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RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS ÀS ASSISTENTES OPERACIONAIS

CAPÍTULO I CONTEXTUALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

4. OPÇÕES METODOLÓGICAS

4.10. RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS ÀS ASSISTENTES OPERACIONAIS

Foram entregues às assistentes operacionais que trabalham nesta instituição três questionários que foram preenchidos pelas mesmas. Trata-se de três pessoas do género feminino e situam-se na idade entre 26 e 45 anos: 2 estão na idade entre 26 e 30 anos e uma entre os 41 e 45 anos. Duas delas podemos considerar que são assistentes operacionais bastante jovens. A mais idosa e a única pertencente ao quadro de trabalho definitivo.

Ao nível das habilitações académicas, verificamos que duas das inquiridas possuem escolaridade superior a nível da licenciatura e a outra tem apenas o 1º Ciclo do Ensino Básico. Como não são exigidas habilitações mínimas para desempenhar estas funções, encontramos estas disparidades de habilitações nesta profissão, mesmo com habilitação acima do necessário, isto poderá dever-se à falta de emprego na área específica para quem tem formação.

Quanto ao tempo de serviço na área, duas das inquiridas, as mais jovens, possuem uma menos de cinco anos de trabalho enquanto a outra delas possui entre onze a quinze anos de serviço.

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Em relação à questão: Já alguma vez trabalhou com uma criança autista? Constata-se que nenhuma das inquiridas trabalhou com crianças autistas. No que concerne ao trabalho com uma criança com autismo e tratando-se de uma zona rural do interior, compreende-se que assim seja e que o apoio a crianças com necessidades educativas especiais seja pouco em lugares onde a interioridade e as distâncias dos grandes centros de decisão ainda é um facto altamente negativo. Pelo menos não ajuda! Portanto é natural que os profissionais desta área nunca tenham tido contacto com uma criança com autismo também talvez devido ao reduzido número de casos numa zona com fraca densidade populacional.

Sobre a questão: Sente-se preparada para trabalhar com uma criança autista? Duas das inquiridas afirmam não se sentirem nada preparadas para trabalhar com uma criança autista e apenas uma refere que se sente um pouco preparada, talvez devido ao maior número de anos de serviço a trabalhar com diferentes crianças. Constatamos que nesta zona existe falta de oferta local e motivação para a frequência de acções de formação e de cursos especializados para formar especialistas. Falta apoio logístico e financeiro para quem se propõe aprender mais.

Em relação à questão: Em sua opinião, deveria ter alguma formação adequada para trabalhar com uma criança autista? Todas as inquiridas afirmaram não possuírem formação adequada. O desenvolvimento de qualquer actividade profissional será sempre mais bem sucedida e ter algum êxito com os conhecimentos adequado a cada situação. As crianças não são balões de ensaio e os conhecimentos empíricos não são solução. A cada especialidade deverá corresponder a formação adequada, bem fundamentada e com algum rigor científico.

Quanto à questão, se Desenvolve algum trabalho de parceria? E se sim com quem? As duas inquiridas responderam que sim, e que era com a educadora de Infância da sala, por ser aquela com quem contactam diariamente e com quem mantêm ligações de trabalho e problemas comuns. Não existindo outros técnicos na localidade, o trabalho em parceria pode apresentar-se mais profícuo pela oportunidade que proporciona de troca de impressões entre os elementos do grupo, ajuda mútua, discussão de como aplicar estratégias para o desenvolvimento da criança.

As respostas à pergunta Fora da sala de aula consegue dar resposta às necessidades básicas da criança com autismo? As três inquiridas responderam que só conseguem dar respostas às necessidades básicas da criança com autismo às vezes, porque, na maior parte dos casos, não sabem como lidar com o comportamento e

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atitudes da criança. Falta a formação indispensável à resposta imediata de apoio e auxílio. Cada adulto tentará enfrentar a situação com a sua afectividade e emoção, mas tal não é suficiente nem idóneo para casos que se espera sejam acompanhados, à medida que a criança necessita de apoio mais específico e que o adulto deverá ter capacidade de resposta.

As duas inquiridas consideram que a criança não está integrada no grupo e manifesta muitas dificuldades para participar nas actividades por sua iniciativa. Apenas participa quando solicitada e, na maior parte das vezes, só depois de muita insistência e motivação. Verifica-se que esta criança se auto exclui das actividades, preferindo ficar só. Isto demonstra as dificuldades de integração de uma criança com PEA com as restantes crianças, revelando-se mesmo a principal dificuldade. Apesar de um bom trabalho que se faça com as actividades mais aconselháveis, mesmo assim este processo pode não resultar e demorar bastante tempo.

Sobre a questão se, Considera que o grupo aceita esta criança? As duas inquiridas afirmaram que os colegas de sala aceitam muito bem esta criança entre si e são muito receptivos e cooperantes. Isto só demonstra o bom trabalho que se tem feito com o grupo de crianças na sala para a integração da criança.

Na análise à questão se os espaços físicos são adequados? As duas inquiridas afirmaram que não são adequados. Quanto aos espaços físicos, depreende-se que deveria haver espaços próprios para o atendimento desta criança. Duas inquiridas referiram que os materiais existentes na sala não são os mais adequados e uma respondeu que são pouco adequados. Pelas respostas verifica-se que deveria haver na sala espaços e materiais adequados para se trabalhar melhor com esta criança.

Na questão: A criança tem apoio semanal de uma professora especializada em educação especial, às terças e quartas-feiras/manhã. Acha que o apoio é suficiente? Todas as inquiridas responderam, que o apoio dado a esta criança pela professora do Ensino Especial é insuficiente, não devido à qualidade de trabalho da professora, mas sim devido ao pouco tempo que tem disponível para trabalhar com ela. A qualidade e o apoio prestado pela equipa de educação especial melhorará com mais horas de trabalho e apoio persistente, desde que a criança responda positivamente, isto é, sem denotar cansaço físico e intelectual às solicitações dos profissionais e horários de apoio.

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