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5.1. Floculação com alumínio da losartana dissolvida em água

Para a quantificação de losartana foram obtidos espectros diretamente na região UV, onde o alumínio não apresentou nenhuma interferência, espectros de uma curva de calibração são apresentados como exemplo na Figura 9.

200 250 300 350 400

0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25

2,0

1,0 0,5 1,5

0,2

Absorbância

Comprimento de onda (nm) 0,3

Figura 9: Espectros da losartana dissolvida em água. Os números no espectro indicam concentração de losartana em mg L-1.

Pode ser observado que a intensidade dos espectros de absorção da losartana é dependente da concentração, e mesmo na presença de alumínio o comportamento não resulta alterado, pelo que o método permite a quantificação da losartana remanescente após a floculação com alumino.

Seguindo o procedimento descrito (4.3.1) foi realizada a floculação de losartana com alumínio e os dados obtidos no experimento são apresentados na Figura 10.

0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 0

20 40 60 80 100

Porcentagem de losartana em solução (%)

Concentração de Al (mg L-1)

Figura 10: Coagulação/Floculação com alumínio da losartana dissolvida em água.

Concentração de losartana 1000 mg L-1.

Observando os resultados é possível definir que a maior diminuição na concentração da losartana acontece para valores abaixo de 200 mgL-1 de alumínio, sendo o mínimo de concentração 70% de losartana para 200 mgL-1 de alumínio. Aparentemente os três mecanismos (ortocinetica, pericinetica, sedimentação diferencial) (MORUZZI et al., 2016) podem estar presentes no processo, sendo aparentemente o mais importante a decantação diferencial.

Procurando uma melhor observação dos fenômenos foi diminuída a faixa de concentrações do floculante de 50 a 200 mgL-1 alumínio, os resultados obtidos são apresentados na Figura 11.

Observando os resultados é possível definir que a maior diminuição na concentração da losartana acontece para valores entre 150 e 200 mgL-1 de alumínio sendo o mínimo de 51,6% para 1500 mgL-1 de alumínio. Neste caso os três mecanismos (ortocinetica, pericinetica, sedimentação diferencial) podem estar presentes no processo, sendo aparentemente o mais importante a decantação diferêncial.

0 50 100 150 200 0

20 40 60 80 100

Porcentagem de losartana em solução (%)

Concentração de Al (mg L-1)

Figura 11: Coagulação/Floculação com alumínio da losartana dissolvida em água.

Concentração de losartana 1000 mg L-1.

Os resultados mostram uma diminuição da concentração de 51,6%, sendo que mesmo nessa condição a losartana deve continuar ativa no sedimento formado e para descarte deve passar por algum outro processo de tratamento. Os seguintes estudos procuraram o uso de Fe para avaliar o processo.

5.2. Floculação com Fe da losartana dissolvida em água

Para a determinação de losartana na presença de ferro a espectrofotometria direta na região UV não é viável pela alta absorbância que o ferro apresenta, por tanto foi procurado outro método viável e a espectrofluorimetria clássica (DEMIRKAYA-MILOGLU; YAMAN; KADIOGLU, 2014) resultou uma opção interessante, foi construída a curva calibração de losartana com padrões de concentração conhecida e os resultados são apresentados na Figura 12.

Tendo um método viável para a determinação de losartana em solução foi realizada a coagulação/floculação com Fe, seguindo o procedimento 4.3.2, os resultados são apresentados na Figura 13.

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 0

2000 4000 6000 8000 10000

Intensidade de emisão fluorescente (unidades arbitraria)

Concentração de losartana (mgL-1) Y = (-54,0 + 133,0) + (3341,5 + 82,6)X

R2 = 0,99634

Figura 12: curva de calibração para a determinação de losartana.

0 50 100 150 200

0 20 40 60 80 100

Porcentagem de losartana em solução (%)

Concentração de Fe (mg L-1)

Figura 13: Coagulação/Floculação da losartana dissolvida em água com ferro.

Concentração de losartana 1000 mg L-1, pH ajustado para 11.

Os resultados mostram uma diminuição da concentração de 30,9%, quando a concentração de ferro utilizada na floculação foi 200 mg L-1, embora um resultado interessante, mesmo nessa condição a losartana deve continuar ativa no sedimento formado e para descarte do solido deve ser implementado algum outro processo de tratamento. Os estudos de coagulação/floculação foram interrompidos neste ponto por considerar que a quantidade de ferro era elevada e o proposito inicial do trabalho, degradação da losartana dissolvida em água, terminava sendo comprometido pelo incremento de um contaminante adicional o ferro utilizado na coagulação/floculação. Na Figura 14 é possível observar a quantidade de ferro precipitado no processo de coagulação/floculação.

