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Efeitos de herbicidas na biomassa e nodulação do feijão-caupi inoculado com rizóbio.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Experimento casa de vegetação

Na primeira avaliação realizada aos 20 dias após o plantio (DAP), a matéria seca da parte aérea (MSPA) foi afetada negativamente pelo bentazon na dose recomendada (DR) e no dobro da dose recomendada (DDR), fomesafen DDR e s-metolachlor DR e DDR, com redução entre 27,4 e 89%, em relação à testemunha sem herbicida, sendo s-metolachlor DDR que promoveu maior redução. Por outro lado, as aplicações dos herbicidas clethodim DR e DDR e fomesafen DR não reduziram a MSPA (Tabela 1). Os mesmos tratamentos que causaram redução na MSPA também diminuíram a matéria seca da raiz (MSR) e matéria seca total (MST). Essa redução variou de 30,0 a 69,4% para MSR e de 22,9 a 82,6% para MST, também com a maior redução para o tratamento com s-metolachlor DDR, sendo observado efeito fitotóxico deste herbicida nas plantas de feijão-caupi. Não ocorreu nodulação aos 20 dias após a emergência das plantas de feijão-caupi, não sendo possível realizar sua avaliação nessa época (Tabela 1).

Aos 30 DAP, somente o clethodim DR e fomesafen DR não reduziram a MSPA, MSR e MST. Todavia, os demais tratamentos utilizando herbicidas apresentaram redução entre 22,4 e 40,3% para MSPA, 13,6 e 56,1% para MSR e 19,6 e 45,2% para MST (Tabela 1). O tratamento com s-metolachlor DDR causou uma elevada intoxicação nas plantas de feijão- caupi, não sendo possível nessa época realizar a avaliação da biomassa e nodulação.

O mesmo não foi encontrado por Ishaya et al. (2008) em trabalhos com o feijão-caupi, onde relataram que a aplicação em pré-emergência da mistura dos herbicidas metolachlor e prometryn (1250 + 800 g i.a. ha-1) não afetou o vigor e nem provocou sintomas visuais severos de intoxicação nas plantas da variedade SAMPEA-7. Porém, a dose de metalachlor utilizada por Ishayaet al. (2008) foi, aproximadamente, a metade da dose recomendada utilizada no presente experimento.

Arruda (2001) trabalhando com soja, aplicando o herbicida sulfentrazone, de mecanismo de ação similar ao do fomesafen, constatou a redução tanto da formação de nódulos quanto a fixação do N2, e esses efeitos foram acentuados com o aumento das doses do

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Uma possível explicação para esta baixa nodulação aos 30 DAP fase inicial do feijão- caupi, seria a intoxicação causada pelos tratamentos com herbicidas, ressaltando ainda que o tratamento com o bentazon em DR foi o único herbicida que não causou intoxicação na cultura e proporcionou nodulação superior a todos os outros tratamentos com herbicidas, não se diferindo estatisticamente da testemunha e do controle (Tabela 1).

Todos os tratamentos, exceto com fomesafen DR, reduziram 46,6 e 73,9%o número de nódulos (NN). Não foi possível contabilizar a matéria seca de nódulos (MSN) aos 30 DAP devido à quantidade baixa de nódulos, porém a testemunha inoculada apresentou MSN de 28 mg/vaso (Tabela 1).

Aos 45 DAP, os tratamentos com bentazon DR e s-metolachlor DR apresentaram redução da MSPA em 23,7 e 28,7%, respectivamente, e MST em 19,3 e 22,9%, respectivamente. Para a MSR não houve diferença em relação à testemunha sem herbicida, com exceção do tratamento com s-metolachlor DDR que não foi avaliado. O bentazon DR e s-metolachlor DR reduziram o NN em 16,7 e 32,3%, respectivamente. Em relação a MSN, com exceção dos tratamentos com bentazon DR, todos os herbicidas reduziram, variando de 26,9 a 49,8% (Tabela 1).

