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Esta seção é composta por duas partes, apresentam-se inicialmente os dados obtidos com a participante “terapeuta” (Parte I) e, posteriormente, os resultados obtidos com “S”, “M” e “E” (Parte II). Na primeira parte, apresentam-se os dados de ocorrência e duração das categorias do terapeuta e a freqüência das subcategorias das categorias do terapeuta Aprovação e Recomendação. Em seguida, são expostos os resultados de percentuais de ocorrência das categorias do terapeuta nas etapas da sessão. Na seqüência, apresentam-se os dados de análises de correlação, análises seqüenciais e o percentual de ocorrência e duração das verbalizações da terapeuta dirigidas a cada cliente. Por fim, o percentual de ocorrência de cada categoria da terapeuta dirigida aos clientes.

Na Parte II dessa seção, apresentam-se os resultados dos percentuais de ocorrência e duração das verbalizações das participantes “S”, “M” e “E” e os dados comparativos de freqüência das categorias do cliente propostas por Zamignani (2006) e das novas categorias do cliente no papel de co-terapeuta (cliente-T). Na seqüência, são apresentados os dados das participantes “S”, “M” e “E” referentes aos percentuais de ocorrência e duração das categorias do cliente (ZAMIGNANI, 2006), o percentual de ocorrência das categorias cliente-T e também os percentuais de ocorrência das categorias do cliente nas etapas da sessão (tarefa de casa, exposição teórica e treino). Ao término dos dados de cada cliente, tem- se uma síntese dos resultados descritos.

Categoria do terapeuta Re prov aç ão Ap rova ção In te rp reta ção Re com endaç ão So licitaç ão r ef lex ão In fo rm aç ão Em pat ia So licita çã o r ela to P or c ent ag em 100 80 60 40 20 0 Duração Frequência

Figura 1. Percentual de ocorrência e duração das categorias da terapeuta no total das sessões analisadas e em relação às verbalizações da mesma participante

De acordo com a Figura 1, as categorias Aprovação (37,9%), Recomendação (19,2%) e Solicitação de relato (10,9%) correspondem aos maiores percentuais de ocorrência. As categorias Reprovação (1,1%) e Empatia (5,9%) correspondem aos menores percentuais de ocorrência no total das cinco sessões analisadas.

Com relação ao percentual de duração, nota-se que Informação (39,4%), Recomendação (17,7%) e Interpretação (14,4%) são as categorias que se destacam. Observa- se que Reprovação (1,2%) seguida por Empatia (2,9%), representam as categorias de menor duração.

Os dados referentes à ocorrência e duração das categorias do terapeuta permitem algumas comparações. A categoria Recomendação atinge alta freqüência e duração, diferentemente de Informação e Interpretação, que apesar de não atingirem altas freqüências, ocupam percentual expressivo do tempo no total das sessões analisadas. A categoria Aprovação, por sua vez, atinge alta freqüência, mas situa-se como quarta maior em duração.

Considerando ambas as medidas, freqüência e duração, constata-se o predomínio de cinco das oito categorias analisadas, quais sejam, Aprovação, Informação, Solicitação de relato, Recomendação e Interpretação. A inclusão da medida de duração representa, portanto, um recurso importante para análise de sessões terapêuticas, que revela resultados que complementam os dados de freqüência (SCHAFFER, 1982; ZAMIGNANI, 2007).

Os resultados expressos na Figura 1, assim como nas demais ilustrações e tabelas, são analisados à luz da literatura exposta na primeira seção desse estudo, isto é, comparam-se os dados obtidos, ao conhecimento produzido em relação aos determinantes e efeitos dos comportamentos do terapeuta e cliente, ainda que esses últimos representem investigações realizadas no âmbito das intervenções individuais. Tal opção de análise justifica-se dadas as semelhanças existentes entre as categorias do terapeuta e cliente que se destacaram, e os resultados das pesquisas ora citadas, bem como, em função da impossibilidade de comparações com estudos de intervenção de grupo devido à escassez dos mesmos, o que confere, portanto, originalidade ao trabalho.

