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4.1 VIABILIDADE TÉCNICA

4.1.1 Cálculo da área de coletores

Primeiramente calcula-se o volume de consumo (Vcons) utilizando os seguintes valores:

- De acordo com a Tabela A.1 da NBR 5626 (ABNT, 1998), a vazão de projeto de um chuveiro elétrico é de 6L/min, ou seja, Qpu = 6L/min;

- Conforme a Tabela C.1 do Anexo C da NBR 15569 (ABNT, 2008), o ciclo de um banho dura tu = 10min;

- Realizou-se o levantamento da quantidade média de moradores por apartamento do Edifício Mount Saint Michel e chegou-se a média de 1,6 pessoas por apartamento. Adotou-se 2,0 pessoas por apartamento. Considera-se que cada pessoa toma um banho por dia e que o edifício possui 28 apartamentos, chega-se em u = 56.

Substitui-se, então, os valores acima citados na Equação (3).

Vcons = 6 x 10 x 56 Vcons = 3.360L

Após a obtenção do volume de consumo (Vcons), calcula-se o volume do sistema de armazenamento (Varmaz) com os seguintes valores:

- De acordo com a Tabela C.1, do Anexo C da NBR 15569 (ABNT, 2008), a temperatura de consumo para chuveiro é de 39ºC a 40ºC, sendo que para o cálculo utilizou-se Tcons = 40ºC;

- A temperatura ambiente média anual em Curitiba/PR é de 19,23ºC, sendo o valor de Tamb (SWERA, 2016);

- A NBR 15.569 sugere que Tarmaz ≥ Tcons, portanto considerou-se Tarmaz = 49,60ºC.

Substitui-se, então, os valores anteriores citados na Equação (4).

Varmaz = [3360 x (40 – 19,23)] / (49,60 – 19,23) Varmaz = 2.297,90L

Substitui-se, então, os valores acima citados na Equação (5).

Varmaz ≥ 0,75 x 3360 Varmaz ≥ 2.520L

Em virtude do tamanho comercial dos reservatórios térmicos, adotou-se Varmaz = 3.000L. Portanto, 02 (dois) reservatórios térmicos horizontais de 1.500L de baixa pressão de aço 304, da Marca Maxsun.

Após a obtenção do volume do sistema de armazenamento (Varmaz), calcula- se a demanda de energia útil (Eútil) com os seguintes valores:

- De acordo com a NBR 15569 (ABNT, 2008), a massa específica da água pode ser representada por ρ = 1000kg/m³ e o calor específico da água Cp = 4,18kJ/kg.

Substitui-se, então, os valores na Equação (6).

Eútil = [3000 x 1000 x 4,18 x (49,60 – 19,23)] / 3600 Eútil = 105.788,83Wh/dia = 105,79kWh/dia

De acordo com a NBR 15569 (ABNT, 2008), o somatório das perdas térmicas (Eperdas) é equivalente a 15% da energia útil, portanto para o projeto em questão:

Eperdas = 0,15 x 105,79 Eperdas = 15,87kWh/dia

Após a obtenção da energia útil (Eútil), calcula-se a produção média diária de energia específica do coletor solar (PMDEE) utilizando os seguintes valores:

Nesse projeto utilizou-se o coletor solar modular de baixa pressão de 15 tubos, da marca Maxsun, o qual possui Frτα = 0,749 e FrUL = 2,209 (INMETRO, 2016).

Substitui-se, então, os valores acima citados na Equação (7).

PMDEE = 4,901 x (0,749 – 0,0249 x 2,209) PMDEE = 3,4013kWh/m²

Após a obtenção da produção média diária de energia específica do coletor solar (PMDEE), calcula-se o fator de correção para inclinação e orientação do coletor solar a área coletora (FCinstal) utilizando os seguintes valores:

- Como explicado no item 2.2, a inclinação ótima do coletor solar para o local de instalação (β’recomendado) é igual ao módulo da latitude do local acrescido de 10º, como o Edifício Mount Saint Michel está localizado na latitude 25º25’59”, o β’recomendado = 35º25’59”, porém para facilitar a instalação considerou-se β' = 35º00’00”.

- De acordo com o demonstrado no item 2.2, o valor do ângulo azimutal da superfície (γ`) para os coletores solares do Edifício Mount Saint Michel é de γ` = 22º21’59”.

