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Nos itens subseqüentes são apresentados os resultados analíticos da fase de monitoramento do sistema durante os 43 dias de operação. Os dados serão apresentados em forma de tabelas e gráficos.

Para avaliação da eficiência dos biofiltros 1 e 2, foram analisados em conjunto, os resultados obtidos por semana, correspondendo aos dias da aplicação das operações de limpeza e três dias depois da realização destas, com o intuito de avaliar a influência das técnicas de eliminação de excesso de biofilme sobre os processos de eliminação de matéria carbonácea e nitrificação nos reatores.

Os filtros plantados forma avaliados, analisando-se suas eficiências na remoção de sólidos suspensos, sólidos totais e matéria nitrogenada dos efluentes de limpeza de cada biofiltro, observando-se as diferentes taxas superficiais (kgST/m²ano) aplicadas em cada um.

5.1 REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA CARBONÁCEA NOS BIOFILTROS AERADOS SUBMERSOS

5.1.1 Demanda Química de Oxigênio Total – DQOt

Os resultados obtidos com a realização das análises laboratoriais referentes à DQOt para os três pontos amostrados, entrada e saída dos biofiltros 1 e 2, são apresentados na tabela 2.

Tabela 2. Resultados laboratoriais de DQO obtidos para os pontos de entrada e saída do BAS1 e BAS2.

A figura 9 apresenta as concentrações de DQOt obtidas antes e após cada operação de limpeza, durante o período de monitoramento do sistema.

Dias de operação Unidade Saída DD Saída BAS1 Saída BAS2

1 mg/L 256,0 41,0 59,0 4 mg/L 236,0 33,0 48,0 8 mg/L 233,0 20,0 55,0 11 mg/L 202,0 29,0 47,0 15 mg/L - - - 22 mg/L 342,0 219,0 338,0 25 mg/L 361,0 42,0 152,0 29 mg/L 363,0 27,0 140,0 32 mg/L 658,0 43,0 202,0 36 mg/L 814,0 47,0 122,0 39 mg/L 967,0 60,0 167,0

Figura 9 - Série temporal das concentrações de DQOt nos pontos de entrada e saída do BAS1 e BAS2, com destaque para os dias de realização das operações

de limpeza nos reatores.

Em relação à 1ª operação de limpeza, correspondente ao 8º dia de operação, observou-se que os biofiltros 1 e 2 tiveram comportamentos diferentes em termos de concentração de DQO. Após a aplicação da operação de limpeza, o BAS1 apresentou uma perda de 6% na eficiência de remoção de DQO (91% para 86%), enquanto no BAS2 não ocorreu alteração no desempenho deste reator.

Na segunda operação, realizada no 22º dia, houve um aumento significativo na concentração de sólidos suspensos no efluente dos reatores (item 5.1.2). Este excesso de sólidos contribuiu para o aumento de DQO em ambos os biofiltros, cujos valores estiveram próximos à DQO afluente aos mesmos, principalmente no BAS2. Neste mesmo período foi observada a diminuição da atividade nitrificante, indicando que possivelmente houve desprendimento de biomassa ativa nos reatores. O processo de nitrificação será mais bem discutido nos itens seguintes. Este episódio de desprendimento pode ser explicado, devido à suspensão da alimentação do sistema e aeração nos dois reatores por problemas operacionais, dias antes da realização desta análise. No entanto, após a aplicação da 2ª operação de limpeza, ambos os biofiltros apresentaram bom desempenho na remoção de sólidos suspensos. Nesta operação, verificou-se que após a retrolavagem, o BAS1 melhorou sua eficiência de 36% para 88%, enquanto no BAS2, este percentual de melhora foi muito mais significativo, evoluindo de 1% para 58% de remoção de DQO após a aplicação da descarga de fundo.

