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RESULTADOS E DISCUSSÃO

CAPÍTULO 2 Características da anatomia foliar de

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As folhas da bananeira em secção transversal possuem mesofilo dorsiventral com o parênquima paliçádico voltado para a epiderme da face adaxial, encontrando-se logo abaixo da hipoderme da face adaxial e o parênquima esponjoso voltado para a epiderme da face abaxial (Figura 1). A espécie é classificada como anfi-hipoestomática por apresentar estômatos em ambas as faces, porém, com maior densidade na face abaxial.

Figura 1 Secção transversal de folha de bananeira (Musa spp), ilustrando a organização dos tecidos. e ada = epiderme adaxial, e aba = epiderme abaxial, h ada = hipoderme adaxial, h aba = hipoderme abaxial, pp = parênquima paliçádico, pl = parênquima lacunoso. Barra = 50 µm.

Houve diferenças significativas na interação genótipos x malhas coloridas para todas as características avaliadas. Para espessura da epiderme da face adaxial, verifica-se que todos os genótipos comportaram-se igualmente sob as malhas azul e preta, porém, os mesmos assumiram algumas diferenças de espessura quando se observa o ambiente sob as malhas branca e vermelha (Tabela 1). Os genótipos Maçã e Princesa apresentaram maior espessura de epiderme da face adaxial sob malha branca, enquanto, sob a malha vermelha, a maior espessura foi encontrada para o genótipo Caipira. Thap Maeo e PA 42-44 não apresentam diferença significativa em nenhuma das malhas. De modo geral,

todos os genótipos apresentaram maior desenvolvimento da espessura da epiderme adaxial quando submetidos ao cultivo sob malha branca, à exceção do genótipo Caipira, que apresentou melhores resultados sob malha vermelha. Costa et al. (2010) não encontraram diferença significativa para espessura da epiderme da face adaxial em Ocimum selloi, porém, os autores observaram maiores valores para epiderme da face adaxial sob malha azul, quando comparada à malha vermelha. O mesmo foi observado para a face abaxial. Esses resultados são similares aos encontrados no presente trabalho.

Tabela 1 Espessura da epiderme das faces adaxial e abaxial dos cinco genótipos de bananeira quando cultivados sob diferentes qualidades de radiação. UFLA, Lavras, MG, 2011.

MALHA Epiderme adaxial (µm) GENÓTIPO A B P V Maçã 16,32 aB 18,79 aA 16,90 aB 14,57 cC Thap Maeo 15,76 aA 13,92 bA 14,42 aA 14,51 cA Caipira 16,70 aB 17,27 aB 16,30 aB 19,08 aA PA 42-44 17,26 aA 15,80 bA 16,69 aA 16,70 bA Princesa 16,43 aB 17,97 aA 15,39 aB 15,05 cB CV (%) 19,57 Epiderme abaxial (µm) A B P V Maçã 14,32 bB 16,65 aA 15,02 aB 13,83 aB Thap Maeo 12,65 cA 12,26 cA 13,18 bA 13,34 aA Caipira 14,54 bB 16,73 aA 15,93 aA 14,45 aB PA 42-44 17,12 aA 14,70 bB 15,74 aB 15,48 aB Princesa 15,79 aA 14,00 bB 13,06 bB 14,30 aB CV (%) 18,38

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. A- azul, B- branca, P- preta e V- vermelha.

No caso da epiderme da face abaxial, todas as variedades comportaram- se igualmente, quando cultivadas sob tela vermelha. Para as demais malhas, diferentes valores foram observados. Os genótipos PA 42-44 e Princesa apresentaram maiores espessuras na tela azul, enquanto Maçã e Caipira se destacaram sob malha branca. Thap Maeo não apresentou diferença significativa em nenhuma das malhas. Os genótipos PA 42-44 e Princesa pertencem ao mesmo grupo genômico (AAAB), o que pode ter contribuído para o comportamento similar exibido por elas.

