• Nenhum resultado encontrado

Com o sistema de abastecimento de água e de aeração utilizado durante a condução do experimento os valores dos parâmetros de qualidade de água obtidos foram de 28,1 ± 0,70°C para temperatura, de 6,80 ± 0,30 para o pH, 6,0 ± 0,40 ppm para o oxigênio dissolvido. Estes valores encontram-se dentro da faixa recomendada para a criação da espécie estudada, que é de 27°C a 32°C segundo Kubitza (2000).

Os resultados dos parâmetros de desempenho avaliados neste experimento estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2: Desempenho de alevinos de tilápia do Nilo, em função do nível de lisina digestível da ração

Nível de lisina digestível (%) Parâmetro 1,50 1,66 1,82 1,98 2,14 2,30 CV (%) Peso inicial (g) 0,99 0,99 0,98 0,97 0,98 0,99 2,80 Consumo de ração (g) 9,32 9,22 9,40 9,57 10,04 9,80 4,14 Consumo de lisina digestível (mg) 139,84 153,06 171,07 189,42 214,91 225,36 4,08 Ganho de peso (g) 10,11 10,29 10,50 10,75 11,67 11,50 5,74 Conversão alimentar (g/g) 0,92 0,90 0,90 0,89 0,86 0,85 4,45 Taxa de crescimento específico (%/dia) 7,56 7,60 7,69 7,78 7,97 7,93 2,29

CV– coeficiente de variação

Não foi observado efeito (P>0,05) dos níveis de lisina digestível nas rações sobre a taxa de sobrevivência dos alevinos.

O consumo de ração aumentou (P<0,05) de forma linear à medida que se elevou a concentração de lisina digestível na dieta. Apesar do efeito linear verificado, o modelo

Linear Response Plateau (LRP) foi o que melhor se ajustou aos dados de consumo de

ração, estimando em 2,06% o nível de lisina digestível a partir do qual ocorreu um platô (Figura 1), correspondente a um consumo diário estimado de 6,28 mg de lisina digestível.

9,1 9,2 9,3 9,4 9,5 9,6 9,7 9,8 9,9 10 10,1 1,34 1,5 1,66 1,82 1,98 2,14 2,3

Níveis de Lisina Digestível (%)

C o n sumo de R a çã o (g ) 0 0

Figura 1 – Representação gráfica do consumo de ração de alevinos de tilápia do Nilo, em função do nível de lisina digestível na dieta.

Resultados semelhantes foram obtidos por Bomfim et al. (2006) ao trabalharem com tilápia do Nilo e Encarnação et al. (2004) ao trabalharem com truta arco-íris, que observaram resposta linear no consumo de ração pelos peixes devido ao incremento de lisina digestível na dieta. Os resultados assemelham-se também aos obtidos por Furuya et al. (2006) ao estudarem os efeitos dos níveis de lisina na alimentação de juvenis de tilápia do Nilo, e por Furuya et al. (2004) ao avaliarem o incremento dos níveis de lisina em dietas para tilápias em terminação, que obtiveram aumento no consumo de ração como resposta aos incrementos do aminoácido na dieta.

O aumento no consumo de ração em função dos níveis de lisina digestível é um indício de que melhores balanceamentos de aminoácidos na dieta estimulam o consumo de

Ŷ=7,84026 + 0,907435X r2

=0,75 (Linear) Ŷ=7,40509 + 1,161650X r2

=0,79 (LRP)

ração dos alevinos.

Os resultados dos diferentes estudos evidenciaram que a influência da melhoria do balanceamento de aminoácidos sobre o consumo voluntário de alimento dos peixes independe da fase de crescimento.

Segundo Bureau & Encarnação (2006), perfis aminoacídicos desbalanceados na dieta podem ocasionar redução no consumo de ração e reduzir a eficiência de utilização de aminoácidos essenciais. Confirmando esta proposição, Yamamoto et al. (2000) verificaram que quando se permite livre seleção de diferentes rações, a truta arco-íris demonstra preferência por dietas que apresentem perfil de aminoácidos essenciais adequadamente balanceados.

Foi verificado efeito (P<0,01) dos níveis de lisina digestível da dieta sobre o consumo de lisina digestível dos alevinos, que aumentou de forma linear segundo a equação Ŷ= – 32,4514 + 113,413X (r2 = 0,99).

O resultado obtido no presente estudo assemelha-se ao observado por Bomfim et al. (2006) que verificaram aumento no consumo de lisina digestível à medida que aumentavam os níveis de lisina digestível da dieta.