Na quarta avaliação aos 55 DAP, somente o s-metolachlor DR reduziu a MSPA e MST em 26,5 e 24,7%, respectivamente, em relação à testemunha sem herbicida, porém, no dobro da dose recomendada observou-se redução de 100%, tendo em vista o efeito fitotóxico deste tratamento. Para a MSR, os tratamentos bentazon DDR, clethodim DDR e fomesafen DDR causaram redução, variando de 20,3 a 21,6%. Em relação ao NN, somente o tratamento com bentazon DDR não sofreu redução significativa em relação à testemunha sem herbicida, sendo a redução dos demais tratamentos de 13,6 a 37,7%. O fomesafen DR e s-metolachlor DR reduziram a MSN em 24,1 e 23,7%, respectivamente. Novamente não houve avaliação de NN e MSN para o tratamento s-metolachlor DDR, em consequência dos efeitos fitotóxicos provocados nas plantas de feijão-caupi (Tabela 1).

Em relação à biomassa, a cultura teve capacidade de superar os efeitos fitotóxicos causados pelos herbicidas a partir da terceira avaliação (45 DAP), onde as médias dos tratamentos bentazon, clethodim e fomesafen, tanto DR como DDR não diferiram da testemunha, da mesma forma até a última avaliação aos 55 DAP (Tabela 1).

Os tratamentos com s-metolachlor DR e DDR afetaram as plantas de feijão-caupi, reduzindo a biomassa com a utilização de DR e sendo letal com a utilização do DDR. A tolerância ao herbicida s-metolachlor pode estar ligada a vários fatores, como: solo, clima, manejo da irrigação, dose do produto, entre outros (ROSENTHAL et al., 2006). Esse

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resultado ocorreu provavelmente devido ao solo utilizado no experimento possuir textura arenosa (79% de areia), teor médio de matéria orgânica (1,7%), o que pode diminuir a adsorção do herbicida, aumentar a sua disponibilidade no solo proporcionando maior intoxicação à cultura. Segundo Oliveira Jr. (2007), os herbicidas não iônicos, como o s- metolachlor, tem a degradação e dissociação relacionada ao teor de matéria orgânica e argila do solo. Solos orgânicos têm maior adsorção de s-metolachlor, além disso, a lixiviação do herbicida é inibida em solos com alto teor de argila e/ou silte (EXTOXNET, 2000). Procópio et al. (2001a) trabalhando com cultivares de feijão comum em solo de textura média (35% de argila) com elevado teor de matéria orgânica (3,6%), observaram tolerância das cultivares as doses utilizadas de s-metolachlor (0; 0,48; 0,72; 0,96; 1,20; e 1,92 kg ha-1 p.c.).

A aplicação de herbicidas em culturas que realizam simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico pode prejudicar a eficiência na assimilação desse nutriente (SANTOS et al., 2005; REIS et al., 2009). Esses prejuízos devem-se à interferência do herbicida no metabolismo do microssimbionte, na planta hospedeira ou em ambos (ARRUDA et al., 2001). A maior interferência desses compostos pode ocorrer quando eles agem sobre a biossíntese de aminoácidos ou rotas metabólicas comuns a microrganismos e plantas (SANTOS et al., 2006), podendo ser o possível efeito na nodulação do feijão-caupi no estádio inicial de desenvolvimento observado até a segunda avaliação, aos 30 DAP (Tabela 1).

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Tabela 1: Porcentagem de massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), número de nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) em feijão-caupi inoculado com rizóbio em função de aplicação de herbicidas em dose recomendada (DR) e dobro da recomendada (DDR)1 em relação a testemunha inoculada.

