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Parte II – Contributos da coavaliação entre pares na resolução de problemas

4. Apresentação e discussão dos resultados

4.1. Resultados do estudo piloto

4.1.1. A resolução de problemas

Em seguida apresentam-se os resultados de cada uma das etapas da resolução de problemas propostos no estudo piloto, obtidos a partir da análise das tabelas onde estão representados os níveis nos quais estão os alunos. Cada valor das tabelas abaixo representa o total de alunos no respetivo nível. É de realçar que no primeiro problema (Tabela 4) os alunos que participaram foram menos, pois houve alunos que realizaram o problema no apoio e um que faltou.

Tabela 4 - Resultados da avaliação do problema 1

Seleção pertinente dos dados Seleção da estratégia Execução da estratégia Correção e completude da solução Nível 1 1 7 8 11 Nível 2 7 9 8 1 Nível 3 10 2 2 6

Na Tabela 4 estão apresentados os resultados obtidos com a avaliaçãodo primeiro problema que foi realizada pela investigadora, utilizando a grelha de avaliação de problemas do ME. Neste caso, é visível que a maioria dos alunos conseguiu atingir o nível 3 no que respeita a seleção pertinente dos dados. Ao nível da estratégia estão em níveis inferiores, designadamente nos níveis 1 e 2. Por último, na correção e completude da solução, ou seja, a resposta, a maioria dos alunos encontra-se no nível 1.

De seguida é apresentada a Tabela 5 onde estão apresentados os resultados do segundo problema de coavaliação e, no qual todos os alunos participaram e resolveram na aula de Matemática, daí o número de alunos ser diferente dos que participaram na implementação do problema 1.

Tabela 5 - Resultados da coavaliação do problema 2 Seleção pertinente

dos dados Estratégia

Correção e completude da solução

Nível 1 5 (4) 6 7

Nível 2 7 7 4

Nível 3 11(12) 10 12

Neste caso é visível que a maioria dos alunos conseguiu atingir o nível 3 no que respeita a seleção pertinente dos dados, na estratégia e na avaliação e completude da solução, ou seja, a resposta. Os critérios para a avaliaçãoforam os mesmos, mas como representado na tabela, a estratégia não foi separada em seleção e execução. Por outro

lado, estão registados valores entre parênteses que correspondem às respostas que foram obtidas com a avaliação da investigadora por não se encontrarem avaliadas corretamente.

Tabela 6 - Resultados da coavaliação do problema 3 Seleção pertinente

dos dados Estratégia

Correção e completude da solução

Nível 1 10 (18) 8(7) 14 (15)

Nível 2 6 (4) 8 (12) 2

Nível 3 7 (1) 7 (4) 7

Na Tabela 6 estão apresentados os resultados obtidos com o segundo momento de coavaliação entre os alunos. Neste caso é visível que a maioria dos alunos só atingiu o nível 1 no que respeita a seleção pertinente dos dados e correção e completude da solução. No caso da estratégia os alunos estão maioritariamente no nível 2, contudo é de ter em conta os números registados entre parênteses que se referem às avaliações incorretamente dadas pelos alunos.

Seleção pertinente dos dados

Avaliando esta parte da resolução de problemas, e comparando o problema 1 com o problema 2, alguns alunos evoluíram e outros conseguiram manter-se no mesmo nível. Do problema 2 para o problema 3 foram menos as evoluções, bem como, os alunos que mantiveram o mesmo nível. No geral, confrontando os três problemas não se verifica uma continuidade que talvez seja devida a erros nas avaliações dos alunos no momento da coavaliação entre pares.

Estratégia

Do problema 1 para o problema 2 a maioria dos alunos evoluíram na execução da estratégia, enquanto os que regrediram foram uma minoria. Do problema 2 para o problema 3 os alunos que evoluíram e os que se mantiveram foram poucos. Verifica-se que a grande maioria regrediu. Através da observação, a investigadora aponta para a hipótese de esta regressão estar associada à dificuldade dos alunos no conteúdo programático do problema 3. Comparando os três problemas pode-se dizer que apenas dois alunos evoluíram em todos os problemas, mas na maioria há uma estabilidade. Não se sabe se se deve à compreensão da avaliação ou dos problemas em si.

Correção e completude da solução

Do problema 1 para o problema 2 houve mais alunos a evoluírem e a estabilizar, isto talvez se deva aos alunos terem mais facilidade em dar a resposta. Do problema 2 para o problema 3 houve uma grande parte dos alunos a manter o nível e outros a diminuir, poucos

foram os que evoluíram. Não esquecendo que a maioria dos alunos ficou nos níveis 1 e 2, pois os alunos demonstraram algumas dificuldades.

Uma das razões para surgirem dúvidas na coavaliação e os alunos sentirem mais dificuldade foi o facto de serem problemas com conteúdos diferentes, pois os alunos têm mais dificuldades em certos conteúdos. Para além dos conteúdos alguns alunos têm dificuldades na própria resolução de problemas. No estudo propriamente dito talvez seja uma hipótese propor os problemas todos do mesmo conteúdo programático.

Por parte dos alunos surgiram algumas dificuldades em perceber a avaliação e a tabela, o que obrigou a uma explicação em maior detalhe, houve também uma confrontação com diferentes hipóteses para que percebessem o que era uma resposta correta, uma resposta errada e uma com algumas partes certas e outras erradas. Ou seja, surgiram algumas dúvidas e dificuldades por parte dos alunos na maneira correta de avaliar um problema a aplicar os critérios de avaliação o que pode ter influenciado os resultados.

Com a análise das tabelas de avaliação fornecidas aos alunos verificou-se que para a comparação de níveis ser mais próxima da avaliação que a investigadora faz, há uma necessidade de adaptação da tabela, criando nesta mais um parâmetro.

4.1.2. O feedback que os alunos dão aos colegas

Através da análise das tabelas e dos problemas avaliados pelos alunos, conseguiu- se verificar que alguns deles conseguiram dar ao colega um feedback positivo ou mesmo um elogio, outros não o fizeram. Outros alunos fizeram um comentário dirigido à investigadora e não ao par que avaliaram.

Na Figura 28 está representado um caso de um aluno que avaliou o seu par e deu um feedback de modo a alertá-lo para o que falta e o que tem de melhorar.

Figura 28- Tabela de avaliação de um par de alunos

No caso apresentado na Figura 29 o feedback que foi fornecido ao colega foi um elogio ao que o aluno fez, ou seja, um reforço positivo para o aluno. O reforço positivo é

bastante importante para que os alunos tenham uma perspetiva do que acertam e para poderem continuar com um bom trabalho.

Figura 29- Tabela de avaliação de um par

4.1.3. Síntese/Reflexão

Após a aplicação do estudo piloto existiu um momento de reflexão a nível da aplicação dos problemas assim como a tabela de avaliação e ainda o modo de apresentação destes elementos. Uma das mudanças que foi pensada e refletida para ajudar os alunos a inteirarem-se com mais facilidade dos critérios de avaliação, foi ter optado por colocar a tabela junto ao problema e assim haver uma melhor interpretação dos mesmos. Por outro lado, a tabela sofreu adaptações para estar de acordo com a tabela do ME utilizada como base de construção da mesma e, porque os alunos deveriam chegar à conclusão que a seleção da estratégia e a execução da mesma são dois momentos distintos.

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