Substitui-se, então, os valores anteriores citados na Equação (8).

FCinstal = 1 / {1 - [1,2 x 10^-4 x (35º00’00” - 35º25’59”)^2 + 3,5 x 10^-5 x x (22º21’59”)^2]}

FCinstal = 1,0178

Após a obtenção do fator de correção para inclinação e orientação do coletor solar a área coletora (FCinstal), calcula a área coletora (Acoletora) com os seguintes valores:

- O valor da irradiação global média anual para o local de instalação (IG) para Curitiba/PR é IG = 3,87kWh/m²/dia (SUN DATA, 2016).

Acoletora = [(105,79 + 15,87) x 1,0178 x 4,901] / (3,4013 x 3,87) Acoletora = 46,11m²

Em virtude do tamanho comercial dos reservatórios térmicos, adotou-se Acoletora = 46,20m². Portanto, 22 (vinte e dois) coletores solares, modulares, de baixa pressão de 15 tubos, da marca Maxsun.

Com os cálculos acima demonstrados chega-se a conclusão de que são necessários 46,20m² de coletor solar para atender a demanda de água quente por dia, para os chuveiros dos 28 (vinte e oito) apartamentos do Edifício Mount Saint Michel.

4.1.2 Elaboração do projeto do sistema de energia solar térmica

Com o cálculo da área de coletores necessária para o Edifício Mount Saint Michel, chegou-se à quantidade de coletores solares e de reservatórios térmicos necessários para o sistema. Definindo-se isso, realiza-se o traçado do projeto, identifica-se a localização de cada coletor, reservatório, bomba e de toda a tubulação necessária para a implantação do sistema de energia solar térmica.

Em virtude da grande quantidade de coletores solares, optou-se por dividi- los em 02 (dois) sistemas de mesma quantidade de coletores e mesmo volume de reservatório para que se atingisse o equilíbrio hidráulico, sendo tais sistemas denominados de sistema 1 e sistema 2. Para interligar os reservatórios térmicos e os coletores solares escolheu-se utilizar tubulação de cobre. A circulação da água dentro dos sistemas 1 e 2 se dará por termossifão, porém para garantir que a água circule evitando assim danos ao sistema, dimensiona-se uma bomba para cada um dos sistemas. Nesse caso dimensiona-se apenas uma bomba para cada sistema, tendo em vista que quando a bomba de um sistema estiver em manutenção, o outro sistema consegue atender os apartamentos.

Para a tubulação entre a caixa d’água do edifício e os reservatórios térmicos adotou-se tubulação de PPR.

Para a tubulação de distribuição de água quente para os apartamentos optou-se por utilizar tubulação de PPR. Em virtude desta tubulação ser muito

extensa, dimensiona-se uma tubulação de retorno e uma bomba para a circulação da água quente, bomba que será acionada pela perda de temperatura da água da tubulação e que permanecerá ligada durante o tempo necessário para a troca de toda a água da tubulação, evitando assim o desperdício de água até que água quente chegue ao ponto de utilização. Nesse caso dimensionam-se duas bombas iguais em paralelo, tendo em vista que quando uma bomba estiver em manutenção a outra bomba realizará a circulação da água.

Realizou-se o traçado do projeto e o mesmo está no apêndice C deste trabalho.

4.1.3 Dimensionamento da tubulação

Para o dimensionamento das tubulações do sistema de energia solar térmica utilizou-se o Anexo A da NBR 5626 (ABNT, 1998).

O método do anexo A da NBR 5626 (ABNT, 1998) é baseado em uma planilha, em que cria-se uma rotina de cálculos para o dimensionamento da tubulação, cuja planilha aplicada ao sistema de energia solar térmica do Edifício Mount Saint Michel está no apêndice A deste trabalho.

4.1.4 Dimensionamento das bombas

4.1.4.1 Dimensionamento da bomba do sistema 1 de coletores

O sistema 1 de coletores é composto por 11 (onze) coletores solar modulares de baixa pressão de 15 tubos, da marca Maxsun, 01 (um) reservatório térmico de 1.500L de baixa pressão de aço 304, da Marca Maxsun e de tubulação de cobre de 22 milímetros.

Calcula-se a velocidade da água na tubulação, porém como tal sistema é baseado nos princípios do termossifão, a bomba é apenas para garantir que a água circule no sistema, para isso adotamos uma velocidade V = 1,00m/s.