Tratamento Dose2 (L ha-1) MSPA MSR MST NN MSN 20 DAP3 bentazon (Basagran) DR1,2 69,9 b 61,1 b 66,9 b 0 0 DDR 2,4 72,6 b 63,9 b 69,7 b 0 0 clethodim (Select) DR0,5 100 a 147 a 116 a 0 0 DDR 1,0 86,3 a 106 a 89,9 a 0 0 fomesafen (Flex) DR1,0 86,3 a 97,2 a 89,9 a 0 0 DDR 2,0 67,1 b 58,3 b 64,2 b 0 0 s-metolachlor (Dual) DR1,25 64,4 b 70,0 b 77,1 b 0 0 DDR 2,5 11,0 c 30,6 c 17,4 c 0 0 testemunha4 - 100 a 100 a 100 a 0 0 controle Adubado 5 - 95,9 a 94,5 a 95,4 a 0 0 CV (%) 6 19,6 28,6 19,5 30 DAP bentazon (Basagran) DR1,2 76, 9 b 59,1 c 71,4 c 39,8 b 0 DDR 2,4 61,9 c 69,7 b 64,8 d 26,1 b 0 clethodim (Select) DR0,6 88,4 a 104 a 97,4 a 53,4 b 0 DDR 1,4 77,6 b 86,4 b 80,4 c 31,8 b 0 fomesafen (Flex) DR1,0 91,8 a 124 a 103 a 82,9 a 0 DDR 2,0 59,7 c 43,9 c 54,8 d 48,9 b 0 s-metolachlor (Dual) DR1,25 68,7 c 77,3 b 71,9 c 0 b 0 DDR 2,5 0 d 0 d 0 e 0 b 0 testemunha - 100 a 100 a 100 a 100 a 0 controle Adubado - 85,1 a 96,9 a 89,4 b 62,5 a 0 CV (%) 15,6 21,7 11,1 44,3 - 45 DAP bentazon (Basagran) DR1,2 76,3 b 90,6 a 80,7 b 83,3 b 92,7 a DDR 2,4 100 a 93,4 a 97,9 a 103 a 69,4 b clethodim (Select) DR0,5 89,3 a 115 a 97,3 a 121 a 73,1 b DDR 1,0 105 a 114 a 108 a 119 a 55,8 b fomesafen (Flex) DR1,0 85,9 a 100 a 90,4 a 102 a 60,4 b DDR 2,0 85,6 a 92,5 a 87,7 a 125 a 58,7 b s-metolachlor (Dual) DR1,25 71,3 b 90,1 a 77,1 b 67,7 c 50,2 b DDR 2,5 0 c 0 b 0 c 0 c 0 c testemunha - 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a controle Adubado - 93,8 a 111 a 99,3 a 44,3 d 46,4 b CV (%) 22,9 23,4 22,2 27,4 47,6 55 DAP bentazon (Basagran) DR1,2 98,3 a 95,9 a 97,6 a 63,9 c 92,9 a DDR 2,4 96,1 a 79,7 b 91,4 a 112 a 114,8 a clethodim (Select) DR0,5 102 a 100 a 101 a 86,4 b 85,2 a DDR 1,0 87,3 a 79,7 b 85,1 a 69,8 c 98,1 a fomesafen (Flex) DR1,0 90,6 a 91,9 a 90,9 a 72,8 c 75,9 b DDR 2,0 82,3 a 78,4 b 81,2 a 67,5 c 88,5 a s-metolachlor (Dual) DR1,25 73,5 b 79,7 b 75,3 b 62,3 c 76,3 b DDR 2,5 0 b 0 c 0 c 0 d 0 d testemunha - 100 a 100 a 100 a 100 a 100 a controle Adubado - 90,6 a 89,2 a 90,2 a 57,9 c 64,8 c CV (%)) 13,8 9,9 12,8 27,9 33,1

(1) Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a

5%.(2) Doses recomendadas para o feijão comum (Phaseolusvulgaris). (3)DAP = Dias após o plantio. (4) Testemunha inoculada sem herbicida. (5) Controle adubado com N mineral, sem inoculação e sem herbicida.

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Quanto à eficiência relativa (ER) foram observadas diferenças significativas para bentazon DR e DDR e clethodim DR apresentando os maiores valores, superiores até mesmo ao controle com adubação química, ficando comprovado assim a eficiência da inoculação de rizóbios no feijão-caupi mesmo com utilização dos herbicidas bentazon e clethodim (Figura 1). Assim, as estirpes testadas apresentaram grande eficiência na fixação biológica do nitrogênio, mesmo com a utilização destes herbicidas, tanto na dose recomendada como dobro da recomendada, ao final do experimento por ocasião da floração do feijão-caupi. Comportamento semelhante com relação à biomassa do feijão-caupi inoculado com estas estirpes de rizóbio foi encontrado por Melo et al. (2009), Zilli et al. (2009), Nascimento et al. (2010) e Chagas Jr et al. (2010), tanto em casa de vegetação como em campo.

O potencial de fixação de nitrogênio das estirpes testadas foi de fundamental importância para a produção de biomassa (Tabela 1), o que pode estar relacionada com a efetiva capacidade de fornecimento de nitrogênio pelas estirpes utilizadas. Resultados semelhantes foram relatados por Chagas Jr et al. (2010), que constataram alta correlação entre estas variáveis em feijão-caupi inoculado. Porém, as concentrações e doses de diferentes herbicidas podem inibir o crescimento de rizóbios ou os efeitos na nodulação, crescimento e produção da planta podem ser devidos aos efeitos tóxicos sobre o vegetal, e não, sobre a bactéria fixadora de nitrogênio, consequentemente podendo deixar de fornecer carbono e energia em quantidades suficientes para as bactérias, interferindo na produção de biomassa.