O percentual elevado de ocorrência de Aprovação (37%) tem respaldo na literatura (BORREGO; URQUIZA, 1998; FOLLETE; NAUGLE; CALLANGHAN, 1996), que considera o reforço social disposto pelo terapeuta, como o fator primordial para produção de mudanças. A alta freqüência de Aprovação somada a baixa freqüência e duração de Reprovação, além de indicar uma preocupação da terapeuta em representar uma audiência não punitiva (BRAGA; VANDERBERGHE, 2006), remete a possível utilização do procedimento de reforçamento diferencial aplicado à propriedade da resposta (CATANIA, 1999), como forma de enfraquecer ou fortalecer a ocorrência de certos comportamentos (BORREGO; URQUIZA, 1998). Outros fatores que podem ter determinado a alta ocorrência de Aprovação, dizem respeito ao modelo colaborativo de intervenção (WEBSTER-STRATTON; HERBERT, 1993) que recomenda a valorização das alternativas propostas pelos pais para as dificuldades apresentadas e, do modelo construcional de intervenção (GOLDIAMOND, 2002), que pressupõe a ampliação do repertório a partir do fortalecimento das reservas comportamentais (KANFER; SASLOW, 1976), o que pode ter levado a terapeuta a sinalizar tais ocorrências durante todo o processo.

Similar à pesquisa de Keijsers, Schaap e Hoogduin (2000), neste estudo foi constatado que a terapeuta participou ativamente através de Informação, Recomendação e Interpretação, categorias que suscitam diferentes posicionamentos a respeito de suas contribuições ao processo terapêutico (HARWOOD; EYBERG, 2004; ORLINSKY; GRAWE; PARKS, 1994). Lembrando que a intervenção realizada produziu resultados desejáveis, a ocorrência elevada e constante de Recomendação no decorrer das sessões analisadas, contradiz a posição de Alexander et al. (1976) e Keijsers et al. (1995), que estabeleceram associações entre a presença dessa categoria e prejuízos para o início da intervenção. A ocorrência expressiva de Recomendação pode ser explicada através das características do próprio programa de intervenção (BOLSONI-SILVA; SILVEIRA;

RIBEIRO, 2008), isto é, dos procedimentos e temáticas planejados para cada sessão. Para cada uma das quatorze sessões, o planejamento explicitava as atividades a serem desenvolvidas e as habilidades sociais educativas a serem trabalhadas, cujas unidades comportamentais, representavam pré-requisitos para habilidades a serem abordadas em sessões posteriores.

Segundo Meyer e Donadone (2002) os terapeutas ao orientarem os seus clientes, fornecem regras, que podem ou não ser seguidas. De acordo com Meyer (2004) um excesso de orientação, durante o processo terapêutico, dificultaria a aquisição de repertório por parte do cliente, que o conduzisse ao autocontrole e autonomia. Frente a essas considerações e a todos os achados teóricos e experimentais consistentes, referentes ao comportamento governado por regras ou comportamento governado verbalmente (CATANIA, 1999), cuja discussão não cabe ao escopo desse trabalho, tem-se por hipótese, a partir da Figura 1, de que ambos os procedimentos, orientação (Recomendação) e modelagem por aproximações sucessivas - devido à alta freqüência de Aprovação e baixa freqüência de Reprovação - foram empregados com igual ou similar freqüência, igualando, portanto, as vantagens e desvantagens de cada um.

A inserção de medida de duração revelou a expressiva presença de Interpretação na intervenção de grupo analisada, resultado que vem a corroborar com outros estudos (ORLINSKY; GRAWE; PARKS, 1994; ZAMIGNANI, 2007).

A alta freqüência da categoria Solicitação de relato no decorrer do processo terapêutico resulta em posição discordante ao estudo de Harwood e Eyberg (2004), que a consideram como variável preditiva de abandono. Entretanto, tal como salientou Harwood e Eyberg (2004), o prejuízo para o processo terapêutico, estaria na alta freqüência de questões fechadas em relação às abertas, diferenciação não avaliada nesse estudo. A alta freqüência de Solicitação de relato pôde gerar esclarecimentos a respeito das contingências em operação na vida das clientes e a exposição de experiências difíceis ou de sucesso entre os participantes do grupo. Notou-se também superioridade de ocorrência da subcategoria “solicitação de informação sobre fatos” em detrimento de “solicitação de relato de sentimentos”, o que também pode ter contribuído para baixa freqüência da categoria Empatia.