De modo geral, as malhas branca e azul foram as que favoreceram um maior desenvolvimento da epiderme da face abaxial. Em todos os tratamentos, a epiderme da face adaxial apresentou-se mais espessa que a epiderme abaxial, o que também foi relatado por Martins et al. (2009), em ensaio com alfavaca-cravo sob malhas coloridas.

Costa et al. (2010), em trabalho realizado com a espécie Ocimum selloi (Lamiaceae), observaram que as malhas azul e vermelha não alteraram a espessura da epiderme da face adaxial. No presente trabalho, foi possível observar que as referidas malhas influenciaram a espessura da epiderme. Quase todos os genótipos de bananeira cultivados sob malha branca apresentaram maior espessura, tanto da epiderme da face adaxial como da abaxial.

Para espessura da hipoderme das faces adaxial e abaxial também ocorreram diferentes comportamentos dos genótipos sob as malhas (Tabela 2). Todos os genótipos apresentaram maior espessura da hipoderme da face adaxial sob malha branca, à exceção de PA 42-44, que apresentou melhores resultados sob malha azul.

Tabela 2 Espessuras da hipoderme das faces adaxial e abaxial dos cinco genótipos de bananeira, quando cultivados sob diferentes qualidades de radiação. UFLA, Lavras, MG, 2011.

MALHA Hipoderme adaxial (µm) GENÓTIPO A B P V Maçã 58,65 bB 71,98 aA 53,67 bC 60,82 bB Thap Maeo 53,01 cB 61,00 bA 55,75 bB 51,94 cB Caipira 63,23 bB 75,77 aA 54,91 bC 53,60 cC PA 42-44 83,68 aA 70,75 aC 67,59 aC 76,58 aB Princesa 59,32 bB 66,15 bA 49,47 bC 54,66 cC CV (%) 13,90 Hipoderme abaxial (µm) A B P V Maçã 58,41 aA 48,99 bB 54,82 aA 56,24 aA Thap Maeo 43,18 cA 42,23 cA 44,30 bA 46,33 bA Caipira 50,79 bB 57,36 aA 52,98 aA 46,39 bB PA 42-44 62,80 aA 50,83 bB 53,93 aB 53,84 aB Princesa 50,80bA 43,48 cB 43,48 bB 46,92 bA CV (%) 16,46

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. A- azul, B- branca, P- preta e V- vermelha.

A hipoderme tem importância na proteção do parênquima paliçádico do excesso de radiação solar, principalmente nos períodos de maior incidência de luz sobre a folha (BOEGER; PIL; BELÉM FILHO, 2007). Tal fato pode explicar a maior espessura da hipoderme sob malha branca neste trabalho. Especula-se que a malha branca proporcione um ambiente mais fresco e de maior umidade, devido à reflectância de todos os comprimentos de onda. Já na face abaxial observou-se que Princesa e PA 42-44 apresentaram hipoderme maior, quando cultivadas sob tela azul, enquanto Caipira teve maior destaque sob malhas branca e preta. Thap Maeo não apresentou diferenças na espessura sob as diferentes malhas. De modo geral, as malhas branca e azul

proporcionaram melhores respostas em relação ao aumento da hipoderme. Segundo Castro et al. (2009), a hipoderme não tem atividade fotossintética relevante, porém, pode atuar acumulando água e, dessa forma, disponibilizá-la nos processos fotossintéticos.

As malhas coloridas também influenciaram o desenvolvimento dos parênquimas paliçádico e esponjoso (Tabela 3).

Tabela 3 Espessuras dos parênquimas paliçádico e esponjoso dos cinco genótipos de bananeira, quando cultivados sob diferentes qualidades de radiação. UFLA, Lavras, MG, 2011.

