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A seguir são apresentados os resultados da pesquisa realizada, divididos em três parâmetros: quanto à localização dos edifícios pesquisados, quanto ao tipo de fundação executada e quanto ao número de pavimentos dos edifícios.

• Quanto à localização dos edifícios pesquisados

Dentre os municípios da RMF, percebe-se que as obras estudadas pela pesquisa estão localizadas, geograficamente, em Fortaleza (dividida em 6 SERs), Aquiraz (Porto das Dunas e Lagoa do Catu) e Caucaia (Tabapuá). A partir daí, é possível notar a concentração territorial destas obras, de acordo com o mapa de situação dos bairros de Fortaleza, na região administrada pela Secretaria Executiva Regional II, conforme a Figura 5.1.

Verifica-se, dentre as 107 obras pesquisadas, que 97% delas encontram-se na cidade de Fortaleza. Restando apenas 8% das obras realizadas no município de Aquiraz (sendo 8 obras no Porto das Dunas e 1 na Lagoa do Catu) e 1% no município de Caucaia (com 1 obra no Tabapuá), conforme Figura 5.2.

91% 8% 1% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Fortaleza Aquiraz Caucaia

Figura 5.2 – Distribuição das obras pesquisadas na Região Metropolitana de Fortaleza.

Na cidade de Fortaleza, com 97 obras do levantamento realizado, observa-se que a área administrada pela SER II detém 69% das obras executadas na cidade. Em seguida, a área administrada pela SER IV apresenta 12% das obras executadas. Enquanto isso, a SER VI (com 9%), SER I (com 6%), SER III (com 3%) e SER V (com 1%), conforme Figura 5.3.

6% 69% 3% 12% 1% 9% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% SER I SER II SER III SER IV SER V SER VI

Na área administrada pela SER II, em Fortaleza, tem-se 67 obras do levantamento realizado. Destas obras, 40% estão localizadas no Meireles, 21% estão na Aldeota e 21% no Cocó. Em seguida, aparecem Centro (com 4,5%), Guararapes (com 4,5%), Dionísio Torres (com 3%), Engenheiro Luciano Cavalcante, Joaquim Távora, Papicu e Praia de Iracema (com 1,5% cada), conforme Figura 5.4.

40% 21% 21% 4,5% 4,5% 3% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 0% 10% 20% 30% 40% 50% Meireles Aldeota Cocó Centro Guararapes Dionísio Torres Eng. Luciano Cavalcante Joaquim Távora Papicu Praia de Iracema

Figura 5.4 – Distribuição das obras pesquisadas na área da SER II.

Já na área administrada pela SER IV, com 11 obras do levantamento realizado, 82% localizam-se no bairro de Fátima e 9% nos bairros Damas e Serrinha, cada (Figura 5.5).

82% 9% 9% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Fátima Damas Serrinha

Enquanto isso, na área administrada pela SER VI, com 9 obras do levantamento realizado, 33,5% localizam-se nos bairros Cidade dos Funcionários e Edson Queiroz, cada, ficando os bairros Ancuri, Parque Manibura e Cambeba com 11% cada (Figura 5.6).

33,5% 33,5% 11% 11% 11% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0%

Cidade dos Funcionários Edson Queiroz Ancuri Cambeba Parque Manibura

Figura 5.6 – Distribuição das obras pesquisadas na área da SER VI.

• Quanto ao tipo de fundação executada

Das 107 obras pesquisadas na RMF, observa-se que 27% delas foram executadas com fundações diretas e 73% com fundações profundas (Figura 5.7).

27%

73%

Fundação direta Fundação profunda

Considerando as 29 obras executadas em fundação direta na RMF, observa-se que 83% delas foram executadas com sapatas e 17% com radier (Figura 5.8).

83% 17%

Sapata Radier

Figura 5.8 – Tipos de fundações diretas executadas na RMF.

