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Primeiramente é importante salientar a precipitação acumulada durante a condução do experimento, que foi de 623mm na safra 2014. Tal valor é considerado suficiente para o bom desenvolvimento da cultura e para a obtenção de produtividades satisfatórias, entretanto vale- se ressaltar que a distribuição das chuvas não ocorreu de forma homogênea como pode-se evidenciar na Figura 1.

Figura 1- Precipitação acumulada para cada período de 15 DAS (Dias Após Semeadura) do experimento realizado no Sítio Goiabeira, Candói/PR.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2014.

Observa-se que a partir da semeadura até o 75º DAS que a precipitação pouco variou, com média de 54,6mm por quinzena. A partir de então houve uma mudança considerável no acumulado de chuvas, pois na quinzena do 76º-90º DAS o acumulado foi de apenas 14mm, ou seja, 74,36% inferior a média acumulada até então. Tal fato certamente afetou o desenvolvimento da cultura, pois a mesma encontrava-se na fase de formação e enchimento de grãos.

Apesar da baixa precipitação registrada no período do 76º-90º DAS ter sido possivelmente prejudicial a formação de grãos, o mesmo não se compara aos danos que ocorreram posteriormente entre o período do 90º-105º DAS. Isso porque somente naquela quinzena houve um acumulado de 336mm (53,93% da precipitação total durante o ciclo da cultura), que acabou por favorecer a reprodução e a disseminação de doenças que atacam as espigas da cultura, principalmente a Brusone (Pyricularia grisea). O período de molhamento das espigas ultrapassou de 14 horas, criando assim uma condição ambiental favorável para o

desenvolvimento do fungo (KIMATI et al, 2005). Tal doença acarretou má formação e baixa qualidade dos grãos.

Além da precipitação excessiva, que permitiu o desenvolvimento da Brusone trazendo efeitos prejudiciais a produtividade da cultura, ocorreram problemas com o acamamento da cultura no período de excesso de precipitação (90º-105ºDAS). Isso porque junto com a precipitação também ocorreram fortes rajadas de vento, que ocasionando um índice de acamamento médio (3,54) considerando todo o experimento, ou seja, com mais de 50% de plantas acamadas. Este fato também interferiu diretamente na produtividade, desta forma tendo em vista que o acamamento ocorreu 24 dias após o espigamento, pode-se se predizer, mediante aos valores da Tabela 1, que a perda de produtividade foi superior a 20%.

Tabela 1- Porcentagem de Redução de Rendimento de grãos de Trigo submetidos ao acamamento em diversas datas a partir do espigamento, com relação a plantas eretas.

Tratamento de Acamamento Redução no Rendimento de grãos (%)

0 dias após espigamento 20

5 dias após espigamento 30

10 dias após espigamento 35

15 dias após espigamento 35

20 dias após espigamento 25

25 dias após espigamento 20

30 dias após espigamento 10

35 dias após espigamento 5

40 dias após espigamento Sem perdas Fonte: Laude e Pauli, 1956 apud Mundstock 1999.

Através da análise de variância (Anova), verificou-se que não houve efeito significativo (teste F, p<0.05) dos fatores avaliados para as variáveis PH, Peso de 1000 grãos, Espigas m-2, Número de grãos espiga-1 e Número de perfilhos planta-1. Já para as variáveis Rendimento, Altura de Plantas e Acamamento verificou-se o efeito significativo, inclusive com interação entre os fatores testados Tabela 2).

Para as variáveis que apresentaram efeito significativo dos tratamentos, foi aplicado posteriormente o teste de separação múltiplas de médias utilizando-se o teste de Scott-Knott (p<0,10).

Tabela 2 – Média das variáveis e significância pelo teste F considerando ausência (sem) e presença (com) de Ab (Azospirillum brasilense) e R.C (Regulador de Crescimento), para as variáveis PH (Peso Hectolitro); NE (Número de Espigas m-2); GE (Grãos espiga-1); NP (Número de Perfilhos planta-1); M1000 (Massa de Mil Grãos em gramas); AP ( Altura de Plantas em centímetro); IA (Índice de Acamamento); REND (Rendimento em Kg ha-1).

