4. ANÁLISES DE DADOS
4.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A análise dos dados iniciou após a coleta, quando obtiveram-se as respostas
através do questionamento direcionado aos grupos de professores. A partir disso,
realizou-se a análise das repostas que foram agrupadas para facilitar o
entendimento e assim realizar o embasamento teórico de acordo com diversos
autores que abordam o tema em questão. A coleta de dados realizada na escola
pública com os professores foi adquirida através da aplicação de um questionário, o
qual foi entregue aos professores no momento em que não se encontravam em sala
de aula, no horário pedagógico, o que facilitou o recebimento imediato deste
instrumento. O questionário apresentava 10 (dez) questões todas direcionados aos
professores envolvidos diretamente com o aluno. Foram realizadas análises
quantitativas das questões fechadas do questionário e análise de conteúdo das
questões descritivas.
Os testemunhos ao longo desse estudo foram cuidadosamente analisados,
com o objetivo de responder a principal questão da pesquisa que é essencialmente
saber se os professores estão preparados para lidar com a interação entre o aluno
com Síndrome de Down na inclusão escolar, a preocupação foi também perceber a
aceitação da inclusão escolar de alunos com NEE no ensino regular por partes dos
educadores.
DADOS ACADÊMICO-POPULACIONAIS DOCENTES
Gráfico 1: Faixa etária
16%
32%
18 à 25
36%
26 à 30
16% 31 à 45
46 à 60
A amostra total, ou seja, (100%) dos participantes da pesquisa indicaram a
sua idade. Dessa forma quanto a faixa etária dos entrevistados ao analisarmos o
gráfico abaixo identificamos que a idade dos inquiridos varia entre uma idade mínima
de 18 anos e uma máxima de 60 anos, sendo a média correspondente como maioria
ficando entre 31 a 45 anos.
Gráfico 2: Sexo
Analisando a gráfico 2, 84% são do sexo feminino e 16 % são masculino.
16%
Masculino
Feminino
84%
Fonte: Dados da pesquisa (2016)
Quando os professores foram questionados sobre o entendimento a respeito
da Educação Inclusiva, estes responderam que:
Professor 1: É uma educação onde os portadores de necessidades educacionais
especiais,tem acesso ao ensino regular;
Professor 2: É uma educação na qual a criança com necessidades especiais tem acesso
ao ensino regular;
Professor 3: A educação que inclui crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência;
Professor 4: A educação que inclui crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência
na escola;
Professor 5: Educação para alunos que possuem alguma necessidade física ou mental;
Professor 6: Uma forma de educar todos juntos sem nenhum tipo de distinção; Professor
7:Que inclua crianças e adolescentes com deficiência no ambiente escolar; Professor 8:
Uma educação que atende a dificuldade e necessidade da criança que
apresenta algum distúrbio;
Professor 9: Educação que inclua crianças com algum tipo de deficiência; Professor 10:
uma educação que alunos normais e especiais são vistos como iguais,
Professor 11: Educação que inclua crianças e adolescentes com deficiência no ambiente
escolar;
Professor 12: Uma proposta para incluir crianças com algum tipo de deficiência no
ambiente escolar;
Professor 13: É a disposição da escola em atender a diversidade total das necessidades
dos alunos nas escolas comuns;
Professor 14: É uma educação que inclua qualquer tipo de deficiência;
Professor 15: uma educação voltada para todos normais ou com alguma deficiência;
(DADOS DA PESQUISA, 2016).
De acordo com a Constituição Federal de (1998) No seu artigo 206, inciso I,
estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um
dos princípios para o ensino e garante, como o dever do Estado, a oferta do
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino.
Com a garantia em Constituição da igualdade de direitos e de condições de
acesso e permanência na escola, como o caso do Brasil, surgiram convenções e
tratados internacionais reafirmando o direito de todos os seres humanos à igualdade,
enfatizando a proibição de discriminação em virtude de raça, religião, sexo e
deficiência.
Com o mesmo pensamento, Mantoan (1997 apud TRIACA, NUNEZ; ZILLY,
2011), defende a tese de que todas as crianças devem ser aceitas e acolhidas
independentemente de suas potencialidades e limitações. Gil (2005, p. 44) diz
simplesmente que, ao matricular uma criança com deficiência em uma classe comum, é
um ponto importante, porém não é o suficiente para que aconteça a inclusão.