MALHA Parênquima paliçádico (µm) GENÓTIPO A B P V Maçã 56,10 bB 64,17 cA 58,30 bB 59,99 cB Thap Maeo 63,49 aB 73,60 bA 60,95 bB 65,61 bB Caipira 57,37 bC 64,19 cB 69,01 aA 60,36 cC PA 42-44 67,63 aB 78,29 aA 71,93 aB 71,79 aB Princesa 63,54 aB 72,40 bA 66,80 aB 73,47 aA CV (%) 10,57 Parênquima esponjoso (µm) A B P V Maçã 40,92 cA 40,72 cA 43,01 cA 36,40 cB Thap Maeo 38,90 cB 37,96 cB 44,60 cA 45,19 aA Caipira 41,94 cB 43,79 bB 59,30 aA 42,04 bB PA 42-44 50,66 aA 48,92 aA 53,71 bA 49,79 aA Princesa 45,34bA 43,78 bA 47,51 cA 47,69 aA CV (%) 15,11

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. A- azul, B- branca, P- preta e V- vermelha.

Todos os genótipos, à exceção de Caipira, apresentaram maior espessura do parênquima paliçádico quando cultivados sob tela branca. O genótipo Princesa também se comportou igualmente sob malha vermelha.

Quanto à espessura do parênquima esponjoso, também se observou que os genótipos apresentaram respostas diferenciadas quanto às malhas utilizadas. Os genótipos PA 42-44 e Princesa não apresentaram diferenças significativas em relação à espessura. Caipira apresentou melhor desenvolvimento do parênquima esponjoso, quando cultivado sob tela preta. O genótipo Maçã comportou-se igualmente nas telas azul, branca e preta e Thap Maeo obteve melhores respostas quanto à espessura do parênquima esponjoso sob malhas preta e vermelha. Esse parênquima é rico em espaços intercelulares, que são importantes para o armazenamento de gases. Uma quantidade considerável de gases pode entrar no mesofilo e ficar retida nos espaços intercelulares, podendo ser fixado posteriormente o CO2, pelo parênquima paliçádico (CASTRO et al., 2009). O

aumento do parênquima esponjoso, portanto, contribui para um aumento da área disponível para absorção de CO2 (com posterior assimilação), a qual é, muitas

vezes, maior do que a superfície externa da folha.

De acordo com Alquini et al. (2006), os parênquimas paliçádico e esponjoso são parênquimas clorofilianos ou assimiladores que têm a capacidade de serem fotossintetizantes. Isso se deve à presença de cloroplastos que, por sua vez, convertem energia luminosa em química, armazenando-a na forma de carboidratos. Desta forma, um maior desenvolvimento desses tecidos pode resultar em maior eficiência fotossintética, o que pode colaborar para o crescimento rápido da planta durante a fase de aclimatização. É esperado que quanto mais espesso o parênquima paliçádico, maiores sejam também as taxas fotossintéticas (BOLHAR-VORDENKAMPF; DRAXLER, 1993), processo esse fundamental ao crescimento e ao desenvolvimento vegetal. Normalmente, o parênquima paliçádico é mais desenvolvido que o parênquima esponjoso. Esse fato otimiza a fotossíntese e diminui os espaços intercelulares do parênquima esponjoso, reduzindo a disponibilidade de vapor de água sujeito à transpiração (CASTRO et al., 2009).

Martins et al. (2009) observaram que, em folhas de alfavaca-cravo, o parênquima esponjoso foi mais espesso que o parênquima paliçádico em todas as malhas, o que não foi observado neste trabalho, no qual o parênquima paliçádico apresentou maior espessura.

Trabalhando com Ocimum selloi, Costa et al. (2010) observaram que a espessura do parênquima paliçádico não se alterou devido ao sombreamento com malhas azul e vermelha, porém, o parênquima esponjoso tornou-se mais espesso nessas condições. No presente trabalho, o parênquima esponjoso apresentou respostas diferenciadas, dependendo do genótipo analisado. Maior espessura desse tecido pode favorecer o armazenamento de CO2 nos espaços

intercelulares (CASTRO; PEREIRA; PAIVA, 2009).