A apresentação inexpressiva de Empatia traz indícios de pouca preocupação da terapeuta em refletir sobre sentimentos, expressar compreensão em relação às condições vivenciadas pelas participantes ou criar uma esfera afetiva (KAZDIN; WITLEY, 2006), resultado que diverge de outros estudos (BARBERA; WALDRON, 1994). Contudo, outros pesquisadores advogam a utilização parcimoniosa de Empatia, para evitar valorizar em

demasia as queixas trazidas (HARWOOD, 2003), gerar abandono (HARWOOD; EYBERG, 2004) ou reduzir as ocorrências de Orientação e Interpretação (PATTERSON; CHAMBERLAIN, 1994).

A expressiva duração de Informação pode representar um diferencial do programa de intervenção de grupo analisado, em relação aos estudos que abordam intervenções individuais, especialmente por conter uma etapa específica da sessão para exposição dialogada de aspectos teóricos.

A seguir, são apresentados os resultados de freqüência das subcategorias das categorias do terapeuta mais freqüentes em todas as sessões analisadas: Aprovação (Figura 2) e Recomendação (Figura 3). Sessão sessão 14 sessão 13 sessão 10 sessão 6 sessão 5 F req uên c ia 260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 exclamações sentimento positivo concordância ganhos terapêuticos elogio

Figura 2. Freqüência da categoria do terapeuta Aprovação e de suas subcategorias (exclamações de aprovação, sentimento positivo, concordância, ganhos terapêuticos e elogio) no decorrer das sessões

Através da Figura 2, nota-se que a freqüência da categoria Aprovação permanece semelhante entre as sessões 5 e 6, com um aumento na sessão 10. O aumento na freqüência da categoria Aprovação a partir da décima sessão possivelmente está relacionada ao engajamento das clientes nessa fase do processo terapêutico e/ou às descrições de alterações na interação com os filhos, no sentido proposto pela intervenção.

Nota-se que a subcategoria “concordância” ocorre com freqüência maior em relação às demais, seguida por “elogio”. As subcategorias “exclamações de aprovação” e “descrição

de ganhos terapêuticos” são apresentadas com freqüência abaixo de 10%. A subcategoria “descrição de sentimentos positivos” ocorre unicamente na sessão 14, com freqüência abaixo de 5%.

A prevalência de “concordância” e “elogio”, apesar de incluírem, de acordo com o previsto na definição da categoria aprovação, descrições de comportamento e conseqüências que receberam avaliações favoráveis do terapeuta (ZAMIGNANI, 2006), pode sinalizar uma baixa variabilidade no repertório da terapeuta quanto à Aprovação. Contudo, tais subcategorias também podem ser entendidas como estímulos potencialmente efetivos como reforçadores, de acordo com as características da população atendida (BORREGO; URQUIZA, 1998), o que poderia justificar sua alta ocorrência.

A Figura 3 mostra a freqüência da categoria Recomendação e de suas subcategorias no decorrer das sessões. Salienta-se que para a freqüência total da categoria Recomendação também foram consideradas as ocorrências das novas subcategorias identificadas (Tabela 1).

Sessão sessão 14 sessão 13 sessão 10 sessão 6 sessão 5 F req uê nci a 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 AUTORIZAÇÃO ESTRUTURAÇÃO MODELO CONSELHO solic. reprovação solic. aprovação solic. recomendação

Figura 3. Freqüência da categoria da terapeuta Recomendação e de suas subcategorias (autorização, estruturação, modelo, conselho, solicitação de reprovação, solicitação de aprovação e solicitação de recomendação) no decorrer das sessões

A partir da Figura 3 observa-se que a freqüência da categoria Recomendação se mantém constante, com exceção da sessão 13 em que há aumento. A décima terceira sessão corresponde à penúltima sessão do processo terapêutico, o que justifica a alta freqüência de Recomendação, dada à ênfase da terapeuta em garantir a apresentação de orientações finais e a restrito do tempo para procedimento de modelagem (ZAMIGNANI, 2007).