“Educação Inclusiva pressupõe que todas as crianças tenham a mesma oportunidade
de acesso, de permanência e de aproveitamento na escola, independentemente de
qualquer característica peculiar que apresentem ou não”. (GIL, 2005, p. 44)
Nesse contexto é um processo em que se amplia a participação de todos os
estudantes nos estabelecimentos de Ensino Regular. Quando os professores foram
questionados de como eles veem um aluno com Síndrome de Down, eles
responderam que:
Professor 1: Aluno diferente, mas com os mesmos direitos de aprendizagem de um
normal; Professor 2: Um aluno carinhoso, sensível e com dificuldade de aprendizagem;
Professor 3: Amorosos, sensíveis e que apresentam dificuldades em sua aprendizagem;
Professor 4: Aluno que tem dificuldade de aprendizagem;
Professor 5: Aluno digno de atenção e consideração;
Professor 6: Criança com dificuldade, mas capaz de conviver na sociedade Professor 7:
Aluno que necessita de atenção devido a sua necessidade especial;
Professor 9: Aluno que requer bastante atenção;
Professor 10 Alunos que necessitam de cuidados especiais;
Professor 11: Crianças normais como todas as outras;
Professor 12: Aluno que precisa de ser acompanhado por um profissional capacitado
para compreende-lo em diversas situações em sala de aula; Professor 13: Aluno que
apresenta dificuldade de aprendizagem, mas que se socializa com as demais;
Professor 14:Criança com dificuldade de ser incluso na sociedade;
Professor 15: São alunos sensíveis, carinhosos e com uma vontade enorme de se
socializar. Em sua grande maioria apresentam dificuldade de aprendizagem, devido a
limitação de sua Síndrome. (DADOS DA PESQUISA, 2016).
De acordo com Rego (1998), torna-se necessária a interação entre os alunos
para a produção, desenvolvimento individual e uma consequente socialização,
fatores que cabem ao professor promove-las. Há um consenso de que a escola
regular propicia um ambiente escolar que possibilita um maior contato da criança
com SD com outras crianças de desenvolvimento típico, na mesma faixa etária.
Gráfico 5: Você já trabalhou com aluno portador de alguma necessidade especial?
( ) Sim ou ( ) Não
36%
Sim
64%
Não
Fonte: Dados pesquisa (2016).
Dos dados obtidos 64% dos educadores disseram que já trabalharam com
alunos portadores de necessidades educacionais especiais e 36% não trabalharam.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, trabalhar com alunos portadores de
alguma necessidade especial, no ensino regular é uma forma de aplicar, o direito à
educação.
Conforme o próprio nome diz, os Portadores de Necessidades Especiais,
necessitam de um cuidado e uma preparação diferenciada por parte dos professores, e
para isso, é necessário que esses professores tenham uma qualificação adequada para
essa área. Para isso, Silva (2014) diz que o planejamento deve ser flexível, o professor
tem quer ser o transmissor desse direito do aluno deficiente mostrando meios que
insiram esse educando na sociedade, mesmo quando pareça impossível.
É de extrema importância um planejamento flexível que se adapte de acordo
com a necessidade e capacidade de cada um, o professor situa-se como mediador e
facilitador na organização dos alunos, de forma que possibilite uma melhor
interação, mesmo em níveis tão diferentes, incluindo a todos.
Gráfico 6: Você concorda que o aluno portador do Síndrome de Down esteja
matriculado em uma classe regular ? ( ) Sim ou ( ) Não
SIM
100%
Fonte: Dados pesquisa (2016).
Dos dados obtidos 100% dos entrevistados concordam que os portadores de
Síndrome de Down estejam em uma classe regular com os demais.
Salamanca (1994) afirma a atenção educacional aos alunos com
necessidades educacionais especiais, reafirmando o compromisso para a Educação
para Todos e reconhecendo a necessidade de providenciar educação para pessoas
com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino.
O que vai de acordo com Medeiros (2014) que prevê “a escola deve atender
alunos que apresentem NEE, mediante a promoção das condições de
acessibilidade, a capacitação de recursos humanos, a flexibilização e adaptação do
currículo com a colaboração do setor responsável pela educação especial do
respectivo sistema de ensino”. Resta, portanto, a escola aqui pesquisada refletir e
buscar novas medidas para promover adaptações necessárias para garantir a
permanência e a aprendizagem de todos os alunos com NEE na escola.
