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6.2 Desenvolvimento e Aplicação de um Algortimo de Simulação

6.2.4 Resultados

Após desenvolvido o algoritmo de simulação, procedeu-se à sua aplicação prática. A amostra é constituída por 24.802 registos de utentes grávidas ("Sim") reais recolhidos entre o período de janeiro de 2010 e dezembro de 2013, onde o tempo de espera está compreendido entre os 0 minutos e 240

minutos. Nas tabelas6.6 e6.7 são avaliados os seguintes parâmetros:

• Nível: corresponde ao valor de prioridade atribuída.

• Descrição: descreve a prioridade associada ao nível;

• Número de Utentes (Núm. Ut.): corresponde ao número de utentes

associado a cada nível;

• Percentagem de utentes (% Ut.): percentagem de utentes associada a

cada nível;

• Mínimo Tempo de espera (Min.): tempo mínimo de espera associado

a cada nível;

• Máximo Tempo de espera (Max.): tempo máximo de espera associado

a cada nível;

• Tempo alvo de espera (Alvo): valor padrão denido inicialmente para

o tempo máximo de espera (Tabela6.4);

• Tempo médio de espera (Méd.): tempo médio de espera associado a

Resultados da aplicação do algoritmo de simulação de triagem de prioridades

Os resultados relativos à aplicação do algoritmo de simulação do sistema

de triagem obstétrica são apresentados na Tabela 6.6.

Tabela 6.6: Resultados da aplicação do algoritmo de simulação ao repositório

do sistema de pré-triagem doCMIN(adaptado de [62]).

Nível Descrição Núm.Ut. %Ut. Mín.(min) Máx.(min) Alvo(min) Méd(min)

1 Emergente 28 0.11 0 29 0 5.32

2 Muito Urgente 116 0.47 0 33 15 6.37

3 Urgente 9304 37.51 0 208 30 6.35

4 Pouco Urgente 4576 18.45 0 211 60 6.82

5 NãoUrgente 10778 43.46 0 219 120 6.95

Relativamente à interpretação dos resultados obtidos e focando-nos ape- nas nas utentes identicadas como "Muito urgente", verica-se que de todo o repositório apenas 28 utentes foram enquadradas nesta categoria (Núm. Ut.) o que, por sua vez, corresponde a 0,11% dos utentes (% de Ut.), sendo que, o tempo mínimo de espera (Mín.) detetado foi de 0 minutos e o tempo máximo de espera detetado (Máx.) foi de 29 minutos. O tempo alvo (Alvo) padrão era de 0 minutos e o tempo médio de espera (Méd.) foi de 5,32 minutos. O mesmo raciocínio deve ser seguido para os restantes níveis representados na Tabela6.6.

Resultados da aplicação do sistema de pré-triagem

Este estudo, foi realizado utilizando a mesma amostra do caso anterior e

os resultados são apresentados na Tabela 6.7.

Tabela 6.7: Resultados da aplicação do sistema de pré-triagem do CMIN

(adaptado de [62]).

Nível Descrição Núm.Ut. Ut.% (min)Mín. (min)Máx. (min)Méd.

URG Urgência 14036 56.59 0 211 6.47

6.2. DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DE UM ALGORTIMO DE SIMULAÇÃO

Interpretando os resultados e centrando-nos apenas no nívelURG, verica-

se que no período analisado foi detetado que cerca de 14036 utentes (Núm. Ut.), isto é, cerca de 56,59 % das utentes (% Ut.) eram encaminhadas para a urgência. Nesta categoria o tempo mínimo (Mín.) foi de 0 minutos, o tempo máximo (Máx.) foi de 211 minutos e o tempo médio (Méd.) foi de 6,47 minutos.

Comparação entre os dois sistemas

No gráco 6.2 é realizada uma comparação entre os resultados apresen-

tados nas tabelas 6.6 e 6.7. O mapeamento é realizado tendo em conta o

resultado da pré-triagem (URG ou ARGO), os resultados da aplicação do

sistema de prioridades especícas para GO (1, 2, 3, 4, ou 5), o tempo alvo

(Tabela6.4), o número de utentes que foram utilizados para o estudo, o tempo

máximo de espera e o tempo médio de espera distribuídos por resultados de triagem (pré-triagem e sistema simulado).