Variáveis analisadas

R. C. Ab PH NE GE NP M1000 AP IA REND

Sem Sem 70,35 ns 250,00ns 27,89 ns 1,08 ns 31,93 ns 89,62 ns 2,00 * 1874 ns Sem Com 74,22 ns 326,47 ns 25,25 ns 0,85 ns 32,73 ns 85,77 * 4,00 ns 2136 ns Via Sem. Sem 74,75 ns 285,29 ns 25,09 ns 0,69 ns 32,83ns 91,97 ns 3,25* 1827 ns Via Sem. Com 72,07 ns 283,82 ns 25,11 ns 0,75 ns 32,39 ns 92,15 ns 3,75 ns 1660 * Via Foliar Sem 70,07 ns 342,64 ns 24,37 ns 0,82 ns 31,58 ns 91,22 ns 4,5 ns 1840 * Via Foliar Com 71,97 ns 363,23 ns 25,12 ns 0,56 ns 33,78 ns 90,55 ns 4,00 ns 2192 ns

CV (%) 7,29 47,74 11,96 95,22 7,64 4,53 34,31 13,29 Fonte: Elaborada pelo autor, 2014.

Nota: (ns) Não significativo para o teste F;

(*) Significativo para o teste F com probabilidade de erro de 5%; 1Via sementes.

O PH obtido no experimento em questão não atingiu o padrão mínimo exigido para comercialização, pois foi inferior a 78. O mesmo não apresentou diferenças significativa entre os tratamentos avaliados. Isso talvez possa ser explicado pelo fato da variável estar atrelada a vários fatores, dentre os quais se destacam as condições climáticas e a incidência de doenças. As condições climáticas e a incidência de doenças, por sua vez, estão diretamente ligados a formação e enchimento adequado dos grãos da cultura do Trigo, que está ligado a Massa de 1000 grãos (Tabela 2). Essa variável também não apresentou diferença significativa entre os tratamentos e na média foi inferior ao peso médio de mil sementes (PMS) prevista para a cultivar que é de 43g, de acordo com EMBRAPA e IAPAR (2014).

No que diz respeito ao número de perfilhos planta-1 e Espigas m-2, pode-se dizer que ambos possuem ligação direta, pois a densidade de espigas a serem formadas depende da quantidade de perfilhos emitidos e formados pela planta. Para ambas variáveis não houve diferenças entre os tratamentos testados, provavelmente ligado à característica da própria cultivar em emitir poucos perfilhos.

Para a variável rendimento, verificou-se diferença significativa entre as médias dos tratamentos para a interação entre a utilização da Azospirillum brasilense e o Regulador de Crescimento.

Tabela 3 - Rendimento do Trigo (Kg ha-1) com e sem inoculação de Azospirillum brasilense via semente (100 mL ha-1) submetido a três diferentes formas de aplicação de regulador de crescimento: Sem Regulador, Via sementes (4 mL Kg-1) e Via foliar ( 0,25L ha-1).

Regulador de Crescimento Azospirillum brasilense Sem Com Sem 1.874 aA 2.136 aA Via Semente 1.827 aA 1.660 bA Via Foliar 1.840 aB 2.192 aA CV (%) 13,29

Fonte: Elaborada pelo autor, 2014.

Nota: Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na horizontal e minúsculas nas vertical não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P<0,10).

Verificou-se que a presença de Azospirillum brasilense seguido da utilização do regulador de crescimento via foliar incrementou a produtividade do trigo em comparação aos demais tratamentos. Isso evidenciou uma interação positiva (sinergia) entre a bactéria e o regulador, haja vista que na ausência da mesma houve diferença significativa para o rendimento.

O incremento do rendimento obtido neste trabalho utilizando-se a inoculação de

Azospirillum brasilense também foi observado no trabalho de Mendes et al (2011), que obteve

diferenças significativas para o rendimento de trigo com e sem a inoculação da bactéria. A utilização da bactéria incrementou 16% de rendimento quando comparada ao tratamento em que se utilizou apenas o regulador de crescimento via foliar. No que diz respeito ao uso somente da Azospirillum brasilense em comparação com a testemunha, apesar de não diferir significativamente como no tratamento descrito anteriormente, a mesma acabou por incrementar em 12 % no rendimento do trigo. Esse percentual de incremento no rendimento corrobora o descrito por Okon e Labandera-Gonzales (1994), que afirmam que o sucesso no processo de inoculação varia entre cerca de 60 a 70%, considerando resultados obtidos em mais de 30 anos de pesquisa, incrementando de 5 a 30% no rendimento dos grãos.

Entretanto vale ressaltar que a utilização da Azospirillum brasilense associada ao regulador de crescimento via sementes obteve o menor rendimento dentre todos os tratamentos que receberam inoculação. Apesar de não se notar diferenças significativas entre as médias para o fator Azospirillum brasilense, pode-se dizer que houve uma interação negativa entre a bactéria e o regulador de crescimento. Isso porque apenas nesta combinação o regulador de crescimento obteve valor que diferiu significativamente do tratamento que não recebeu a inoculação com a bactéria.