A sala de aula deve ser um espaço de promoção de participação de todos os
presentes independente de ser especial ou não.
Gráfico 7: Como tem sido a participação dos pais na escola em que você trabalha?
( ) Boa ( ) Regular ( ) Péssima
BOA
100%
Fonte: Dados pesquisa (2016).
Dos dados obtidos 100% dos Educadores entrevistados disseram que
participação dos pais é boa. Para Buckly/Bird (1998), o papel dos pais e o seu bom
relacionamento com a escola são de fundamental importância para o sucesso da
inclusão, pois eles têm experiências e habilidades para ensinar o próprio filho.
Estevão (2003, p. 71) afirma que “a participação dos pais nas escolas deve ser
encarada como uma possibilidade de enriquecimento mútuo e de ampliação do
espaço democrático na escola”.
Paro (2003), por outro lado, argumenta que a ausência dos pais na escola
torna mais difícil a avaliação do ensino oferecido. Os pais e os alunos, como
usuários da escola, são capazes de apontar problemas e dar sugestões para a
resolução dos mesmos. Embora o autor considere que a simples execução de
tarefas (participar na organização de festas, rifas, etc.) possa ser o início de um
processo de participação mais crítica na escola, argumenta que é necessário efetivar
a partilha do poder, possibilitando os pais participar na tomada de decisões.
Concordo plenamente com o que os autores, pois a criança cuja família
participa de forma mais direta no cotidiano escolar, apresenta um desempenho
superior em relação a que os pais estão ausentes do seu processo educacional.
Sendo que os pais também têm um papel de fundamental importância nesse
processo, pois a primeira educação são eles que repassam para seus filhos.
Gráfico 8: Você já sentiu necessidade de um aprimoramento teórico para receber em sua classe um
aluno com Síndrome de Down? ( ) Sim ( ) Não
SIM
100%
Fonte: Dados da pesquisa.
Dos professores entrevistado 100% disseram que sente a necessidade de um
aprimoramento para receber o aluno com Síndrome de Down. Consta no Ministério
de Integração Escolar (1995) que a educação inclusiva envolve um processo de
preparação do professor que considera as diferenças e as dificuldades dos alunos
na aprendizagem escolar como fonte de conhecimento sobre as condições de
trabalho nas salas de aula.
Já as diretrizes da educação especial na educação básica (2010) defendem
que a formação continuada estimula o aprendiz a desenvolver os trabalhos em
equipe, ouvir outras opiniões, a considerar o contexto ao elaborar as proposta das
soluções, tornando-o consciente do que ele sabe e do que precisa atender.
É importante destacar que a escola precisa implementar uma política de
formação continuada para todos os funcionários, inclusive os educadores, para que
assim encontrem soluções em que todos possam participar. Pois professor necessita
de uma boa formação e está preparado para lidar com a realidade em sala de aula.
Gráfico 9: Como é sua prática pedagógica relacionada aos alunos com Síndrome de Down?
( ) jogos ( ) Material Concreto ( ) Outros
100%
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
100% dos professores entrevistados disseram que trabalham com jogos
educativos e uso do material concreto para facilitar a aprendizagem do aluno.
Buckley (1992) descreve que, através do uso de cartões ilustrados, a criança
aprende primeiro as palavras, depois vai formando frases, e assim o seu vocabulário
vai sendo ampliado, o que ocorre em etapas.
A aprendizagem é sempre a partir do concreto, pois a criança com Síndrome
de Down tem dificuldade com o abstrato, mas que pode ser possível, não pode ser
isolado, tem que acompanhar a vida prática, sendo inserido num contexto real, em
que possa perceber o seu significado do concreto, na vida real passando por cujas
etapas que precisam ser respeitadas. Inteligência, memória e capacidade de
aprender podem ser desenvolvidas como estímulos adequados. Concorda-se
quando o autor supracitado diz que o uso do material concreto é a maneira ideal do
portador de Síndrome de Down aprender, visto que o abstrato torna-se isolado
dificultando assim na sua aprendizagem.