Se forem consideradas as 78 obras executadas em fundação profunda na RMF, observa-se que 47% delas foram executadas com estaca raiz, 39% com estaca hélice contínua, 6% com estaca pré-moldada de concreto e 3% com estaca metálica e estaca Franki, cada. (Figura 5.9).

47%

39% 6%

4% 4% Estaca raiz

Estaca hélice contínua Estaca pré-moldada de concreto

Estaca metálica Estaca Franki

Contudo, ao considerar as 107 obras do levantamento, verifica-se que em 35% foram realizadas em estaca raiz, 28% em estaca hélice contínua, 22% em sapata, 4,5% em estacas pré-moldadas de concreto e em radier, cada, e 3% em estaca metálica e em estaca Franki, cada (Figura 5.10).

35% 28% 22% 4,5% 4,5% 3% 3% Estaca raiz

Estaca hélice contínua Sapata Estaca pré-moldada de concreto Radier Estaca metálica Estaca Franki

Figura 5.10 – Identificação detalhada dos tipos de fundações executadas na RMF.

• Quanto ao número de pavimentos dos edifícios

Verifica-se que, das 107 obras pesquisadas, 21% delas encontram-se na faixa de 3 a 10 pavimentos, 23% na faixa de 11 a 20 pavimentos e 56% na faixa de 21 a 32 pavimentos. (Figura 5.11). De 21 a 32 pavimentos 56% De 3 a 10 pavimentos 21% De 11 a 20 pavimentos 23%

Dentre as 22 obras pesquisadas na RMF e situadas na faixa de 3 a 10 pavimentos, 36% delas foram realizadas fundações em sapata, 23% em radier, 18% em estaca pré-moldada de concreto, 14% em estaca raiz e 9% em estaca hélice contínua (Figura 5.12).

Sapata 36% Radier 23% Estaca raiz 14% Estaca hélice contínua 9% Estaca pré- moldada de concreto 18%

Figura 5.12 – Tipos de fundações executadas na faixa de 3 a 10 pavimentos na RMF.

Porém, ao se considerar as 25 obras pesquisadas na RMF e situadas na faixa de 10 a 20 pavimentos, em 40% delas foram realizadas fundações do tipo estaca raiz, em 28% do tipo estaca hélice contínua, em 24% do tipo sapata e em 4% dos tipos estaca pré-moldada de concreto e estaca Franki, cada (Figura 5.13).

Estaca raiz 40% Estaca hélice contínua 28% Estaca pré- moldada de concreto 4% Sapata 24% Estaca Franki 4%

Por fim, ao se considerar as 60 obras pesquisadas na RMF e situadas na faixa de 21 a 32 pavimentos, tem-se que em 40% delas foram realizadas fundações do tipo estaca raiz, em 35% do tipo estaca hélice contínua, em 17% do tipo sapata, em 5% do tipo estaca metálica e em 3% do tipo estaca Franki (Figura 5.14).

Estaca raiz 40% Estaca hélice contínua 35% Estaca Franki 3% Estaca metálica 5% Sapata 17%

Figura 5.14 - Tipos de fundações executadas na faixa de 21 a 32 pavimentos na RMF.

Dessa forma, nota-se que a estaca tipo raiz corresponde à solução mais empregada na execução de fundações de edifícios de múltiplos pavimentos na RMF. Se forem considerados os edifícios situados nas faixas de 10 a 20 pavimentos e de 21 a 32 pavimentos, essa solução chega a corresponder a 40% do total de fundações executadas na região, em cada faixa.

Em seguida, a estaca hélice contínua, de tecnologia recente e atualmente com preço competitivo, aparece como a segunda opção mais utilizada na RMF. Contudo, visto que a maior parte das obras realizadas na RMF localiza-se na área delimitada pelos bairros Meireles e Aldeota, o uso maior da estaca raiz pode ser atribuído por ser a única opção que permite atravessar a camada de arenito presente na Formação Barreiras.