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1 4 8 11 15 22 25 29 32 36 39 43 C o n ce n tr a çã o d e D Q O ( m g / L )

Esta eficiência dos BAS deve ser destacada, considerando que a interrupção da alimentação e aeração, implicou no aumento de matéria orgânica e sólidos dentro dos reatores. Estas condições tornaram o biofilme mais fraco, dificultando sua adesão ao meio suporte, uma vez que as bactérias formadoras de biomassa tendem à morte devido ao déficit de substrato e OD necessários ao seu metabolismo e crescimento, ocasionando o desprendimento de biofilme. Portanto, os dois BAS apresentaram uma ótima eficiência na redução de matéria orgânica, após a melhora das condições operacionais, mesmo em curto espaço de tempo.

Analisando-se a 3ª operação de limpeza, verificou-se que o BAS1 praticamente não alterou seu desempenho. Ao comparar os dias 29 e 32, este reator manteve sua eficiência de remoção de DQO em 92 e 93%, respectivamente. No entanto, o BAS2 apresentou ligeira melhora em seu desempenho, apresentando uma remoção de DQO de 61% para 69%. Este comportamento dos biofiltros deve ser destacado, visto que, ao avaliar a tabela 2, percebe-se um aumento crescente na concentração de DQOt afluente observado desde o início da operação.

Em relação ao 36º dia de operação ou 4ª operação de limpeza, ambos os biofiltros apresentaram comportamento semelhante à operação anterior, com aumento na concentração de DQO afluente e efluente aos reatores. Ao avaliar os resultados da última operação de retrolavagem e descarga de fundo, o BAS1 novamente não apresentou melhora significativa na remoção de matéria orgânica carbonácea, apresentando uma eficiência de 94% antes da aplicação da limpeza e 93% depois. O BAS2 apresentou uma ligeira redução na eficiência, reduzindo seu percentual de remoção de 85% para 82%.

Avaliando-se de forma geral os resultados, pode-se concluir que o BAS1 foi mais eficiente na remoção de matéria orgânica carbonácea na forma de DQO do que o BAS2, bem como suportou melhor as variações de carga orgânica afluente. No entanto, após a análise dos resultados obtidos, percebeu-se que, a exceção da segunda operação de limpeza, as técnicas de retrolavagem e descarga de fundo pouco influenciaram positivamente na eficiência dos reatores, em termos de remoção de matéria orgânica carbonácea medida na forma de DQO.

5.1.2 Sólidos Suspensos Totais – SSt

Os resultados obtidos com a realização das análises laboratoriais referentes aos SSt para os três pontos amostrados, entrada e saída dos biofiltros 1 e 2, são apresentados na tabela 3.

Tabela 3. Resultados laboratoriais de SSt obtidos para os pontos de entrada e saída do BAS1 e BAS2.

Ao avaliar as duas análises da primeira semana de monitoramento, os dois biofiltros apresentaram comportamento semelhante em termos de remoção de sólidos suspensos. O percentual de redução médio de SS ocorrido nos dois reatores foi de 67%

A figura 10 ilustra as concentrações de SSt obtidas antes e após as operações de limpeza aplicadas nos dois biofiltros durante o período de monitoramento do sistema.

Dias de operação Unidade Saída DD Saída BAS1 Saída BAS2

1 mg/L 27,0 13,0 10,5 4 mg/L 56,3 9,6 15,2 8 mg/L 50,5 4,0 28,5 11 mg/L 122,3 3,0 14,0 15 mg/L - - - 22 mg/L 142,0 47,0 128,1 25 mg/L 140,0 15,0 75,0 29 mg/L 115,0 4,5 54,1 32 mg/L 141,5 14,0 70,0 36 mg/L 241,3 24,1 62,3 39 mg/L 360,0 7,0 59,1

Figura 10 - Série temporal das concentrações de SSt nos pontos de entrada e saída do BAS1 e BAS2, com destaque para os dias de realização das operações

de limpeza nos reatores.

Ao observar a figura 10 percebe-se que, após a aplicação da 1ª retrolavagem e descarga de fundo nos biofiltros, houve uma redução na concentração de SS no efluente dos reatores. Ao comparar os dias 8 e 11 de operação, a eficiência na redução de SS ocorrida nos BAS1 foi de 92 e 97%, enquanto no BAS2 a melhora na eficiência foi mais significativa, evoluindo de 43% para 88%.