Gráfico 10: O processo de inclusão onde leciona é recente? ( ) Sim ( ) Não
100%
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
Dos dados obtidos 100% dos entrevistados disseram que era recente o
processo de inclusão apenas 4(quatro anos) de existência
Brasil ( 2008) Diz que , o Ministério da Educação lança a Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. O objetivo principal deste
texto é “o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas
escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para promoverem respostas às
necessidades educacionais especiais”.
Jannuzzi ( 2004) Esclarece que a partir de 1930, a sociedade civil começa a
organizar-se em associações de pessoas preocupadas com o problema da deficiência:
a esfera governamental prossegue a desencadear algumas ações visando
à peculiaridade desse alunado, criando escolas junto a hospitais e ao ensino regular,
outras entidades filantrópicas especializadas continuam sendo fundadas, há
surgimento de formas diferenciadas de atendimento em clínicas, institutos
psicopedagógicos e outros de reabilitação.
Nesse contexto, ao final do século XX, movimentos sociais, políticos e
educacionais, estudiosos, associações e conferências propõem aprofundar as
discussões, problematizando os aspectos acerca do público, resultando em
reflexões diante das práticas educacionais. Goffredo (1999, p. 44) Acrescenta:
“Frente a esse novo paradigma educativo, a escola deve ser definida como uma
instituição social que tem por obrigação atender todas as crianças, sem exceção. A
escola deve ser aberta, pluralista, democrática e de qualidade”. Portanto, deve
manter as suas portas abertas às pessoas com necessidades educativas especiais.
Portanto a escola tem a função de receber ensinar todas as crianças, jovens e
adultos independente de suas condições físicas, intelectuais ou sociais,
adaptando-os ao processo ensino-aprendizagem, bem como a estrutura física da escola
adaptada as necessidades ao seu aluno. O processo de educação inclusiva Desde o
ano de 1994, tem sido motivo de discussões no âmbito educacional tanto na forma
de legislação quanto na teoria e prática.
Gráfico 11: A frequência em uma sala regular seria a melhor forma para que houvesse
socialização entre os mesmos? ( ) Sim ( ) Não
100%
100% dos entrevistados disseram que a melhor forma seria frequentando a
sala regular para a socialização do aluno e participando da sala de AEE
(Atendimento Educacional Especializado). Para Carvalho (2007), a integração
envolve a questão psicossocial e se refere às relações dos alunos portadores de
deficiências com os outros alunos, que é importante para que ocorram interações.
Pois, não podemos apenas incluir o aluno portador de deficiência na sala regular
sem que ele interaja com os demais.
Segundo Schwartzman (1999), a educação infantil é muito importante para que
crianças com Síndrome de Down adquiram autonomia dentro da sala de aula e para o
início da integração com um novo grupo social, que é diferente do ambiente familiar em
que ela vive. Carvalho (2007) afirma que a integração é importante para relação entre as
pessoas ditas normais e as pessoas com deficiência. A exclusão pode ser causada pelo
fato de apenas inserir um aluno com necessidades educacionais especiais nas turmas
regulares, sem que ocorra interação entre os alunos portadores de deficiência e as
outras crianças não portadoras de deficiência. –
É importante que os alunos com necessidades especiais estejam inclusos na sala
de aula, porque eles passam a conviver com as outras crianças e assim eles têm um
leque de experiências, para que possa adquirir vivência e experiência de vida, para o
dia-a-dia, possibilitando maior integração entre os colegas e os professores. Acredita-se
que um mundo inclusivo é um mundo no qual todos têm acesso às oportunidades de ser
e de estar na sociedade de forma participativa. Alves (2007).
Gráfico 12: Como foi a troca de experiência entre esses alunos com Síndrome Down e você em
suacondição de professora e os demais colegas? ( ) Fácil ( ) Difícil
100%
Dos dados obtidos 100% dos educadores disseram que é uma experiência
um pouco difícil diante da dificuldade que o aluno apresenta, mas eles interagem
muito bem com os colegas. De acordo com Mota (1992, p. 34), “a troca de
experiências, interações sociais, aprendizagem, ter acesso ao modo como cada
pessoa se forma é ter em conta a singularidade da sua história e, sobretudo, o modo
singular como age, reage e interage com os seus contextos”. É um grande desafio
trabalhar com crianças portadoras de Síndrome de Down, mas que é prazeroso pois
são crianças que precisam de uma atenção especial.
No documento
INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN NA REDE
(páginas 52-64)