O aumento linear do consumo de lisina digestível ocorreu devido ao aumento da concentração de lisina digestível nas rações associado ao aumento do consumo de ração pelos peixes, que foi estimulado pelo melhor balanceamento de aminoácidos.

Os níveis de lisina digestível influenciaram (P<0,05) o ganho de peso dos alevinos que aumentou de forma linear. Porém, o LRP foi o modelo de melhor ajuste para este parâmetro, estimando em 2,17% o nível de lisina a partir do qual ocorreu um platô (Figura 2), correspondente a um consumo diário estimado de 6,67 mg de lisina digestível.

9,8 10 10,2 10,4 10,6 10,8 11 11,2 11,4 11,6 11,8 1,34 1,5 1,66 1,82 1,98 2,14 2,3

Níveis de Lisina Digestível (%)

Ga n h o d e P es o ( g ) 0 0 2,17

Figura 2 – Representação gráfica do ganho de peso de alevinos de tilápia do Nilo, em função do nível de lisina digestível na dieta.

O aumento nos valores de ganho de peso corroboram os resultados obtidos por Bomfim et al. (2006), que verificaram aumento linear nos valores deste parâmetro ao trabalharem com alevinos tilápia do Nilo submetidos as mesmas condições experimentais do presente estudo. Os resultados obtidos neste estudo assemelham-se também aos obtidos por Encaranção et al. (2004), que verificaram aumento linear no ganho de peso de truta arco-íris na fase de crescimento como resposta ao aumento dos níveis de lisina digestível na dieta.

Contudo, o valor de exigência estimado para o ganho de peso é superior ao encontrado por Santiago & Lovell (1988), de 1,43% de lisina total, avaliando juvenis de tilápia, e aos resultados obtidos por Furuya et al. (2004) e Furuya et al. (2006), que estimaram o valor de 1,42% de lisina total no primeiro estudo quando trabalharam com tilápias na fase de terminação, e em 1,56% o nível de lisina digestível no segundo estudo, quando trabalharam com juvenis da mesma espécie. O valor de exigência obtido no

Ŷ= 6,91363 + 2,05298X r2

= 0,89 (Linear) Ŷ= 6,44410 + 2,32886X r2

presente estudo é também superior ao encontrado por Bomfim et al. (2006), que estimou em 1,70% de lisina digestível como sendo o nível mínimo para obter o melhor desempenho em ganho de peso.

As diferenças entre os resultados podem ser devidas a fatores relacionados à espécie, como a linhagem de tilápias utilizada ou a fase de crescimento analisada.

Linhagens de peixes com maior capacidade de crescimento apresentam maior exigência de aminoácidos digestíveis do que as de menor capacidade de crescimento (Dabrowski & Guderley, 2002; Hauler & Carter, 2001).

Segundo Boscolo et al. (2002b), a tilápia tailandesa apresenta maior capacidade de ganho de peso diário em relação à tilápia comum. Desta maneira, as diferenças observadas entre os resultados obtidos neste estudo e os valores recomendados por Jackson & Capper (1982) podem ser em parte justificadas, uma vez que estes autores utilizaram linhagens de tilápias comuns em seus experimentos.

De maneira semelhante, peixes na fase inicial (larvas e alevinos) apresentam elevada taxa de crescimento, que está diretamente relacionado à deposição de tecido muscular. De acordo com Baldisserotto (2002), larvas e alevinos possuem elevadas taxas metabólicas quando comparados com peixes em crescimento e terminação, o que implica em maiores taxas de crescimento dos animais jovens. Somado a isto, o autor relata que há uma redução do custo energético de síntese protéica à medida que aumenta a taxa de crescimento. Esta característica é traduzida em uma exigência de aminoácidos digestíveis superior em relação aos peixes na fase de crescimento e terminação (Yamamoto et al. 2005), o que poderia justificar as diferenças entre os valores obtidos neste trabalho e os recomendados por Furuya et al. (2004) que trabalharam com peixes na fase de terminação,

e os resultados obtidos por Santiago & Lovell (1988) e por Furuya et al. (2006) ao trabalharem com juvenis de tilápia.

A elevação dos níveis de lisina digestível na dieta resultou em melhoria linear (P<0,01) da conversão alimentar, conforme a equação Ŷ= 1,05138 – 0,086996X (r2 = 0,95). A melhoria linear da conversão alimentar devido ao incremento dos níveis de lisina digestível na dieta assemelha-se aos resultados dos estudos conduzidos por Bomfim et al. (2006), Furuya et al. (2006) e por Gonçalves (2006), com peixes em diferentes fases de crescimento. Os resultados obtidos neste trabalho assemelham-se também aos obtidos por Encarnação et al. (2004), que obtiveram melhoria linear na conversão alimentar ao trabalharem com seis níveis de lisina para juvenis de truta arco-íris.