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Figura 1. Eficiência Relativa de feijão-caupi inoculado com rizóbio e testemunha, em relação ao tratamento adubado com nitrogênio (ureia), em função da aplicação de herbicidas nas doses recomendadas (DR) e dobro da recomendada (DDR).

Experimento de Campo.

Na primeira avaliação aos 20 dias após o plantio (DAP), somente o fomesafen, bentazon e clethodim na DR não reduziram a variável MSPA, obtendo resultados superiores à testemunha sem herbicida (Tabela 2). Por outro lado, as aplicações utilizando outros herbicidas apresentaram redução da MSPA entre 5,6 a 27,8% em relação à testemunha. Com exceção dos tratamentos bentazon DR, clethodim DR e DDR e controle adubado, os demais herbicidas causaram redução de 28,6 a 57,1% para MSR, porém não diferiram significativamente entre si (Tabela 2).

Para a MST, não houve diferença entre o fomesafen DR, bentazon DR e DDR e clethodim DR e DDR em relação à testemunha sem herbicida. O s-metolachor DR e DDR e fomesafen DDR reduziram com maior intensidade variando de 12 a 36% (Tabela 2).

Na segunda avaliação, aos 30 DAP, apenas o fomesafen DDR não reduziu a MSPA em relação à testemunha sem herbicida. Entretanto, os demais herbicidas, reduziram a MSPA entre 59 a 79,7% em relação à testemunha sem herbicida. O único tratamento que não reduziu a MSR foi o herbicida bentazon DR que proporcionou resultado semelhante à testemunha. No entanto, os demais tratamentos foram bem inferiores à testemunha, com redução entre 38,5 a 69,2% (Tabela 2).

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Para a variável MST todos os tratamentos causaram redução de 18,1 a 67,1%, com exceção de fomesafen DDR. (Tabela 2).

Aos 45 DAP apenas os tratamentos fomesafen DR e DDR, s-metolachor DR e DDR reduziram significativamente todas as variáveis analisadas, exceto fomesafen DDR na MSR. Os herbicidas reduziram entre 56,9 a 69,1% para MSPA, 34,8 a 43,5 para MSR, 52,7 a 64,4% para MST (Tabela 2).

Na quarta avaliação, 55 DAP, no período de floração, as plantas não conseguiram se recuperar dos efeitos fitotóxicos dos herbicidas fomesafen DR e DDR e s-metolachor DR e DDR, onde reduziram significativamente as variáveis analisadas, exceto fomesafen DDR na MSR. Essa redução foi entre 54,2 a 59,2% para MSPA, 28 a 36% para MSR, 50,3 a 55,9 para MST (Tabela 2).

Arruda et al.(2001) testando o sulfentrazone outro inibidor da protox (o mesmo do fomesafen), sobre a nodulação e a fixação do nitrogênio, verificaram que a aplicação desse herbicida em soja, em doses variando de 36 a 144 µg m-2, afetou o número e a matéria seca de nódulos formados.

Timossi & Durigan (2002) verificaram que cultivares de soja não foram afetadas negativamente pela aplicação do fomesafen + fluazifop-p-butyl no estádio de crescimento V4, chegando ao final do ciclo mantendo características de crescimento e de produtividade semelhantes àquelas obtidas sem a aplicação do herbicida.

Resultado semelhante foi encontrado por Oliveira & Silva (2008) avaliando a tolerância da variedade de feijão-caupi, fígado-de-galinha ao herbicida fomesafen (200 g i.a. ha-1) aplicado em pós-emergência, onde foi observado que o herbicida não afetou a cultura.

Para herbicidas bentazon DR, DDR e clethodim DR e DDR que causaram efeitos negativos no crescimento das plantas de feijão-caupi, as mesmas conseguiram se restabelecer 30 DAP, com resultados semelhantes à testemunha sem herbicida aos 55 DAP.

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Tabela 2. Massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), total (MST), número de nódulos (NN) e massa seca dos nódulos (MSN) de feijão-caupi inoculado com rizóbio após a aplicação de herbicidas na dose recomendada (DR) e dobro da recomendada (DDR)1.