No 22º dia de operação, foi observado um incremento de sólidos suspensos no efluente dos reatores. Fato este, devido ao estabelecimento das mesmas condições operacionais que causaram o aumento de DQOt para o mesmo período de análise nos dois biofiltros. Tais condições foram mais significativas no biofiltro 2, cujo efluente nesta operação, apresentou a maior concentração de SS do reator. Após três dias da aplicação da segunda operação de limpeza, de forma semelhante ao ocorrido com a DQO, os BAS também apresentaram redução de SS no efluente. Quando analisados os resultados obtidos antes e depois da segunda operação de limpeza (22 e 25 dias), o BAS1 melhorou sua eficiência, de 67% para 89%, da mesma forma que o BAS2, que passou de uma eficiência de 10% para 46%. Salienta-se que, como descrito no item anterior, este bom desempenho dos dois reatores neste período teve a influência também da melhora das condições operacionais.

A análise da terceira operação de limpeza ou 29º dia de operação apresentou um aumento na concentração de sólidos suspensos no efluente dos dois biofiltros, acompanhada também de um aumento de SS

0 50 100 150 200 250 300 350 400 1 4 8 11 15 22 25 29 32 36 39 43 C o n ce n tr a çã o d e S S (m g/ L)

afluente aos mesmos. Quando comparados os 29° e 32° dias, percebe-se que houve uma redução na eficiência de ambos os reatores, onde o BAS1 apresentou uma redução de sólidos suspensos de 96% para 90%. No BAS2, a redução percentual foi de 53% para 50%.

A última operação, realizada no 36º dia, mostrou que ambos os reatores mantiveram seus desempenhos positivos na remoção de sólidos suspensos. Após a análise do dia 39, embora percebido um aumento na concentração de SS na entrada dos biofiltros, estes apresentaram um bom desempenho na remoção de sólidos. Quando comparados estes dois dias, 36 e 39, o BAS1 apresentou um aumento na remoção de sólidos suspensos de 90% para 98%. O BAS2 também apresentou melhora, aumentando o percentual de eficiência de 74% para 83%.

Pode-se concluir que o BAS1 também foi mais eficiente do que o BAS2 após a aplicação das técnicas de limpeza, em termos de remoção de SS.

Estes percentuais de remoção de matéria orgânica carbonácea, medidos na forma de DQOt e SS, mostraram-se ótimos resultados quando comparados a outros trabalhos. Carvalho Júnior e Povinelli (2003) operaram um sistema piloto composto por um reator anaeróbio compartimentado seguido de um biofiltro aerado submerso com espuma de poliuretano como meio suporte. Neste sistema, o BAS alcançou uma eficiência média de 75% na remoção de DQO e 77% na remoção de SST. Bastos et al., (2005), avaliaram um sistema composto por um reator UASB seguido de um BAS. Estes autores analisaram a influência da aplicação dos diferentes intervalos da retrolavagem sobre a eficiência do biofiltro. Quando avaliada a eficiência do reator, com um intervalo entre duas retrolavagens de 7 dias, este sistema apresentou uma eficiência média na remoção de DQO e SSt de 42% e 55%, respectivamente. Ao observar os resultados obtidos no trabalho desenvolvido por Magri (2009), ambos os biofiltros apresentaram-se eficientes na remoção de matéria orgânica carbonácea, medida na forma de DQO. Naquele trabalho, o BAS1 obteve uma eficiência média de remoção de DQO de 64%, porém não se mostrou eficiente na remoção de SS, apresentando um efluente com uma concentração média 50% mais elevada do que a concentração média afluente. No que diz respeito à eficiência do BAS2, este apresentou uma eficiência média de remoção de DQO também de 64% e de SS de 25%.

As duas primeiras análises do sistema realizadas neste trabalho, entre os dias 1 a 4, mostraram que ambos os biofiltros apresentavam-se

eficientes na remoção de matéria orgânica e sólidos suspensos, 88 e 67%, respectivamente no BAS1 e 76 e 67% no BAS2.