Após a determinação da velocidade, calcula-se o número de Reynolds (Re) com os seguintes valores:

- Massa específica da água ρ = 1000kg/m³; - Viscosidade da água μ = 3,62x10^(-7)m²/s; - Diâmetro interno da tubulação d = 20,8mm; Substitui-se, então, os valores na Equação (15).

Re = (1000 x 1 x 0,0208) / 3,62x10^(-7) Re = 5,75x10^7

Depois do cálculo do número de Reynolds (Re), calcula-se a relação rugosidade (e) pelo diâmetro interno da tubulação (d), sendo que a rugosidade do cobre é de 0,0015 milímetros, com isso chega-se em:

e/d = 0,0015 / 20,8 e/d = 7,21x10^(-5)

Com o número de Reynolds (Re) e a relação rugosidade pelo diâmetro interno da tubulação (e/d), utiliza-se o Diagrama de Moody e encontra-se o coeficiente de atrito f = 0,0115.

Com o projeto, calcula-se a quantidade de tubulação e conexões que o sistema 1 possui, que é de 66,06 metros de tubulação e 31 cotovelos 90º.

O comprimento equivalente representativo adimensionado (L/d) dos cotovelos de 90º é igual a 30 (FOX; PRITCHARD; MCDONALD, 2010).

Com as quantidades, calcula-se a perda de carga no sistema (Hp), em virtude da tubulação através da Equação (16).

Hp = 0,0115 x [(31 x 30) + (66,06 / 0,0208)] x [(1^2) / (2 x 9,81)] Hp = 2,41m

Com a Equação de Bernoulli, Equação (17), calcula-se a altura manométrica da bomba (Hb):

Hp = Hb Hb = 2,41m

Após o cálculo da altura manométrica da bomba, calcula-se a vazão na bomba (Q), com os seguintes valores:

- Velocidade na tubulação é v = 1m/s;

- Área interna da tubulação é A = 3,40x10^(-4)m²; Então, com a Equação (18) tem-se:

Q = 1 x 3,40x10^(-4) x 1000 Q = 0,34L/s = 1,22m³/h

Para o cálculo da equação do sistema, utilizam-se os seguintes valores: - Diferença de altura entre o início e o final do sistema Δz = -0,50m; - Altura manométrica da bomba calculada (Hb);

- Vazão calculada (Q), em litros por segundo;

Substitui-se, então, os valores acima citados na Equação (19).

2,41 = -0,5 + [a x (0,34^2)] a = 25,173

Substitui-se, então, os valores já calculados na Equação (20).

Hsist = -0,5 + [25,173 x (Q^2)]

Obs.: para Q em litros por segundo.

Com a altura manométrica da bomba e a vazão calculadas, aplica-se tais valores no dimensionador de bomba disponível no site da empresa Grundfos e chega-se na bomba do sistema 1: bomba Grundfos CRN 3-2 A-CA-G-E-HQQE,

3.418 rotações por minuto, potência de 370W, gráfico de altura manométrica da bomba pela vazão, conforme Figura 29.

Figura 29 - Gráfico altura manométrica da bomba x vazão Fonte: GRUNDFOS, (2016a).

Sendo que na Figura 29 a curva em vermelho representa a curva do sistema 1, a curva em azul representa a curva da bomba escolhida, a curva superior em preto representa o rendimento da bomba escolhida (46,8%) e a curva inferior em preto refere-se ao rendimento do conjunto bomba+motor (23,6%).

4.1.4.2 Dimensionamento da bomba do sistema 2 de coletores

O sistema 2 de coletores também é composto por 11 (onze) coletores solares e 01 (um) reservatório térmico de 1.500L, iguais aos do sistema 1. As tubulações de cobre também terão 22 milímetros, porém terão comprimento diferente.

Adota-se uma velocidade V = 1,00m/s, pelo mesmo motivo do dimensionamento do sistema 1.

Após a determinação da velocidade, calcula-se o número de Reynolds (Re) com os seguintes valores:

- Massa específica da água ρ = 1000kg/m³; - Viscosidade da água μ = 3,62x10^(-7)m²/s; - Diâmetro interno da tubulação d = 20,8mm; Substitui-se, então, os valores na Equação (15).