O baixo rendimento obtido na associação da bactéria e do regulador de crescimento, ambos via semente, pode estar relacionado com o momento da inoculação dos mesmos nas sementes. Isso porque imediatamente após a inoculação com a bactéria procedeu-se a aplicação do regulador crescimento. Desta forma, possivelmente quando houve contato entre ambos, alguma reação química ou bioquímica foi desencadeada e de certa forma tornou-se negativa para o desenvolvimento e produtividade das plantas, ou até mesmo a morte de maioria das bactérias pode ter ocorrido. No entanto, se faz necessário proceder um estudo específico neste âmbito para entender a ocorrência de tal fato.

Para o Índice de Acamamento também houve interação entre o fator bactéria e o fator regulador de crescimento (Tabela 4).

Tabela 4 – Índice de Acamamento do trigo considerando: 0 (0%), 1 (1-5%), 2 (5-25%), 3 (25- 50%), 4 (50-75%) e 5 (75-100% de plantas acamadas) para tratamentos com e sem

Azospirillum brasilense submetidos a três diferentes formas de utilização do Regulador de

Crescimento; Sem Regulador, Via Sementes (4 mL.kg-1) e Via Foliar (0,25L ha-1).

Regulador de Crescimento Azospirillum brasilense Sem Com Sem 2,00 bB 4,00 aA Via Semente 3,25 bA 3,75 aA Via Foliar 4,5 aA 4,00 aA CV (%) 34,31

Fonte: Elaborada pelo autor.

Nota: Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na horizontal e minúsculas nas vertical não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P<0,10).

Através da interpretação dos valores apresentados na tabela acima, verificou-se que a testemunha (sem regulador de crescimento e sem a bactéria) foi o tratamento que apresentou o menor índice de acamamento. A testemunha diferiu tanto do fator Azospirillum brasilense quanto do fator Regulador de Crescimento utilizado via foliar em associação ou não com a bactéria. A testemunha só não diferiu significativamente do tratamentos em a bactéria e com aplicação do regulador de crescimento via sementes.

Verificou-se que a inoculação com Azospirillum brasilense tanto sem associação quanto em associação com o regulador via sementes ou foliar promove aumento no índice de acamamento para esta cultivar de trigo.

Para a variável altura de plantas houve diferença significativa apenas para o fator regulador de crescimento, não havendo efeito de interação para este caso (Tabela 5).

Tabela 5 – Altura de Plantas de Trigo (cm) com e sem inoculação e Azospirillum brasilense (100mL ha-1) submetidas a três diferentes forma de utilização do Regulador de Crescimento: Sem Regulador, Via Semente (4 mL kg-1) e Via Folia (0,25L ha-1).

Regulador de crescimento Azospirillum brasilense Sem Com Sem 89.6 aA 85.7 bA Via semente 92.0 aA 92.1 aA Via foliar 91.2 aA 90.5 a A CV (%) 4,53

Fonte: Elaborada pelo autor, 2014.

Nota: Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na horizontal e minúsculas nas vertical não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (P<0,10).

Pode-se verificar que a utilização do regulador de crescimento tanto via foliar quanto via sementes não resulta em um menor porte de plantas. A única diferença observada foi para o tratamento sem o regulador de crescimento, onde a presença da bactéria resultou em plantas de menor estatura.

Mediante os dados, nota-se que nos tratamentos em que o regulador se fez presente, houve aumento no porte de plantas, provavelmente ao fato de o mesmo possuir hormônios que estimulam principalmente o alongamento e a divisão celular nos vegetais.

Outro dado intrigante diz respeito ao tratamento que apresentou diferença significativa para a utilização do fator Azospirillum, pois acreditava-se que devido ao suprimento de N para as plantas via FBN da bactéria, as mesma viessem a obter maior estatura em comparação com a altura média da cultivar. Entretanto, este foi o tratamento que mais se aproximou da altura média da cultivar, com altura média de plantas inferior a testemunha, talvez ao fato de neste caso a planta ter direcionado suas reservas para outras características como a produção de matéria seca, caule mais espesso e maior índice de área foliar.

Para todos os tratamentos testados, realizou-se uma análise da viabilidade econômica. Para tanto relacionou-se a produtividade de cada um com o valor médio pago pela saca de trigo ao agricultor nos meses de Outubro no período dos últimos 5 anos, descontando os custos fixos e variáveis de cada tratamento (Tabela 6).