A taxa de crescimento específico aumentou de forma linear (P<0,01) devido à variação dos níveis de lisina digestível, porém o LRP foi o modelo de melhor ajuste para este parâmetro, estimando em 2,14% o nível de lisina a partir do qual ocorreu um platô (Figura 3), correspondente a um consumo diário estimado de 6,57 mg de lisina.

7,4 7,5 7,6 7,7 7,8 7,9 8 8,1 1,34 1,5 1,66 1,82 1,98 2,14 2,3

Níveis de Lisina Digestível (%)

T a x a d e C resci m en to Es p ecí fi co ( % ) 0 0 2,14

Figura 3 – Representação gráfica da taxa de crescimento específico de alevinos de tilápia do Nilo, em função do nível de lisina digestível na dieta.

Ŷ= 6,71629 + 0,548615X r2

=0,93 (Linear) Ŷ= 6,55192 + 0,644633X r2

Os resultados de taxa de crescimento específico encontrados neste estudo assemelham-se aos observados por Bomfim et al. (2006) que ao avaliarem alevinos de tilápia do Nilo, verificaram aumento linear para este parâmetro em função do incremento dos níveis de lisina digestível na dieta.

A taxa de crescimento específico médio de 7,9% ao dia obtida pelos peixes alimentados com o maior nível de lisina testado assemelha-se àquela de 7,8% observada por Lanna et al. (2005) ao avaliarem a frequência de alimentação para alevinos de tilápia do Nilo, e foi inferior àquela de 8,9% ao dia obtida por Bomfim et al. (2006) trabalhando com animais na mesma categoria de peso, porém com menor período experimental que o utilizado no presente estudo. Contudo, a taxa de crescimento específico médio observada neste estudo foi superior aos valores obtidos por Furuya et al. (2006) ao avaliarem juvenis de tilápia, e por Furuya et al. (2004) ao trabalharem com animais na fase de terminação.

A taxa de crescimento específico diminui com o aumento do tamanho do peixe, ou seja, o incremento em peso é proporcionalmente menor à medida que o peixe cresce (Bardisserotto, 2002). Esta hipótese justificaria as diferenças entre as taxas de crescimento médias observadas no presente estudo e as obtidas por Furuya et al. (2004) e por Furuya et al. (2006).

As elevadas taxas de crescimento dos peixes verificadas demonstram que o manejo empregado neste experimento e as rações suplementadas com aminoácidos livres foram adequadas para potencializar o desempenho dos alevinos.

Com base nos parâmetros de desempenho, as estimativas de lisina digestível obtidas neste estudo são superiores aos valores encontrados por Jackson & Capper (1982), Santiago

& Lovell (1988), Furuya et al. (2004), Furuya et al. (2006) e por Bomfim et al. (2006). As diferenças entre os resultados podem estar relacionadas a fatores como composição das rações (purificadas, semipurificadas ou práticas) e a temperatura da água utilizadas nos diferentes estudos.

Segundo Griffin et al. (1992), rações purificadas têm reconhecidamente menor aceitabilidade pelos peixes, devido à menor palatabilidade quando comparadas às rações práticas, acarretando em menores ganho de peso, eficiência alimentar e, conseqüentemente, exigência de lisina digestível na dieta, quando comparados a peixes alimentados com rações práticas.

De acordo com Moura et al. (2007), a temperatura da água influencia o metabolismo dos peixes, afetando seu desempenho. Aliado a esta característica, Baldisserotto (2002) relata que variações na temperatura da água além de alterar o metabolismo dos peixes, pode também alterar a absorção de nutrientes. Segundo Kubitza (2000), temperaturas acima de 32ºC e abaixo de 27ºC reduzem o apetite e o crescimento de tilápias, e abaixo de 18ºC suprimem o sistema imunológico dos peixes desta espécie. Dessa maneira, temperaturas da água utilizadas nos estudos que sejam mantidas abaixo das médias recomendadas para a espécie podem ser responsáveis por estimativas de exigências nutricionais subestimadas, uma vez que cada espécie de peixe possui uma faixa de temperatura na qual expressam maior potencial de crescimento (Moura et al. 2007).

Os resultados médios da composição corporal, das deposições diárias de proteína e de gordura corporais e da eficiência de retenção de nitrogênio dos alevinos avaliados neste experimento estão apresentados na Tabela 3.