As subcategorias “solicitação de recomendação”, “solicitação de aprovação” e “solicitação de reprovação” referem-se às novas subcategorias do terapeuta identificadas, já o restante, faz parte do sistema proposto por Zamignani (2006). Verifica-se um aumento na freqüência da subcategoria “solicitação de recomendação” no decorrer das sessões, sinalizando a iniciativa da terapeuta de gradualmente compartilhar com os clientes, a responsabilidade por fornecer instruções e modelos a serem seguidos.

Constata-se a prevalência de “estruturação de atividade” e “conselho”, principalmente, na décima terceira sessão. A subcategoria “estruturação de atividade” consiste de verbalizações do terapeuta, nas quais solicita o engajamento do cliente em atividades, exercício, técnicas durante ou após a sessão. A apresentação de “estruturação de atividade” pode ser justificada por aspectos do planejamento, tais como, diferentes temas a serem abordados e etapas previstas para cada sessão (BOLSONI-SILVA; SILVEIRA; RIBEIRO, 2008), assim como, pela presença de três clientes cuja freqüência de verbalizações foi alta.

A subcategoria “Conselho” consiste em verbalizações do terapeuta que especificam ações a serem emitidas pelo cliente, dentro ou fora da sessão. A alta ocorrência de “Conselho” ao final do processo terapêutico, possivelmente traduz uma retomada de orientações anteriormente apresentadas ou apresentação de novas instruções essenciais para as alterações pretendidas (ZAMIGNANI, 2007).

A Figura 4 ilustra a ocorrência das categorias da terapeuta nas etapas da sessão.

Categoria REP APR INT REC SRF INF EMP SRE P o rc en ta gem 100 80 60 40 20 0 Taref a de casa Exposição teórica Treino

Figura 4. Percentual de ocorrência das categorias da terapeuta nas três etapas da sessão: tarefa de casa, exposição teórica e treino

Com relação à Figura 4, observa-se que as categorias Solicitação de relato (SRE), Empatia (EMP), Recomendação (REC), Interpretação (INT) e Aprovação (APR) ocorrem com freqüência superior (acima de 55%) na etapa “tarefa de casa”, seguida por “exposição teórica” e “treino”. Na etapa “tarefa de casa” investiga-se a realização da tarefa de casa da sessão anterior e acontecimentos da semana; na “exposição teórica” ocorre uma exposição dialogada a respeito da habilidade social educativa parental tema central da sessão e, na etapa “treino”, ocorre o desenvolvimento de novos repertórios por meio de atividades de discussão e principalmente role playing.

A categoria Informação (INF) ocorre com freqüência maior na etapa “exposição teórica”, seguida por “tarefa de casa” e “treino”. A categoria Solicitação de reflexão (SRF) ocorre com freqüências similares nas etapas “tarefa de casa” e “exposição teórica”, já Reprovação (REP) ocorre com maior freqüência na etapa “tarefa de casa” seguida por “treino” e por fim “exposição teórica”.

A alta freqüência de Solicitação de Reflexão (SRF) na etapa “exposição teórica” vem novamente referendar o modelo colaborativo de intervenção (WEBSTER-STRATTON; HERBERT, 1993) e a preocupação em envolver o grupo (KERBAUY, 2008) mesmo nos momentos de apresentação de teoria.

A relevância atribuída ao contexto de apresentação das categorias do terapeuta (HARWOOD, 2003; ZAMIGNANI, 2007) resultou na inserção da variável “etapa da sessão” na análise. Face aos resultados expressos na Figura 4, conclui-se que a variável de contexto “etapa da sessão” parece não influenciar a apresentação das categorias do terapeuta, sendo que todas são apresentadas nas três etapas e a maior parte delas com freqüência maior na “tarefa de casa”.