Mediante os dados da tabela 6 verifica-se que nenhum dos tratamentos, levando-se em conta a produtividade obtida, resultou em uma rentabilidade suficiente para cobrir pelo menos o custo de produção do cultivo do trigo.

Apesar de todos os tratamentos apresentarem déficit de receita líquida, deve-se se atentar aos tratamentos que obtiveram as melhores produtividades no campo e resultaram em um menor prejuízo. Neste caso deve-se destacar o tratamentos 2 e 4 com déficit de R$ 174,57 e 190,29, respectivamente. Sendo que o tratamento 2 corresponde ao trigo que foi inoculado

com a bactéria e não recebeu o regulador de crescimento e o tratamento 4 ao que foi inoculado com a bactéria e recebeu aplicação do regulador de crescimento via foliar. Esses resultados permitem associar a presença de Azospirillum brasilense aos melhores desempenhos econômicos da cultivar IPR Catuara nas condições avaliadas.

Tabela 6- Estimativa dos Custos de produção (R$ ha-1), Receita bruta e líquida (R$ ha-1) para os diferentes tratamentos realizados no experimento.

Custo de produção R$/ha

Custos Operacionais e Insumos Tratamento 1 Tratamento 2 Tratamento 3 Tratamento 4 Tratamento 5 Tratamento 6 Dessecagem 92,55 92,55 92,55 92,55 92,55 92,55 Inoculação das sementes c/A.b1 - 68,21 68,21 68,21 - - Inoculação das Sementes c/ R.C1 - - 55,21 - - 55,21 Adubação em Sulco 482,00 482,00 482,00 482,00 482,00 482,00 Adubação em Cobertura 130,00 130,00 130,00 130,00 130,00 130,00 Limpa 12,90 12,90 12,90 12,90 12,90 12,90 R.C via foliar - - - 22,50 22,50 - Inseticida 22,50 22,50 22,50 22,50 22,50 22,50 Fungicidas 236,00 236,00 236,00 236,00 236,00 236,00 Aplicação de herbicidas 46,80 46,80 46,80 46,80 46,80 46,80 Aplicação de Inseticida+ Fungicida 23,40 23,40 23,40 23,40 23,40 23,40 Aplicação de Fungicidas 46,80 46,80 46,80 46,80 46,80 46,80 Aplicação de R.C via foliar - - - 23,40 23,40 - Aplicação de N em cobertura 4,62 4,62 4,62 4,62 4,62 4,62 Colheita 158,64 158,64 158,64 158,64 158,64 158,64 Custo de Produção (R$ ha-1) 1.256,21 1.324,42 1.379,63 1.370,32 1.302,11 1.311,42 Produtividade (Sacas de 60Kg ha-1) 31,24 35,61 27,67 36,54 30,68 30,45

Valor pago Saca-1 (60Kg)2 32,29 32,29 32,29 32,29 32,29 32,29 Receita Bruta 1.008,74 1.149,85 893,37 1.180,03 990,56 983,25 Receita Líquida -247,47 -174,57 -486,26 -190,29 -311,55 -328,17

Fonte: Elaborada pelo autor, 2014.

Nota: 1Incluso o custo da mão de obra utilizada para se proceder a inoculação das sementes para 1 ha; 2Valor médio pago por saca de trigo para o mês de Outubro (AGROLINK, 2014);

-ZERO (0)

Conforme o que foi explanado no início dos resultados e discussões o presente experimento sofreu perdas na produtividade devido ao acamamento, diminuindo em cerca de 22% sua capacidade produtiva. Isso influenciou diretamente os valores de receita líquida, resultando em valores negativos. Não fosse por tal condição climática adversa, foram simulados os valores de receita líquida que seriam obtidos (Tabela 7).

Tabela 7 – Receita líquida (R$ ha-1) corrigindo-se a perda estimada de 22% de produtividade perdida devido ao clima à partir do rendimento observado nos tratamentos, preço pago por saca e custo de produção para cada tratamento.

Tratamento 1 Tratamento 2 Tratamento 3 Tratamento 4 Tratamento 5 Tratamento 6 Custo de Produção (R$ ha-1) 1256,21 1324,42 1379,63 1370,32 1302,11 1311,42

Produtividade (Sacas ha-1) 38,11 43,44 33,75 44,58 37,43 37,15 Valor pago Saca-1 (60Kg) 32,29 32,29 32,29 32,29 32,29 32,29 Receita Bruta (R$ ha-1) 1230,66 1402,81 1089,91 1439,64 1208,49 1199,57 Receita Líquida (R$ ha-1) -25,55 78,39 -289,72 69,32 -93,62 -111,85

Fonte: Elaborada pelo autor, 2014.