Dimassi-Theriou e Bosabalidis (1997) observaram que a espessura do parênquima paliçádico aumentou quando plantas de kiwi foram submetidas à alta radiação solar. No presente trabalho, o parênquima paliçádico foi mais espesso sob malha branca, para a maioria dos genótipos. A malha branca não interfere no espectro da luz irradiada, ou seja, não há modificação na qualidade da radiação, mas sim na quantidade. Em ambientes mais frescos, o espessamento do parênquima paliçádico é favorecido, de forma que essas modificações podem viabilizar a atividade fotossintética (BOEGER; PIL; BELÉM FILHO, 2007; HABERLANDT, 1990). A redução na espessura do parênquima ocorre para que a luz chegue às camadas mais internas da folha, pois, com o sombreamento, a intensidade da radiação diminui. Ao mesmo tempo, a folha aumenta sua área para otimizar a captação de luz (EVANS, 1999).

Em relação às características estomáticas, também foi possível encontrar efeitos significativos na interação genótipos x telas coloridas (Tabela 4).

Tabela 4 Densidades estomáticas das faces adaxial e abaxial dos cinco genótipos, quando cultivados sob diferentes qualidades de radiação. UFLA, Lavras, MG, 2011.

MALHA

Densidade estomática adaxial (est./mm2)

GENÓTIPO A B P V Maçã 10 aA 12 cA 8 cB 8 aB Thap Maeo 9 aC 15 aA 11 aB 10 aB Caipira 7 bB 10 cA 6 dB 9 aA PA 42-44 7 bC 15 aA 10 bB 9 aB Princesa 6 bC 13 bA 9 bB 8 aB CV (%) 30,76

Densidade estomática abaxial (est./mm2)

A B P V Maçã 45 bB 58 aA 47 aB 44 dB Thap Maeo 51 aB 49 bB 47 aB 109 aA Caipira 35 cD 60 aB 53 aC 83 cA PA 42-44 43 bB 49 bA 49 aA 43 dB Princesa 46 bC 53 bB 44 aC 97 bA CV (%) 16,81

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. A- azul, B- branca, P- preta e V- vermelha.

O genótipo Maçã apresentou maior densidade estomática da face adaxial sob as malhas azul e branca, enquanto Caipira mostrou valores maiores para essa característica sob malhas branca e vermelha. Os demais genótipos apresentaram melhores respostas sob malha branca (Figura 2). Para a face abaxial, os genótipos Thap Maeo, Caipira e Princesa apresentaram maiores valores de densidade estomática sob malha vermelha (Figura 3). Braga et al. (2009) relatam que a densidade estomática da face abaxial de plantas de Dendranthema

grandiflorum foi maior sob malha vermelha, quando comparadas à azul e à

preta. Em folhas de alfavaca-cravo, as maiores densidades da face abaxial foram verificadas sob malhas vermelha e preta (MARTINS et al., 2009).

Costa et al. (2010) relataram que, na espécie Ocimum selloi, não houve diferença significativa quanto à densidade estomática da face abaxial, quando as plantas foram submetidas às malhas azul e vermelha, porém, leve superioridade da densidade estomática da face adaxial foi encontrada nas plantas mantidas sob malha vermelha. A malha branca, provavelmente, proporciona um ambiente favorável, em termos de umidade e temperatura, que influencia a maior densidade estomática observada neste trabalho.

Figura 3 Seções paradérmicas da superfície adaxial de folhas do genótipo PA 42-44 sob as diferentes malhas. I. malha azul, II. malha branca, III. malha preta, IV. malha vermelha. Barra = 100 µm.

III IV

II I

Figura 4 Seções paradérmicas da superfície abaxial de folhas do genótipo Caipira, sob as diferentes malhas. I. malha azul, II. malha branca, III. malha preta, IV. malha vermelha. Barra = 100 µm.

As variações das densidades estomáticas em ambas as faces da epiderme mostram a plasticidade anatômica dos genótipos de bananeira, em função do ambiente de cultivo. Geralmente, o aumento da densidade estomática apresenta relação com uma maior condutância estomática, minimizando, assim, efeitos prejudiciais à fotossíntese, em diferentes condições de cultivo (LIMA JÚNIOR et al., 2006), além de aumentar a captação de CO2, possibilitando maior taxa

fotossintética (NIINEMETS; TENHUNEN, 1997).