Analisando-se os resultados, observa-se que em ambos os biofiltros, a porcentagem de redução de DQO, obtida após as técnicas de limpeza, pouco foram significativas no processo de remoção de matéria carbonácea nos reatores. A exceção foi observada no 25º dia de operação, onde tanto o BAS1, quanto o BAS2 apresentaram aumento considerável na remoção de DQO após os procedimentos de limpeza. No entanto, este bom desempenho dos reatores, provavelmente está mais relacionado com a melhora das condições operacionais no sistema do que a influência direta das técnicas de retrolavagem e descarga de fundo.

Com relação à eficiência na remoção de SS, a avaliação dos resultados sugere que, após os procedimentos de eliminação de excesso de biofilme, os dois biofiltros apresentaram um bom desempenho quando os resultados são comparados com os obtidos por Magri (2009), considerando as mesmas condições operacionais mantidas neste trabalho.

Das quatro operações de retrolavagem e descarga de fundo realizadas, em 75% delas as operações mostraram-se favoráveis à remoção de sólidos suspensos nos dois reatores.

5.2 TRANSFORMAÇÃO DE MATÉRIA NITROGENADA NOS BIOFILTROS AERADOS SUBMERSOS

Os resultados obtidos com a realização das análises laboratoriais referentes aos compostos nitrogenados inorgânicos N-NH4+, N-NO2- e

N-NO3- para os efluentes de entrada e saída dos biofiltros são demonstrados na tabela 4.

Tabela 4. Concentrações dos compostos nitrogenados inorgânicos para os pontos de entrada e saída do BAS1 e BAS2.

A figura 11 apresenta a série temporal das concentrações de nitrogênio amoniacal afluente, nitrogênio oxidado (N-NO2- e N-NO3-) e nitrogênio

amoniacal efluentes ao BAS1.

Dias de operaçãoUnidade N-NH4 + N-NO2 - N-NO3 - N-NH4 + N-NO2 - N-NO3 - N-NH4 + N-NO2 - N-NO3 - 1 mg/L 44,5 0,0 0,0 1,6 0,1 19,4 15,1 0,8 2,8 4 mg/L 40,3 0,0 0,1 1,1 0,1 18,3 25,2 0,8 2,5 8 mg/L 41,3 0,0 0,1 0,9 0,0 17,8 35,9 0,5 2,1 11 mg/L 38,3 0,0 0,2 0,9 0,0 25,6 2,1 0,0 33,2 15 mg/L - - - - 22 mg/L 41,8 0,0 0,2 39,8 0,0 0,3 40,3 0,0 0,2 25 mg/L 39,5 0,0 0,2 12,8 0,0 3,5 38,7 0,0 0,2 29 mg/L 36,3 0,0 0,2 1,2 0,5 27,1 32,8 0,0 0,2 32 mg/L 55,3 0,0 0,0 1,5 0,5 20,3 34,8 0,0 0,0 36 mg/L 55,5 0,0 0,2 1,8 1,7 17,8 42,5 0,0 0,6 39 mg/L 71,8 0,0 0,2 16,3 1,6 24,0 61,8 0,0 0,3

Figura 11 - Série temporal das concentrações dos compostos nitrogenados inorgânicos no BAS1, com destaque para os dias de realização das operações de

limpeza nos reatores.

Visualizando-se a figura 11, observa-se que antes das operações de limpeza nos reatores (dias 1 a 4), o BAS1 apresentou uma eficiente atividade nitrificante. Neste período, o reator apresentou uma remoção média de nitrogênio amoniacal no primeiro e quarto dia

respectivamente. Destes percentuais de amônia removida, apenas (nitrato = 19,4 mg/L) e 45% (nitrato = 18,3 mg/L) foram oxidados, sendo o restante provavelmente incorporado à biomassa para a síntese celular.

Este bom desempenho foi mantido quando aplicada a técnica de retrolavagem, visto que, antes da operação de limpeza, o B apresentou uma eficiência de remoção de nitrogênio amoniac e depois, este percentual foi de 97%.