Ressalta-se, que apesar do procedimento de intervenção estabelecer uma distribuição equivalente do tempo da sessão entre as três etapas analisadas, observou-se durante a fase de coleta de dados, que a terapeuta priorizou a “tarefa de casa”, isto é, utilizou a maior parte do tempo da sessão para realização dessa etapa, sugerindo uma preocupação em abordar em primazia às contingências que operam fora da sessão em comparação às presentes na sessão, que são mais proeminentes no “treino”.

Em seqüência, são apresentadas as análises de correlação (Tabela 4). Os dados completos das análises de correlação realizadas encontram-se em anexo (Anexo D).

Tabela 4. Análises de Correlação (Teste Sperman´s rho) entre categorias do terapeuta e categorias do

cliente

Correlação positiva

SOLICITAÇÃO DE RELATO EMPATIA, Relato, Concordância, Solicitação

EMPATIA Concordância, Solicitação

INFORMAÇÃO INTERPRETAÇÃO, APROVAÇÃO, Melhora, Estabelece relações

INTERPRETAÇÃO Melhora, Concordância,

APROVAÇÃO Relato, Melhora, Estabelece relações, Concordância Relato Solicitação

Melhora Estabelece relações

Formula meta C-Descreve comportamento Concordância Solicitação

Correlação negativa

Formula meta INFORMAÇÃO, Melhora, Estabelece relações

Em itálico, as categorias cliente-T. Em maiúsculo, as categorias do terapeuta. Em minúsculo, as categorias do cliente propostas por Zamignani (2006). Correlações significativas ao nível de ,05 e ,01

Na Tabela 4 observam-se correlações positivas significativas entre as categorias do terapeuta, tais como, entre SOLICITAÇÃO DE RELATO e EMPATIA, INFORMAÇÃO e INTERPRETAÇÃO e, INFORMAÇÃO e APROVAÇÃO. A correlação positiva entre Solicitação de relato e Empatia sugere que a terapeuta ao investigar as contingências em operação, também demonstra compreensão e aceitação das condições vivenciadas pelas clientes. A correlação positiva entre Informação e Interpretação indica que as interpretações são acompanhadas por explicações teóricas que as respaldem. Já a apresentação de teoria (Informação) é acompanhada por aprovações, ou seja, por valorizações das contribuições fornecidas pelo grupo.

Outras correlações positivas significativas são verificadas entre categorias do terapeuta e categorias do cliente, como por exemplo, entre INFORMAÇÃO e Melhora; INFORMAÇÃO e Estabelece relações, INTERPRETAÇÃO e Concordância; EMPATIA e Concordância e EMPATIA e Solicitação. A categoria Informação chama a atenção, não somente em função do percentual de duração com que foi apresentada, mas também quanto as suas contribuições para o processo terapêutico, resultado que diverge de outros estudos

(KEIJSERS et al., 1995), pois quanto maior a sua probabilidade, maior será a probabilidade de apresentação de Melhora e Estabelece relações por parte do cliente.

A correlação positiva entre Interpretação e Concordância vem a corroborar com outros estudos que atestaram a importância dessa categoria para o processo terapêutico (ORLINSKY; GRAWE; PARKS, 1994; PATTERSON; CHAMBERLAIN, 2004). As correlações positivas entre Empatia e Concordância e entre Empatia e Solicitação indicam que as demonstrações de contentamento em relação ao processo terapêutico e os pedidos de esclarecimentos, asseguramento ou apresentação de demanda dos clientes, estão vinculados a demonstrações de aceitação, compreensão e afetividade por parte da terapeuta.

Verificam-se, também, correlações positivas significativas entre categorias do cliente, como por exemplo, entre Melhora e Estabelece relações e Formula meta e C-Descreve comportamento. A importância de Estabelece relações para o processo terapêutico está em conformidade com as propostas de Skinner (1978), para quem a identificação e descrição de variáveis determinantes auxiliam no autoconhecimento e autocontrole.

A correlação entre Formula meta e C-Descreve comportamento indica que as descrições dos comportamentos dos demais participantes (C-Descreve comportamento) estão vinculadas a propostas de solução para as queixas específicas de cada cliente (Formula metas), o que fortalece a hipótese de influência recíproca entre auxiliar nas discussões das demandas de outrem e garantir mudanças para as próprias dificuldades.