Tratamento Dose2 (L ha-1) MSPA (%) MSR (%) MST (%) 20 DAP3

bentazon (Basagran) DR1,3 161,1 a(2,9) 85,7 ab(0,6) 140 b(3,5)

DDR 2,6 105,6 b(1,9) 71,4 b(0,5) 96,0 b(2,4)

clethodim (Select) DR0,5 138,9 a(2,5) 100 ab(0,7) 128 b(3,2)

DDR 1,0 105,6 b(1,9) 157,1 a(1.1) 120 b(3,0)

fomesafen (Flex) DR1,0 150 a(2,7)6 57,1 b(0,4) 124 b(3,1)

DDR 2,0 94,4 b(1,7) 71,4 b(0,5) 88 bc(2,2)

s-metolachlor (Dual) DR3,0 72,2 b(1,3) 42,8 b(0,3) 64,0 c(1,6)

DDR 6,0 72,2 b(1.3) 42,8 b(0,3) 64,0 c(1,6)

Testemunha 4 - 100 b(1,8) 100 ab(0,7) 100 b(2,5)

Controle Adubado 5 - 200 a(3.6) 114,2 ab(0,8) 176 a(4,4)

CV (%) 7 22,1 15,7 20,4

30 DAP

bentazon (Basagran) DR1,3 40,9 b(10,7) 102,5 a(4,0) 71,4 c(15,0)

DDR 2,6 56,7 b(14,8) 61,5 c(2,4) 81,9 c(17,2) clethodim (Select) DR0,5 21,8 c(5,7) 35,8 c(1,4) 33,3 d(7,0) DDR 1,0 20,3 c(5,3) 41,0 c(1,6) 32,8 d(6,9) fomesafen (Flex) DR1,0 40,9 bc (10,7) 76,9 b(3,0) 65,2 c(13,7) DDR 2,0 68,9 ab(18,0) 48,7 c(1,9) 94,7 b(19,9) s-metolachlor (Dual) DR3,0 24,1 c(6,3) 43,5 c(1,7) 38,0 d(8,0) DDR 6,0 24,5 c(6,4) 30,7 c(1,2) 36,7 d(7,7)

Testemunha - 100 a(26,1) 100 a(3,9) 100 b(21,0)

Controle Adubado - 72,0 ab(18,8) 56,4 c(2,2) 142,8 a(30,0)

CV (%) 15,5 14,9 12,2

45 DAP

bentazon (Basagran) DR1,3 88,6 a(21,8) 97,8 a(4,5) 90,1 a(26,3)

DDR 2,6 84,6 a(20,8) 87,0 a(4,0) 84,9 a(24,8)

clethodim (Select) DR0,5 94,3 a(23,2) 93,5 a(4,3) 94,2 a(27,5)

DDR 1,0 83,3 a(20,5) 91,3 a(4,2) 84,6 b(24,7)

fomesafen (Flex) DR1,0 43,0 b(10,6) 56,5 b(2,6) 45,2 c(13,2)

DDR 2,0 39,8 b(9,8) 87,0 a(4,0) 47,3 c(13,8)

s-metolachlor (Dual) DR3,0 43,0 b(10,6) 65,2 b(3,0) 46,6 c(13,6)

DDR 6,0 30,8 b(7,6) 60,9 b(2,8) 35,6 c(10,4)

Testemunha - 100 a(24,6) 100 a(4,6) 100 a(29,2)

Controle Adubado - 104,9 a(25,8) 110,9 a(5,1) 105,8 a(30,9)

CV (%) 7,5 9,3 6,5

55 DAP

bentazon (Basagran) DR1,3 95,8 a(27,2) 100 a(5,0) 94,1 a(32,0)

DDR 2,6 94,4 a(26,8) 92,0 a(4,6) 94,1 a(32,0)

clethodim (Select) DR0,5 94,3 a(26,4) 100 a(5,0) 94,1 a(32,0)

DDR 1,0 98,9 a(28,1) 104 a(5,2) 97,1 a(33,0)

fomesafen (Flex) DR1,0 44,4 b(12,6) 64,0 b(3,2) 46,5 b(15,8)

DDR 2,0 44,4 b(12,6) 86,0 a(4,3) 49,7 b(16,9)

s-metolachlor (Dual) DR3,0 45,8 b(13,0) 72,0 b(3,6) 48,8 b(16,6)