No 22º dia de monitoramento, que correspondeu a 2ª operação de limpeza, o BAS1 praticamente não obteve eficiência na remoção de nitrogênio amoniacal. Como explicado nos itens 5.1.1 e 5.1.2, ambos os reatores tiveram suspensas a alimentação e aeração, ocasionando a de eficiência nos reatores. Em sistemas onde há a presença de bactérias heterotróficas e autotróficas, a relação C:N é um fator li

de crescimento das bactérias nitrificantes. Como observado neste período, o possível desprendimento de biomassa ativa, indicado pelo aumento na concentração de sólidos suspensos e DQOt

elevação da carga orgânica. Segundo Carvalho Junior

dependendo da carga orgânica aplicada, pode ocorrer a predominância dos organismos heterotróficos sobre os autotróficos, devido ao fato das bactérias nitrificantes crescerem mais lentamente que as heterotróficas.

Série temporal das concentrações dos compostos nitrogenados , com destaque para os dias de realização das operações de

se que antes das operações 1 a 4), o BAS1 apresentou uma eficiente atividade nitrificante. Neste período, o reator apresentou uma remoção no primeiro e quarto dias de 96 e 97%, Destes percentuais de amônia removida, apenas 43% % (nitrato = 18,3 mg/L) foram oxidados, sendo o restante provavelmente incorporado à biomassa para a síntese foi mantido quando aplicada a técnica de antes da operação de limpeza, o BAS1 apresentou uma eficiência de remoção de nitrogênio amoniacal de 98% No 22º dia de monitoramento, que correspondeu a 2ª operação de limpeza, o BAS1 praticamente não obteve eficiência na remoção de cal. Como explicado nos itens 5.1.1 e 5.1.2, ambos os ocasionando a perda Em sistemas onde há a presença de bactérias heterotróficas e autotróficas, a relação C:N é um fator limitante às taxas Como observado neste período, o possível desprendimento de biomassa ativa, indicado pelo aumento na concentração de sólidos suspensos e DQOt, proporcionou a rvalho Junior (2004), dependendo da carga orgânica aplicada, pode ocorrer a predominância dos organismos heterotróficos sobre os autotróficos, devido ao fato das bactérias nitrificantes crescerem mais lentamente que as heterotróficas.

Neste mesmo procedimento de limpeza, após a análise seguinte (25º dia), o BAS 1 já apresentou uma melhora em seu desempenho. A eficiência na remoção de amônia foi de 67%, onde deste percentual de nitrogênio amoniacal removido, somente 9% (nitrato = 3,5 mg/L) foi oxidado.

Como pode ser observado na figura 10, a partir da 3ª operação de limpeza, o BAS1 apresentou significativa taxa nitrificante. Quando foram comparados os dias 29 e 32, o reator manteve o bom desempenho na remoção de nitrogênio amoniacal, apresentando antes da retrolavagem um percentual de 96% e depois uma eficiência de 97%. A última operação de retrolavagem, realizada no 36º de operação, revelou que o BAS1 perdeu eficiência na remoção de amônia. Ao comparar os dias 36 e 39, percebeu-se que o BAS1 no primeiro dia apresentava uma eficiência de 96%, enquanto no segundo dia, este percentual de remoção foi reduzido para 77%.

A figura 12 apresenta a série temporal das concentrações de nitrogênio amoniacal afluente, nitrogênio oxidado (N-NO2- e N-NO3-) e

nitrogênio amoniacal efluentes ao BAS2.

Figura 12 - Série temporal das concentrações dos compostos nitrogenados inorgânicos no BAS2.

Ao observar a tabela 4 e a figura 12, percebe-se que, antes de iniciados os procedimentos de descarga de fundo no BAS2, o reator veio apresentando uma crescente concentração de nitrogênio amoniacal efluente, enquanto a concentração de nitrogênio oxidado foi praticamente mantida durante este período.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 1 4 8 11 15 22 25 29 32 36 39 43 C o n ce n tr a çã o ( m g / L )

Tempo de operação (dias)

Quando realizada a descarga de fundo no reator, no 8º dia de operação, o reator apresentou constância no desempenho apresentado anteriormente, ou seja, permaneceu liberando em seu efluente uma alta concentração de nitrogênio amoniacal e baixa concentração de nitrogênio oxidado. Esta condição apresentou mudança após aplicada a técnica de limpeza no reator. Este fato permite concluir que a descarga de fundo foi favorável às bactérias nitrificantes neste reator, visto que a eliminação de excesso de biofilme permite a transferência de oxigênio às camadas mais internas do mesmo. Quando comparados os dias 8 e 11, verificou-se que no primeiro dia, o BAS2 apresentou uma eficiência de apenas 13% na remoção de nitrogênio amoniacal, enquanto no segundo dia, o percentual de remoção evoluiu para 94%.

