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A Tabela 13 indica, para os dois métodos de coleta de dados considerados, a população observada e as amostragens, bem como as suas margens de erro.

Tabela 13: População, amostras e margens de erro da pesquisa.

Resultado Empresa (unidade) Margem de Erro (%)

Tamanho Total da População Estudada 210 –

Amostragem Obtida nas Entrevistas Pessoais 107 6,65 Amostragem Obtida nas Buscas em Websites 207 0,82

Em ambas as metodologias seguidas, as margens de erro calculadas foram relativamente baixas, situando-se, de acordo com as prescrições de Pinheiro et al. (2011), muito aquém do nível aceitável de 10%, bem como próxima do nível ideal de 5% nas entrevistas pessoais e muito abaixo desse ponto nas buscas em websites.

Em ambas as metodologias, os dados da Figura 24 indicaram que um mesmo produtor de habitações em madeira pode produzir uma ou mais técnicas construtivas diferentes, independente de seu conceito arquitetônico e/ou origem cronológica. Os 107 produtores amostrados na metodologia de entrevistas pessoais também foram avaliados no método de buscas em websites e, com isso, verificou-se que todas as respostas obtidas foram idênticas no tocante ao questionamento sobre as técnicas construtivas em madeira disponíveis pelas mesmas. Essa condição de similaridade de respostas assegurou a credibilidade das respostas dadas pelos entrevistados, isto é, os proprietários dos produtores de casas de madeira, ao entrevistador.

As casas de tábuas horizontais pregadas consistiram na técnica construtiva com maior oferta de disponibilização tipológica nas duas populações observadas, alcançando 48,79% (101 empresas) no método de buscas em websites e 42,99% (46 empresas) nas entrevistas pessoais. Na metodologia de buscas em websites, a margem de erro pode aumentar ou reduzir esse valor em 0,41%, ao passo que, nas entrevistas pessoais, o valor obtido pode oscilar em ±3,325% (Figura 24).

No método de buscas em websites, a segunda técnica com maior oferta nas empresas brasileiras consistiu nas casas de tábuas horizontais macho-e-fêmea, atingindo 29,95% de toda a população analisada. A terceira técnica mais popular foi a das casas de tábuas verticais pregadas, com um porcentual de 28,50% (±0,41%).

Porém, essa ordem foi inversa para as entrevistas pessoais, visto que 37,38% dos produtores oferecem casas de tábuas verticais pregadas e 31,78% ofertam as casas de tábuas horizontais macho-e-fêmea. A margem de erro de ±3,325% para as entrevistas pode inverter tal posição, devido à proximidade porcentual (Figura 24).

Figura 24: Quantidade de produtores de casas de madeira por técnica construtiva.

Ainda pela metodologia de buscas em websites, os porcentuais referentes às ofertas das outras técnicas foram: woodframe plataforma (12,08%) e casa de tábua e mata-junta (12,08%), pilar-viga (5,80%), paliteiro com alvenaria (4,35%), log-home (4,35%), modular para canteiros (2,90%), woodframes balão e misto (1,93% cada),

woodframe modular (1,45%), enxaimel e casa móvel (0,48% cada). As percentagens

podem variar ±0,41%, segundo a margem de erro para esse método (Figura 24). 4 25 4 9 62 101 59 1 3 1 6 25 1 12 9 3 19 3 6 34 46 40 1 3 1 5 11 0 11 8 Woodframe Balão Woodframe Plataforma Woodframe Misto Log-Home Tábuas Horizontais Macho-e-Fêmea Tábuas Horizontais Pregadas Tábuas Verticais Pregadas Enxaimel Woodframe Modular Modular CLT Modular para Canteiro Tábua e Mata-Junta Casa Móvel Pilar-Viga Paliteiro com Alvenaria

No método de entrevistas pessoais, os porcentuais referentes a mesmas ofertas apresentaram valores próximos, apesar dos valores ligeiramente distintos, exceto nas casas de tábuas horizontais pregadas, bem como seguiram o mesmo rol de popularidade. Em quarto lugar o woodframe plataforma conquistou 17,76% das empresas produtoras, a seguir das casas de tábua e mata-junta (10,28%), pilar-viga (10,28%), paliteiro com alvenaria (7,48%), log-home (5,61%), modular para canteiros (4,67%), woodframes balão, misto e modular (2,80% cada uma) e enxaimel (0,93%). Nessas entrevistas pessoais, todas as empresas informaram as suas técnicas, no entanto, nenhum produtor da técnica construtiva de casa móvel foi avaliado (Figura 24). Os valores obtidos para esse método de amostragem podem sofrer maiores oscilações, devido à margem de erro, citada anteriormente, de ±3,325%.