Re = (1000 x 1 x 0,0208) / 3,62x10^(-7) Re = 5,75x10^7

Depois do cálculo do número de Reynolds (Re), calcula-se a relação rugosidade (e) pelo diâmetro interno da tubulação (d), sendo que a rugosidade do cobre é de 0,0015 milímetros, com isso chega-se na mesma relação encontrada para o sistema 1.

e/d = 0,0015 / 20,8 e/d = 7,21x10^(-5)

Pode-se perceber que o número de Reynolds (Re) e a relação rugosidade pelo diâmetro interno da tubulação (e/d) para o sistema 2 são os mesmo que para o sistema 1, portanto, utiliza-se o Diagrama de Moody e encontra-se o mesmo coeficiente de atrito f = 0,0115.

Com o projeto, calcula-se a quantidade de tubulação e conexões que o sistema 2 possui, que é de 43,04 metros de tubulação e 19 cotovelos 90º.

O comprimento equivalente representativo adimensionado (L/d) dos cotovelos de 90º é igual a 30 (FOX; PRITCHARD; MCDONALD, 2010).

Com as quantidades, calcula-se a perda de carga no sistema (Hp), em virtude da tubulação através da Equação (16).

Hp = 0,0115 x [(19 x 30) + (43,04 / 0,0208)] x [(1^2) / (2 x 9,81)] Hp = 1,62m

Com a Equação de Bernoulli, Equação (17), calcula-se a altura manométrica da bomba (Hb):

Hp = Hb Hb = 1,62m

Após o cálculo da altura manométrica da bomba, calcula-se a vazão na bomba (Q), com os mesmo valores do sistema 1:

- Velocidade na tubulação é v = 1m/s;

- Área interna da tubulação é A = 3,40x10^(-4)m²; Então, com a Equação (18) tem-se:

Q = 1 x 3,40x10^(-4) x 1000 Q = 0,34L/s = 1,22m³/h

Para o cálculo da equação do sistema, utilizam-se os seguintes valores: - Diferença de altura entre o início e o final do sistema Δz = -0,50m; - Altura manométrica da bomba calculada (Hb);

- Vazão calculada (Q), em litros por segundo;

Substitui-se, então, os valores acima citados na Equação (19).

1,62 = -0,5 + [a x (0,34^2)] a = 18,339

Substitui-se os valores já calculados na Equação (20).

Hsist = -0,5 + [18,399 x (Q^2)]

Obs.: para Q em litros por segundo.

Com a altura manométrica da bomba e a vazão calculadas, aplica-se tais valores no dimensionador de bomba disponível no site da empresa Grundfos e chega-se na bomba do sistema 1: bomba Grundfos CRN 3-2 A-CA-G-E-HQQE,

3.418 rotações por minuto, potência de 370W, gráfico de altura manométrica da bomba pela vazão, conforme Figura 30.

Figura 30 - Gráfico altura manométrica da bomba x vazão Fonte: GRUNDFOS, (2016b).

Sendo que na Figura 30 a curva em vermelho representa a curva do sistema 2, a curva em azul representa a curva da bomba escolhida, a curva superior em preto representa o rendimento da bomba escolhida (46,6%) e a curva inferior em preto refere-se ao rendimento do conjunto bomba+motor (22,2%).

4.1.4.3 Dimensionamento da bomba de circulação da prumada

Calcula-se a velocidade da água na tubulação, sendo que o desnível entre o início e o final do sistema (h) é de 1,00m e a aceleração da gravidade (g) é de 9,81m/s². Substitui-se, então, os valores citados na Equação (14):

v = √(2 x 9,81 x 1) v = 4,43m/s

Após a determinação da velocidade, calcula-se o número de Reynolds (Re) com os seguintes valores:

- Massa específica da água ρ = 1000kg/m³; - Viscosidade da água μ = 3,62x10^(-7)m²/s; - Diâmetro interno da tubulação d = 23,2mm; Substitui-se, então, os valores na Equação (15).

Re = (1000 x 4,43 x 0,0232) / 3,62x10^(-7) Re = 2,84x10^8

Depois do cálculo do número de Reynolds (Re), calcula-se a relação rugosidade (e) pelo diâmetro interno da tubulação (d), sendo que a rugosidade do PPR, que é revestido internamente por cobre, é de 0,0015 milímetros, com isso chega-se em:

e/d = 0,0015 / 23,2 e/d = 6,47x10^(-5)

Com o número de Reynolds (Re) e a relação rugosidade pelo diâmetro interno da tubulação (e/d), utiliza-se o Diagrama de Moody e encontra-se o coeficiente de atrito f = 0,0105.

