com centros de referências nacionais em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias inovadoras baseadas em TI; a redução da alíquota do ISS em 60% (de 5% para 2%); a redução do IPTU em 25% ou mesmo isenção total do tributo por até 10 anos, no caso de instalação em edificação histórica no Bairro do Recife; e a participação em projetos de fortalecimento e competitividade através de capacitações e certificações técnicas ou de incubação com serviços de consultorias, dentre outros.

5 INOVAÇÃO, COMPETITIVIDADE E CONTRIBUIÇÕES DO ESTADO NO