• Nenhum resultado encontrado

ATIVIDADE ANTITUMORAL DE EXTRATO DE Caulerpa taxifolia NO TRATAMENTO DE CARCINOMA DE ERHLICH

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com os valores descritos na Tabela 1, a relação entre o peso dos tumores dos grupos tratado 1 (C3) e controle (C1) foi observada que os animais do grupo tratado apresentou tumores 10,8 % menores que os animais do grupo controle. Quando relacionado o grupo tratado 2 (C4) ao grupo controle, o grupo C4 apresentou tumores 15,3 % menores que os animais do grupo controle. Enquanto a redução apresentada pelo fármaco de referência foi de 9,5 %.

Quando comparada a relação peso do tumor/peso do animal (PT/PA), os animais do grupo C3, que apresentou média de 0,0293, e grupo controle, com média de 0,033, os animais do grupo C3 apresentou uma relação 11,3 % inferior ao grupo controle. O que indicou que o extrato administrado neste grupo pode ter reduzido o crescimento da massa tumoral.

Quando comparada a relação PT/PA dos grupos C4, com média de 0,0272, e controle, os animais do grupo C4 tratado com extrato hidroalcóolico, apresentaram uma relação 17,6 % inferior ao grupo controle.

Na tabela 2, encontram-se os valores referentes à média e desvio padrão da taxa metabólica especifica (TXM), em O2.1.h-1.kg-1, do tumor (TXMTC) como do corpo dos animais portadores de carcinoma de Ehrlich. Uma razão entre as taxas metabólicas do tumor e do animal também foi obtida (TXMTC /TXMAC). Observou-se uma aumento significativo da taxa metabólica dos animais dos grupos tratados com os extratos, e ligeira redução na razão entre TXMTC /TXMAC, o que pode indicar uma redução de atividade mitótica destes grupos.

Os valores de glicose do grupo controle, e dos grupos tratados com o extrato encontram-se de acordo com os de referência para camundongos, já o grupo padrão apresentou-se elevados, os níveis de ureia dos grupos tratados apresentou valores compatíveis com a normalidade, mas o mesmo não foi observado quando comparados aos grupos controle e padrão, que apresentaram-se superiores, a creatinina, para todos os grupos, apresentaram valores próximos ao normal.

Os valores de bilirrubina dos grupos estudados se mantiveram dentro dos níveis de referência para a linhagem de camundongos utilizada no estudo. Os grupos controle e padrão apresentaram valores de transaminase glutâmica oxalacética (TGO) superiores aos de referência, o que pode indicar um dano hepático nestes organismos, com possível necrose de células hepáticas. Os grupos tratados com os extratos T1 e T2 apresentaram níveis inferiores aos de referência, mas os valores de transaminase glutâmica pirúvica (TGP) de ambos os grupos apresentaram-se elevados o que pode indicar um quadro de hepatopatia crônica não muito grave e lesões focais. Entretanto estes valores ainda são muito inferiores aos que se apresentaram em quadros de hepatopatias tóxicas ou induzidas por drogas. Os parâmetros bioquímicos tais como: glicose, ureia, creatina e bilirrubina do grupo tratado apresentaram valores similares ao dos grupos controle e padrão, que ficaram dentre dos valores de referência para camundongos.

Inúmeros trabalhos envolvendo estudos pré-clínicos “in vivo” de produtos naturais, utilizam parâmetros bioquímicos para avaliar possíveis sinais de toxicidade

(BEZERRA et al., 2008; BEZERRA et al., 2009; GONZAGA et al., 2009; LINS et al., 2009; MAGALHÃES et al., 2010; OLIVEIRA et al., 2008). Nestes estudos farmacológicos/toxicológicos após a exposição às drogas, foram analisados os parâmetros que avaliaram as possíveis alterações na função hepática como através dos níveis da TGP e TGO, função renal como ureia e creatinina.