Além disso, um fato que chama a atenção é a utilização de fundações diretas do tipo sapata em edifícios situados na faixa de 21 a 32 pavimentos, comprovando que nas situações em que são construídos edifícios com 2 ou 3 níveis de subsolo, em geral, atingem-se camadas de solo com capacidades de suporte elevadas, tornando a solução em sapata competitiva diante dos tipos de fundações profundas.

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

O objetivo principal deste trabalho foi fazer um levantamento dos tipos de fundações executadas nos edifícios a partir de 3 pavimentos, localizados na Região Metropolitana de Fortaleza, nos últimos cinco anos. Foram pesquisadas 107 obras cujos dados foram coletados por meio dos trabalhos de alunos da disciplina de Projeto e Construção de Edifícios, do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará. Pelo exposto, pode-se concluir que a estaca do tipo raiz tem sido a fundação mais utilizada nas obras pesquisadas.

Ao analisar as justificativas do emprego desta solução, deve-se atentar para os fatores que determinam a escolha do tipo de fundação, tais como o carregamento da edificação, o tipo de solo, a vizinhança, o cronograma de execução e o custo.

A estaca raiz apresenta elevada capacidade de carga, sendo empregada na execução de edifícios altos desde a década de 90 em Fortaleza. Além disso, a estaca raiz surgiu como uma alternativa de fundação profunda que não causa incômodos à vizinhança, pois seu processo de execução não é percussivo, como ocorre com as estacas pré-moldadas de concreto, metálicas e Franki.

Às vezes, duas alternativas podem ser equivalentes do ponto de vista técnico e econômico, permitindo então a utilização de qualquer uma delas. Neste caso, tem-se observado um uso maior da estaca raiz, visto que há uma maior disponibilidade de equipamentos para a sua execução na cidade de Fortaleza do que a sua principal concorrente, a estaca hélice contínua.

Quanto ao tipo de solo, a estaca raiz, que apresenta processo de escavação com auxílio de brocas diamantadas, é a única solução capaz de atravessar camadas resistentes, como os matacões ou até mesmo a camada de leito conglomerático ferruginoso presente nos bairros onde mais se constrói edifícios em Fortaleza, como é o caso do Meireles e da Aldeota, localizados na região da Formação Barreiras.

Contudo, observa-se o uso crescente da estaca hélice contínua, principalmente devido à sua alta produtividade e pelo preço cada vez mais competitivo, podendo, futuramente, tornar-se a solução mais empregada na RMF. Mas vale ressaltar que a estaca hélice não substitui a estaca raiz nas situações de camadas rochosas, como já foi citado.

diretas nas edificações situadas na faixa dos 3 a 10 pavimentos, sendo realizadas com sapatas ou radiers. Entretanto, à medida que os edifícios vão se tornando cada vez mais altos, observou-se uma redução do uso de sapatas como fundação.

Nas situações em que foram utilizadas as sapatas para edificações mais altas, como é o caso dos edifícios de mais de 20 pavimentos, verificou-se a utilização de subsolos profundos para estacionamentos, permitindo, dessa forma, que fossem atingidas as camadas de solo com elevadas capacidades de suporte, o que fez com que a solução em sapata, que já atendia aos critérios técnicos, tornar-se economicamente atraente diante das outras soluções, como as fundações profundas.

Como sugestão para futuros trabalhos, seria interessante a realização de levantamentos semelhantes, utilizando o mesmo grupo de obras pesquisadas, para outros sistemas de edificações, tais como:

• Os tipos de estrutura dos edifícios, incluindo os materiais utilizados nos elementos estruturais, por exemplo;

• Os tipos de revestimentos externos usados em fachadas, abordando as técnicas de execução;

• E outros, como os tipos de vedações verticais, de sistemas prediais, de coberturas ou de pavimentação.

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ANEXO

EXEMPLO DE PERFIL INDIVIDUAL DE SONDAGEM

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