Percebe-se que simulando condições ideais para o cultivo de trigo, os tratamentos 2 e 4 não obteriam valores negativos para a receita líquida. Ao contrário, esses tratamentos proporcionariam uma margem de ganho, que embora pequena, justificaria a empregabilidade da tecnologia introduzida nos tratamentos.

Essas diferenças, observadas entre os dados obtidos no experimento a campo e a simulação do rendimento sem as perdas de rendimento enfatizam a natureza da atividade agrícola, que quando realizada a céu aberto está sempre sujeita as condições do clima.

Visando um melhor entendimento dos resultados obtidos no que diz respeito a renda obtida em cada tratamento, realizou-se a montagem de um gráfico com a equação da reta para cada tratamento executado no experimento, levando-se em conta a produtividade real, o valor médio de mercado e os custos de produção de cada tratamento (Figura 2).

Figura -2 Viabilidade econômica com a flutuação no preço pago por saca de trigo (60Kg) para cada um dos tratamentos testados.

A figura 2 ilustra a receita líquida obtida em cada tratamento, de acordo com a produtividade obtida e o valor de comercialização. Por se tratar de projeções que envolvem um valor crescente e equidistante pago por saca, apresenta-se no gráfico uma linha de tendência linear. Dessa forma, conforme aumento no valor da saca, maior a receita líquida obtida.

Como os tratamentos 2 e 4 foram os que mostraram maior rendimento (Tabela 2), os mesmos conseguem cobrir seus custos de produção sem a necessidade de elevação exorbitante dos preços de comercialização.

Visando complementar o apresentado pela Figura 2, colocou-se na Tabela 8 a variação na renda de acordo com a produtividade e o preços de comercialização dos diferentes tratamentos.

Tabela 8 – Variação na receita líquida (R$ ha-1) para cada tratamento mediante a diferentes valores de comercialização (R$ saca-1) e VNSCCP (Valor Necessário por Saca para Cobrir os Custos de Produção).

Fonte: Elaborada pelo autor, 2014.

Conforme os dados da Tabela 8, verifica-se o descrito anteriormente sobre os tratamento 2 e 4 que numa margem de preço na faixa de R$37,19 e R$37,50 pagos por saca, respectivamente, conseguem cobrir o custo de produção empregado para cada um.

Já para os demais tratamentos o valor de comercialização deve ser superior a R$ 40,00 saca-1 para começarem a cobrir os custos de produção, dificilmente justificando assim empregabilidade de cada uma das técnicas utilizadas nos mesmos para a cultura do trigo nas condições avaliadas.

O tratamento 3 apresentou o pior desempenho dentre os demais, pois obteve o menor rendimento e necessitaria de um valor de comercialização de R$49,85 para cobrir os custos de produção. Isso se deve a baixa produção associada ao maior custo de produção dentre todos os demais. Sendo assim, a utilização da técnica empregada neste tratamento não deve ser indicada para a esta cultivar de trigo, pois ocasionará prejuízos para o agricultor.

Tratamentos R$ saca-1.60Kg VNSCCP 20 25 30 35 40 45 50 1 -631,41 -475,21 -319,01 -162,81 -6,61 149,59 305,79 40,21 2 -612,22 -434,17 -256,12 -78,07 99,98 278,03 456,08 37,19 3 -826,23 -687,88 -549,53 - 411,18 -272,83 -134,48 3,87 49,85 4 -639,52 -56,82 -274,12 - 91,42 91,28 273,98 456,68 37,50 5 -688,51 -535,11 -381,71 -28,31 -74,91 78,49 231,89 42,44 6 -702,42 -550,17 -397,92 -245,67 -93,42 58,83 211,08 43,06

Os tratamentos 2 e 4 propiciaram os melhores resultados econômicos. No entanto o tratamento 2 foi o mais rentável, pois apesar de produzir menos que o tratamento 4, os custos de produção da técnica adotada no mesmo foram menores, necessitando assim de um menor valor de comercialização para cobrir seu custo de produção, o que reduz os riscos para o agricultor.

Desta forma apesar da interação positiva entre a Azospirillum brasilense com o regulador de crescimento via foliar (T4) no que diz respeito a produtividade, o uso exclusivo da bactéria (T2) também permitiu boa produtividade sem onerar os custos de produção. Por isso a melhor viabilidade econômica foi observada no tratamento 2.

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