Os grupos tratados (Figuras 2 e 3) apresentaram fígado com ducto bilífero, ramos das veia porta, hepatócitos preservados, assim como, tecido renal com túbulos contorcidos distais e proximais, mácula densa e polo vascular dentro da normalidade. Baço apresentou cápsula, trabéculas, coronas, centros germinativos, células das polpas branca e vermelha de aspecto normal. Nos pulmão, brônquios, bronquíolos, nódulos de músculo liso também com histologia normal. No grupo padrão e controle foram verificadas lesões a nível celular e tecidual, entretanto o fígado e o rins são os órgãos com danos mais evidentes, como alguns pontos hemorrágicos, e presença de infiltrado inflamatório crônico.

A B

C D

Figura 2: A- fígado animal portador de carcinoma Ehrlich tratado com o estrato hidroetanólico; B- rim; C- baço; D- pulmão.

A B

C D

Figura 3: A- Fígado, baço, rim e pulmão de animais portadores de carcinoma de Ehrlich tratados com extrato metanólico de C. taxifolia na dose de 50 mg/kg.

Os efeitos dos extratos hidroetanólico e metanólico apresentaram redução significativa do tumor observado, isso talvez se deva as atividades dos metabolitos secundários presentes nos extratos, estando de acordo com estudos realizados por Moura et al., (2012). O extrato metanólico bruto indicou a presença de alcaloides, terpenóides, esteroides e saponinas. Segundo Robbers (1997), alcalóides que têm atividade antineoplásica pertencem a uma nova classe de derivados bisindólicos, o que pode sugerir que a atividade antineoplásica de C. taxifolia esteja relacionada a alcalóides presentes no extrato.

De acordo com Aguilar-Santos (1970) e Maitti (1977) um alcaloide indólico derivado do triptofano, fora isolado de espécies do gênero Caulerpa consideradas tóxicas. Para Vidal (1984) o alcaloide caulerpina, amplamente distribuído neste grupo de organismos marinhos, possui atividade antimicrobiana e antitumoral importantes.

REFERÊNCIAS

BEZERRA, D. P. et al. In vitro and in vivo antitumor effect of 5-FU combined with piplartine and piperine. Journal of Applied Toxicology, v.28, n.2, p.156-63. 2008. BEZERRA,D . P. et al. Antitumor activity of the essential oil from the leaves of Croton regelianus and its component ascaridole. Chemistry & Biodiverity, v.6,n.8, p. 1224- 31, 2009.

FERRI, P.H. Química de produtos naturais: métodos gerais. In: DI STASI, L.C. Plantas medicinais: arte e ciência. São Paulo: Editora da Unesp; 1996. p. 129-56. GERAN, R.I. et al. Protocols for screening chemical agents and natural products against animal tumors and other biological systems. Cancer Chemoth. Rep. 33: p.1– 17.1972.

GUERRA M.R.; GALLO C.V.M.; MENDONÇA G. Risco de câncer no Brasil: tendências e estudos epidemiológicos mais recentes. Revista Brasileira de

Cancerologia, v.51, n.3, p. 227-234, 2005.

GILMAN, A.G. et al. As Bases Farmacológicas da Terapêutica, 12° ed. Rio de Janeiro, 2012.

GONZAGA, M. et al. In vivo growth of Sarcoma 180 by analpha-(14)- glucan(1 6)- glucan-protein complex polyccharide obtainned from Agaricus blazei Murrill.

J.Nat.Med., v.63, p.32-40,2009.

HAY, M.E.; FENICAL, W. Marine plant-herbivore interactions. The ecology of Chemical defense. Ann. Rev. Ecol. Syst, v.19,n.1, p. 111-145, 1988.

INCA – Instituto Nacional de Cancer, Rio de Janeiro, 2012, 2ª edição revista e atualizada. Disponível em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/ABC_ do _cancer_2ed.pdf.˃. Acesso em: 10 de maio de 2014.

INCA – Instituto Nacional de Cancer. Disponível em

<http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/agencianoticias/site/home/noticias/2013/i nc a_ministerio_saude_apresentam_estimativas_cancer_2014>.Rio de Janeiro, acesso em 11 de maio de 2013.