Com o projeto, calcula-se a quantidade de tubulação e conexões que o sistema de circulação da prumada possui, que é de 107,20 metros de tubulação, 20 cotovelos 90º, 29 tês com passagem direta e 04 tês com passagem ramal.

O comprimento equivalente representativo adimensionado (L/d) dos cotovelos de 90º é igual a 30, dos tês com passagem direta é igual a 20, e dos tês com passagem ramal é igual a 60 (FOX; PRITCHARD; MCDONALD, 2010).

Com as quantidades, calcula-se a perda de carga no sistema (Hp), em virtude da tubulação através da Equação (16).

Hp = 0,0115 x [(20 x 30) + (29 x 20) + (4 x 60) + (107,20 / 0,0232)] x x [(4,43^2) / (2 x 9,81)]

Com a Equação de Bernoulli, Equação (17), calcula-se a altura manométrica da bomba (Hb):

Hp = Hb Hb = 63,43m

Após o cálculo da altura manométrica da bomba, calcula-se a vazão na bomba (Q), com os seguintes valores:

- Velocidade na tubulação é v = 4,43m/s;

- Área interna da tubulação é A = 4,23x10^(-4)m²; Então, com a Equação (18) tem-se:

Q = 4,43 x 4,23x10^(-4) x 1000 Q = 1,87L/s = 6,74m³/h

Para o cálculo da equação do sistema, utilizam-se os seguintes valores: - Diferença de altura entre o início e o final do sistema Δz = 1,00m; - Altura manométrica da bomba calculada (Hb)

- Vazão calculada (Q), em litros por segundo;

Substitui-se os valores acima citados na Equação (19).

63,43 = 1,0 + [a x (1,87^2)] a = 17,853

Substitui-se os valores já calculados na Equação (20).

Hsist = 1,0 + [17,853 x (Q^2)]

Obs.: para Q em litros por segundo.

Com a altura manométrica da bomba e a vazão calculadas, aplica-se tais valores no dimensionador de bomba disponível no site da empresa Grundfos e chega-se na bomba de circulação da prumada: bomba Grundfos CM5-6 A-R-I-V-

AQQV, 3.480 rotações por minuto, potência de 2.500W, gráfico de altura manométrica da bomba pela vazão, conforme Figura 31.

Figura 31 - Gráfico altura manométrica da bomba x vazão Fonte: GRUNDFOS, (2016c).

Sendo que na Figura 31 a curva em vermelho representa a curva do sistema de circulação da prumada, a curva em azul representa a curva da bomba escolhida, a curva superior em preto representa o rendimento da bomba escolhida (53,1%) e a curva inferior em preto refere-se ao rendimento do conjunto bomba+motor (46,1%).

4.2 VIABILIDADE ECONÔMICA

Com toda a viabilidade técnica concluída, realiza-se o levantamento das quantidades de cada material que compõe o sistema de energia solar térmica.

Após o levantamento das quantidades solicita-se aos fornecedores um orçamento desses materiais. Realiza-se o levantamento da mão de obra para a execução de todos os serviços, e estima-se uma verba de manutenção para o

sistema, chegando assim no custo total do sistema de energia solar térmica (Css), que para o Edifício Mount Saint Michel é de R$79.690,96, conforme orçamento que está no apêndice B deste trabalho. O custo por apartamento é de R$2.846,11.

Para a viabilidade ser atendida, necessita-se saber o valor que é gasto mensalmente de energia elétrica com os chuveiros elétricos do edifício (G) e que após a implantação do sistema será economizado, ou seja, o valor de energia elétrica que é gasto todo mês com os chuveiros elétricos por todos os apartamentos. Esse valor pode ser obtido através das seguintes informações:

- Conforme a Tabela C.1, do Anexo C da NBR 15569 (ABNT, 2008), o ciclo de um banho dura tu = 10min = 600 segundos;

- Realizou-se o levantamento da quantidade média de moradores por apartamento do Edifício Mount Saint Michel e chegou-se a média de 1,6 pessoas por apartamento. Adotou-se 2,0 pessoas por apartamento. Considera-se que cada pessoa toma um banho por dia e que o edifício possui 28 apartamentos, chegando-se na quantidade de u = 56 banhos por dia.