Tabela 3: Composição corporal, deposições diárias de proteína e gordura corporais e eficiência de retenção de nitrogênio de alevinos de tilápia do Nilo, em função do nível de lisina digestível da ração

Nível de lisina digestível (%) Parâmetro

Inicial 1,50 1,66 1,82 1,94 2,14 2,30 CV (%) Umidade corporal (%) 78,21 77,06 77,07 76,81 76,88 76,86 76,88 0,66 Porcentagem de gordura corporal 7,33 5,20 5,24 5,85 5,69 5,02 5,01 18,28 Porcentagem de proteína corporal 9,73 10,55 10,73 11,00 11,16 11,29 11,14 4,42 Deposição de gordura corporal (mg/dia) – 15,85 16,21 18,73 18,47 17,62 17,30 21,27 Deposição de proteína corporal (mg/dia) – 33,67 34,85 36,50 37,88 41,74 40,47 7,25 Eficiência de retenção de nitrogênio (%) – 29,32 30,90 31,73 32,36 33,97 33,76 5,42

CV– coeficiente de variação

O aumento nos teores de lisina digestível da ração não influenciou (P>0,05) o teor de umidade e a porcentagem de gordura corporal dos peixes, como também não houve efeito (P>0,05) sobre a deposição de gordura corporal. Estes resultados diferem dos obtidos por Bomfim et al. (2006), que relataram aumento linear dos valores obtidos para deposição de gordura corporal e redução do teor de umidade corporal, e dos resultados obtidos por Encarnação et al. (2006) que verificaram aumento no teor de gordura da carcaça de trutas arco-íris devido ao aumento dos níveis de lisina na dieta. Porém, estes resultados assemelham-se aos observados por Furuya et al. (2006), que não observaram efeito na porcentagem de gordura na carcaça em função dos níveis crescentes de lisina nas rações.

Houve efeito (P<0,05) dos níveis de lisina digestível sobre a porcentagem de proteína corporal dos peixes que aumentou de forma linear, de acordo com a equação Ŷ= 9,37139 + 0,848736X (r2 = 0,79).

Os resultados de porcentagem de proteína corporal corroboram os estudos de Furuya et al. (2006), que verificaram aumento linear dos níveis de lisina digestível sobre a

composição de proteína bruta corporal de juvenis de tilápia do Nilo. De maneira semelhante, Bomfim et al. (2006) verificou aumento linear no teor de proteína corporal como resposta ao incremento de lisina digestível nas rações ao trabalharem com animais de mesma categoria de peso e linhagem.

Entretanto, o valor de lisina digestível de 2,30% encontrado para maximizar a porcentagem de proteína corporal é superior ao valor de 1,70% de lisina digestível recomendado por Bomfim et al. (2006) para alevinos de tilápia do Nilo. É superior também aos valores recomendados por Furuya et al. (2006) ao avaliarem juvenis de tilápia 1,74% de lisina digestível para proteína bruta corporal.

Uma possibilidade que poderia justificar as diferenças verificadas entre a exigência aqui encontrada e a determinada por Furuya et al. (2006) baseia-se no fato destes autores terem trabalhado com juvenis de tilápia, enquanto o presente estudo avaliou animais mais jovens que apresentam maiores taxa metabólica e taxa de crescimento específico (Baldisserotto, 2002) quando comparados com peixes em crescimento. Desta maneira, pode-se inferir que alevinos apresentam maior exigência de aminoácidos para atender a maior demanda metabólica quando comparados com peixes em crescimento, justificando as diferenças entre as estimativas encontradas.

Comparando o desempenho de juvenis de truta arco-íris alimentados com rações contendo 1,50 e 2,00% de lisina digestível, Encarnação et al. (2006) obtiveram maior teor de proteína na carcaça de peixes alimentados com dietas com maior nível de lisina digestível.

também verificaram aumento linear no teor de proteína na carcaça de truta arco-íris devido ao incremento dos níveis de lisina na dieta. Segundo os autores, a suplementação de lisina na dieta aumenta a concentração de um grande número de aminoácidos na proteína corporal dos peixes, indicando que os peixes parecem poder depositar proteínas com diferentes perfis de aminoácidos dependendo da concentração de lisina na dieta.

Há ainda problemas que podem ocorrer com a utilização de rações suplementadas com aminoácidos sintéticos, como a possibilidade de maior lixiviação dos aminoácidos sintéticos do que os aminoácidos ligados à proteína no ambiente aquático e o possível desbalanceamento do perfil aminoacídico ideal nos sítios de síntese protéica, uma vez que aminoácidos livres são absorvidos mais rapidamente do que os aminoácidos provenientes da proteína intacta, comprometendo em ambos os casos sua eficiência de utilização para favorecimento do desempenho dos animais (Cowey, 1994; Tantikitti & March, 1995; Schumacher et al. 1997; Zarate & Lovell, 1997; Lanna et al. 2005).