INCA. Estatísticas do Câncer. Vigilância do Câncer e de Fatores de Risco. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/vigilancia/˃. Acesso em: 20 de maio de 2014.

INCA. Fisiopatologia do câncer. Disponível em:

<http://www.inca.gov.br/enfermagem/docs/cap2.pdf.˃ .Acesso em: 16 de junho de 2014.

JOLY, C. A. et al. Diagnóstico da pesquisa em biodiversidade no Brasil. Revista USP, n. 89, p. 114-133, 2011.

KARBER, G.; BEHRENS, B. Estatistical Methods is Biological Assays. London: Ed. Griffin Ch. And C., 1964.

KOMIYAMA, K. & FUNAYAMA, S. Antitumor agents. In: OMURA, S. (edt). The

search for bioactive compounds from microrganisms. New York: Spriger-Verlag,

1992. p. 79-97.

LINS,K.O. et. al. Antitumor properties of a sulfated polysaccharide from the red seaweed Champia feldmannii (Diaz-Pifferer). Jornal of Applied Toxicology, v.29, n.1, p.20-26, 2009.

MAGALHÃES, H.I. et. al. In vitro and in vivo antiproliferative activity of Calotropis procera stem extracts. Anais da Academia Brasileira de Ciências,

v.82,n.2,p.407416,2010.

MARTINS,E.R.;CASTRO,D.M.;CASTELLANI,D.C.;DIAS,J.E. Plantas medicinais, Viçosa,MG:UFV,1994.p.220

MORETTIN,L.G. Estatística Básica: Probabilidade e Inferência.n.1.v.1.São Paulo:Pearson Prentice Hall,2010.p.376.

MOURA,C.A.et al. Perfil Fitoquímico da Macroalgas Marinha Caulerpa toxifolia

(VAHL) C.AGARDH, 1817 (caulerpaceae) Congresso Brasileiro de Oceanografia,

Rio de Janeiro, Novembro 2012.

NATALI, A. L. C. Ação inotropica positiva do extrato metanolico de Bryopsis

pennata (CHLOROPHYTA CAULERPALES). Dissertação (Metrado em Biociencia)

Universidade de São Paulo. 2007.

OLIVEIRA JÚNIOR,R.J. Análises citogenéticas e expressão da telomerase em Sarcoma

180. 2008. Dissertação (Mestrado em Genética e Bioquimica) – Universidade Federal

de Uberlandia, MG. 2008

OLIVEIRA,J.S.;COSTALOTUFO,L.V.;BEZERRA,D.P.;ALENCAR,N.M.; MARINHO FILHO,J.D.;FIGUEIREDO,I.S.MORAES,M.O.; PESSOA,C.; ALVES,A.P.;

RAMOS,M.V In vivo growth inhibition of sarcoma 180 by latex proteins from

Calotropis procera. Naunyn Schmiedeberg’s Archives of Pharmacology, v.382, n.2,p.139-149, 2010.

RAYMUNDO, M.S.; HORTA, P.; FETT, R. Atividade antioxidante in vitro de extratos de algumas algas verdes (Chlorophyta) do litoral catarinense (Brasil). Rev. Bras.

Cienc. Farm., v. 40, p. 495-503, 2004.

REITMAN, S. FRANKEL,S . Am.J.clin. Path. 1957, p. 28-56

SILVA, A. E. R. et al. Levantamento bibliografico de antineoplásicos

padronizados no Hospital da Mulher – Prof.Dr.José Aristodemo Pinotti (CAISM) UNICAMP In: Congresso dos Profissionais das Universidades de São Paulo,São

Paulo:USP, Unicamp e Unesp, 2011.

SOLÈ-CAVA, A.M.; KELECOM, A. Dialogo quimico dos mares, Ciência Hoje , v. 8, n. 46, p.18-29. 1988.

STOCK, C.C.; CLARCK, D. A.; PHILIPS, F. S. Sarcoma 180 – inhibitor screening date.

7. Artigo 4

Artigo publicado na Revista

African

Documentos relacionados