Para se chegar no tempo de banho no edifício por mês (tm), substitui-se os valores acima citados na Equação (22).

tm = 600 x 56 x 30 tm = 1.008.000s

No mesmo levantamento realizou-se a verificação da potência média dos chuveiros de cada apartamento, e chegou-se na potência média de 5.500W.

Para se chegar na quantidade de energia gasta pelos chuveiros de todos os apartamentos ao decorrer de um mês (Qe), substitui-se os valores na Equação (23).

Qe = 5500 x 1008000 Qe = 5.544.000.000J

Após a obtenção da quantidade de energia em Joule, transforma-se tal quantidade de energia em quilo Watt hora:

1J = 2,778x10^(-7)kWh 5.544.000.000J = QekWh

Qe = 1.540,12kWh

Para o custo da energia elétrica (Cee) utilizou-se a conta de energia elétrica referente ao mês de Outubro de 2016, do apartamento 52 do referido edifício, para a obtenção do valor de R$0,637438 por quilo Watt hora.

Substitui-se, então, os valores na Equação (24).

G = 1540,12 x 0,637438 G = R$981,73

Para definir o tempo que o sistema leva para economizar o mesmo montante financeiro que foi utilizado para sua instalação (N), substitui-se os valores na Equação (25).

N = 79690,96 / 981,73 N = 81,17 meses

N ≈ 82 meses

Como pode-se observar, o sistema é viável economicamente tendo em vista que o mesmo precisa de aproximadamente 6,83 anos de funcionamento para retornar o valor nele investido. E após esse período, o sistema irá obter uma economia de aproximadamente R$981,73 por mês na conta de energia elétrica geral do empreendimento.

Dividindo os valores globais de economia energética e economia financeira do empreendimento pelos vinte e oito apartamentos existentes, chega-se a conclusão de que a economia mensal, em termos financeiros, por apartamento, será de aproximadamente R$35,06 e em termos de energia elétrica, a economia mensal de cada apartamento será de aproximadamente 55,00kWh.

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CONCLUSÃO

Este trabalho propôs-se a analisar a viabilidade técnica e econômica da implantação de um sistema de aquecimento solar térmico de água para o Edifício Mount Saint Michel, localizado em Curitiba – Paraná - Brasil. Os cálculos realizados ao decorrer do presente trabalho demonstram que é possível a instalação do sistema no edifício em questão. O sistema utilizado foi dividido em dois, nomeados sistema 1 e sistema 2. Tanto o sistema 1 quanto o sistema 2 possuem onze coletores solares de tubo a vácuo interligados em série, uma bomba hidráulica para ajudar na circulação do termossifão e um boiler de 1.500L. Para minimizar o desperdício de água, instalaram-se duas bombas hidráulicas no primeiro pavimento da edificação. O funcionamento da bomba dá-se por timer, dessa forma quando a água da tubulação da prumada esfriar, a bomba no primeiro pavimento faz circular a água quente do boiler para a prumada e a água morna da prumada para o boiler.

Algumas dúvidas importantes a serem esclarecidas após a confirmação de que é possível a instalação são: quanto custaria para ser instalado esse sistema, quanto, financeiramente falando, seria economizado de energia elétrica e quanto tempo seria necessário para que o valor da instalação do sistema de aquecimento solar térmico fosse amortizado na conta de luz do empreendimento em questão.

Conclui-se que o custo para a instalação completa desse sistema é de R$79.690,96. Em um mês, seriam economizados 1.540,12kWh de energia elétrica, o

que corresponde atualmente a R$981,73 e o tempo necessário para que o custo de implantação do sistema de aquecimento solar térmico fosse diluído na conta de energia elétrica do condomínio é de aproximadamente 6,83 anos. Sabendo que existem 28 (vinte e oito) apartamentos no edifício, o custo de implantação desse projeto seria de R$2.846,11 por apartamento, tendo, cada um deles, uma economia de R$35,06 mensais após os 6,83 anos, o que corresponde atualmente em nosso cenário à 55,00kWh de energia elétrica por mês.

Portanto, a instalação do sistema de aquecimento solar térmico, neste trabalho projetado, é tecnicamente e economicamente viável para a situação em que vivemos hoje.

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