Observam-se correlações negativas significativas entre categorias do cliente e do terapeuta, como por exemplo, entre Formula meta e INFORMAÇÃO, sugerindo que quanto maior a ocorrência de Informação, menor será a apresentação de Formula meta. Correlações negativas são observadas também entre categorias do cliente, como entre Estabelece relações e Formula meta, ambas importantes e desejáveis para o processo terapêutico.

Os resultados envolvendo a categoria do terapeuta Aprovação serão tratadas de forma pormenorizada na descrição dos resultados das análises seqüenciais.

Pesquisas que realizaram análise de correlação conduziram-na de forma a investigar relações entre categorias do terapeuta e resultados satisfatórios ou insatisfatórios de terapias (ALEXANDER et al., 1976; KEIJSERS et al., 1995) e entre categorias do terapeuta e término ou abandono da intervenção (HARWOOD; EYBERG, 2004; PIPER et al., 1998). As análises aqui apresentadas representam um diferencial no sentido de investigar correlações entre categorias do terapeuta e categorias do cliente.

Em continuidade, as Tabelas 5, 6 e 7 que demonstram os resultados das análises seqüenciais.

Tabela 5. Análises seqüenciais das sessões 6, 10 e 13 referentes ao evento antecedente, evento subseqüente 1, evento subseqüente 2 e evento subseqüente 3,

tendo por evento critério a categoria do terapeuta Aprovação. Em itálico as categorias do cliente

Evento antecedente Evento critério Evento subsequente 1 Evento subsequente 2 Evento subsequente 3

Sessão 6

C-Interpretação a pedido da T por S

Aprovação para S Informação para grupo Aprovação para S Aprovação para E

Relato para a T por M Aprovação para M Solicitação de relato para M Solicitação de relato para M -

- Aprovação para E Solicitação de reflexão para

grupo

Concordância para T por E Aprovação para E

Sessão 10

Aprovação para S Aprovação para grupo Relato para a T por E Aprovação para M Aprovação para E

Aprovação para S Aprovação para S Aprovação para S Concordância para T por S Recomendação para grupo

- Aprovação para M Solicitação de reflexão para M Aprovação para M Solicitação de relato para M

Estabelece relações para a T por E

Aprovação para E Interpretação para E Interpretação para E -

Sessão 13

Concordância para grupo por S Aprovação para grupo Interpretação para M Informação para grupo Recomendação para grupo

Aprovação para S Aprovação para S Aprovação para S Aprovação para S Recomendação para grupo

Relato para a T por M Aprovação para M Interpretação para M - Aprovação para M

Aprovação para E Aprovação para E Aprovação para

E

A categoria Aprovação para o grupo na sessão 6 não foi incluída na análise dada à baixa freqüência com que foi apresentada. Somente foram incluídos nas tabelas, os comportamentos cujas probabilidades condicionais superaram as probabilidades incondicionais, ou seja, com chances maiores de ocorrerem como eventos antecedentes ou subseqüentes aos eventos critérios. Os dados de freqüência absoluta, probabilidades condicionais e probabilidades incondicionais estão em anexo (Anexo E).

Constata-se que alguns dos resultados das análises seqüenciais vêm a corroborar com as análises de correlação. As semelhanças entre as análises dizem respeito às relações entre Aprovação e Informação; Aprovação e Relato; Concordância e Aprovação e, Estabelece relação e Aprovação, ressaltando a validade das informações advindas de ambas as análises.

De acordo com a Tabela 5, tendo APROVAÇÃO PARA O GRUPO como evento critério, constata-se que na sessão 10 é antecedida por APROVAÇÃO PARA S e sucedido por nova APROVAÇÃO PARA M e E; já na sessão 13 é antecedida por CONCORDÂNCIA PARA O GRUPO POR S e sucedido por INTERPRETAÇÃO PARA M e INFORMAÇÃO e RECOMENDAÇÃO dirigidas ao grupo.

Comparações entre as análises seqüenciais das três sessões, tendo a categoria APROVAÇÃO PARA S como evento critério, indicam que os eventos que a antecederam se

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