Figura 14: Aspecto do precipitado obtido na coagulação/floculação com solução de ferro.

5.3. Degradação da losatana por Foto-Fenton

Para o início dos trabalhos foi decido utilizar a quantidade de ferro limite da legislação, 0,27 mmol L-1 (15 mg L-1) desta forma após a degradação de losartana não seria preciso tratar o ferro utilizado. O primeiro estudo foi realizado retirando alíquotas da solução cada 15 minutos, isto em função de uma limitação experimental, já que para retirar a alíquota o reator precisava ser aberto e lâmpada UV desligada. Os dados obtidos no experimento são apresentados na Figura 15.

0 20 40 60 80 100 0

20 40 60 80 100 120 140 160

Carbono (mg L-1 )

Tempo (min)

TOC IC TC

Figura 15: Degradação com foto-fenton da losartana dissolvida em água. Concentração de losartana 0,432 mmol L-1, concentração de peróxido 2,73 mmol L-1, concentração de ferro 0,27 mmol L-1.

Os resultados obtidos no experimento mostram uma marcada tendência de diminuição do TOC no início do processo, mantendo diminuição leve na faixa de 45 a 90 minutos. O percentual de remoção dos compostos orgânicos presentes na solução de losartana estudada foi 79,3% para o tempo de 90 minutos. A concentração de Ferro foi escolhida em função dos padrões de lançamento de ferro na legislação vigente, Resolução CONAMA n° 357, de 17 de março de 2005, que possibilitaria o descarte direto das soluções sem tratamento de ferro, resulta aparentemente suficiente para o experimento não sendo necessário incrementar os valores.

Para melhorar a degradação foi decido incrementar o tempo de degradação e a concentração de peróxido, o estudo foi realizado retirando alíquotas da solução cada 30 minutos, e adicionando a mesma quantidade inicial de peróxido, em seguida foi feita a determinação de TOC e peróxido remanescente na solução. Os dados obtidos no experimento para a determinação de TOC são apresentados na Figura 16.

0 20 40 60 80 100 120 0

20 40 60 80 100

TOC (%)

tempo (min)

Figura 16: Degradação com foto-fenton da losartana dissolvida em água. Concentração de losartana 0,432 mmol L-1, concentração de peróxido 10,92 mmol L-1, concentração de ferro 0,27 mmol/L.

Os resultados obtidos no experimento mostram a grande tendência de diminuição do TOC até 60 minutos, mantendo diminuição leve na faixa de 60 a 90 minutos, retomando a grande tendência de degradação até os 120 minutos, onde a percentual de TOC caiu para (2,22 ± 0,86) indicando uma elevada remoção (~97%) dos compostos orgânicos presentes na solução de losartana em estudo.

Para a determinação de peroxido foi construído uma curva de calibração, apresentada na figura 17, segundo o procedimento descrito em 4.3.6., de acordo com (NOGUEIRA; OLIVEIRA; PATERLINI, 2005).

Os dados apresentam boa correlação na faixa de trabalho e resulta perfeitamente viável para a determinação de peróxido no projeto desenvolvido.

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 0,0

0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8

Absorbância

Concentração de H2O2 (mmol L-1) Y = (0,005 + 0,004) + (0,258 + 0,003)X

R2 = 0,99919

Figura 17: curva de calibração para a determinação de peróxido.

0 20 40 60 80 100 120

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

Concentração de peroxido (mmol L-1 )

tempo (min)

Figura 18: Diminuição de peróxido no experimento de degradação com foto-fenton da losartana dissolvida em água. Concentração de losartana, H2O2 e ferro, 0,432; 10,92 (uma nova alíquota adicionada a cada 30 minutos) e 0,27 mmol/L respectivamente.

Os dados obtidos no experimento para a determinação de peróxido são apresentados na Figura 18.

Os resultados obtidos no experimento mostram que o peróxido diminui de forma intensa cada vez que é adicionado, indicando que está sendo consumido na degradação de compostos orgânicos. Em 120 minutos a concentração de peróxido apresenta um leve incremento, que pode indicar um valor dentro do erro do experimento (não estimado diretamente por limitações instrumentais), ou um limite para a degradação pela concentração dos compostos orgânicos ter diminuído muito e o peróxido não é consumido totalmente. Estes resultados foram considerados satisfatórios para os objetivos propostos e o trabalho foi finalizado neste ponto, sendo possível, no entanto implementar algumas melhoras no futuro.

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