Figura 6.2: Resultados do sistema de pré-triagem e do sistema simulado agrupados por número de utentes, por tempo máximo de espera e por tempo

Para melhor compreensão do gráco da Figura 6.2 será apresentado um exemplo concreto de leitura do mesmo. Recorrendo às duas primeiras colu- nas intituladas de "1-ARGO"e "1-URG". O atributo "1-ARGO", signica que nesta coluna são avaliados o número de casos que com sistema simu- lado são classicados como 1 (Emergente) e com o sistema de pré-triagem

são classicados como ARGO e consequentemente o atributo "1-URG", sig-

nica 1 (Emergente) e URG. Neste sentido para o atributo "1-ARGO", o

tempo alvo estabelecido (Alvo)inicialmente era de 0 minutos, foi detetado que 0,01% das utentes % Ut. analisadas se enquadravam neste categoria e o tempo máximo (Máx. e médio Méd. para o atendimento são respetivamente 5,00 minutos e 3,00 minutos. O mesmo raciocínio deve ser aplicado para os restantes atributos.

6.2.5 Discussão

Após uma análise comparativa entre o sistema de pré-triagem e o sistema de prioridades simulado é necessário analisar alguns pontos cruciais. Em pri- meiro lugar, com a utilização de um sistema de triagem obstétrica é possível realizar uma distribuição mais especíca tendo em conta as necessidades clíni-

cas da utente e os serviços disponibilizados peloCMIN. Mais especicamente

e relativamente ao parâmetro % Ut da Tabela 6.6 verica-se que existe uma

distribuição das utentes por todos os níveis. Para além disso, no caso dos

resultados apresentados na Tabela6.6, a % de Utentes para o caso do nível 5

(% Ut.=43.46%) é muito semelhante à % Utentes da Tabela 6.7 para o caso

ARGO (% Ut.=43,41%), sendo por isso, os restantes 56,59% pertencentes

ao URG (Tabela 6.7), distribuídos pelos restantes 4 níveis de prioridade da

Tabela 6.6(1- 0.11%; 2- 0.47%; 3-37.51%; 4- 18.45%). Isto signica que a

maior parte das utentes que são distinguidas como URG no sistema de pré-

triagem, na realidade podem ser inseridas em 4 níveis de prioridades bem distintos. Desta forma, um sistema de apoio à decisão de triagem obstétrica com 5 níveis de prioridades proporcionará ganhos em saúde relativamente ao atendimento das utentes de forma prioritária.

6.2. DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DE UM ALGORTIMO DE SIMULAÇÃO

No caso do Min., nos dois casos (Tabelas 6.6 e 6.7) é 0, para todos os

níveis estabelecidos. Isto signica que tanto num sistema como noutro se o uxo de utentes não for elevado, a utente independentemente do nível que lhe seja atribuído é atendida tão breve quanto possível. Este facto revela a autonomia e a rapidez em responder às necessidades clínicas das utentes no

serviço da urgência obstétrica do CMIN.

Relativamente à variável Máx. e analisando em primeiro lugar essa variá-

vel na Tabela 6.6, de uma forma geral, verica-se que as situações urgentes

(Nível 1) são atendidas de uma forma mais ecaz e rápida (Máx. = 29 minutos) do que as não urgentes (Nível 5) (Máx. = 219 minutos).

Por outro lado, é importante citar que este algoritmo de simulação foi aplicado a um conjunto de dados que não foi submetido a este algoritmo de simulação, mas sim pelo sistema de pré-triagem, onde a distinção era realizada apenas em 2 níveis. O que de certa forma permite justicar o facto dos valores obtidos com o sistema de simulado (1 =29 minutos; 2 =33 minutos; 3 = 208 muitos; 4 =211 minutos e 5 =219 minutos) se encontrarem

muito distantes dos valores esperado (Tabela6.6 variável Alvo).

Relativamente à variável Max. da Tabela 6.7, verica-se que o tempo

máximo de espera é para o URG de 211 minutos e para o ARGO de 219

minutos. Estes valores encontram-se muito próximos entre si. Uma possível evolução do sistema de pré-triagem possibilitará o ajuste entre as caracterís- ticas clínicas e rapidez da resposta clínica às necessidades das utentes (tempo

máximo de espera). Esta inferência é tanto vericada na Tabela 6.6, onde

é necessário um ajuste dos tempos de espera (aproximação do tempo alvo

denido), como no caso da Tabela6.7 onde se verica que, em tempo real, o

tempo máximo de espera entre osURG e ARGO é muito próximo.

Por último, avaliando o parâmetro Tempo Médio de Espera (Méd.) tanto num sistema como noutro verica-se que a média é tanto maior quanto menor é a prioridade para os dois casos analisados.

Estas conclusões discutidas anteriormente também podem ser retiradas

pela observação do gráco 6.2, onde são relacionadas todas as variáveis ana-