Após os problemas de operação ocorridos na semana entre os dias 15 e 22, o BAS2 passou a apresentar, desde então, um baixo desempenho, inclusive na transformação dos compostos nitrogenados.

Durante todo o período de monitoramento, à exceção do 11º dia, o BAS2 não obteve desempenho positivo na oxidação no nitrogênio amoniacal, apresentando um efluente com concentração de N-oxidado (NO2- e NO3-) muito inferior ao apresentado pelo BAS1.

Quando avaliados os resultados apresentados na tabela 4, percebeu-se que o reator, após as terceiras e quartas descargas de fundo, continuou apresentando comportamento instável na remoção de amônia. Embora percebido uma melhora no percentual de remoção na terceira operação de limpeza, de 9% para 37%, a análise da quarta operação permitiu verificar que novamente a eficiência do reator foi reduzida de 23% para 14%.

Considerando que nos dois biofiltros foram aplicadas as mesmas condições operacionais (COV e TDH), não foi possível identificar nenhum outro fator, a não ser a própria instabilidade do biofiltro 2, como possível causa de seu baixo desempenho no tratamento, principalmente no processo de nitrificação. Este ruim desempenho do BAS2 pode ser melhor evidenciado quando analisada a alcalinididade dos efluentes dos reatores.

As figuras 13 e 14 demonstram o comportamento do BAS1 e BAS2 quanto aos parâmetros de pH e alcalinidade.

Figura 13 - Comportamento do pH nos pontos de entrada e saída do BAS1 e BAS2.

Figura 14 - Comportamento da alcalinidade nos pontos de entrada e saída no BAS1 e BAS2.

O pH do BAS1 e BAS2 pouco apresentou variações, como ser observado na figura 13. No entanto, ao observar a figura 14 sempre apresentou alcalinidade efluente maior do que

BAS1. Em uma das etapas do processo de nitrificação, ocorre a liberação de íons H+, os quais tendem a baixar o pH a níveis não ideais às bactérias nitrificantes.

Portanto, quando analisada as concentrações de alcalinidade efluentes em ambos os biofiltros, é possível comprovar o que já

os de entrada e saída do BAS1 e

Comportamento da alcalinidade nos pontos de entrada e saída no

esentou variações, como pode entanto, ao observar a figura 14, o BAS2 sempre apresentou alcalinidade efluente maior do que o efluente do das etapas do processo de nitrificação, ocorre a uais tendem a baixar o pH a níveis não ideais Portanto, quando analisada as concentrações de alcalinidade provar o que já

verificado no item 5.2, ou seja, a baixa atividade nitrificante ocorrida no BAS2, visto que neste reator praticamente não houve redução na concentração da alcalinidade, diferentemente do observado no BAS1.

Devido a este baixo desempenho do biofiltro 2, não foi possível avaliar de forma satisfatória a influência do processo de limpeza na eficiência do tratamento deste reator, uma vez que seu baixo desempenho poderia ser conseqüência de sua própria instabilidade e não necessariamente da aplicação da descarga de fundo.

5.3 REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA CARBONÁCEA NOS FILTROS PLANTADOS COM MACRÓFITAS

5.3.1 Demanda Bioquímica de Oxigênio Total – DQOt

Os resultados obtidos para as quatro operações de limpeza, referentes às concentrações de DQOt para os pontos de entrada e saída (líquido percolado) dos dois filtros plantados são apresentados na tabela 5.

Tabela 5. Resultados da concentração de DQOt obtidos para os pontos de entrada e saída do FP1 e FP2.

Legenda: N - nº de análises.

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