A relação diâmetro polar/diâmetro equatorial (DP/DE) pode indicar a funcionalidade dos estômatos (CASTRO et al., 2009). A relação DP/DE da face adaxial foi maior que os respectivos valores para a face abaxial, tendo, nesta

I II

última, essa relação tido os maiores valores nas malhas azul, branca e vermelha (Tabela 5).

Tabela 5 Relação DP/DE das faces adaxial e abaxial dos cinco genótipos, quando cultivados sob diferentes qualidades de radiação. UFLA, Lavras, MG, 2011. MALHA DP/DE adaxial GENÓTIPO A B P V Maçã 1,83 dC 2,52 aA 2,06 bB 2,17 aB Thap Maeo 2,28 bA 2,17 bA 2,36 aA 2,23 aA Caipira 2,08 cB 2,49 aA 2,29 aB 2,19 aB PA 42-44 2,63 aA 2,51 aA 1,98 bB 2,17 aB Princesa 2,25 bA 2,28 bA 2,20 aA 2,40 aA CV (%) 17,34 DP/DE abaxial A B P V Maçã 1,95 bB 2,31 aA 1,90 aB 2,27 bA Thap Maeo 1,93 bC 2,22 aB 2,00 aC 2,70 aA Caipira 1,89 bA 2,19 aB 1,91 aA 2,17 bB PA 42-44 2,17 aA 2,31 aA 1,93 aB 1,94 cB Princesa 1,77 bB 2,03 aB 1,88 aB 2,50 aA CV (%) 17,46

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. A- azul, B- branca, P- preta e V- vermelha.

Os genótipos Thap Maeo e Princesa não apresentaram diferença significativa para relação DP/DE da face adaxial em nenhuma das malhas, enquanto Maçã, Caipira e PA 42-44 tiveram maiores valores sob a malha branca. Os resultados foram mais diversificados quanto à relação DP/DE da face abaxial, em que se observa que os genótipos Thap Maeo e Princesa apresentaram melhores respostas sob malha vermelha, Caipira e PA 42-44 sob

malha azul e Maçã sob malhas branca e vermelha. Sob as malhas branca e preta, os genótipos se comportaram de forma igual.

Martins et al. (2009) observaram que plantas submetidas ao sombreamento com malha azul apresentaram estômatos com maior relação DP/DE da face adaxial que as plantas cultivadas sob malha preta.

Khan et al. (2002) afirmam que a relação diâmetro polar e diâmetro equatorial (DP/DE) está associada ao formato das células-guarda, constituindo importante particularidade do funcionamento dos estômatos, visto que a forma elíptica (maior DP/DE) é característica de estômatos funcionais em relação à forma arredondada (menor DP/DE), que está associada a estômatos que não apresentam funcionalidade normal. No presente trabalho, verificou-se que os estômatos da face adaxial mostraram maior funcionalidade que os da face abaxial.

Costa et al. (2010) observaram que o diâmetro polar dos estômatos, em ambas as epidermes, não foi influenciado pelos tratamentos, enquanto o diâmetro equatorial variou de acordo com as telas, de forma que a tela vermelha aumentou o diâmetro dos estômatos da face abaxial, enquanto a tela azul aumentou o diâmetro dos estômatos da face adaxial.

4 CONCLUSÕES

A utilização de malhas coloridas durante a fase de aclimatização promove alterações anatômicas em plantas de bananeira dos genótipos Maçã, Thap Maeo, Caipira, PA 42-44 e Princesa.

Plantas do mesmo grupo genômico podem apresentar comportamento semelhante em determinadas características avaliadas.

Todas as malhas, exceto a preta, favorecem o desenvolvimento das características anatômicas, com destaque para a malha branca.

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CAPÍTULO 3

ESTABILIDADE GENÉTICA DE BANANEIRA ‘Ouro’ SUBMETIDA A TRATAMENTO PARA FORMAÇÃO DE MÚLTIPLOS BROTOS

RESUMO

As citocininas, a exemplo do 6-benzilaminopurina (BAP), desempenham papel de grande importância na indução e na formação in vitro de múltiplas brotações. Porém, doses muito elevadas deste regulador podem levar a problemas de variação somaclonal nos explantes. O presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a formação de múltiplas brotações a partir de

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