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segundo nível de complexidade, além de decompor o bloco, deve se procurar decompor a declaração da função global e, para isso,

SUBSISTEMA DE POTÊNCIA 1 Fornecer a vazão

7.1 RESULTADOS E CONTRIBUIÇÕES

O desenvolvimento deste trabalho trouxe como resultado um modelo para a análise de falhas e confiabilidade que permite a integração de diferen- tes técnicas consagradas, tendo como base a FMEA, utilizando-se de outras técnicas para auxiliar no levantamento de informações, elicitação do conhe- cimento e alcançar o nível de detalhes necessário para alcanças os objetivos estabelecidos para a análise.

Como a abordagem da confiabilidade depende do contexto em que o produto está inserido, a primeira tarefa para a utilização das técnicas é a definição do escopo de análise, contribuindo para estabelecer de forma clara algumas questões importantes como: qual o nível de detalhamento desejado, qual a disponibilidade de dados sobre o sistema técnico, em qual fase do ciclo de vida o sistema se encontra, quais fases devem ser consideradas na análise, quais técnicas devem ser utilizadas (de acordo com o nível de detalhamento), etc.

Ao utilizar o modelo proposto para analisar o sistema hidráulico de acionamento (SHA) do leme do navio Itabuna foi possível perceber que a definição clara do escopo permitiu, por exemplo, limitar o levantamento dos efeitos dos modos de falhas identificados até a não movimentação dos cilin- dros hidráulico ou sua movimentação fora de especificação. No escopo tam- bém foi definido que a análise se limitaria apenas ao sistema técnico, ou seja, os processos envolvidos em sua operação e manutenção não foram abordados, caso contrário seria necessário aplicar a técnica IDEF0 para o detalhamento dos processos e identificação de possíveis modos de falha.

Um problema comum, principalmente quando se utiliza a FMEA está relacionada ao tipo de abordagem da técnica: funcional ou estrutural. Con- forme foi exposto no Capítulo 4 a existência destes dois tipos de abordagens pode resultar na dificuldade para os analistas em identificar o que se caracte- riza como um modo de falha, uma causa ou um efeito. Para contornar este problema, o modelo proposto estabelece a análise sob uma abordagem funci- onal.

Seguindo esta abordagem, o desdobramento do sistema técnico em subsistemas e componentes, e a identificação de suas funções (de acordo com os passos apresentados na Figura 5.2) trouxe dois benefícios principais, a saber:

• Permite analisar os subsistemas e componentes separadamente para en- tão relacionar as análises e obter um modelo para o sistema global. • Permite integrar as técnicas para obter resultados de acordo com o nível

De fato, ao seguir os passos para a definição das funções dos subsis- temas e componentes desdobrados do SHA foi possível perceber que os sub- sistemas identificados (potencia, isolamento e atuação) podem ser facilmente relacionados dentro da análise, pois estabelecendo-se uma relação sequencial entre as funções dos subsistemas, o modo de falha de um dado subsistema atua como causa do modo de falha do subsistema seguinte e assim sucessi- vamente. Este relacionamento pode ser facilmente observado ao utilizar a técnica CNEA para modelar os modos de falha, causas e efeitos do sistema global. É importante destacar também que analisar separadamente os subsis- temas é vantajoso quando se trata de subsistemas complexos, uma vez que reduz a quantidade de informações que devem ser gerenciadas simultanea- mente.

A utilização da técnica CNEA para o levantamento das causas, efei- tos e barreiras dos modos de falha identificados para as funções do sistema técnico mostrou-se bastante aderente às planilhas de FMEA, o que permitiu a integração entre as duas técnicas de forma direta. Além disso, a CNEA é uma técnica que conta com recursos gráficos para a representação dos eventos mo- delados, o que facilita o entendimento e elicitação do conhecimento, além de trazer mais detalhes em comparação com as planilhas de FMEA, pois permite relacionar os diferentes eventos dentro da cadeia causal.

O modelo apresentado oferece ainda grande flexibilidade ao analista sobre como detalhar o sistema técnico. A maneira como é feito o relaciona- mento entre os subsistemas e componentes identificados, por meio de suas funções, permite que o analista decida por detalhar ou não um subsistema – de acordo com critérios como disponibilidade de informações, tempo e recur- sos para a análise, etc –, sem comprometer a obtenção de um modelo para o sistema global. Nestes casos, pode-se apenas identificar os modos de falha deste subsistema, que atuarão como causas dos modos de falha do subsistema seguinte. Além disso, pode-se optar por utilizar as técnicas FTA e redes baye- sianas para detalhar ainda mais uma causa ou obter resultados quantitativos, respectivamente.

Assim, pode-se concluir que os objetivos apresentados para este tra- balho no Capítulo 1 foram devidamente alcançados. As principais técnicas de análise de falha presentes na literatura foram estudas, sendo identificadas suas vantagens e limitações, o que possibilitou estruturar uma forma ade- quada para seu uso combinado, cujo exemplo de aplicação está apresentado no Capítulo 6. A utilização das técnicas foi sistematizada, permitindo uma maior racionalidade no processo de análise, facilitando o entendimento dos analistas e possibilitando a adequação do modelo aos resultados esperados.

Vale ressaltar ainda que as técnicas selecionadas de fato se comple- mentam e permitem sanar algumas limitações encontradas quando são apli-

cadas separadamente. A dificuldade de entendimento devido à organização das informações em forma de tabela, encontrada na técnica FMEA, pôde ser solucionada utilizando-se a CNEA para representar os elementos da cadeia causal. Por outro lado, as duas técnicas não permitem a obtenção de dados quantitativos, o que foi solucionado por meio da utilização das técnicas FTA e redes bayesianas. Portanto, pode-se perceber que a utilização do modelo pro- posto traz benefícios tanto pelo detalhamento do sistema técnico, quanto pela organização do processo de análise e das informações obtidas. Isso permite comparar de maneira mais ágil diferentes configurações do sistema técnico durante o projeto, ou ainda aplicar engenharia reversa; melhorar o conheci- mento sobre o sistema técnico, auxiliando o planejamento da manutenção; facilita a capacitação tanto dos projetistas sobre o processo de projeto para confiabilidade, quanto de pessoas envolvidas na operação e manutenção do sistema técnico.