Neste estudo, optou-se pelo aumento na frequência de alimentação com o fornecimento de quantidades pequenas e em repasses sucessivos para garantir a rápida e completa ingestão das rações. Com esta prática buscou-se reduzir o tempo de contato das rações com a água, além de permitir a adequada utilização dos aminoácidos suplementados a uma taxa compatível com a capacidade de utilização pelos tecidos (Tantikitti & March, 1995; Zarate et al. 1999; Rodehutscord et al. 2000; Lanna et al. 2005).

Segundo Bomfim et al. (2006), uma hipótese que também contribuiria para as diferenças observadas entre os resultados obtidos nos diferentes estudos consistiria no estabelecimento de deficiência de algum aminoácido essencial à medida que o nível de

relações dos aminoácidos com a lisina ficariam abaixo das relações mínimas calculadas com base nos valores de exigência recomendados pelo NRC (1993), o que limitaria a resposta dos animais alimentados devido à deficiência de algum outro aminoácido essencial.

A deposição de proteína corporal melhorou linearmente (P<0,01) em função do aumento dos níveis de lisina digestível na dieta, segundo a equação Ŷ= 18,4132 + 10,09080X (r2 = 0,91).

Resultado semelhante foi verificado por Bomfim et al. (2006), ao trabalharem com tilápias e por El-Haroun & Bureau, (2006), ao trabalharem com truta arco-íris.

Estes resultados assemelham-se também aos obtidos por Encarnação et al. (2006) e Encarnação et al. (2004) que relataram ter verificado aumento na deposição de proteína devido à adição de lisina em dietas para truta arco-íris. Os autores observaram que a exigência de lisina na dieta para maximizar a deposição de proteína é superior ao valor de exigência para maximizar ganho de peso, o que está em conformidade com os reultados obtidos no presente estudo, uma vez que a exigência de lisina digestível para maximizar o ganho de peso foi estimada em 2,17% enquanto para deposição de proteína o nível mínimo foi 2,30% de lisina digestível da dieta.

Foi verificado aumento linear (P<0,01) da eficiência de retenção de nitrogênio em função do aumento dos níveis de lisina digestível na dieta. Entretanto, o LRP foi o modelo de melhor ajuste para os dados deste parâmetro, estimando em 2,12% o nível de lisina digestível (Figura 4), correspondente a um consumo diário de 6,50 mg de lisina digestível.

29 30 31 32 33 34 35 1,34 1,5 1,66 1,82 1,98 2,14 2,3

Níveis de Lisina Digestível (%)

E fic n ci a d e R et en çã o de N itr o g ên io (% ) 0 0 2,12

Figura 4 – Representação gráfica da eficiência de retenção de nitrogênio de alevinos de tilápia do Nilo, em função do nível de lisina digestível da dieta.

Os resultados de eficiência de retenção de nitrogênio corroboram os estudos de Furuya et al. (2006), que verificaram aumento linear da retenção de nitrogênio em função dos níveis de lisina digestível, para juvenis de tilápia do Nilo. De maneira semelhante, Bomfim et al. (2006) verificaram aumento linear nos valores deste parâmetro como resposta ao incremento de lisina digestível nas rações ao trabalharem com animais de mesma categoria de peso e linhagem.

Com base nos parâmetros de composição corporal, deposições diárias de proteína e de gordura corporais e eficiência de retenção de nitrogênio, as estimativas de lisina digestível para tilápia do Nilo obtidas neste estudo são superiores aos valores encontrados por Furuya et al. (2004), Furuya et al. (2006) e por Bomfim et al. (2006).

Ŷ= 21,1106 + 5,755497X r2

=0,94 (Linear) Ŷ= 19,1048 + 6,92670X r2

CONCLUSÃO

A exigência de lisina total ou digestível para alevinos de tilápia do Nilo obtida foi de 2,32% (0,773%/Mcal de ED) e de 2,17% (0,723%/Mcal de ED), respectivamente, correspondente ao consumo diário de 7,21 mg de lisina total e 6,67 mg de lisina digestível, para atender aos principais parâmetros de desempenho (ganho de peso, taxa de crescimento específico e consumo de ração) e características de carcaça (eficiência de retenção de nitrogênio), utilizando-se o conceito de proteína ideal na formulação das rações experimentais.

Documentos relacionados