DDR 6,0 40,8 b(11,6) 68,0 b(3,4) 44,1 b(15,0)

Testemunha - 100 a(28,4) 100 a(5,0) 100 a(34,0)

Controle Adubado - 104,6 a(29,7) 100 a(5,0) 102,9 a(35,0)

CV (%)) 3,9 7,7 3,4

(1)

Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott a 5% (2) Doses

recomendadas para a cultura do feijão comum (Phaseolus vulgaris). (3)DAP = Dias após o plantio. (4) Testemunha

inoculada sem herbicida. (5) Controle adubado com N mineral, sem inoculação e sem herbicida. (6) Resultados em

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O bentazon DR e DDR (Figura 2) influenciaram negativamente o número de nódulos (NN) dos 20 aos 30 DAP. Observou-se maior redução em razão do aumento de dose do herbicida, onde o bentazon DDR promoveu maior inibição do número de nódulos (Figura 2). No entanto, a partir dos 30 aos 55 DAP, houve um acréscimo no NN em plantas tratadas com bentazon DR e DDR, não ocorrendo diferença significativa entre a testemunha.

Para a variável matéria seca dos nódulos (MSN), não houve diferença significativa entre os tratamentos com herbicida no período de 45 e 55 DAP, onde o tratamento bentazon DR foi o que menos inibiu a MSN nas demais épocas de avaliação, porém, ambos inferiores à testemunha (Figura 2).

Dias após plantio 20 20 20 20 30303030 45454545 55555555 N º d e n ó d u lo s 0 50 100 150 200 bentazon DR bentazon DDR

testemunha sem herbicida

Dias após plantio

20 20 20 20 30303030 45454545 55555555 M a s s a s e c a d e n ó d u lo s ( g ) 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 bentazon DR bentazon DDR

testemunha sem herbicida

Figura 2: A) Numero de nódulos (NN) e B) matéria seca de nódulos (MSN) associados ao herbicida bentazon em dose recomendada (DR) e dobro da dose recomendada (DDR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 55 dias após o plantio (DAP) em condições de campo.

A

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Quanto aos tratamentos com o herbicida clethodim, de modo geral, não houve diferença significativa entre os tratamentos analisados e testemunha, dos 45 a 55 DAP (Figura 3). Porém, o herbicida clethodim DR inibiu a produção de nódulos entre 20 a 30 DAP, sendo que a planta se recuperou após esse intervalo e obtendo dados semelhantes à testemunha. Já para o tratamento DDR houve um acréscimo entre 20 a 30 DAP e estabilizando-se até aos 55 DAP (Figura 3).

Para MSN, o clethodim DDR não se diferiu em relação à testemunha dos 30 aos 45 DAP. Aos 55 DAP, ambos os tratamentos com clethodim DR e DDR não se deferiram entre si, porém foi inferiores a testemunha (Figura 3).

Dias após plantio

20 20 20 20 30303030 45454545 55555555 N º d e n ó d u lo s 0 50 100 150 200 clethodim DR clethodim DDR testemunha sem herbicida

Dias após plantio

20 20 20 20 30303030 45454545 55555555 M a s s a s e c a d e n ó d u lo s ( g ) 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 clethodim DR clethodim DDR testemunha sem herbicida

Figura 3: A) Numero de nódulos (NN) e B) matéria seca de nódulos (MSN) associados ao herbicida clethodim em dose recomendada (DR) e dobro da dose recomendada (DDR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 55 dias após o plantio (DAP) em condições de campo.

A

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Houve redução em NN com a utilização do herbicida fomesafen na DR e DDR, se comparando à testemunha sem herbicida (Figura 4). Por outro lado, utilizando o tratamento DDR, 30 dias DAP, as plantas de feijão-caupi levemente se recuperaram dos efeitos fitotóxicos causados pelo herbicida para a variável NN, mantendo praticamente constante dos 45 a 55 DAP, mas se diferindo da testemunha.

O fomesafen DR e DDR causaram severa intoxicação nas plantas de feijão-caupi até 30 DAP, com posterior redução na injúria. Resultado semelhante foi encontrado por Freitas et al. (2009), que verificaram intoxicação severa na cultura do feijão-caupi em virtude da aplicação do fomesafen.