Também foi possível constatar que muitas dessas empresas avaliadas ainda produzem edificações em madeira baseadas e/ou inspiradas em estilos europeus, como por exemplo, a casa de tábua e mata-junta, ―cuja popularidade era bastante alta nos Séculos XIX e XX‖ de acordo com Imaguire Junior & Imaguire (2011).

Um comparativo dos resultados obtidos entre os métodos utilizados permitiu verificar que 98,57% das empresas foram diagnosticadas nas buscas por internet em

websites corporativos, ao passo que 50,95% foram avaliadas nas entrevistas in loco,

revelando uma abrangência muito satisfatória em ambos os casos (Figura 23). Como o principal método delineado foi o de entrevistas in loco, ainda foi possível identificar, em relação às buscas em websites, que o mesmo avaliou: 100% das empresas voltadas para as produções de enxaimel, modular em CLT e woodframe modular, 91,67% dos produtores de pilar-viga, 88,89% para a produção do paliteiro com alvenaria, 83,33% para as casas modulares para canteiro, 76% para o woodframe plataforma, 75,00% para woodframe misto e para woodframe balão, 67,80% para as casas de tábuas verticais pregadas, 66,67% para log-home, 54,84% para as casas de tábuas horizontais macho-e-fêmea, 45,55% para as casas de tábuas horizontais pregadas e 44,00% para as casas de tábua e mata-junta. Somente as populações empresariais de duas técnicas habitacionais em madeira – tábuas horizontais pregadas e tábua e mata-junta – atingiram um índice de avaliação setorial abaixo do estimado conforme o seu total. Mesmo assim, essa margem foi próxima da metade em ambos os casos. Então, o método por entrevistas in loco junto aos empresários demonstrou uma amostragem muito diversificada e igualmente consistente ao método de buscas em websites corporativos.

Em um comparativo com o estudo de Punhagui (2014), apesar do enfoque distinto, essa autora salientou que ―quatro sistemas construtivos pré-fabricados em madeira se fazem presentes no Brasil,... as casas de macho-e-fêmea, mata-juntas, toras e entramado leve‖. Então, as quatro variedades dos woodframes denotadas neste estudo foram consideradas como uma única técnica por Punhagui (2014), ou seja, entramado leve em madeira; isso poderia gerar distorções no entendimento desse setor produtivo, visto que diferenças conceituais e produtivas são presentes, as quais foram elucidadas no ítens 5.1.1 e 5.1.2. Outros cinco sistemas construtivos pré-fabricados predominantemente em madeira e/ou seus derivados (pilar-viga, tábuas horizontais pregadas, tábuas verticais pregadas, modular para canteiros e modular em CLT), disponíveis no país (Figura 24 e item 5.1.2), sequer foram listados naquele importante estudo. Além disso, apesar do conceito misto com outros materiais, o paliteiro com alvenaria e o enxaimel também permitem a pré-fabricação plena e/ou parcial de seus componentes estruturais em madeira e, similarmente ao supracitado, não foram considerados por Punhagui. Esses fatos reforçam a necessidade da difusão e da utilização da classificação desses sistemas construtivos em madeira, a qual foi proposta por De Araujo et al. (2016b), bem como a realização de pesquisas como a conduzida neste estudo, visando detalhar todo o setor produtivo de casas de madeira, não somente sob a ótica da pré-fabricação em fábrica, mas também incluindo as empresas artesanais e semi-industriais.

Por meio das classificações das técnicas construtivas habitacionais de Mello (2007) e De Araujo et al. (2016b), foi possível ordenar as técnicas disponíveis nas empresas amostradas (Figura 24) em tradicionais (antigas) e em contemporâneas (modernas) conforme a literatura aqui exposta, bem como quantificar a presença porcentual dessas duas possibilidades cronológicas nos produtores brasileiros de casas de madeira avaliados (Figura 25).

Figura 25: Porcentual de produtores conforme a cronologia das casas de madeira. 16,43% 91,79% 15,89% 92,52% Técnicas Tradicionais Técnicas Contemporâneas

Esses dois métodos avaliados (entrevistas pessoais e buscas em websites) identificaram, de modo similar, que as técnicas contemporâneas, isto é, as casas de madeira baseadas em tecnologias modernas, se fazem disponíveis na maioria das empresas instaladas no Brasil (Figura 25). A partir de uma pequena diferença entre os valores obtidos, esses dois métodos detectaram que quase todos os produtores oferecem técnicas contemporâneas, embora uma parte menor, mas considerável, dessas empresas ainda produzem técnicas tradicionais pautadas em conceitos mais antigos. Por fim, para ambas as metodologias, cerca de 8% das empresas ofertam, simultaneamente, as técnicas construtivas tradicionais e as contemporâneas.