O fomesafen é considerado um herbicida de contato (VIDAL, 2002), sendo de pouca ou nenhuma mobilidade nas plantas. No entanto, mesmo não havendo translocação significativa deste herbicida para o sistema radicular, é possível que pequenas quantidades de fomesafen possam atingir o solo e, por consequência, entrar em contato com o sistema radicular ou diretamente com os nódulos. Essa possibilidade é reforçada pelo fato de que a toxicidade do fomesafen para espécies de rizóbios já foi demonstrada por testes in vitro por Santos et al. (2006).

Para a variável massa seca de nódulos (MSN), observa-se que houve uma discrepância muito grande dos tratamentos avaliados em relação à testemunha inoculada até 55 DAP, onde entre 30 a 45 DAP, o tratamento com DR afetou o desenvolvimento das plantas de caupi, reduzindo assim a sua biomassa de nódulos, se mantendo praticamente constante a partir dos 45 a 55 DAP (Figura 4). Por outro lado o tratamento com DDR apesar de não significativo em relação à testemunha, gerou crescimento linear para a variável analisada (Figura 4).

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Dias após plantio 20 20 20 20 30303030 45454545 55555555 N º d e n ó d u lo s 0 50 100 150 200 fomesafen DR fomesafen DDR testemunha sem herbicida

Dias após plantio 20 20 20 20 30303030 45454545 55555555 M a s s a s e c a d e n ó d u lo s ( g ) 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 fomesafen DR fomesafen DDR testemunha sem herbicida

Figura 4: A) Numero de nódulos (NN) e B) matéria seca de nódulos (MSN) associados ao herbicida fomesafen em dose recomendada (DR) e dobro da dose recomendada (DDR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 55 dias após o plantio (DAP) em condições de campo.

Na Figura 05, o s-metolachor DR e DDR afetaram o número de nódulos (NN), apresentando NN em média 80% menor em comparação à testemunha sem herbicida. Os tratamentos com s-metolachor DR e DDR causaram severa intoxicação nas plantas de feijão- caupi até 30 DAP, com posterior recuperação.

Para a variável massa seca de nódulos (MSN), observa em 70% de redução da MSN em média em relação à testemunha inoculada até 55 DAP. O tratamento com DR foi o que mais afetou a cultura, reduzindo assim sua biomassa de nódulos até os 55 DAP (Figura 5).

B A

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Dias após plantio 20 20 20 20 30303030 45454545 55555555 N º d e n ó d u lo s 0 50 100 150 200 s-metolachlor DR s-metolachlor DDR testemunha sem herbicida

Dias após plantio 20 20 20 20 30303030 45454545 55555555 M a s s a s e c a d e n ó d u lo s ( g ) 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 s-metolachlor DR s-metolachlor DDR testemunha sem herbicida

Figura 5: A) Numero de nódulos ((NN) e B) matéria seca de nódulos (MSN) associados ao herbicida s-metolachor em dose recomendada (DR) e dobro da dose recomendada (DDR) em quatro épocas de avaliação: 20, 30, 45 e 55 dias após o plantio (DAP) em condições de campo.

Em relação à eficiência relativa da MSPA (Figura 6) foram observadas diferenças significativas para os tratamentos bentazon DR e DDR, clethodim DR e DDR, testemunha inoculada e controle adubado, apresentando os maiores valores (p<0,05). Os demais herbicidas apresentaram resultados ineficientes, onde houve redução entre 52,6 a 57,9, em relação ao tratamento testemunha sem herbicida (Figura 6).

A

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Figura 6. Eficiência Relativa de feijão-caupi inoculado com rizóbio e testemunha, em relação ao tratamento adubado com nitrogênio (ureia), em função da aplicação de herbicidas nas doses recomendadas (DR) e dobro da recomendada (DDR).

Considerando os teores de nitrogênio e acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA) do feijão-caupi, o clethodim e o controle adubado aumentaram os teores de N em relação à testemunha inoculada (Tabela 3). Os tratamentos com os herbicidas fomesafen DR e DDR, bentazon DR e DDR e clethodim DDR não diferiram da testemunha inoculada sem herbicida.

Para o ANPA, também foi encontrado os melhores valores para o tratamento com o herbicida clethodim DR e controle adubado. O bentazon DR e clethodim DDR não apresentaram diferenças significativas em relação à testemunha sem herbicida. Os demais tratamentos foram significativamente inferiores em relação à testemunha sem herbicida (Tabela 3).

Quanto à eficiência simbiótica, os melhores resultados foram encontrados para os tratamentos com a utilização dos herbicidas bentazon DR e clethodim DR e DDR, evidenciando eficiência na capacidade de assimilação do nitrogênio atmosférico pelas estirpes inoculadas, superiores ao tratamento testemunha sem herbicida (Figura 7). Esses dados indicam que os herbicidas bentazon e clethodim ocorreu melhor desempenho simbiótico das estirpes inoculadas, observados nos parâmetros biomassa (Tabela 2), nodulação (Figura 4), teor de N e acúmulo de N total (Tabela 3), ER e ES (Figuras 6 e 7), podendo ser usados como bons indicadores da potencialidade de uso destas estirpes, mesmo com a utilização destes herbicidas.

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Tabela 3: Teor (TN) e acúmulo de nitrogênio na parte aérea (ANPA) de feijão-caupi .

Tratamento Teor de N (mg g-1/planta) ANPA (mg/planta) bentazon (Basagran 600) DR 37,0 b 503,2 b bentazon (Basagran 600) DDR 33,5 b 448,9 c clethodin (Select) DR 43,1 a 568,9 a clethodin (Select) DDR 37,4 b 527,3 b fomesafen (Flex) DR 29,7 c 187,1 d fomesafen (Flex) DDR 35,3 b 222,4 d

s-metolachor (Dual Gold) DR 33,6 b 218,4 d s-metolachor (Dual Gold) DDR 26,9 c 156,0 e

testemunha inoculada 34,7 b 492,7b

controle Adubado 42,6 a 626,22 a

(1) Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste

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Figura 7: Índice de eficiência simbiótica das estirpes de rizóbio dos tratamentos com diferentes herbicidas, em relação ao N total acumulado em feijão-caupi, 55 dias após o plantio.

A produtividade de grãos de feijão-caupi foi reduzida com aplicação de fomesafen e s- metolachor DR e DDR com redução média de 77% em relação à testemunha inoculada (Tabela 4). Tal redução foi atribuída à severa fitotoxicidade dos mesmos e não à competição das plantas daninhas com o feijão-caupi.

Por outro lado, os herbicidas bentazon DR e DDR e clethodim DR e DDR obtiveram resultados significativos se comparando à testemunha sem herbicida (Tabela 4).

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Tabela 4. Produtividades de feijão caupi (Kg ha-1) em função da aplicação de herbicidas nas doses recomendadas (DR) e dobro da recomendada (DDR), em Gurupi – TO, 2011.1

Cobertura do solo Doses

2 (L ha-1) Produtividade (Kg ha-1) fomesafen (Flex) DR1,0 309 b DDR 2,0 276 b s-metolachlor (Dual) DR3,0 321 b DDR 6,0 317 b bentazon (Basagran) DR1,3 1193 a DDR 2,6 1302 a clethodim (Selct) DR0,5 1064 a DDR 1,0 1161 a testemunhainoculada - 1329 a controle adubado - 1296 a CV (%)3 12,1 (1)

Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Skott Knott (p<0,05).

(2)Dose recomendada para o feijão comum (Phaseolus vulgaris). (3) Coeficiente de variação.

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CONCLUSÕES

Casa de vegetação

O bentazon, clethodim, tanto na dose recomendada como dobro da dose, proporcionam baixa intoxicação ao feijão-caupi e pouco influencia a nodulação e a acumulo de biomassa da cultura.

O herbicida s-metalochlor apresenta elevado grau de fitotoxicidade no feijão-caupi, inibe totalmente o desenvolvimento vegetativo quando aplicado em dobro da dose recomendada. Este herbicida provoca redução drástica da eficiência simbiótica das bactérias ao ser aplicado na dose e no dobro da dose recomendada.

Campo

O bentazon e clethodim causaram efeitos negativos no acúmulo de matéria seca das plantas de feijão-caupi, porém, não foram afetadas a partir dos 30 DAP. O s-metolachor, independentemente da dose causou severa intoxicação no feijão-caupi até os 30 DAP, também, afetou negativamente o número de nódulos.

A produtividade de grãos de feijão-caupi foi reduzida com aplicação de fomesafen e s- metolachor com redução média de 77% em relação à testemunha inoculada independente da dose utilizada.

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Capítulo II

Efeito de herbicidas no crescimento e nodulação

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